O que representa a Educação Física para os futuros profissionais da área? |
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*Mestranda em Psicologia Social (UERJ), Graduada em Educação Física (UERJ) **Doutorando em Psicologia Social (UERJ), Mestre em Ciência da Motricidade Humana (UCB/RJ), Prof. Assistente da Universidade Veiga de Almeida |
Kalyla Maroun* kalylamaroun@yahoo.com.br Valdo Vieira** valdovieira@yahoo.com.br (Brasil) |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 96 - Mayo de 2006 |
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Introdução
A prática da atividade física e do culto ao corpo nunca esteve tão enaltecida como hoje na sociedade contemporânea. Concomitantemente a este fato podemos observar claramente a ampliação e o desenvolvimento de novos campos de intervenção profissional possíveis para o educador físico.
A profissão vem se expandindo, galgando novos espaços e objetivos, e ainda, conquistando um número cada vez maior de novos estudantes interessados em seguí-la.
Na busca por suprir esta demanda novas Instituições de Ensino Superior têm oferecido este curso de graduação. Aliado a este acontecimento algumas mudanças nos currículos estão sendo propostas com o objetivo de se atender aos novos mercados de trabalho que vem se ampliando na área extra-escolar. E podemos salientar que são estes os campos que vêm ganhando mais prestígio social.
Nesse sentido o objetivo do estudo é identificar e compreender alguns sentidos que norteiam a concepção de educação física nos discentes pertencentes ao curso de educação física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Uma vez compreendido estes sentidos ter-se-á subsídios para inferir se o processo de formação deste futuro profissional lhe oferece uma visão compatível com a abrangência que caracteriza a educação física.
ContextualizaçãoDe acordo com o livro Coletivo de Autores (1992) perguntar o que é a educação física faz sentido apenas quando a preocupação é compreender essa prática para transformá-la. Diferentes respostas têm sido historicamente construídas sem, contudo, contribuírem para a superação da prática conservadora existente.
Neste mesmo trabalho algumas respostas sobre o que é educação física, carentes de uma teorização mais ampla foram abordadas, como por exemplo: educação física é educação por meio de atividades corporais; educação física é educação pelo movimento; educação física é esporte de rendimento; educação física é educação do movimento; educação física é educação sobre o movimento.
A educação física surge de necessidades sociais concretas que, identificadas em diferentes momentos históricos, dão origem a diferentes entendimentos do que dela conhecemos. No entanto, quando nos remetemos ao seu papel atual nas escolas sabe-se que ela é uma disciplina que trata, pedagogicamente, do conhecimento denominado cultura corporal, que visa apreender a expressão corporal como linguagem.
Se levarmos em consideração que os jogos, lutas, ou ginásticas expressam-se por gestos, não poderemos esquecer que esta linguagem é ao mesmo tempo orgânica, cultural, social e que instaura também uma forma de comunicar, podendo inclusive ser considerada símbolo. Os gestos são considerados um sistema comunicativo e obedecem a regras e normas preconizadas pela cultura vigente (MENDES, 2001).
Neste sentido, segundo Bohm e Peat (1989), a educação física poderá buscar o diálogo entre as diversas áreas de conhecimento e assim, proporcionar a comunicação entre as áreas aparentemente distintas (como as ciências naturais e humanas), sem preconizar a hierarquização dos saberes.
A experiência mostra que a formação profissional do educador físico, em seu desenrolar, foi se comprometendo com objetivos sociais e de promoção de conhecimentos científicos ditados por outros segmentos profissionais, 'de fora para dentro'.
No caso da educação física devemos ressaltar que, hoje, existem duas possibilidades de formação para o graduando: licenciatura ou bacharelado. Para tanto existe uma diferenciação nos currículos. Isso quer dizer que os cursos de educação física se organizam de forma que supram tanto a prática pedagógica escolar como também toda a prática extra- escolar.
Segundo Andrade (2001), foi no ano de 1987 que foi proposto uma dupla graduação: licenciatura e bacharelado sem, contudo, se abandonar uma grande discussão que se iniciava acerca da interpretação do que seja um ou outro.
Os que defendem a criação dos cursos de bacharelado acreditam que esse empreendimento trará contribuições para a qualificação dos profissionais de educação física e ajudará a construir uma produção científica na área, elevando o nível dos cursos e, conseqüentemente, proporcionando seu reconhecimento nas comunidades acadêmica e social.
Os contrários a essa posição, embora reconheçam as pressões decorrentes da ampliação do mercado de trabalho e a própria fragilidade dos cursos que tem formado professores de educação física, acreditam que a criação de cursos de bacharelado fragmentará ainda mais a formação desses profissionais, promovendo a divisão entre os que produzem e os que transmitem conhecimentos. Os que se posicionam nessa direção acreditam que, ao invés de contribuir para a elevação do nível dos cursos, o bacharelado acarretará o empobrecimento da área, decorrente da formação especializada.
