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Qualidade de vida para os idosos imigrantes italianos: o caso da comunidade trentina de Piracicaba/SP

   
Núcleo de Pesquisa em Corporeidade
e Pedagogia do Movimento - NUCORPO
Faculdade de Ciências da Saúde
Universidade Metodista de Piracicaba - SP - UNIMEP
(Brasil)
 
 
Ms. Maristela Negri de Oliveira Marrano
Dr. Wagner Wey Moreira
Dra Regina Simões

rrsimoes@unimep.br
 

 

 

 

 
Resumen
    O presente artigo procura identificar o significado de Qualidade de Vida junto a uma comunidade idosa de imigrantes italianos, mais precisamente, uma colônia trentina localizada nos bairros de Santana e Santa Olímpia do município de Piracicaba/SP. O universo de pesquisa é representado por 13 mulheres praticantes de atividades físicas sistematizadas, com idades entre 52 e 76 anos que se manifestaram frente a seguinte questão geradora: O que significa para você qualidade de vida? As respostas foram analisadas segundo uma adaptação da Técnica de Análise de Asserção Avaliativa proposta por Simões (1998), a partir da metodologia de Análise de Conteúdo de Bardin (1977). Como principais resultados tivemos: 11 sujeitos mostraram a importância da atividade física em suas vidas, em especial a prática de hidroginástica, dança e caminhada; 8 integrantes da pesquisa indicaram que qualidade de vida é ter saúde, significando isto, além de realizar atividades de lazer, de estar bem emocionalmente, de estar bem corporalmente, integrar-se na vida comunitária, condição importante para se possuir uma vida saudável; outros 6 sujeitos associaram qualidade de vida a uma boa convivência familiar; finalmente 4 sujeitos relacionara qualidade de vida ao direito de ser cidadão, significando isto ter acesso ao trabalho, a um salário digno, direito às férias e à assistência médica. É possível identificar uma certa coerência entre os pressupostos teóricos referenciados e o resultado da pesquisa de campo.
    Unitermos: Qualidade de vida. Terceira Idade. Imigração Italiana.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 98 - Julio de 2006

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Introdução

    Relacionar qualidade de vida com a terceira idade tem sido alvo de artigos, dissertações de mestrado e teses de doutorado produzidos ultimamente nos meios acadêmicos. No entanto, nem sempre essa preocupação remete ao devido sentido tanto do termo qualidade de vida quando da vida existencializada pelos idosos.

    O objetivo deste artigo é investigar qual o sentido de uma vida qualitativa na opinião de idosos que praticam atividades físicas sistematizadas em uma comunidade de italianos residentes na cidade de Piracicaba/SP. Para esse fim, a estrutura do escrito se apresenta da seguinte forma: num primeiro momento tentamos (re)significar o termo qualidade de vida, pois este não pode ser confundido apenas com um aumento de longevidade, quando o assunto é terceira idade; no segundo momento realizamos uma pesquisa de campo junto a um grupo de idosos da colônia Trentina dos Bairros Santana e Santa Olímpia, levantando indicadores de suas respostas frente a questão geradora: O que significa para você qualidade de Vida?; no terceiro momento associamos as respostas dos sujeitos com a produção teórica sobre qualidade de vida, procurando identificar pontos convergentes e divergentes entre esses dois fenômenos (idosos e qualidade de vida).


Qualidade de vida e Terceira Idade: alguns indicadores

    O termo qualidade de vida tem sido apregoado como uma nova solução para os males da humanidade, quase sempre associado a propostas tipo: "novo tratamento ou novo recurso terapêutico"; "filosofia de vida alternativa"; "novos manuais de auto-ajuda"; "formas emergentes de atividades física e de exercícios mentais de relaxamento". Enfim, a idéia preponderante é a melhoria de vida do cidadão neste planeta, assumido como um lugar inóspito, "naturalmente" complicado para a vida em comunicação e em comunhão social (MOREIRA, 2001).

    Muitas vezes essa literatura individualizante deixa de apontar que existem grandes transformações que influenciam a qualidade de vida como: a globalização, a insegurança econômica, as dificuldades financeiras, os novos padrões de comportamento gerados pela competição acirrada, a forte concorrência e o surgimento de novos valores no mercado de trabalho.

    Além de tudo isto, é sempre oportuno lembrar que a forma de organização da sociedade atual, estruturada em grandes conclomerados populacionais, proporciona outros problemas, identificados como a violência urbana, o trânsito caótico, a poluição do ambiente pelas descargas tóxicas, a solidão e mesmo as corrupções dos organismos e dos integrantes governamentais, tudo contribuindo para a ausência de uma vida qualificada.

