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O perfil dos indivíduos com diabetes 

e a abordagem fisioterapêutica

 

*Professora Adjunta do Centro Universitário Feevale (FEEVALE)

Pesquisadora do Grupo de Pesquisas em Bioanálises

**Aluna de graduação do curso de Fisioterapia – FEEVALE

(Brasil)

Daiane Bolzan Berlese*

Luciane Rosa Feksa*

Márcia Helena Dudzig**

daianeb@feevale.br

 

 

 

Resumo

          O diabetes mellitus é um importante problema de saúde pública, tanto em termos do número de pessoas afetadas, na incapacidade, mortalidade prematura, quanto nos custos envolvidos no controle e no tratamento de suas complicações. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi identificar o perfil dos indivíduos com diabetes mellitus internados por lesões sistêmicas e os procedimentos fisioterapêuticos realizados. As características descritivas, quantitativas e transversais foram definidas como delineamento metodológico. A amostragem foi constituída de 20 prontuários de indivíduos internados em um hospital público da região do Vale do Sinos/RS, no período de julho a setembro de 2008, onde constavam que eram diabéticos. Para análise dos dados foi realizada estatística descritiva de freqüência, média e percentagem. Através deste estudo, verificamos que a maioria dos pacientes eram portadores de diabetes tipo II, do gênero masculino, com idade superior a 50 anos. O número de pacientes tabagistas e etilistas correspondem a maior taxa no gênero masculino. Todos os indivíduos eram sedentários e os principais motivos de internação foram: doença pulmonar obstrutiva crônica, a insuficiência renal crônica, a amputação e o acidente vascular crônico. Referente aos procedimentos fisioterapêuticos dos pacientes com diabetes mellitus observamos que as prescrições médicas atuavam diretamente no motivo de internação do paciente, onde o índice maior foi através da fisioterapia respiratória-motora. Sugere-se, a partir da análise desse trabalho, contribuir na prevenção da progressão patológica da lesão e do diabetes mellitus.

          Unitermos: Diabetes Mellitus. Lesões. Fisioterapia.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009

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Introdução

    O diabetes mellitus não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia. Essa hiperglicemia é o resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambos. Em função disso, a diabetes mellitus é classificada, principalmente, em diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES – SBD, 2007).

    Nas últimas décadas, houve um aumento significativo de adultos diabéticos, principalmente relacionado ao diabetes mellitus do tipo 2, tendo este fato provável relação com o modo de vida dos grandes centros urbanos, diminuição da atividade física, mudança de hábitos alimentares, industrialização e aumento da expectativa de vida.

    Recentes estimativas indicam que havia 171 milhões de pessoas no mundo com diabetes no ano 2000 e isto é projetado para aumentar para 366 milhões em 2030 (OMS, 2006b). No Brasil, no final dos anos 1980, de acordo com as Diretrizes publicadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2007), a prevalência de diabetes mellitus na população adulta foi estimada em 7,6%. Estimou-se que em 2005 existiam em torno de oito milhões de indivíduos com diabetes mellitus.

    O número de indivíduos diabéticos está aumentando devido ao crescimento e ao envelhecimento populacional, à maior urbanização, à crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como à maior sobrevida do paciente com diabetes mellitus (SBD, 2007). Observa-se também uma crescente proporção de pessoas afetadas em grupos etários mais jovens (OMS, 2006b).

    Se há um aumento do número de diabéticos, o custo público com o tratamento, recuperação e manutenção da doença também torna-se maior. Rosa e colaboradores (2007) indicam que um manejo adequado do diabetes mellitus no nível de atenção básica reduziria os efeitos econômicos adversos para famílias, comunidades e sociedade em geral, provocados por internações e, principalmente, reduziriam as seqüelas e complicações. Neste sentido, o estudo das internações pode auxiliar como indicador da efetividade dos cuidados atuais e das novas intervenções a serem implementadas.

    Partindo do fato de que é alta a prevalência do diabetes mellitus e é uma das doenças que mais gera hospitalizações no país, o objetivo deste estudo foi identificar o perfil dos indivíduos com diabetes mellitus internados por lesões sistêmicas e os principais procedimentos fisioterapêuticos realizados em um hospital público da região do Vale do Sinos/RS.

Materiais e métodos

    O estudo foi de característica descritiva, quantitativa e transversal. Foram incluídos no estudo todos os prontuários dos indivíduos internados no hospital público da região do Vale dos Sinos, no período de julho a setembro de 2008, e que no prontuário constava que eram diabéticos; totalizando uma amostra de 20 prontuários.

