efdeportes.com
Relações entre ansiedade e psicologia do esporte

   
*Integrante do Laboratório de Comunicação, Expressão e Música,
e Laboratório de Atividade Física e Envelhecimento
**Integrante do Laboratório de Fisiologia Endócrino-Metabólica.

Departamento de Educação Física
Universidade Estadual Paulista - UNESP - Campus de Rio Claro
 
 
Antonio Carlos de Quadros Junior*
Joseane Vicentim*
Daniel Crespilho**

acqj@rc.unesp.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    Nesta breve revisão de conceitos e aplicações, num primeiro momento, é trazido o conceito de ansiedade, desde sua definição ampla até seus dois tipos (estado e traço), sendo discutido também suas causas e efeitos. Após este esclarecimento conceitual, é abordado também em forma de revisão a relação da ansiedade com a prática de atividade física, tanto em nível da busca pela saúde quanto em nível da busca de desempenho competitivo. Como consideração final, tem-se que a ansiedade é um fenômeno complexo, que, como nem sempre é negativo, não deve ser totalmente eliminado.
    Unitermos: Ansiedade. Psicologia do Esporte. Rendimento. Atividade Física.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 98 - Julio de 2006

1 / 1

Definição de ansiedade

    Ao se falar sobre ansiedade, deve-se tomar cuidado com a confusão de conceitos em relação ao medo. Ansiedade e medo são emoções que muitas vezes se confundem, e a distinção entre ambas não é muito clara. Ambas as emoções envolvem padrões fisiológicos e psicológicos que incluem emoções desagradáveis e tensiogênicas, que podem ser percebidas quando se está para começar um jogo, num momento de decisão ou uma situação nova.

    Para Frischnecht (1990), a ansiedade é um estado psíquico, acompanhado de excitação ou inibição que pode comportar uma sensação de constrição na garganta, que surge quando o indivíduo está incerto acerca do que pode fazer, para responder eficazmente ao que lhe é exigido e que é importante para ele (VIANA, 1989).


Tipos de ansiedade

    Spielberger (1966) apurou o conceito de serem feitas duas medidas separadas de ansiedade: uma avaliação chamada ansiedade-traço, representando a disposição da personalidade de modo quase permanente (portanto, estável), e a outra, ansiedade-estado, mostrando as reações do indivíduo a situações ou tensões temporárias.


Causas e efeitos da ansiedade

    É muito limitada a rápida detecção da ansiedade por conta das várias possibilidades de sua origem. No entanto, é sabido que qualquer situação onde haja alguma insegurança, a torcida, os familiares e o próprio professor ou técnico colaboram para este desarranjo emocional (MACHADO, 1997).

    O sucesso, a crítica, e a oportunidade esperada são algumas das tensões vivenciadas pelos indivíduos, e, desta forma, podem ser fatores ansiogênicos, pois dependem da percepção e da interpretação que cada pessoa tem dos acontecimentos (DAMÁZIO, 1997). Quanto ao aspecto de percepção da situação, Frischnecht (1990), declara que a ansiedade é o resultado de uma maneira de encarar o mundo em geral ou uma situação em particular, e da forma como se pensa a respeito dos mesmos. Sendo assim, não é o contexto que torna o indivíduo ansioso (nervoso), mas sim a maneira como este contexto é visto e encarado por ele.

    Os indivíduos com índices altos de ansiedade tendem a ter mau desempenho ao se defrontarem com alguma situação estressante, ao contrário daqueles que apresentam níveis baixos de ansiedade. Os indivíduos que enfrentam tensões diárias, crônicas, amor ou guerra, podem ter um aumento geral nos seus níveis de ansiedade, tornando-se mais vulneráveis a um futuro problema causado pela tensão (DAMÁZIO, 1997).


Figura 1 - Natureza da ansiedade
(Adapt. Ronald E. Smith, in: Sportcare & Fitness - 1/ 88)

     Frischnecht (1990) afirma que a ansiedade é um dos impeditivos mais comuns para uma boa performance. Em casos extremos, seus efeitos criam enormes dificuldades que chegam a perturbar a concentração, pois níveis excessivos de ansiedade tendem a restringir o "campo" de atenção, e o atleta poderá começar a prestar atenção somente a um número de sinais limitados, diminuindo assim sua performance. Os atletas mais ansiosos chegam até a esconder lesões de seus técnicos com medo de não conseguirem manter seu lugar no time. (DAMÁZIO, 1997).