    Este quadro tem gerado, entre outras conseqüências, índices de morbidade e mortalidade, associado a enfermidades crônicas não transmissíveis e ou degenerativas, em especial se aliadas ao processo hipocinético, oriundo do sedentarismo ou do estilo de vida inativo (NAHAS, 2001).

    Daí a necessidade do entendimento adequado do que é qualidade de vida, para a possibilidade de produção de conhecimento e de propostas visando o alcance de políticas públicas que criem, recriem e desenvolvam o sentido de qualidade de vida como um direito do cidadão.

    Entender o termo qualidade de vida, nos remete a Minayo et al (2000, p. 8), ao dizer:

[...] considerar como qualidade de vida boa ou excelente aquela que ofereça um mínimo de condições para que os indivíduos nela inseridos possam desenvolver o máximo de suas potencialidades, sejam estas: viver, sentir ou amar, trabalhar, produzindo bens e serviços, fazendo ciência ou artes.

    Neste entendimento, percebe-se uma noção eminentemente humana, muitas vezes perdida quando o sentido está atrelado a consumo, a idéia de vencer a qualquer custo, a explorar recursos independente de um olhar panorâmico e mais permanente para a raça humana como tal.

    Para atingirmos a este conceito, Moreira (2001) já apontava alguns alertas para evitar equívocos no trato com o tema. O primeiro, trazia a idéia de que devemos aprender com o passado. Já em sua Didática Magna, Comênio demonstrava que qualidade de vida exigia uma vinculação entre saúde, higiene e educação. Este autor demonstrava que prolongar uma vida saudável estava relacionada ao sentido de uso ou utilização que fazemos da vida; com um bom uso da vida, ela será longa e suficiente, já um mal uso dela será curta e insuficiente. A qualidade de vida aí estava relacionada aos cuidados com o corpo, evitando excessos e melhorando a convivência com o próximo. Já hoje, em vários discursos sobre qualidade de vida, este parece um valor por si só, descartando-se as preocupações sobre como vamos utilizar esta vida.

    É ainda em Moreira (2001, p. 13) que vamos encontrar os argumentos:

O prolongar a vida é um valor biologicamente desejável, posto como um valor cultural. Prolongar a vida, hoje, torna absoluta a cronologia, traduzida como longevidade e esperança de vida, e a falta de cuidados para atingir esse fim é alertada por campanhas contra seus riscos, pelo valor negativo para as finanças públicas nos gastos com a saúde. Não faz parte da preocupação atual do movimento da qualidade de vida o que cada um deve fazer com sua própria vida, bem como na relação que cada um estabelece com a vida de seus semelhantes, quando beneficiado com o aumento dos anos que deverá viver.

    Um segundo alerta do mesmo autor diz respeito ao fato de que o assunto qualidade de vida não pode ser pensado da forma linear preconizada pelo paradigma cartesiano, pois, neste caso, podemos prever o futuro de uma vida com qualidade calcado apenas na tecnocracia. Aqui o autor apropria-se do pensamento de Morin que diz:

A futurologia dos anos 60 colocava que o passado era por demais conhecido, que o presente era evidentemente conhecido e que a base de nossas sociedades era estável, considerando que, nessas bases seguras, o futuro se forjava no e pelo desenvolvimento das tendências dominantes da economia, da técnica, da ciência (...) Mas, na realidade, os futurólogos edificaram um futuro imaginário a partir de um presente abstrato. Um pseudopresente alimentado à base de hormônios substituiu-lhes o futuro. As ferramentas grosseiras, mutiladas, mutilantes, que lhes permitem perceber, conceber o real, cegaram-nos não só para o imprevisível, mas também para o previsível. (...) Isto porque, aqui, ainda e principalmente, para conceber o devir histórico é preciso substituir por uma concepção complexa a concepção simplista reinante (MORIN, 1986, p. 307).

    O tema qualidade de vida é presente, e pensá-lo para o futuro, com base nas perspectivas do presente, requer olhá-lo na pluralidade das perspectivas do presente, pois estas são necessárias para as prospectivas do futuro. Pensar o tema qualidade de vida na perspectiva da complexidade faz-nos lembrar que o século XX foi considerado o século de grandes progressos, de grandes descobertas, mas, ao mesmo tempo, foi o século onde se apresentaram grandes horrores, grandes guerras mundiais, onde por um lado havia o desenvolvimento e por outro o subdesenvolvimento. O conhecimento complexo, ou melhor dizendo, assumir o paradigma da complexidade, nos remete a saber e a considerar a interdependência de ver, perceber, conceber e pensar, dando-nos oportunidade de reconhecer os limites do próprio ato de conhecer.