    O instrumento utilizado para esta pesquisa foi um formulário de coleta de dados, a fim de obter o máximo de informações sobre o perfil dos indivíduos portadores de diabetes.

    Para atender os objetivos desta pesquisa, após a tabulação dos dados, estes foram submetidos à estatística descritiva mediante cálculo de freqüência simples, média, desvio padrão e percentual.

    Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Feevale, sob o número de processo 4.08.03.08.965.

Resultados e discussão

1.     Tipo de diabetes mellitus

    Houve na amostra a incidência de 5% de diabetes tipo 1 e 95% de diabetes tipo 2, o que é confirmado pelo SBD (2007) que diz que o diabetes mellitus tipo 1 está presente em 5% dos casos de diabetes.

    No estudo realizado por Ferreira et al. (2007), dos indivíduos com diabetes mellitus, 5 a 10% apresentavam diabetes tipo 1 e aproximadamente 90% dos casos possuíam diabetes tipo 2 e que as complicações desta patologia comprometem a qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos.

2.     Idade

    No Gráfico 1 foram apresentadas as idades dos pacientes internados com diabetes mellitus.

Gráfico 1. Idade dos Pacientes (anos)

    Conforme os resultados obtidos na amostra, a média de idade geral foi de 61,9 anos, com desvio padrão de 15,6 anos.

    Para os pacientes com diabetes mellitus tipo 2, a média de idade foi de 63,7 anos, com desvio padrão de 13,5 anos. Verificou-se que 78,9% dos pacientes com diabetes mellitus tipo 2 possuem idade superior a 50 anos, de acordo com os estudos de Damiani (2000), Paiva (2001), OMS (1999) e SBD (2007) que relatam que a diabetes tipo 2 ocorre com maior freqüência nas pessoas com mais de 30 anos de idade. No estudo de Pinto e Moretto (2004), a faixa etária predominante apresentou uma média de 60 anos, aproximadamente. Rosa e colaboradores (2007) ainda referem que o diabetes mellitus atinge todos os grupos etários, mas tem maior prevalência em pessoas com mais idade.

3.     Gênero

    Da amostra total, 35% dos indivíduos eram do gênero feminino e 65% do gênero masculino. Considerando o tipo de diabetes, houve predominância do gênero masculino, sendo que no diabetes tipo II foram 63,2% dos casos e no tipo 1 100% dos casos.

    Pinto e Moretto (2004) apontaram que o maior acometimento é no sexo feminino. Já estudos como o de Gamba et al. (2004) mostraram prevalência maior da patologia no sexo masculino. Assim, parece não haver um consenso na literatura sobre a maior predominância do gênero em relação ao diabetes.

4.     Estilo de vida

    Neste estudo, verificou-se que os hábitos de vida como o tabagismo, etilismo e a prática exercícios físicos são importantes.

Gráfico 2. Estilo de Vida quanto ao tabagismo, etilismo e sedentarismo

    No que se refere ao tabagismo, verificou-se que 70% dos pacientes são tabagistas. Destes 21,4% são do gênero feminino e 78,6% masculino. Estudos referem que o tabagismo é freqüentemente associado a população portadora de diabetes mellitus tipo 2, sendo este o tipo mais comum (OLIVEIRA et al., 2008). Também observamos na amostra, que deste alto índice de tabagistas encontrado, 78,6% são do sexo masculino, o que também ocorreu no estudo de Pinto e Moretto (2004), onde os maiores índices de tabagistas estavam dentro da população masculina. Este estudo ainda enfatiza que o tabagismo é um fator predisponente às complicações crônicas do diabetes mellitus. Refere-se ainda que o tabagismo possa causar tanto prejuízo independente quanto associado a outros fatores de risco.

    Da amostra total 40% são etilistas, o que é um fator de determinante de diabetes mellitus decorrente de pancreatite crônica, sendo que houve um achado de 7,2% dos casos de um estudo realizado por Jorge et al. (1999). Também observamos que há um predomínio de etilismo no gênero masculino, com 87,5% neste estilo de vida.

    No que se refere ao sedentarismo verificou-se que todos os pacientes eram sedentários, o que, segundo Paiva (2001); OMS (1999) e SBD (2007) são dentre outros, um fator ambiental que favorece o desenvolvimento da diabetes mellitus. Pinto e Moretto (2004) encontraram em seus estudos o sedentarismo presente em 50% da amostra masculina e 70% da amostra feminina dos portadores de diabetes mellitus.