     Segundo Frischnecht (1990), quando se está ansioso ocorre um aumento da freqüência cardíaca, do consumo de oxigênio, da pressão arterial e da freqüência respiratória. Além disso, podem ocorrer náuseas, delírios, secura de boca, sensação de fadiga ou fraqueza, bocejo freqüente, tremores, ações nervosas (como roer as unhas, mexer as pernas, enrolar os cabelos, etc.), sudorese profunda, micção freqüente, fezes soltas, dificuldade em adormecer, aumento de tensão muscular - podendo ocorrer dificuldade na respiração devido à tensão dos músculos do pescoço e garganta (pode ocorrer estrangulamento no sentido literal e/ou figurado).

     De acordo ainda com Frischnecht (1990), a fraqueza, a falta de equilíbrio das pernas, o aumento da freqüência cardíaca e do consumo de oxigênio podem acelerar a fadiga, que é considerado o efeito mais pernicioso da ansiedade. No entanto, a tensão muscular é aumentada, fazendo com que, novamente, seja provocada uma fadiga precoce. Como a ansiedade exige esforço tanto do campo psicológico quanto do físico, temos, como resultado, uma limitação do campo perceptual e dos focos atencionais.

    Conclui-se que um dos efeitos mais ameaçadores da ansiedade é a tendência que o indivíduo tem de extrair pensamentos para evitar ou fugir dos acontecimentos.


Relação com a atividade física (não-atletas)

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (2001), o problema de saúde mental tem se constituído num severo agravamento na sociedade atual e, grande parte destes transtornos estão relacionados a sintomas de estresse, como a ansiedade e a depressão. Tradicionalmente são usados, em seus tratamentos, a psicoterapia e a medicação; no entanto, uma técnica não tradicional de tratamento que tem sido bastante difundida, é a prática de exercícios físicos e esportes. Tanto um como o outro promovem uma redução significativa da ansiedade de estado e os fatores fisiológicos a ela relacionados.

    Existe evidência que a atividade física é capaz de beneficiar o praticante quanto aos estados de ansiedade, tão bem quanto alivia condições físicas que tenham sintomas de humor associados (BYRNE; BYRNE, 1993).

    Dunn, Trivedi e O'neal (2001) concluíram, em revisão de estudos que relacionaram atividade física com depressão e ansiedade, que a há evidências de que a atividade física é capaz de diminuir a ansiedade; e que, ainda que o exercício aeróbico tenha mais potencial, o exercício com pesos também é capaz de reduzir o estado de ansiedade.

    Uma sessão de exercícios aeróbios é suficiente para reduzir a ansiedade em indivíduos que, por algum motivo, se sentem ansiosos. Uma sessão de 50 minutos de ciclismo, a 70% do máximo, é capaz de reduzir o estado de ansiedade por 60 min após o exercício, sendo inclusive que o lactato sangüíneo não é indutor de ansiedade (GARVIN; KOLTYN; MORGAN, 1997).

     Como a ansiedade é algo individual, desejar que o exercício e o esporte alterem este quadro rapidamente é considerado irreal. É necessário um tempo de prática que pode variar entre 4 e 20 semanas.

    Dentre os benefícios individuais do exercício, incluem: redução da ansiedade-estado; redução de níveis baixos e moderados de depressão (CORAZZA, 2005; DUNN, TRIVEDI E O'NEAL, 2001); redução de níveis de estresse associados (BYRNE; BYRNE, 1993; GARVIN; KOLTYN; MORGAN, 1997) auxiliar no tratamento da depressão severa (DUNN, TRIVEDI E O'NEAL, 2001); enfim, benefícios diversos a ambos os sexos e a todas as idades.


Relação com o esporte (atletas)

    De acordo Frischnecht (1990) todas as atividades musculares intensas estabelecem relações com vivências emocionais e, com isso, pode-se dizer que a tensão das reações emocionais atinge sua máxima intensidade em situações de competição. Dessa forma, a preparação psicológica dos atletas ganha uma importância cada vez maior no âmbito esportivo.

    Segundo Machado (1997), as emoções podem tanto inspirar quanto inibir a prestação desportiva. Quando as emoções são positivas, o indivíduo pode, facilmente, atingir o sucesso. No entanto, quando toda a excitação se transforma em ansiedade, o atleta, provavelmente, começa a cometer erros.

    Para Frischnecht (1990), somente no mundo do desporto podemos encontrar uma performance individual que é examinada por inúmeras pessoas. O resultado dos atletas são sempre julgados e avaliados por milhares de pessoas nos locais de competição, por mais milhares que assistem na televisão ou ouvem pelo rádio. Com tantos recursos disponíveis atualmente, as performances podem ser repetidas, descritas, analisadas e criticadas pelos órgãos de imprensa, estabelecendo pressão ainda maior sobre estes atletas.

