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Uma comparação sobre a autopercepção corporal de
idosas praticantes de atividade física e sedentárias

   
*Estudante de Educação Física, Ulbra Campus Canoas.
**Orientador.
(Brasil)
 
 
Daniel Cristian Seidel  
Benno Becker Jr.
danielcseidel@yahoo.com.br
 

 

 

 

 
Resumo
     O presente estudo, teve como objetivo comparar a autopercepção corporal de idosas praticantes de atividade física e de idosas sedentárias. A amostra foi constituída por dois grupos, um grupo foi composto por idosas praticantes de atividade física, que pertencem ao grupo de idosos Pioneiros do Sarandi, da cidade de Porto Alegre, localizado no bairro Sarandi. O outro grupo foi constituído por idosas sedentárias moradoras do referido bairro. A população foi composta por 30 idosas em cada grupo, com idade entre 60 à 80 anos. Como instrumento de investigação foi utilizado o inventário proposto por Probst, Vandereycken, Coppenolle & Vanderlinden (1995) traduzido e validado por reproducibilidade por Becker Junior (2007) e para a avaliação foi utilizado a soma e a média das respostas obtidas. Utilizando este critério o grupo praticante de atividade física apresentou uma significativa diferença positiva na autopercepção corporal em relação ao grupo de sedentárias. Nesta realidade a atividade física demonstrou ser um fator preponderante na melhora e manutenção de uma autopercepção corporal.
    Unitermos: Percepção Corporal. Auto-estima. Terceira idade. Atividade física. Sedentarismo.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 120 - Mayo de 2008

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Introdução

    O interesse pela velhice, nas últimas décadas, vem despertando a atenção dos pesquisadores e da mídia em geral, tudo isso se deve a uma razão, a população está envelhecendo. Segundo dados do Ministério da Saúde (2000), a população de idosos no Brasil é de 14 milhões de pessoas, sendo que a projeção para 2025 é que serão mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, correspondendo a 15% da população do país, o que nos colocará em termos absolutos como a sexta população de idosos do mundo.

    As pessoas dessa faixa etária demandam além de cuidados especiais, uma nova aprendizagem social que lhes permitam o resgate de autonomia plena, a valorização de suas experiências acumuladas e o apoio técnico e pedagógico necessário à superação das limitações próprias desse grupo social, para o qual se apresentam progressivamente novas possibilidades de convivência social para conservação ou resgate da melhoria da qualidade das atividades de vida diária.

    Desta forma, o tema envelhecimento antes pertencente aos domínios da geriatria e da gerontologia, começou a ganhar espaços em outras áreas do conhecimento. Apesar dos avanços tecnológicos na área médica da geriatria, tudo que se consegue até o momento é retardar alguns dos efeitos do envelhecimento em nosso organismo. De tal sorte que o declínio físico e muitas vezes intelectual, como conseqüência do envelhecimento continua sendo um grande desafio para a ciência e uma preocupação constante em diferentes áreas de estudo. O envelhecimento populacional, aliado à falta de políticas públicas voltadas a essa nova realidade mundial, vem preocupando todos os segmentos da sociedade (SAFONS, 2003).

    A atividade física nesta fase é de suma importância para um envelhecimento mais saudável, atenuando riscos inerentes dessa faixa etária como: a diminuição da força, do equilíbrio, da flexibilidade, da velocidade, entre outros. Mas as perdas com a idade não se restringem somente ao corpo, também ocorrem às perdas afetivas e psicológicas que podem ser mais prejudiciais e levar a um agravamento das perdas físicas, por isso a parte afetiva e psicológica é de grande importância nesta fase da vida.

    Com o envelhecimento outro aspecto que sofre alterações é a autopercepção corporal, o que era bonito hoje, amanhã se torna feio, o que agrada, passa a desagradar, o peso corporal aumenta, os cabelos começam a ficar brancos e esses são alguns fatores que desestimulam os idosos e os fazem cair no sedentarismo e causar doenças como a depressão.

    Estudo tem a proposta de comparar a autopercepção corporal de mulheres idosas praticantes de atividade física e sedentárias.


Desenvolvimento

    1. Envelhecimento

    Envelhecer é uma das poucas certezas que temos desde o nosso nascimento, pressupõe erros e certezas, alegrias e tristezas e sem sombra de dúvida aprendizado.

    O processo de envelhecimento começa pelas células, passa aos tecidos e aos órgãos e terminando nos processos extremamente complexos do pensamento, modifica a relação do individuo com o tempo, seu relacionamento com o mundo e com sua própria história.

    "O envelhecimento é um fenômeno fisiológico, pois ocorre com todo o ser humano e é um processo progressivo. Envelhecer não é patológico, pois acontece com todos nós" (Ferreira, 2003).

    Segundo Meirelles (2000), o envelhecimento sob o aspecto fisiológico tem um início precoce, após o término da fase de desenvolvimento, no final da segunda década de vida, e da fase de estabilização, no final da terceira década de vida, essas mudanças são pouco sentidas e visíveis, até o momento que as alterações estruturais e funcionais se mostrem evidentes e grosseiras.