    Verificou-se um predomínio do gênero masculino como sedentários, sendo 65% de pacientes encontrados neste fator de risco. Pinto e Moretto (2004) referem que o exercício físico regular, além de diminuir a glicemia, reduz também fatores de risco das doenças cardiovasculares, por isso, o estilo de vida ativo deve ser incentivado nos pacientes com diabetes mellitus.

5.     Patologias associadas

    Os pacientes internados com diabetes mellitus no período estudado, possuíam patologias associadas. No Gráfico 3 podem ser visualizadas as patologias.

Gráfico 3. Patologias associadas

    O resultado que mais se evidência entre as patologias associadas é a HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), correspondendo a 95% do total da amostra, o que ocorre também nos estudos de Tavares et al. (2007), onde foi a patologia de maior prevalência na amostra pesquisada com diabetes mellitus, representando 57% da amostra. Nos estudos de Jorge et al. (1999), 51,6% dos pacientes analisados apresentava HAS. Pinto e Moretto (2004) enfatizam que a HAS é identificada como o mais importante risco isolado, tanto de cardiopatia coronária quanto de AVC’s (Acidente Vascular Cerebral) e está intimamente associada ao diabetes.

    Pinto e Moretto (2004) afirmam que, a associação de HAS e diabetes é a principal causa de insuficiência renal no mundo ocidental, sendo que este fato é confirmado neste estudo, pois além de HAS e diabetes, 30% da amostra apresentavam insuficiência renal crônica. Segundo a SBD (2007), a nefropatia diabética é uma complicação crônica do diabetes mellitus, que está associada ao aumento de mortalidade, principalmente com relação a doenças cardiovasculares. A nefropatia diabética é a principal causa de insuficiência renal crônica em pacientes ingressando em programas de diálise em países desenvolvidos.

    A DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) representou 30% da amostra, 20% dos pacientes eram asmáticos e 20% já tiveram um AVC isquêmico. Na amostra analisada 70% eram tabagistas, sendo este um dos principais fatores determinantes da DPOC.

    Oliveira; Valente e Leite (2008) afirmam que a DPOC é uma das principais doenças causadas pelo uso do tabaco. Frownfelter e Dean (2004) associam o DPOC a bronquite crônica e ao enfisema pulmonar, sendo que as quatro principais respostas teciduais da DPOC são alteração das grandes vias aéreas, das pequenas vias aéreas, a hiperatividade das vias aéreas, o dano bronquiolar e a destruição alveolar. Citando Oliveira; Valente e Leite (2008), os autores ainda enfatizam que futuramente o índice de indivíduos com DPOC na população aumentará, não somente devido ao hábito, mas ao avanço da expectativa de vida. Casagrande (2008) enfatiza que exposição à fumaça do cigarro pode ser um fator predisponente de asma, além de outras doenças alérgicas das vias aéreas.

    A osteoporose representou 5% dos casos neste estudo, é uma patologia associada com a redução de massa óssea por unidade de volume. É uma doença relacionada com idade e aos grupos idosos e se aceleram mais rapidamente em mulheres, particularmente após a menopausa (FROWNFELTER e DEAN, 2004).

    A sepsemia é a resposta a bacterimia ou a outros produtos de bactérias no sangue. Anormalidades metabólicas são também achados comuns da sepse. É o fator predisponente mais comum que contribui para a falência orgânica sistêmica múltipla, o que tipicamente envolve a falência de dois ou mais órgãos (ALMEIDA, 1997). Entre os pacientes da amostra estudada, um paciente (5%) tinha esta doença associada ao diabetes.

    A LES (Lupus Eritematoso Sistêmico) é uma doença auto-imune caracterizada pela presença de múltiplos anticorpos que danificam e inflamam os tecidos. A doença afeta os principais sistemas orgânicos incluindo o sistema nervoso, musculoesquelético, pulmonar, vascular e renal (ALMEIDA, 1997). No caso deste estudo, um paciente (5%) tinha esta doença associada ao diabetes.

    A cetoacidose diabética é uma condição que o metabolismo em três tecidos importantes (hepático, adiposo e muscular) está convertido em estado catabólico. É uma situação clínica de emergência que se caracteriza por hiperglicemia, desidratação, cetose e acidose metabólica (ALMEIDA, 1997). Neste estudo, o único paciente com cetoacidose era portador do diabetes mellitus tipo 1, o que corrobora com a SBD (2007), considerando esta complicação a de maior incidência nos indivíduos jovens e portadores de diabetes mellitus do tipo 1.