    É importante ressaltar, contudo, que quanto mais nos preocuparmos, mais a tensão nervosa cresce. Infelizmente, a excessiva preocupação a respeito da preparação para os treinos, dos comportamentos durante o confronto com os adversários, não auxilia na obtenção de melhor preparação, mas apenas provoca ansiedade em elevado grau. Sendo assim, até mesmo o fato de nos preocuparmos com as preocupações ou com os sintomas que a ansiedade está nos causando, pode se tornar uma fonte adicional desta mesma ansiedade.

    Segundo Cratty (1984), Frischnecht (1990) e Machado (1997), não é incomum os atletas se sentirem nervosos antes de competições desportivas, já que sua auto-imagem ou auto-estima dependem do seu desempenho nestas competições e, dessa forma, estas situações podem se tornar muito assustadoras - ao invés de lutarem por medalha, dinheiro, honras de campeão, luta-se contra o próprio valor; ao invés de aguardar entusiasticamente a oportunidade de atuar, o atleta passa a recear, nervosamente, a aproximação das competições pelo simples medo de falhar.

    Para os autores, embora sejam bem treinados técnica/tática e fisicamente, os atletas respondem de modo diferente aos estímulos externos durante uma competição, pois a pressão transfere-se para a área emocional. Dessa forma, atletas bem preparados podem apresentar transtornos de rendimento durante a competição, enquanto outros podem crescer de rendimento quando esta se apresenta.

    De acordo com Cratty (1973), a relação entre treinador e atleta é determinante no envolvimento desportivo, pois ambos vivem situações de estresse em situações óbvias. Contudo, o modo pelo qual eles enfrentam este nível de estresse reflete o modo pelo qual cada um vai conseguir lidar com as emoções e características individuais do outro (treinador/atleta). Segundo este mesmo autor, os atletas passam a maior parte do tempo pensando nos seus treinadores e relembrando as frases ditas por eles, etc. Dentre muitas as qualidades que os atletas apreciam em seus treinadores podemos destacar a capacidade que eles têm de se organizar, motivar e manter uma postura calma.

    Geralmente, é difícil encontrar a combinação terinador-atleta perfeita, no entanto, o profissional competente é visto pelos seus atletas como aquele capaz de entendê-los e tratá-los como seres humanos, além de desportistas. Esta relação, associada a uma formação técnica adequada, fará que o treinador seja uma pessoa bem sucedida profissionalmente.

    Focando especificamente em crianças atletas, Viana (1989) comenta que os pais podem ter uma influência importante na qualidade das experiências competitivas de seus filhos, no desenvolvimento do seu auto-conceito e do controle emocional. Por outro lado, podem pressionar os mesmos demasiadamente ao definirem seu prestígio e auto-imagem de adultos, em função dos êxitos e fracassos dos seus jovens atletas. Nesta perspectiva, o treinador deve ter uma função fundamental na formação, informação e reorientação global das atitudes dos pais dos atletas com quem trabalha. Deve atuar de forma a esclarecer a razão e o objetivo do programa desportivo de seus filhos, além de manter expectativas realistas e ajudar os seus filhos a desenvolverem adequadamente suas próprias expectativas em função dos seus limites e potencialidades.

    Esses jovens atletas demonstram sinais de grande ansiedade e se descontrolam com facilidade. Tais descontroles e sinais de ansiedade são evidências de que algumas etapas não se desenvolveram em suas respectivas épocas, ou melhor dizendo: nos momentos oportunos, adequadamente. Muitos são os casos de jovens atletas que mesmo em fase inicial de aprendizagem, ainda que apresentam um crescimento acelerado, são incluídos entre os que estão a disputar um campeonato de alto nível, sem que, efetivamente, atingiram uma fase maturacional ideal para tanto; e muitas vezes nem mesmo atingiram um nível adequado de aprendizado da modalidade para comporem quadros competitivos (DAMÁZIO, 1997). Tais desníveis, evidentemente, causam inquietações em todos os componentes da equipe, a começar pelo principal interessado: o próprio atleta; seguem-se a ele seus companheiros de equipe, que cobram pelo seu desenvolvimento físico; e seu técnico, que apostou muito em seu desempenho (esquecendo-se de que o desempenho atlético é um conjunto de fatores que perpassa do desenvolvimento físico ao cognitivo e emocional).


Controle da ansiedade

     Frischnecht (1990) traz que a parte principal do controle da ansiedade consiste na modificação da maneira de pensar. No entanto, algumas vezes, um atleta pode apresentar um quadro de ansiedade pelo simples fato de não estar bem treinado para a competição e, neste caso, seria insensato preocupar-se com isto. Por meio de uma melhor preparação e de um treino mais eficiente, a ansiedade seria, provavelmente, remediada.

    É de grande importância os fatores sociais, o contexto no qual o atleta e sua equipe estão envolvidos, a vontade de vencer, a motivação, a maturidade pessoal e esportiva, a união e coesão do grupo, os desafios já enfrentados, a história passada da equipe, as perspectivas futuras e, em especial, saber o que cada um, cada equipe está apostando em determinada partida, pois esta expectativa irá comandar o que poderá acontecer posteriormente.