"Nesse embate, em que vários outros aspectos são destacados, são contundentes as críticas à formação acrítica dos professores de educação física, ao despreparo técnico desses profissionais para atuar no mercado de trabalho e aos currículos dos cursos superiores de educação física, fragmentados e desvinculados da realidade" (BORGES, 1998, p.32).
Procedimentos metodológicosO estudo de caráter qualitativo teve como amostra dez graduandos em Educação Física pertencentes à UERJ e se desenvolveu através de uma pesquisa de campo onde os mesmos foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada. As duas perguntas consistidas na entrevista foram as seguintes:
Imagine que você foi convidado para ministrar uma palestra para um público diverso sobre o papel da educação física em seus mais diversos campos de atuação. Quais seriam os tópicos principais que você destacaria?
Se você tivesse o poder de influenciar de maneira decisiva uma pessoa muito querida na escolha de sua profissão, qual você sugeriria? Por quê?
Terminada a fase de coleta de dados as entrevistas foram transcritas para posterior análise mediante o procedimento da Análise de Discurso.
A Análise de Discurso visa compreender como os objetos simbólicos produzem sentidos saindo da esfera exclusiva da interpretação. Ela não procura um sentido de forma 'direta' ou 'objetiva', ou seja, não existe um esquema fechado de interpretação. O que existe é um dispositivo teórico que será utilizado pelo analista no momento em que este se dispor a compreender os sentidos desencadeados de acordo com a questão por ele formulada (ORLANDI, 2001).
Os dizeres e as palavras são muito mais do que mensagens a serem decodificadas, já que são produzidas por um sujeito em determinadas condições de produção (contexto sócio-histórico, ideológico), de diferentes lugares empíricos e posições (representadas pelas formações imaginárias). Como resultado temos efeitos de sentidos que muitas vezes não aparecem claramente, mas sim através de vestígios deixados pelos mesmos (ORLANDI, 2001).
Além de condições de produção a memória discursiva também vai influenciar o discurso e seus efeitos de sentido e, nessa perspectiva, ela é tratada como interdiscurso. O interdiscurso representa as formulações feitas anteriormente, já esquecidas, que vão determinar o que será dito em um momento posterior, onde será retomado sob a forma do pré-construído. Portanto, todo o discurso é influenciado pelo já-dito, pela ideologia e pela historicidade (ORLANDI, 2001).
O sujeito é influenciado tanto pela ideologia tal como pela história. Os discursos não se originaram nos sujeitos, pelo contrário, são os sujeitos que entram no processo desta formação e, conseqüentemente, são influenciados por isso. Sendo assim, não há sentidos completos ou constituídos definitivamente, eles vão se modificando ou não, respeitando as necessidades que lhes são atribuídas. A partir daí é que surge a metáfora, o processo polissêmico, quando novos sentidos são formulados e estabelecidos para um mesmo objeto simbólico ocorrendo a ruptura da significação do já dito (paráfrases).
A pergunta em Análise de Discurso não é 'o que é isso' mas sim 'qual o processo de produção do 'isso', o que leva o sujeito a falar de um outro lugar social, a deixar fluir o seu imaginário que se estabelece numa relação direta entre mundo e linguagem através de uma ilusão. É importante ressaltarmos que neste tipo de análise não é cabível o estudo da língua, nem tampouco da gramática, mas sim o discurso com toda a sua idéia de 'curso', 'percurso', ou ainda 'movimento'.
Dados da realidade e análise dos dadosPara que seja possível respondermos a questão proposta pelo estudo torna-se indispensável nos remetermos as marcas lingüísticas provenientes da metodologia por nós utilizada. Sendo assim, é através das marcas lingüísticas encontradas que será permitido compreender e mapear esses sentidos que foram sendo ditos ou não ditos, que estavam subentendidos ou explícitos (ORLANDI, 1992).
Dentre as marcas lingüísticas mais recorrentes em todas as entrevistas destacaram-se:
Educação Física;
Acho.
São através destas marcas que conseguiremos apontar alguns dos sentidos que cada uma das mesmas evoca, o que será exemplificado por um recorte nas entrevistas onde elas tenham sido encontradas.
1. A marca Educação Física obteve os seguintes sentidos:
atividade física;
conteúdo educacional;
saúde;
movimento.
1. a) Educação Física com o sentido de atividade física:
"... eh, parte física da educação física. Eh, fortalece, né, o corpo..."
