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Motivação para treinamento esportivo

   
Doctorando
Instituto Superior de Cultura Física
Manuel Fajardo, La Habana
Tutor: Profesor Titular Edgardo Romero Frómeta
Doctor en Ciencias de la Cultura Física
 
 
Msc. Agnaldo Moraes
guinal7@ibest.com.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    Este trabalho terá como preocupação geral fazer um estudo bibliográfico sobre a Motivação e suas variantes durante o processo de treinamento esportivo, analisando os benefícios e malefícios que influenciam o atleta e seu rendimento esportivo nas competições e no treinamento cotidiano.
    Unitermos: Motivação. Treinamento.
 
Resumen
    Este trabajo tendrá como la preocupación general, hacer un estudio bibliográfico en la Motivación y sus variantes durante el proceso de entrenamiento deportivo, y a la vez, analizar los beneficios y perjuicios que influyen en el atleta y su rendimiento deportivo en las competiciones y en el entrenamiento diario.
    Palabras clave: Motivación. Entrenamiento.
 
Abstract
    This work will have as general concern to do a bibliographical study on the Motivation and your variants during the process of sporting training, analyzing the benefits and harms that influence the athlete and your sporting revenue in the competitions and in the daily training.
    Keywords: Motivation. Training.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 94 - Marzo de 2006

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Introdução

    O método da Ciência é formular claras hipóteses e comprová-las, mediante a uma observação cuidadosamente controlada. O estudo científico da motivação começou na época relativamente recente, por tanto uma das mais antigas concepções é de que: "O homem é um ser racional, tem desejos conscientes e usa suas capacidades para satisfazê-los". Neste sentido o atleta deve possuir seus objetivos claros para atingir suas metas.

    Essa foi à idéia básica dos antigos filósofos como: Platão e Aristóteles, dos filósofos medievais como Tomás de Aquino, e dos mais recentes pensadores modernos incluindo Descartes, Holbes e Spinosa. "Em relação ao treinamento esportivo em qualquer ambiente, contendo a motivação constitui-se um dos elementos centrais para sua execução bem sucedida" (GOUVÊA, 1997, p.167) podendo ser de comportamento humano, ou animal, constantemente indaga-se o que uma pessoa pretende, o que influencia sua decisão, o que será importante para ela naquele momento, naquelas circunstâncias, e sabe-se também que cada teoria psicológica possui uma proposta específica sobre o que faz as pessoas se comportarem e atingirem seus objetivos, apesar de muitas vezes não terem consciência dos motivos que influenciam a se comportarem de tal maneira. Em função disso, VANEK e CRATTY (1990) informam que os motivos distinguem-se usualmente, do pensamento e de outros processos cognitivos, pois então, subjacentes a maior parte das atividades humanas. Assim para os mesmos autores, seguindo o mesmo raciocínio tem-se que motivo é definido como um fator interno, que dá início, dirige e integra o comportamento de uma pessoa. Não é diretamente observável, mas inferido explica parcialmente o próprio comportamento do ser e pode ser dividido em dois componentes: O impulso (processo interno que leva a pessoa à ação) e motivação (que termina ou diminui ao ser atingido o objetivo iniciador do impulso (GOUVÊA, 1997, p. 167).

    Vários fatores motivam o ser humano, em seu dia a dia, tanto de forma interna como externa. A força de cada motivo e seus padrões influenciam e são influenciadas pela maneira de perceber o mundo que cada indivíduo possui. E para (RODRIGUES, 1991, p. 26) "Um dos principais fatores que interferem no comportamento de uma pessoa é, sem dúvida a motivação que influi com muita propriedade em todos os tipos de comportamento".principalmente em atletas pois os mesmos dependem na maioria das vezes de seu próprio êxito de treinamento para ter sucesso, principalmente nos esportes não coletivos.

    Angelini (1973) ao citar a posição de Young de 1936 sugere que nenhum comportamento existe sem uma causa motivadora que o determine, sendo esta de suma importância quando se procura entender ações individuais, bem como as coletivas. Para o treinador técnico, o estudo da motivação humana é realmente uma necessidade reconhecida principalmente na sociedade democrática onde os conteúdos, os métodos de aprendizagem devem respeitar os motivos individuais em relação aos alvos a serem alcançados.

    É importante saber que em determinadas circunstâncias, alguns motivos adquirem predominâncias sobre os outros orientando o atleta para certos objetivos, ou seja, direcionando o seu comportamento. Da mesma forma, certos objetivos tem maior intensidade em diferentes atletas, dependemos de fatores como a personalidade de cada um, bem como atletas diferentes podem realizar a mesma atividade animados por motivos diferentes e intensidades diferentes.

    Em função desta viabilidade toda, (MACHADO, 1995) diz que: "A chave do controle do comportamento humano é o conhecimento da motivação, sendo de suma importância à consideração da intensidade dos diferentes motivos, para seu eficiente controle". O autor segue sugerindo que a psicologia tem realçado a importância deste conteúdo, uma vez que a maioria das dificuldades de treinamento desportivo parece ter suas origens com problemas de motivação.