    A mudança de paradigmas nos impõe também uma mudança de valores e este é o terceiro alerta. Moreira (2001), apropriando-se das idéias de pensadores modernos como Merleau-Ponty, Capra, Maturana, Prigogine, dentre outros, revela que hoje devemos deslocar os valores calcados na auto-afirmação para o eixo da integração, indo da expansão para a conservação, da competição para a cooperação, da quantidade para a qualidade e da dominação para a parceria. Isto exigirá também o deslocamento do eixo do pensamento auto-afirmativo para o integrativo, passando do racional para o intuitivo, da análise para a síntese, do reducionista para o holístico, do linear para o não-linear (CAPRA, 1999).

    Já o quarto alerta defendido por Moreira (2001) está relacionado a superação da visão de mundo industrializado, no qual trabalho significa dever calcado na ética utilitarista e ócio como um descompromisso com o desenvolvimento da humanidade. Aqui, apropria-se de De Masi (2000) quando este analisa os temas da sociedade pós-industrial, do tempo livre, da criatividade, da globalização, do desenvolvimento, do trabalho e do emprego.

    O próprio De Masi (2000) afirma que na sociedade pós-industrial os princípios a serem considerados devem ser os da solidariedade, da participação, do prazer criativo, o que propiciará algumas palavras-chave para o futuro, calcadas em valores como:

Aqueles que já citamos várias vezes: intelectualização, emotividade, estética, subjetividade, confiança, hospitalidade, feminilização, qualidade de vida, desestruturação do tempo e do espaço e virtualidade. Uma menor atenção ao dinheiro, à posse de bens materiais e ao poder. Uma maior atenção ao saber, ao convívio social, ao jogo, ao amor, à amizade e à introspecção (DE MASI 2000, p. 271).

     Como nossa pesquisa irá estar centrada em pessoas praticantes de atividades físicas, o quinto alerta de Moreira (2001) também parece procedente, pois este relaciona-se a uma epistemologia da motricidade humana, considerando que o objeto de estudo da motricidade é o ser humano quando realiza ações que o levam a melhorar-se, ou melhor dizendo, o estudo do ser humano que se movimenta intencionalmente visando à auto-superação, necessidade essa realizada para a garantia de uma vida com qualidade. O autor observa que:

Assim, deveremos ter: na aprendizagem afetiva, valores pessoais como agressividade, amizade, ódio, amor, alegria, prazer, frustração, êxito, entre outros; na aprendizagem relacional, valores sociais como cooperação, competição, participação, luta, segregação, justiça, entre outros; na aprendizagem cognitiva, valores dos conceitos elaborados como lógica, imaginação, resolução de problemas, compreensão, reflexão, entre outros. A todas essas aprendizagens, somar-se-ia a aprendizagem da motricidade, com os procedimentos relacionados ao "fazer onde": as capacidades perceptivas dariam conta da aprendizagem da espacialidade, da temporalidade, da corporeidade, do equilíbrio, das coordenações e outras; as capacidades inerentes, para realizações em que estivessem presentes força, flexibilidade, resistência e velocidade; as capacidades sociais, para atividades de aprendizagem realizadas com os outros, no sentido da expressão, da comunicação, do jogo, do esporte, da dança; finalmente, os procedimentos do fazer, inerentes à motricidade, poderiam ser objeto da aprendizagem de habilidades de saltar, levantar, recepcionar, golpear, subir, carregar, entre outras (MOREIRA, 2001, p. 24).

    Todos estes alertas devem ser levados em consideração quando pensamos sobre qualidade de vida neste tempo, neste espaço e neste momento de presentidade viva.

    Qualidade de vida está relacionada, ainda, tanto a condições materiais como não materiais almejados e exercidos pelos indivíduos de uma comunidade ou sociedade. Os primeiros são construídos e guiados por tradições, hierarquias, valores e necessidades elementares da vida humana, direitos humanos, desenvolvimento social e realização pessoal. Já o segundo, associado aos aspectos mais subjetivos como prazer, amor, liberdade, solidariedade, inserção social, realização pessoal e felicidade (MINAYO et al, 2000).