    Já segundo Vargas (1983), o envelhecimento é um fenômeno biopsicossocial que atinge o homem e sua existência na sociedade. Atualmente reveste-se também de características sociais e culturais.

    O envelhecimento não é um processo imediato, a cada dia de nossas vidas envelhecemos, a maioria das mudanças ocorre de forma tão gradual que quase não são notadas no dia-a-dia. Podemos classificar as mudanças decorrentes do envelhecimento em três tipos: os físicos, os psicológicos e os sociais.


    2. Atividade física

    De acordo com Ferreira (2003), atividade física é tudo o que envolve movimento físico, podendo ser expresso sob a forma de ginástica, dança, jogos, recreação, entre outros, o que nos faz relacionar uns com os outros de forma física.

    "A prática da atividade física deve proporcionar ao indivíduo um encontro ou reencontro com sua corporeidade, o que significa olhar-se mais, perceber-se mais, sentir-se mais, expor-se mais e buscar ser mais feliz" (Ferreira, 2003).

    "A atividade física para a terceira idade é importante, pois cria um clima descontraído, desmobiliza as articulações e aumenta o tônus muscular, proporcionando maior disposição para o dia-a-dia" (Meirelles, 2000).

    Meirelles (2000 p. 75) citando Leite (1996) escreve:

"Um dos sucessos do exercício físico com medida preventiva, nos últimos anos, foi à criação de uma moderna educação física, em fazer exercício ou praticar esportes, se tornaram programas de lazer e prazer. Acabou a idéia de que praticar exercícios de forma regular exige desgastes físicos e psíquicos intensos, provocando desprazer e sofrimento (derrotas)".

    Segundo Meirelles (2000), a atividade física para a terceira idade deve ter como objetivo principal o retardo dos sintomas do envelhecimento, possibilitando um bem estar favorável e afastando os riscos comuns na terceira idade.


    3. Sedentarismo

    A tecnologia cria muitos benefícios para a sociedade, mas também causa problemas para a mesma. Muitos hábitos sofreram mudanças com os avanços tecnológicos, o lazer se modificou, em vez de ir a um parque caminhar e relaxar, é muito mais confortável ficar em casa e assistir televisão ou navegar na internet. Também deve-se considerar que a violência urbana mudou muitos hábitos, muitas vezes é mais seguro ficar na segurança do lar do que sair para se divertir ou praticar alguma atividade física.

    Segundo Mazo (2001), o sedentarismo é considerado como um estilo de vida, no qual o gasto energético na atividade física não ultrapasse as 500 Kcal por semana.

    A falta da prática de uma atividade física já causa efeitos negativos em pessoas jovens, no caso do idoso esses efeitos podem ser ainda mais negativos, pois o idoso já sofre com os todos os aspectos do processo de envelhecimento e em conjunto com o sedentarismo, a saúde do idoso sofrerá ainda mais.


    4. Imagem corporal

    "Estamos vivendo no meio de uma revolução do corpo. A imagem corporal pode ser vista como a relação entre o corpo de uma pessoa e os processos cognitivos como crenças, valores e atitudes (Volkwein & McConatha, 1997). Deste ponto de vista a imagem corporal pode ser definida como uma representação interna, mental, ou auto-esquema da aparência física de uma pessoa" (Becker Jr., 1999).

    "A imagem corporal engloba todas as formas pelas quais uma pessoa experiencia e conceitua seu próprio corpo. Ela está ligada a uma organização cerebral integrada, influenciada pelos fatores sensoriais, processo de desenvolvimento e aspectos psicodinâmicos" (Tavares, 2003).

    Tavares (2003) nos diz ainda que, "a imagem corporal reflete a história de uma vida, o percurso de um corpo, cujas percepções integram uma unidade e marcam sua existência no mundo a cada instante. Nossa história é, antes de qualquer coisa, a história de nossas experiências perceptivas".


Metodologia

    1. Caracterização da investigação

    O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, comparativa, que objetiva comparar a autopercepção corporal de idosas praticantes de atividade física e de sedentárias.


    2. População e amostra

    A população do presente estudo foi constituída de idosas que praticam atividade física e idosas sedentárias do bairro Sarandi, Porto Alegre, RS.

    A amostra intencional foi composta por dois grupos de idosas, ambos os grupos tinham idosas na faixa etária de 60 a 80 anos e foram compostos por um número de 30 idosas. O primeiro grupo de idosas foi constituído por praticantes de atividade física, pertencentes ao Grupo Pioneiros do Sarandi, no bairro Sarandi em Porto Alegre, aonde praticam atividade física em duas manhãs da semana e o segundo grupo foi constituído por idosas sedentárias moradoras do referido bairro.


    3. Instrumentos e materiais

    Para verificar a auto imagem das idosas, foi utilizado como instrumento de coleta de dados um inventário (Anexo A) de Probst, Vandereycken, Coppenolle & Vanderlinden (1995), traduzido e validado por reproducibilidade por Becker Junior (2007). O inventário Teste de Atitude com seu Corpo (TAC) avalia o grau de insatisfação corporal do indivíduo com o seu corpo, ele é composto de 20 questões, sendo que o respondente teria que atribuir um valor de 1 (nunca) a 5 (sempre).