Este sentido demonstra que não se faz uma diferenciação entre educação física e atividade física. Os dois termos são utilizados como sinônimos pelos estudantes da graduação. Não importa o local. Pode ser na escola, na academia, no lazer, no clube. Tudo o que a educação física pode abordar se desenrola e se desenvolve através da atividade física, sendo esta o aspecto primordial que caracteriza sua prática.
Portanto, este sentido silencia para a questão de termos a educação física representada pela prática da atividade física, o que pode gerar uma redução dos conteúdos trabalhados pelo professor, haja vista que a educação física trata do esporte, dos jogos, das danças, das lutas e dos movimentos gínmicos, orientado para o desenvolvimento do ser humano como um todo, na perspectiva da cultura corporal.
1.b) Educação Física com o sentido de conteúdo educacional:
"... formação do indivíduo, papel da educação física como conteúdo de educação..."
A educação física, como conteúdo educacional, é uma disciplina que trata do conhecimento denominado cultura corporal que visa apreender a expressão corporal como linguagem (COLETIVO DE AUTORES, 1992).
Assim sendo, o sentido de conteúdo educacional remete à idéia da educação física como disciplina escolar. Isso significa que ela tem papel fundamental na formação do aluno enquanto cidadão. Através da sua prática educacional serão passados a ele valores de solidariedade, companheirismo, cooperação, liberdade de expressão dos movimentos em prol da emancipação.
Em contrapartida, podemos dizer que a educação física é uma disciplina como outra qualquer dentro do âmbito escolar, sendo tão importante para a formação integral do indivíduo quanto as disciplinas eminentemente teóricas, tais como: matemática; português; história; geografia sendo, então, um erro inadmissível supervalorizar uma em detrimento da outra. Todas são igualmente importantes e devem ser bem trabalhadas para a realização de um bem maior que vai além de mensuração de conhecimento ou a competição que é tão valorizada e enaltecida na sociedade capitalista. O objetivo principal é formar cidadãos críticos e reflexivos, capazes de transformarem a si próprios, assim como também o meio no qual vivem, no qual estão inseridos, no qual sintetizam o que verdadeiramente são.
1.c) Educação Física com o sentido de saúde:
"... o porquê da educação física, porque a saúde tá em todos os campos, desde a escola..."
A idéia básica é destacar a educação física como sinônimo de saúde. Isso quer dizer que a educação física representa saúde, isto é, a saúde pode ser almejada e alcançada através da educação física. Isso nos permite refletir sobre um possível deslocamento do compromisso das políticas públicas em garantir melhores condições de vida e de saúde a população, visto que esta responsabilidade é profundamente atribuída à educação física nos discursos. Como nos diz Vieira e Santos (2004) devemos ter cuidado em não traçar uma relação causal entre educação física e saúde.
Este sentido silencia para o papel da educação física como realidade pedagógica. O professor de educação física é um interventor social que atua no campo da Educação e da Saúde. Seu maior compromisso é formar cidadãos, indivíduos críticos e reflexivos, a partir de seus conteúdos que lhe são peculiares.
Em todas as suas possíveis atuações, portanto, podemos destacar que a educação física, ao menos para estes discentes, possui sempre um objetivo comum, final, pré-estabelecido: a saúde e nada mais.
1.d) Educação Física com o sentido de movimento:
"... eu acho que a educação física tem tudo a ver com o que é movimento do corpo humano."
A idéia central é destacar a educação física como sendo a realização de todo e qualquer movimento humano. Sendo assim, o sentido de movimento traz consigo a idéia de caracterização. Isso aponta para o fato da educação física só existir e poder ser desenvolvida através da ação corporal.
O movimento humano carrega consigo elementos históricos, éticos, étnicos, técnicos, filosóficos e políticos que devem ser estudados e praticados. Descrever o Homem em movimento é descrever sua inteligência, seus atos e seus sentimentos.
Ora, se a educação física remete a tudo o que tem a ver com movimento humano, então, neste contexto, está sendo silenciado o fato da educação física está presente no dia-a-dia, em todos os momentos, em qualquer situação. Deste modo, todo o movimento deverá ser objeto de estudo da educação física, como, por exemplo, datilografar, tocar um instrumento, pronunciar palavras, entre outras. Ou seja, não havendo distinção de que tipo de movimento se trabalha na educação física tudo deve ser considerado, o que gera uma grande fragilidade em não conseguir apresentar a identidade da educação física e sua especificidade no trato do movimento humano.
Absolutamente toda a capacidade de realização do Homem só é possível graças a sua condição corporal de movimentação. Ele só sobreviveu à extinção porque foi capaz de pensar e concretizar seus pensamentos através das ações corporais. O que adiantaria seu intelecto se ele não pudesse concretizar esses pensamentos? O inverso também é verdadeiro, pois ter a condição de movimentação, condição corporal e não saber utilizá-la também não o levaria a benefício algum.