    Um outro aspecto é que os índices de qualidade de vida podem ser aferidos. Tanto que atualmente existem parâmetros de avaliação, sendo um deles o protocolo Whoqol-100, proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), composto por 100 questões, que abordam vários domínios (físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, ambiente, aspectos espirituais, religião e crenças pessoais) e facetas. (FLECK et al., 1999; THE WHOQOL GROUP, 1995)

    Nesta lógica, podemos considerar que discutir qualidade de vida nos permite analisar diversas abordagens, não se tendo uma lógica formal para esta reflexão e sim indícios de uma tendência mais objetiva e outra mais subjetiva.

    Associando o tema qualidade de vida ao ser idoso, é fundamental lembrar que hoje a sociedade se altera em níveis populacionais com o surgimento de um grupo, em sua maioria, ativo e autônomo, que são os idosos. O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que se instaura, sendo que dados estatísticos mostram que o contingente populacional que mais cresce no mundo é o das pessoas que têm mais de 60 anos.

    Estes dados geram alterações demográficas, pois se inicialmente a predominância era de uma população jovem, o aumento da expectativa de vida, a redução do índice de natalidade, a aposentadoria mais cedo, o crescimento industrial e tecnológico, as melhores condições ambientais, nutricionais, de trabalho, de saúde e a possibilidade de participação em espaços de exercícios físicos regulares, incitou a criação de diversas intervenções para esta população, como também a necessidade de conhecer os seus interesses, objetivos, visando propiciar uma vida mais digna e de qualidade (PASCHOAL, 1996; RAMOS, 1993).

    Salgado (1998) nos alerta para o fato de que a velhice, como um processo natural do ser humano, está sujeita a limites, mas também a possibilidades; portanto, exige políticas sociais específicas com o objetivo de integrar o idoso ao meio social e sensibilizar todos os segmentos da sociedade com o intuito de favorecer a sua independência em diversos aspectos ou a manutenção de sua autonomia, independente das dificuldades que possam apresentar.

    Simões (1998), coloca que o envelhecimento não deve ser encarado como um prenúncio da morte, já que esta pertence a cada um de nós e não somente à velhice. Devemos sim, considerá-lo como uma nova fase da vida, como qualquer outra, cheia de desafios, onde os determinantes do dia a dia, os hábitos de vida, os fatores individuais: morfológicos, ambientais, psicológicos, hereditários, culturais, intelectuais, os raciais, se apresentam como fatores significativos no processo de envelhecimento, que é essencialmente individual (MAZO et al 2001).

     Néri (1999), considerando a existência de um consenso sobre padrões de envelhecimento, a partir de modificações fisiológicas que acontecem no decorrer da vida, identifica três aspectos no processo de envelhecimento.

    O envelhecimento primário ou normal, que diz respeito às mudanças intrínsecas ao processo, apresentando uma diminuição da capacidade de adaptação do indivíduo. Trata-se de um fenômeno universal, progressivo e irreversível, porém não patológico. Ele se caracteriza pela redução do sono, aparecimento dos cabelos brancos, das rugas, a diminuição da massa óssea e muscular, da força, do equilíbrio entre outros. Já o envelhecimento secundário se refere ao fenômeno que apresenta alterações ocasionadas por doenças associadas ao envelhecimento, como: doenças cérebro-vasculares e as cardiovasculares, esclerose múltipla, Mal de Alzheimer, entre outras. O envelhecimento terciário se relaciona ao declínio terminal, onde ocorre grande perda física e cognitiva, em um período relativamente curto de tempo, normalmente levando à morte.

    Percebe-se então, que o processo de envelhecimento não é um processo único e nem dependente de apenas um fator, podendo, acarretar, também conseqüências sociais e psicológicas. Entretanto, "[...] a aparição mais marcante é a diminuição das reservas orgânicas do indivíduo, com uma regressão anatômica e funcional de todo organismo e notoriamente a diminuição do rendimento cardiovascular e respiratório" (SIMÕES,1998, p. 21).

    Ao mesmo tempo, com o propósito de preparar os indivíduos para enfrentar da melhor maneira possível essa fase da vida, os estudos demonstram que a prática regular de exercícios físicos, é significava dentro de um processo profilático visando manter e resgatar a qualidade de vida do idoso.