    Outra das compreensões de motivação é a de (ESTEVES, 1980), o qual relata que o desempenho de funções no plano vital e operativo do indivíduo foi o objetivo de estudo: A função energética pede concentração e atenção polarizada no valor a ser alcançado, intensificando a atividade reduplicando energias e esforços para consegui-lo. Já a função direcional faz com que o indivíduo imprima uma direção definida de todos os seus atos e trabalhos, para atingir a sua meta.

    E segundo este mesmo estudo, uma terceira função seria a seletiva, que afastaria distrações e devaneios, eliminando reações dispersivas e excluindo procedimentos operacionais pouco rentáveis ou inúteis para o alcance de seu objetivo.

    Através desta revisão bibliográfica podemos constatar diversos fatores que são variantes no processo motivacional no treinamento esportivo, dentre elas podemos citar: impulso, ação, motivo, prazer, satisfação, ambientalismo,a competição, aspiração para a realização, o moral, vitória, derrota, motivos, nível econômico.

    Que vários autores se encontram e até mesmo se contradizem em seus conceitos científicos para isso é necessário analisarmos algumas dessas variantes.

    O conceito mais predominante da motivação é o de "Impulso". Em conceito foi apresentado em 1918 por Robert S. Woodworth para descrever a energia que impele um organismo à ação, em contraste com hábitos que orientam o comportamento em uma direção ou outra.

    Observando-se a ação de diversas pessoas em diferentes situações pode-se chegar a suposição que a ação se baseia em múltiplos motivos e objetivos. E para colocar certa ordem nesta multiplicidade de objetivos. "Freud acreditou, por exemplo: poder explicar ação do homem com apenas dois instintos, o do sexo e o da morte" (THOMAS, 1983, p. 64).

    Já seu aluno Adler acrescentou o terceiro "o poder", Mc Dougall elaborou dezoito tendências, Murray elaborou uma lista com vinte e sete necessidades, tudo em fim de representar num sistema claro os motivos e objetivos da ação humana.

    E verificando o trabalho desses diversos autores conclui-se que a motivação tem papel importante na determinação de objetivos da ação e pode-se distinguir as seguintes formas de ação, baseadas em suas formas de motivação: ação de performance, ação de adesão, ação de poder, ação de auxílio e ação de agressão e, portanto as decorrências da ação podem ser analisadas por meio de um padrão de processo de motivação que se compõe das divisões: solicitação, motivação, execução, auto-avaliação e conseqüência de ação.

    Para os três grandes filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles "o homem é uno ser extremamente racional, o que o diferencia das outras espécies. Pelo uso da razão e torna-se possível ter consciência de seus próprios desejos e capacidades de satisfazê-los". "Conhece-te a ti mesmo" (SÓCRATES).

    E levando em consideração este conceito tudo se verifica que quanto maior for a consciência pessoal intrínseca das necessidades e desejos do atleta, seja ele principiante ou de alto nível, maior será o motivo e os esforços para satisfazê-los e cada pessoa tem seus desejos próprios inatos que se inter-relacionam com o meio ambiente. E assim atendida a necessidade, ela deixa de ser gerador de comportamento, e isto é: deixa de ser motivador, pois uma vez satisfeita, deixam de existir. Por isso a necessidade de sempre promover novos desafios quando uma meta é alcançada pelo atleta. E assim não é de se estranhar que ficamos perplexos quando (BERGAMINI, 1986, p. 111), citou "A satisfação nada mais é que o oposto da motivação".

A satisfação de uma dada necessidade não paralisa a atuação do ser humano, pelo contrário, o próprio evento de uma dada saciação faz que venha a tona outra necessidade a ser suprida e que disporá nova conduta de busca rumo a um outro esquema produtor, ou seja, a um novo objetivo motivacional a ser atingido (BERGAMINI, 1986, p. 45).

    É interessante para pessoa o nível de aspiração em relação à motivação e a meta que alguém gostaria de atingir para estar satisfeito. "Obviamente as metas pessoais refletem motivação" (SINGER, 1977, p. 49).

    Infelizmente isto não é considerado por muitos treinadores. O nível de aspiração daquele que desempenha é sem dúvida um assunto importante na medida que influência seu nível de comportamento motivacional.

    "O nível de aspiração da pessoa, o nível de desempenho que o indivíduo se empenha explicitamente em atingir, é determinado pela experiência anterior" (LAWTHER, 1973, p. 29).