6.     Tipos de lesão

    Os portadores de diabetes mellitus são pacientes mais vulneráveis a uma série de complicações de natureza metabólica e/ou de origem infecciosa, como os processos bacterianos, fúngicos e virais. Junto a essas implicações ocorrem algumas alterações vasculares e neurológicas, que acabam agravando as condições clínicas vigentes, favorecendo ao aumento da morbidade e da mortalidade dos pacientes (MINELLI et al., 2003; SACCO et al., 2008).

    A maioria dos pacientes possui alguma lesão decorrente do diabetes mellitus, ou seja, 60% apresentaram lesões por afecções isquêmicas, renais, podais neuropáticas ou infecção podal cutânea. Outros 40% não apresentaram nenhuma lesão decorrente do diabetes mellitus. Como a HAS não somente pode ser decorrente do diabetes, esta não foi classificada como lesão da diabetes e considerou-se a mesma como patologia associada.

    O Gráfico 4 mostra as lesões devido ao diabetes mellitus que acometeram os 60% dos pacientes.

Gráfico 4. Lesões relacionadas ao diabetes mellitus

    A lesão mais identificada na amostra estudada foi a lesão por afecção renal, 58,3%. Observou-se que estes mesmos sete pacientes já tinham associados como patologias a insuficiência renal crônica (além de HAS, com exceção do paciente que apresenta cetoacidose), sendo que o motivo internação destes foram: cetoacidose (1 indivíduo), fratura (1 indivíduo), AVC (1 indivíduo) e insuficiência renal crônica (4 indivíduos). Almeida (1997) indica que, independente da idade, 50% dos pacientes com antecedentes de diabetes por 10 a 20 anos de duração, desenvolvem significativa doença renal, o que corrobora com os nossos achados, pois foi a lesão mais ocorrida na amostra analisada, apesar do tempo médio de diagnóstico da doença ser de apenas 2,9 anos, o que não descarta a hipótese da doença ter se desenvolvido há mais tempo sem o conhecimento do paciente.

    As afecções isquêmicas representaram 33,3% da amostra. A SBD (2007) estima que 50% dos portadores de diabetes com mais de 60 anos apresentarão em algum momento afecções isquêmicas. No caso destes quatro pacientes, a idade variou de 54 a 70 anos e tiveram como doenças associadas principalmente o AVC isquêmico e a HAS.

    Identificamos que a afecção podal neuropática e infecção podal cutânea estão relacionadas. Foram acometidos destas lesões 25% pacientes. Segundo Sacco et al. (2008) e a SBD (2007), a afecção podal neuropática, bem como as demais neuropatias diabéticas são freqüentes em 50% dos portadores de diabetes, porém se for realizada uma análise mais aprofundada será encontrado 100% de acometimento neuropático nos portadores de diabetes. Sandoval; Neves e Fachinello (2007) acrescentam que as infecções podais são comuns em diabéticos, sendo as causas mais freqüentes de gangrenas úmidas, podendo levar a amputações.

7.     Procedimentos fisioterapêuticos

    Foram realizados procedimentos fisioterapêuticos em 80% dos pacientes internados. Porém, verificou-se que 20% não tiveram indicação médica para procedimentos fisioterapêuticos, pois estes pacientes apresentavam instabilidade hemodinâmica.

    Os procedimentos fisioterapêuticos dos 80% pacientes estão apresentados no Gráfico 5.

Gráfico 5. Prescrição Médica para Procedimentos Fisioterapêuticos

    Em 43,8% dos pacientes, a prescrição médica foi para procedimentos fisioterapêuticos respiratórios e motores. Segundo Costa (1999); Machado e Rosa Filho (2002) e Carvalho (2003) serão eleitos no atendimento de fisioterapia os procedimentos adequados conforme as necessidades do paciente.

    Nos resultados obtidos foi encontrado que 37,5% dos atendimentos de fisioterapia tinham prescrição médica para procedimentos respiratórios, isso provavelmente devido ao fato de ter sido encontrado nesta amostra 30% dos pacientes portadores de DPOC e 20% asmáticos, como também ao fato de que a amostra apresentava média de idade acima de 60 anos. Segundo Machado e Rosa Filho (2002) e Slutzky (1997), as funções respiratórias devem ser preservadas, visando prevenir complicações respiratórias em pacientes internados no hospital visando ainda minimizar a retenção de secreção pulmonar, melhorar oxigenação, re-expandir áreas pulmonares atelectásicas ou realizar desinsuflação pulmonar, quando necessário.