    Diante destas considerações, ou seja, da relação dos temas qualidade de vida e ser idoso, nos propusemos e investigar como o idoso pensa a qualidade de vida, centrando nosso olhar para os idosos que praticam atividades físicas em uma comunidade de imigrantes italianos, realidade bem presente em nosso dia-a-dia. Será que os idosos dessa comunidade podem referendar ou podem retificar os pressupostos teóricos vistos anteriormente sobre qualidade de vida? Será que os autores que hoje escrevem sobre o tema estão caminhando nas trilhas corretas de análise desse fenômeno? Estas são algumas das inquietações que deverão ser respondidas quando da análise da pesquisa de campo por nós realizada.


Comunidade Trentina de Santana e Santa Olímpia: a pesquisa de campo

    A Comunidade Trentina congrega dois bairros rurais: Santana e Santa Olímpia, sendo que vivem aproximadamente 1.800 pessoas, os quais preservam tradições, costumes e cultura. Trata-se da maior colônia trentina/tirolesa que se tem notícia no estado de São Paulo, concentrada num mesmo núcleo.

    Nesta comunidade existe um grupo de idosas que pratica atividades físicas duas vezes por semana, por duas horas, tendo 20 participantes, sendo este o universo a ser investigado.

    Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário com perguntas abertas, visando identificar o perfil e uma geradora definida da seguinte forma: O que significa para você qualidade de vida?

    Após a aplicação do instrumento, o universo ficou reduzido a 13 participantes, em função dos seguintes critérios: concordar em participar da investigação; pertencer à Comunidade Trentina; ter acima de 50 anos e estar presente na data prevista para a coleta de dados.

     As respostas foram analisadas dentro da metodologia Análise de Conteúdo de Bardin (1977), com a utilização de uma adaptação da Técnica de Análise de Conteúdo de Asserção Avaliativa elaborada por Osgood, Saporta e Nunnaly, proposta por Simões (1998).

    Como primeiro momento do desenvolvimento desta técnica, transcrevemos os discursos oriundos da pergunta geradora, não fazendo correções de possíveis erros gramaticais ou ortográficos. Posteriomente, fizemos o levantamento de indicadores, identificados a partir dos juízos de valor presentes nos discursos, para em seguida criar as categorias de análise.


Indicadores de análise

    Considerando os discursos dos sujeitos, temos os seguintes indicadores.

Sujeito 1: 1- viver em família; 2- ter saúde; 3- ter moradia; 4- participar da comunidade e 5 - ter oportunidade de trabalho e lazer.

Sujeito 2: 1- ter família; 2- participar da comunidade; 3- ter emprego e salário; 4- ter saúde; 5- praticar atividade física; 6- ter acompanhamento nutricional; 7- ter religiosidade.

Sujeito 3: 1- praticar exercícios físicos; 2- gostar do espaço onde reside e das pessoas que estão no entorno;

Sujeito 4: 1- ter saúde; 2- fazer hidroginástica; 3- comer bem; 4- ter casa própria e viver bem dentro dela.

Sujeito 5: 1- ter direitos relacionados aos cidadãos; 2- ter emprego; 3- ter residência própria; 4- ter direito a férias e viagens; 5- ter saúde em todos os aspectos; 6 - participar da hidroginástica e da academia.

Sujeito 6: 1- gostar de dançar e brincar; 2- ser feliz com os conviventes; 3- ter amizade; 4- ter força para continuar a ter melhor qualidade de vida.

Sujeito 7: 1- participar das atividades físicas em grupo; 2- trabalho doméstico e em comunidade; 3- ler; 4- assistir televisão; 5- viver tranqüila, com saúde; 6- ter oportunidade de passear, viajar; 7- estar com a família, sentindo amor deles; 8- comer tudo que seja bom para a saúde e poder viver mais e melhor.

Sujeito 8: 1- praticar exercícios; 2- ter boa alimentação; 3- ter casa para morar.

Sujeito 9: 1- é saúde; 2- disposição para fazer tudo que está ao seu alcance; 3- participar das atividades em família e da comunidade; 4- viajar; 5- fazer atividades em grupo; 6- caminhar; 7- ajudar os outros; 8- ler bons livros e revistas; 9- assistir bons programas de televisão; 10- ter disposição para fazer compras; 11- fazer trabalhos domésticos; 11- alimentar-se bem; 12- ter religião e praticar.

Sujeito 10: 1- ter residência própria; 2- ter emprego com salário digno; 3- ter assistência médica decente; 4- ter direito a férias e passeios; 5- residir em Santa Olímpia; 6- participar das atividades na comunidade; 7- participar da hidroginástica e academia.