    Freud, o pai da psicanálise, é denominado como o primeiro psicólogo a falar mais explicitamente sobre tipo de personalidade comportamental motivacional quando estuda o desenvolvimento sexual infantil e divide em fases: 1ª Fase oral: Esta fase perdura por todo o 1º ano de vida da criança, quando sua sexualidade é manifestada através da ação de mamar e qualquer trauma nesta fase determinará na vida adulta, características comportamentais específicas; 2ª Fase anal: Esta se estende pelo segundo e terceiro ano de vida da criança na qual a sexualidade chega a seu tema através da excitação das mucosas anais. Acontecimentos traumáticos nesta fase determinarão adulto do tipo anal; 3ª Fase fálica: Na qual a zona erógena ou de fonte de prazer é transferida para os órgãos propriamente ditos, e as marcas ocorridas nesta fase do desenvolvimento caracterizarão um tipo particular de adulto.

    Vários outros discípulos de Freud continuaram fazendo este mesmo tipo de estudo e apresentam também suas tipologias, Yung, Adler, Erich Fromm. Embora seus escritos tiveram diferentes denominações, mas os comportamentos, objeto de classificação são semelhantes uns dos outros.

    Fromm apresenta uma dimensão a mais que Freud e a chama de orientação de Marketing que a pouco foi descoberta no aspecto mercantil do capitalismo da sociedade segundo esta orientação valoriza-se os demais sobre si mesmo, é que representa o principal traço do caráter dessas pessoas.

    Segundo teorias clássicas em psicologia:

O instinto era considerado como um comportamento espontâneo inato e variável a todos os seres da mesma espécie e que tem por função levá-los a um objetivo que embora desejável não era muitas vezes passivo de conhecimento imediato (BERGAMINI, 1986, p. 43).

    E de acordo com (BERGAMINI, 1986, p. 46), "O objetivo motivacional é então perseguido a cada momento particular em direção da busca será prioritariamente por um fator interno individual".

    E a busca para suprir essas necessidades intrínsecas dentro do meio externo (meio ambiente) gera uma grande "competição" que nos acompanha durante toda nossa vida.

"A palavra competição vem do latim (competere) que significa 'Buscar Juntos' (com, junto e petere, buscar). Ela normalmente subentende uma disputa com outro, ou outros" (Lawther, 1973, p. 32).

    Competição, que para o treinamento esportivo torna-se palavra chave como fator motivacional para o treinamento, o desejo de vencer, o prazer da vitória, da superação, mesmo nas categorias de base de qualquer esporte de rendimento, seja em clubes ou escolas crianças, adolescentes, jovens adoram competir, faz parte de seu extinto natural de sobrevivência existencial, o que muitas vezes torna-se até mesmo preocupante é a forma na qual eles competem, destruindo seus adversários, problema cientifico que o autor não se propõem a falar nesta oportunidade. No entanto é impossível falar de treinamento esportivo sem competição, pois todas ações e manifestações, antes, durante e depois de uma seção de treinamento está centrada na competição.


Conclusão e recomendações

    O bom treinador caracteriza-se pela paciência e estratégia elaboradas para fisgar seu peixe, (atleta), utiliza técnicas de acordo com a espécie e sabe que o tempo influi, o vento, a lua, e não desiste facilmente, inventa formas diferentes, lugares diferentes, em horários diferentes, procura novos rios outras marés, tudo na perseverança de estar satisfeito, vencer, ter prazer e ainda suprir as necessidades, fisiológicas,técnicas, psicológicas e sociais de seu atleta..

    Muitas vezes nos treinadores, técnicos acabamos perdendo nossos peixes,(atletas) por não inovarmos, não ter prazer de estar com o cheiro deles, não darmos motivos de despertarem curiosidades ao novo ao conhecimento e fazermos movimentos iguais em ondas que são sempre diferentes e aplicamos cargas de treinamento não condizentes com a capacidade individual do atleta. È fundamental para o técnico, treinador, saber quais as fontes intrínsecas e extrínsecas que promovam o aumento do índice motivacional comportamental de seu atleta, para que através disso possa promover o mais alto rendimento possível de seu atleta, durante o treinamento esportivo e principalmente nas competições.


Referências bibliográficas

  • ANGELINI, A. L. Motivação Humana. Rio de Janeiro: José Olimpio, 1973.

  • BERGAMINI. Motivação. São Paulo: Atlas, 1986.

  • CHINAPAH, V. Rendimento de Aprendizagem. São Paulo: Atlas, 1999.

  • LAWTHER, D. J. Psicologia Desportiva. São Paulo: Fórum, 1973.

  • MACHADO, A. A. Psicologia do Esporte. São Paulo: Fontoura, 1997.

  • MARCELINO, N,C. A Pedagogia da Animação. São Paulo: Papirus, 1998.

  • MARINS FILHO, L. Socorro! Preciso de Motivação. São Paulo: Harbra, 1994.

  • MASLOW, A. H. Introdução à Psicologia do Ser. Rio de Janeiro: Eldorado, 1966.

  • MURRAY, E. J. Motivação e Emoção. Rio de Janeiro: Zahar, 1973.

  • SINGER, R. N. Psicologia dos Esportes. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1977.

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