    Da amostra analisada, 18,8% dos pacientes tiveram prescrição médica para procedimentos fisioterapêuticos motores. Costa (1999) refere que a fisioterapia tem sido muito utilizada na prevenção de complicações como: prevenção de escaras de decúbito, deformidades articulares e musculares, alívio de dores, edemas, reflexos patológicos e manter funções do paciente.

    No Quadro 1 foram apresentados os procedimentos e técnicas fisioterapêuticas utilizadas nos pacientes.

Fisioterapia respiratória-motora

Mudanças de decúbito

Diagonais funcionais ativas-resistidas em membros superiores

AFE brusca

Ginga torácica

Mobilizações articulares

Diagonais funcionais de membros inferiores

Vibrocompressão

Flutter

Padrões ventilatórios desinsuflatórios

PEEP em selo d’água

Redirecionamento torácico-abdominal

Mobilizações articulares ativas

Mobilizações articulares de membros inferiores

Treino de Marcha

Pompage de Peitoral

Aspiração traqueo

Aspiração vias

Temp lento

Temp brusco

Esterocepção diafragmática

Mobilização articular ativa-resistidas em membros superiores

Mobilização de cintura escapular

MAF – Manobra de aceleração de fluxo

AFE lenta

Manobra circular do esterno

Treinamento com spring load

Apoio abdominal

Mobilizações articulares ativas em membros superiores

Mobilizações articulares ativas-resistidas em membros superiores

Deambulação

Fisioterapia respiratória

Ginga torácica

Aspiração das vias aéreas superiores

Vibrocompressão

Temp brusco

Manobra circular do externo

Apoio abdominal

Aspiração TOT

Exterocepção diafragmática

Apoio íleo-costal

Tic-traqueal

Redirecionamento tóraco-abdominal

Pompage de peitoral

Aspiração de traqueostomia

MAF – Manobra de aceleração de fluxo

Temp lento

AFE lento

AFE brusco

Treinamento com spring load

Fisioterapia motora

Mobilizações articulares ativas em membros superiores

Diagonais funcionais ativas-resistidas em membros superiores

Diagonias funcionais de membros inferiores

Mobilizações de cintura pélvica e escapular

Isometria de quadríceps

Mobilizações articulares passivas de membros inferiores

Mobilização articular ativas-resistidas em membros inferiores

Mobilização da cintura escapular

Quadro 1. Procedimentos e Técnicas Fisioterapêutica utilizadas nos pacientes

Considerações finais

    Identificamos uma predominância, entre os pacientes internados, do diabetes tipo II. Entre estes, verificamos um número elevado de pacientes do gênero masculino, com idade superior a 50 anos,

    O número de pacientes tabagistas e etilistas corresponde a maior taxa do gênero masculino. É importante salientar, que todos independentes do gênero, são sedentários, o que está fortemente associado aos fatores de risco do diabetes mellitus.

    A hipertensão constitui um dos principais fatores de risco do diabetes mellitus e neste estudo foi o principal coeficiente das patologias associadas, pois todos tinham HAS, com exceção do portador de diabetes melitus tipo 1. Foram relevantes também a insuficiência renal crônica e o AVC como patologias associadas.

    Referente aos procedimentos fisioterapêuticos dos pacientes com diabetes mellitus observamos que as prescrições médicas atuavam diretamente no motivo de internação do paciente, onde observamos a técnica de fisioterapia respiratória-motora a mais utilizada.

    De acordo com este estudo verificamos que os pacientes internados com diabetes mellitus que tiveram lesões, descompensações agudas e crônicas, obtiveram um atendimento fisioterapêutico que visou o motivo da hospitalização e não ao tratamento das lesões. A partir da análise desse trabalho sugere-se que os profissionais da fisioterapia, além de realizarem seu trabalho atendendo as necessidades relacionadas ao motivo de internação, possam contribuir na prevenção da progressão patológica da lesão e do diabetes mellitus. Há de se considerar a repercussão nas taxas de mortalidade da população e morbidade do diabetes mellitus, além, do alto custo para a sociedade e os recursos financeiros envolvidos no tratamento, na recuperação e na manutenção destes pacientes.

Referências

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