    Todas as questões do inventário, excluindo as de número 4, 9, 15 e 20, têm tendências negativas, por isso possuem o valor igual ao respondido pela pesquisada, como exemplo podemos citar a questão número 1, a idosa marca a resposta nunca (1), o valor atribuído a essa resposta seria de 1 ponto.

    Já os itens 4, 9, 15 e 20 possuem caráter positivo no inventário, por isso possuem um valor inverso ao respondido pela pesquisada, como exemplo pegamos a questão 4, a idosa marca a resposta nunca (1), o valor atribuído a essa resposta seria de 5 pontos.


    4. Tratamento estatístico

    Os dados foram tratados através da estatística descritiva, que tem como finalidade ordenar, sumarizar e descrever os dados coletados. Dentro do tratamento dos dados, foram utilizadas as somas e as médias.

    Para a realização das análises (testes) foi utilizado o software SPSS v.10 for Windows e foi feito o teste t de Student para comparação de médias de amostras independentes, e utilizou-se nível de significância do teste de 5%.


Resultados

    A idade média do grupo não praticante de atividade física ficou em 65,9 anos, sendo a idade menor de 60 anos e a maior de 78 anos. No grupo praticante de atividade física a idade media ficou em 67,3 anos, sendo a idade menor de 60 anos e a maior de 80 anos.

    Nas tabelas 1 e 2, apresentam-se, de uma maneira geral, a somatória dos resultados das respostas de cada pesquisada através inventário de Teste de Atitude com o seu Corpo, sendo respectivamente, a tabela 1 os resultados do grupo praticante de atividade física e a tabela 2, os resultados do grupo das sedentárias.

    Para a obtenção desses resultados foi efetuada a soma das respostas obtidas com as participantes da pesquisa, seguindo critério de pontuação das questões com caráter positivo e as de caráter negativo.

    A tabela 3 nos mostra a média das respostas obtidas com as participantes da pesquisa e faz a comparação entre o grupo das praticantes de atividade física e das sedentárias.

    Utilizando 5% de significância, através do teste t de student para amostras independentes podemos dizer que a diferença entre as médias de pontuações finais dos grupos mulheres ativas e mulheres sedentárias pode ser considerada significativa, isto é, os grupos diferem significativamente quanto à pontuação final. (p-valor = 0,004 < 0,05 (5%).

    Analisando os resultados obtidos e mostrados na tabela 3, podemos afirmar que nesta realidade, as idosas sedentárias possuem um grau de insatisfação corporal maior quando comparadas com as idosas praticantes de atividade física, portanto, a prática de atividade física é um fator determinante de influência para as idosas possuírem uma melhor auto imagem e uma satisfação corporal em relação ao das individuas sedentárias.

    Segundo Safons (2000), citando Dietrick Kurz (in: Baur, Egeler) (1983) relata que os ganhos da atividade física na personalidade das pessoas idosas têm sido demonstrados por um posicionamento positivo em relação ao próprio corpo, ao estado de saúde e à capacidade de rendimento, pela disponibilidade para contatos sociais, pela melhora de sua auto-estima, e em relação às capacidades intelectuais

    ''A prática de atividade física ou esportiva é uma experiência agradável (Balaguer et al., 1993) e também produz modificações na aparência física da pessoa. Entre essas mudanças estão a redução do peso, aumento do nível de energia e aumento do tônus muscular, o que contribui para a melhora da imagem corporal'' (Benno Jr., 2000).


Conclusão

    Com a pesquisa fica claro que a atividade física, nesta realidade, influência de maneira significativa o indivíduo idoso na forma como ele vislumbra seu corpo, as idosas praticantes de atividade física possuem uma melhor auto imagem, uma satisfação corporal maior e consequentemente uma autopercepção corporal positiva quando comparadas com idosas sedentárias.

    Com a velhice o idoso possui a tendência de ficar em casa e cair no sedentarismo e o simples fato dele conseguir sair de sua moradia e praticar qualquer atividade física provoca transformações em sua vida, como a melhoria dos benefícios físicos e psicológicos.

    A prática de uma atividade física dentro de um grupo, como foi o caso da realidade estudada, faz o indivíduo idoso conviver com outros idosos que estão passando pelas mesmas mudanças que ele, sendo assim verão que as mudanças ocorrem com todos e não somente com ele. Aliado a isso, os idosos começam a sentir os beneficios da prática da atividade física em seu corpo, desse modo melhorando sua auto estima e consequentemente sua imagem corporal.

    Por se tratar de um ambiente descontraído, o idoso relaxa e entra em outro mundo, onde ele pode esquecer de seus problemas diários e aproveitar ao máximo todos os benefícios que a atividade física fornece.

    A velhice não deve significar para o idoso a solidão, o sedentarismo, enfim, o término da vida, o idoso deve ser um indivíduo ativo na sociedade, uma vez que faz parte dela tem seus direitos e deveres e deve exercê-los e evitar de cair na mesmise do dia-a-dia.


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