    Para o controle da ansiedade no esporte, a literatura tem apontado diversas estratégias, como por exemplo, relaxamento, visualização no caso do excesso e exercícios de ativação de metas, no caso de baixa ansiedade. Porém, não basta um treinador saber as estratégias de preparo físico e técnico de seus atletas. Ele deve possuir também capacidades de ensinar-lhes a lidar com seus estímulos de estresse. Existem competências psicológicas que o atleta deve aprender a dominar, para responder efetivamente às exigências da competição (VIANA, 1989).

    Outra forma de controle da ansiedade se dá através de jogos, pois, se o "Ego" é a expressão do princípio da realidade que se desenvolve a partir do "real", o jogo seria um meio de descarregar impulsos agressivos, pouco aceitáveis pela sociedade. A visão psicanalítica freudiana enfoca o jogo como uma forma de mecanismo de defesa do Ego contra a ansiedade frente às situações da vida cotidiana. Tal mecanismo de defesa pode vir através de fantasias, cujo aspecto simbólico carrega a tentativa de lidar com a angústia associada aos aspectos racionais (DAMÁZIO, 1997).


Considerações finais

    De acordo com o exposto, os atletas de competição não são diferentes dos não-atletas em termos de ansiedade-traço e ansiedade-estado; atletas de elite não divergem muito dos desportistas menos habilidosos no que diz respeito a aspectos relacionados com a ansiedade de um modo geral, ou com a ansiedade específica em competições; o grau de ansiedade específica que os atletas possuem, em confronto com situações reais de competição, diminui gradualmente com a idade e com a experiência adquirida.

    Assim, podemos concluir que a ansiedade-estado nem sempre tem efeito negativo sobre a execução do movimento; que o papel desempenhado pela auto confiança é de extrema importância; e que cada atleta possui uma banda específica, a zona de ansiedade, na qual as melhores atuações podem ser observadas.

    Sendo assim, concluímos que a ansiedade não deve ser totalmente eliminada, mas simplesmente ser objetivo de controle, de maneira a não ser aspecto negativo no seu desempenho. A incerteza, causa da ansiedade, é impossível de ser totalmente anulada dada a natureza da situação. Desta maneira, os atletas precisam desenvolver competências psicológicas adequadas. Além do mais, o fato da situação causar estresse pode ser também positivo, uma vez que a mobilização de energias ou a ativação física e mental que prepara o atleta para entrar em ação depende deste tipo de mecanismo.


Referências

  • BYRNE A., BYRNE, D. The effect of exercise on depression, anxiety and other mood states: a review. Journal of Psychosomatic Research, Londres, v. 6, p. 565-574, 1993.

  • CORAZZA, D. I. Influência da prática regular de atividade física sobre sintomas depressivos em idosos institucionalizados. 103 fls. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 2005.

  • CRATTY, B. J. Psycology in Contemporary Sport, Englewwod Cliffs/ NJ: Prentice-Hall, 1973.

  • CRATTY, B. J. Psicologia no esporte. 2ª ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1984.

  • DAMÁZIO, W. A ansiedade no voleibol. 1997. Trabalho de Conclusão de Curso - Instituto de Biociências - Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1997.

  • DUNN, A.; TRIVEDI, M.; O'NEAL, H. Physical activity dose-response effects on outcomes of depression and anxiety. Medicine & Science In Sports & Exercise, Madison, Wis., v. 33, suppl. 6, p. S587-S597, 2001.

  • FRISCHNECHT, P. A influência da ansiedade no desempenho do atleta e do treinador. Treino Desportivo. Lisboa: II série, n. 15, p.21-28, 1990.

  • GARVIN, A.; KOLTYN, K.; MORGAN, W. Influence of acute physical activity and relaxation on state anxiety and blood lactate in untrained college males. International Journal of Sports Medicine, Stuttgart, v. 18, n. 6, p. 470-476, 1997.

  • MACHADO, A. A. Psicologia do esporte: temas emergentes. Jundiaí: Ápice, 1997.

  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório sobre a saúde no mundo - Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2001. 173 p.

  • SPIELBERGER, C. D. Theory and research on anxiety. In: Anxiety and behavior. New York: Academic Press, 1966.

  • VIANA, M. Competição, ansiedade e auto-confiança: implicações na preparação do jovem desportista para a competição. Treino Desportivo. Lisboa: II série, n. 13, p. 52-61, 1989.

Outro artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
http://www.efdeportes.com/ · FreeFind
   

revista digital · Año 11 · N° 98 | Buenos Aires, Julio 2006  
© 1997-2006 Derechos reservados