Sujeito 11: 1- viver bem; 2- ter amizade com todo mundo; 3- ter saúde; 4- praticar atividade física; 5- ter boa convivência com a familia.

Sujeito 12: 1- viver bem; 2- ter saúde; 3- ter sossego; 4- viver com o próximo; 5- fazer caminhada e exercícios para a saúde.

Sujeito 13: 1- poder dançar; 2- fazer ginástica; 3- participar das atividades na comunidade.


Categorias de análise

    A partir dos discursos, foram construídas Categorias que estão explicitadas no Quadro 1, associando a fala de cada um dos sujeitos participantes.

Quadro 1 - Categorias e Respectivos Sujeitos


Análise do discurso sobre o significado de qualidade de vida

    Embora o grupo de atividade física da Comunidade Trentina esteja aberto para a participação de ambos os sexos, constatamos uma totalidade do sexo feminino. Segundo Simões (1998), esta incidência maior de mulheres se deve ao fato da coragem em aceitar as novas situações e a busca de novas formas de experenciar a vida. Ademais a justificativa dá-se também pelo fato de que muitos homens ainda trabalham no horário comercial, o que concorre com o oferecimento das atividades físicas.

    Com intuito de esclarecer quem são as participantes, foram levantadas algumas características pessoais. As integrantes deste estudo tem de 52 a 76 anos, sendo sete classificadas como pertencentes à meia idade segundo a OMS e seis classificadas como idosas. As casadas totalizam dez e as solteiras três.

    Indagadas sobre o nível de escolaridade, obtivemos os seguintes resultados: seis possuem o Ensino Fundamental incompleto, duas com o Ensino Fundamental completo, quatro terminaram o Ensino Médio e apenas uma tem nível superior finalizado.

    Essas informações apontam que a maioria das idosas Trentinas, participantes do grupo de atividade física, apresenta um grau de educação formal considerado satisfatório, permitindo, portanto, responder com coerência a pergunta geradora que lhes foi formulada.

    Interpretando as categorias, vemos que o maior ponto de convergência está em Praticar Atividade Física, presente na fala de onze sujeitos, deixando claro a importância da mesma em suas vidas. Entre as atividades citadas destacam-se: hidroginástica, dança, caminhada e ginástica. São atividades que fazem parte da realidade destas idosas, pois estes conteúdos são desenvolvidos regularmente dentro de um espaço pertencente à própria comunidade. Além disto, por tratar-se de um bairro rural está presente o prazer e a facilidade de se caminhar próximo à natureza.

    A associação de qualidade de vida com a prática regular de exercícios está presente na literatura, pois para o idoso significa possibilidade de manter sua autonomia, um meio de contribuir para a saúde, um recurso para lidar com diferentes eventos da vida, possibilidades de interação social, manutenção e desenvolvimento do autoconceito e auto-estima (MATSUDO, MATSUDO, 1992; MAZO et al. 2001).

    Isto também pode ser corroborado com o visto em Moreira (2001) quando este afirma os princípios da motricidade humana e nestes as diversas formas de aprendizagem inseridas.

    Além disto, há ampla divulgação, via meios de comunicação de massa, de que a atividade física é uma das formas de se manter a qualidade de vida na saúde, como pode ser visto na fala do Sujeito 12: Fazer caminhada e exercícios porque faz bem para a saúde, me sinto bem, não sinto mal-estar, ou na do Sujeito 3: Depois que comecei a praticar exercícios me sinto bem melhor, mais disposta, mais feliz.

    Explicitamente, oito sujeitos apontam o termo Ter Saúde, como sendo um dos principais valores atribuídos à qualidade de vida e a uma vida saudável. Segundo Gonçalves e Vilarta (2004), parece haver consenso de que a qualidade de vida para os idosos está relacionada não só a fatores como ausência de doenças, mas também ao envolvimento com a vida (execução das atividades básicas da vida diária como andar, subir escadas ou realizar trabalhos domésticos), envolvimento social e comunitário, além de atividades de lazer; à manutenção das capacidades físicas (resistência, força, equilíbrio, flexibilidade, coordenação); à melhora das capacidades cognitivas (memória, atenção, concentração, compreensão e capacidade de resolução de problemas), ao bem estar corporal (sensações como ausência de dor ou doença, fadiga e distúrbios de sono), ao bem estar emocional (sentimentos negativos e positivos como depressão, ansiedade, raiva, irritabilidade e afeto) e ao autoconceito (percepção positiva ou negativa sobre si próprio, auto - estima).