Destarte, podemos dizer que o movimento humano é uma síntese do que somos e que a educação física transcende o seu papel definido ou determinado. Ela está onde menos se espera, em toda a parte, demonstrando a única realidade do ser humano que realmente se pode ver o que é visível no invisível, parcial na totalidade, representada, então, pela motricidade.
2. A marca Acho devido à particularidade de sentidos evocados vai ser analisada de forma particular. Esta remeteu a apenas dois sentidos principais que foram os seguintes:
insegurança;
incerteza.
A palavra acho, que foi flexionada a partir do seu infinitivo achar é um verbo que, em sua totalidade de aparição, se encontra na 1ª pessoa do singular e, dentre os seus diferentes significados, de acordo com os sentidos que evoca, fica mais próximo dos seguintes: considerar, julgar, supor. Aqui temos alguns exemplos:
"Eh, eu acho que eu não influenciaria para escolher..."
"Mas, além disso, acho que tem o papel de unir as pessoas, sociabilizar grupos..."
"Então eu acho que eu deixaria guardado primeiro..."Tanto nestes trechos como em outros relativos a marca Acho podemos dizer que os entrevistados dão um sentido de opinião, como se estivessem dizendo ao interlocutor aquilo que julgassem o mais acertado em cada contexto. Portanto, eles optam por um ponto de vista sobre a questão formulada e deixam as suas contribuições em todos os momentos, respeitando as suas individualidades.
Para tanto, fica silenciado que eles não possuem total segurança para falar sobre determinado assunto. Eles opinam, sem contudo terem a certeza daquilo. É uma opinião momentânea, passível de mudança e plausível de erros. Por isso, a marca se repete tantas e tantas vezes. A concepção é explanada, no entanto, ela está inacabada, aberta para novas reformulações, em processo de formulação e reformulação.
Considerações finaisEvidenciamos, através da análise das entrevistas, que o aluno da graduação possuí grande dificuldade de caracterizar sua profissão não sendo capaz de expor de forma clara e objetiva sua concepção sobre a educação física. Ele a vê como uma profissão que é diversificada, que tem uma vasta possibilidade de trabalhos distintos. Assim sendo, fica apontado que, para os locutores, ela possui uma grande capacidade de absorção. Como se houvesse um desmembramento da educação física em diversas outras profissões onde a educação física passa a ocupar apenas a posição de denominação de uma área de conhecimento que sustenta a existência de todos que a tem como origem formadora.
Devemos destacar também a questão da insegurança dos entrevistados no momento da elaboração de suas respostas. Havia sempre o tom de dúvida e incerteza, o que demonstrava que eles possuíam uma idéia ainda confusa, indefinida, ou em formação. A palavra acho foi repetida inúmeras vezes, enfatizando ainda mais este fato.
Se o estudante, futuro profissional, apresenta esta dificuldade de caracterizar a educação física isso também se remete à questão de se investigar do que ela trata. Sendo assim, podemos observar que a profissão aparece como sinônimo de saúde e de atividade física. A educação física, portanto, ao menos para o graduando da UERJ representa saúde, atividade física e tudo o que se relaciona com o movimento do corpo humano.
É válido ressaltarmos como um argumento conclusivo que toda esta recente expansão em relação às discussões acerca tanto dos possíveis campos de intervenção da educação física como também do processo de formação deste profissional abriu e impôs novas dúvidas gerando uma grande crise quanto à concepção do que vem a ser a educação física para estes ainda estudantes.
Referências bibliográficas
ANDRADE, Nelson Figueiredo Filho. Formação profissional em educação física brasileira: uma súmula da discussão dos anos de 1996 a 2000. Campinas: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.22, n.3, p. 23-37, 2001.
BHOM, David; PEAT, F. David. Ciência, ordem e criatividade. Lisboa: Gradiva, 1989.
BORGES, Cecília Maria Ferreira. O professor de educação física e a construção do saber. Campinas: Papirus, 1998.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
MENDES, Maria Isabel Brandão de Souza. Corpo, biologia e educação física. Campinas: Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.24, n.1, p.9-22, 2001.
ORLANDI, Eni Puccienelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 3ª edição. Campinas: Pontes, 2001.
ORLANDI, Eni Puccienelli. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. Campinas: UICAMP, 1992.
VIEIRA, Valdo; FERREIRA, Marcos Santos. Perfil dos praticantes de atividade física na pista do Maracanã. Rio de Janeiro: Revista Ação & Movimento, v.1, n.2, 2004.
revista
digital · Año 11 · N° 96 | Buenos Aires, Mayo 2006 |