    Emerge na fala do Sujeito 9 a relação de qualidade de vida e saúde ao dizer: Qualidade de vida é saúde, disposição para fazer tudo o que está ao seu alcance.

    Um item marcante, no discurso de seis sujeitos, foi Participar da Comunidade. Como se trata da maior comunidade trentina concentrada num mesmo núcleo, o envolvimento com a preservação das tradições, folclore, costumes, cultura, dialeto de seus antepassados é muito presente.

    "Fazer parte da comunidade, e esta em especial mantêm as tradições como: dança, coral, pratos típicos, musicas", "Trabalhar e participar das atividades existentes na comunidade" ou "Não troco o bairro por nenhum outro lugar do mundo", são palavras presentes nos discursos. Aqui podemos ver a associação com os pressupostos defendidos por De Masi (2000) no que diz respeito às palavras chave para o futuro, entre elas aos relacionadas ao convívio social, ao amor, à amizade.

    Entendemos que esta questão cria identidade e significado para o grupo, ratificando a fala de Geertz (1989) ao considerar que a cultura é um universo de significados que permite aos indivíduos de um grupo interpretar sua experiência e guiar suas ações.

    Completando o item anterior, aparece a categoria Viver Em Família, citado por seis idosas, explicitando a relevância desta convivência. Vale considerar que os discursos colocam tanto o sentido de ter como viver em família, sendo que esta vivência está agregada a outros valores como viver bem, ser feliz com todas as pessoas que se vive junto, gostar, participar das atividades em sua família e estar sempre no meio dela, sentir o amor deles (Sujeito 7).

    É importante destacar este apoio é extremamente significativo, pois para o idoso ser relegado a um segundo plano, no interior da própria família, em função da inversão de papéis, em que o idoso passa de responsável pela família, de elemento integrador e gerador de equilíbrio, respeito e sobrevivência dos constituintes do grupo, para apenas um simples elemento desse mesmo grupo, pode contribuir para o aparecimento de comportamentos negativos como insegurança, desconfiança, stress, medo, tensão e de inadaptação que, dependendo de sua intensidade ou continuidade, são expressos através de irritabilidade, acomodação ou indiferença, podendo afetar a personalidade, levando o idoso ao isolamento e ao sentimento de inutilidade (SIMÕES, 1998).

    Outra constatação interessante está ligada ao fato de que o grupo de participantes está preocupado com Ter Direitos de Cidadãos, vista na fala de quatro sujeitos. Estes estão relacionados ao ter oportunidade de trabalho com salários dignos, férias e assistência médica decente. As idosas não estão apenas preocupadas com o ter direito, e sim fazer valer esses direitos: Ter emprego e salários dignos para ter qualidade de vida boa. (Sujeito 2)

    Este fato converge com Minayo et al. (2000), ao afirmar que o patamar material mínimo e universal para se falar em qualidade de vida diz respeito à satisfação das necessidades mais elementares da vida humana: alimentação, acesso a água potável, habitação, trabalho, educação, saúde e lazer, elementos materiais que têm como referência noções relativas de conforto, bem-estar e realização individual e coletiva.

    Ao mesmo tempo, surge uma outra categoria que reforça a condição elementar de sobrevivência que é Ter Moradia, a partir do discurso de cinco idosas. Provavelmente este item tenha surgido em função das dificuldades e ao mesmo tempo necessidade que os imigrantes tiveram para a obtenção oficial das terras onde hoje estão instalados.

    Quanto à categoria Comer bem, nota-se que quatro idosas compreendem que se alimentar bem, ter uma alimentação balanceada é um dos fatores que contribui para uma boa Qualidade de Vida. Segundo nos alertam Mazo et al. (2001), devido aos processos patológicos, ocorrem alterações na digestão, absorção, utilização e excreção dos nutrientes que podem ser resultantes das doenças crônico-degenerativas, e para tanto se recomenda uma reeducação alimentar, ressaltando a importância de manter a ingestão de alimentos saudáveis e líquidos.

    Uma delas amplia esta questão com a preocupação de ter acompanhamento de uma nutricionista para seguir uma alimentação balanceada. Outra com o discurso de comer tudo que seja bom para a saúde para poder viver mais e melhor.

    Na categoria Ter Lazer, surpreendeu-nos os cinco discursos relacionados à oportunidade de se ter lazer, pois as idosas estão preocupadas com a qualidade de sua existência. Vale resgatar alguns discursos onde o lazer torna-se presente: "...passeios, viagem uma vez por ano" (Sujeito 5); "Ler , assistir televisão (Rede Vida (...) ter oportunidade para passear, viajar" (Sujeito 7); "Também para mim, qualidade de vida é você ler bons livros, revistas, estar atualizada e assistir bons programas na TV" (Sujeito 9). Ou seja, não basta ler, é preciso ler algo que lhe dê prazer, não basta ligar a televisão, é preciso escolher bons programas, algo que lhes dê satisfação.

    Torna-se oportuno neste momento recorrermos a Marcellino (2001, p.31) para que possamos entender o conceito de lazer e ao mesmo tempo ratificar o discurso das participantes:

A cultura, compreendida no seu sentido mais amplo - vivenciada (praticada ou fruída) no tempo disponível. O importante, como traço definidor, é o caráter "desinteressado" dessa vivência. Não se busca, pelo menos fundamentalmente, outra recompensa além da satisfação provocada pela situação. A disponibilidade de tempo significa possibilidade de opção pela atividade prática ou contemplativa.

    Em relação a Ter Religiosidade, embora apenas duas idosas tenham mencionado esta categoria: "... ter sua religião e praticá-la" (Sujeito 2), "... é você ter uma religião e praticá-la" (Sujeito 9), elas têm consciência de que não basta ter religião é preciso vivenciá-la, para que se tenha qualidade de vida. Acredito que seja um aspecto de grande valor para as idosas, devido às características observadas na comunidade como a existência de santos enfeitando as diversas residências e o elevado número de sacerdotes e freiras existentes nas famílias.

    De acordo com Goldstein (1993) a relação entre envelhecimento e religiosidade se amplia com o curso da vida, sendo que crenças, comportamentos religiosos, práticas devocionais e atividades ligadas a grupos religiosos organizados estão mais presentes entre os idosos do que em qualquer outra faixa etária, sendo que algumas dessas ações são atribuídas ao crescimento pessoal ou a algum acontecimento marcante na vida.

    Constatamos que Ter Amizade não é um item tão significativo, considerando que apenas duas idosas colocam. Este dado nos surpreende pois vários estudos colocam a necessidade de relacionamentos nesta faixa etária. Talvez possamos dizer que a convivência na comunidade reflita esta questão, pois para que o indivíduo possa estar incluído e possa participar de uma comunidade, a amizade e a boa convivência tornam-se um pré-requisito.

    A amizade permite ao idoso ter uma rede de ligações pessoais, na qual pode trocar afeto, estar com pessoas com disponibilidade para acolhê-lo, sentir-se importante, valorizado e amado (OKUMA, 1998).

    Ainda, segundo Deps (1993), nas relações de amizade a base se faz por consensos de valor e de afeição. Assim, para o idoso, compartilhar de atividades em grupo com pessoas da própria geração é dar oportunidade para que sua qualidade de vida melhore, como pode ser constatado na fala do Sujeito 11: Não adianta ter dinheiro e não ter amizade com ninguém ou do Sujeito 6: Ter amizade com todas as pessoas e espero ter mais força para continuar cada vez mais para ter melhor qualidade de vida.


Considerações finais

    A mídia impõe a idéia de qualidade de vida e de atividade física centrada na figura do corpo padronizado, esteticamente perfeito, o que nesta lógica exclui o corpo idoso de diversas reflexões. No entanto, vários estudos, produzidos atualmente, mostram preocupação com a questão da convivência na sociedade moderna, no que diz respeito a uma possível perda de valores centrados nas relações familiares e de amizade.

    Os dados da presente pesquisa enfatizam a importância da manutenção compartilhada de tradições culturais, pois isto reforça os laços comunitários, mostrando que a qualidade de vida estará presente no existir das pessoas desde que se preserve as possibilidades da vida em conjunto na busca de objetivos comuns.

    Como o grupo pesquisado de senhoras participam de atividades físicas sistematizadas, as questões da preocupação com a saúde, entendida esta não só como ausência de doença, estiveram presentes. Claro está que a saúde biológica, corporal, foi interpretada também na relação com outros corpos, motivando a convivência. Esta constatação é importante e deve ser considerada por aqueles profissionais que trabalham no ensino e na prática de atividades físicas para idosos.


Referências

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revista digital · Año 11 · N° 98 | Buenos Aires, Julio 2006  
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