A importância da utilização de um programa de atividade física durante o período de imobilização prolongada no leito |
|||
*Doutora em Ciências da Saúde pela UnB. Professora de Educação Física da Rede SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor. **Pesquisador Associado da Universidade de Brasília UnB. Professor da UNIP. Doutor em Ciências Pedagógicas pelo Instituto Central Estadual de Cultura Física de Moscou Rússia. Diretor Geral do Inst. Latino-americano de Atividade Física Terapêutica. |
Prof. Ana Cláudia Raposo de Melo* acraposo@correioweb.com.br Prof. Dr. Ramón F. Alonso López** aft200153@uol.com.br (Brasil) |
|
|
|
|||
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 94 - Marzo de 2006 |
1 / 1
Introdução
A Atividade física, realizada de acordo com as necessidades do organismo, é essencial para o funcionamento saudável do corpo humano, pois todos os sistemas do nosso corpo respondem favoravelmente a atividade física moderada. Por outro lado o organismo humano apresenta uma deteriorização em resposta a redução ou ausência de uma atividade física.
A atividade física vem sendo reconhecida como benéfica na promoção de saúde e prevenção de doenças, havendo relatos antigos sobre esta prática (Ibanez, 1952; Savitz, 1932; Hipocrates, 1993). Adams et al., (1985) ressaltam que o primeiro grego a escrever sobre a ginástica médica foi Heródick, por volta do ano 480 A.C; quando desenvolveu um sistema de exercícios baseado na geometria, visando corrigir as várias fraquezas dos corpos de seus alunos.
Na idade média Hierônimos Merculiares escreveu "De arte Gymnastica" em 1569. Esse foi o primeiro livro moderno sobre o exercício terapêutico. No século XVII Nicholas André propôs exercícios para corrigir deformidades posturais em seu livro "LÓrthopedic" (Adams et al., 1985).
Atualmente a utilização da atividade física como um eficaz método na prevenção e no tratamento das diferentes doenças, vem sendo ampliada (Oliveira et al. 1999). A prática de atividade física tem sido comprovada como benéfica especialmente no tratamento de doenças cardiovasculares, diabetes e doenças pulmonares. A realização dessa prática também tem sido apontada como redutora do risco de ataques cardíacos, câncer, osteoporose e edema pós-operatório (Graydon et al., 1995; Friendenreich e Courneya, 1996; Love & Voge, 1997; Price & Purtell, 1997; Monk et al., 1997).
A ampliação da utilização terapêutica da atividade física, abrange inclusive o período de internação hospitalar, onde podem ser utilizadas atividades físicas, esportivas e de lazer como parte do processo de tratamento e reabilitação (Melo e López, 2002) .
A internação hospitalar pode reduzir a movimentação e realização de atividade física, levando inclusive a imobilidade no leito, podendo ocasionar graves complicações nos diferentes sistemas do organismo humano como a redução na massa magra, aumento na massa gorda, alterações na freqüência cardíaca e na pressão arterial (Convertino, 1982; Haruna et al., 1994; Oliveira et al., 1999; Custaud et al., 2002; Traon et al., 2001; Takenala et al., 2002; Zorbas et al., 2002).
A imobilização prolongada no leito pode gerar ainda alterações metabólicas (Van der Wiel et al., 1991), alterações hemodinâmicas e bioquímicas (Van der Wiel et al., 1991; Crandall et al., 1994; Ferrando et.al., 1996; Oliveira et al., 1999; Zorbas et al., 1999 e 2002; Watenpaugh et al., 2000; Custaud et al., 2002), favorecer o aparecimento de encurtamento e contraturas musculares (Oliveira et al., 1999), aumentar a creatinina sanguínea (Van der Wiel et al., 1991), reduzir o VO2 Max. (Oliveira et al., 1999). Além dos malefícios físicos, a imobilização prolongada no leito predispõe ao aparecimento de quadros depressivos e as alterações no padrão de sono, irritabilidade, dentre outras (Ishizaki et al., 1994, 2002 e 2003; Recal, 2001).
A imobilização prolongada no leito foi identificada como fator de risco para uma variedade de condições clínica negativas, tanto agudas como crônicas, por vezes mais graves do que a doença de base. Sendo assim sugerida a manutenção da atividade física para o bom funcionamento de grande parte dos sistemas do corpo humano (Greenleaf, & Kozlowski, 1982; Convertino, 1997; Krasnoff & Painter, 1999).
Torna-se importante à utilização de atividade física durante o período de imobilização prolongada, baseado em dados como o fato de que a recuperação da atrofia muscular causada pela imobilização prolongada no leito demandará de um período de tempo muito superior ao tempo necessário para causar esta atrofia (Kannus et al., 1998).
Por outro lado a realização de um programa de atividade física durante o período de imobilização mantém a força muscular, reduz a massa gorda, estabiliza a freqüência cardíaca de repouso, previne as reduções volumétricas, mantém o VO2 Max, reduz as alterações nos estados de humor e melhora do estado físico geral, favorecendo assim o processo de reabilitação (Delisa, 1992; Oliveira et al., 1999).
A partir da constatação dos efeitos maléficos da imobilização no organismo humano e da possibilidade de minimização destes efeitos através de um programa de atividade física, fica evidente a necessidade de sua utilização durante todo o período de imobilização no leito. Este artigo tem por objetivo apontar alguns dos benefícios a serem alcançados através da realização da atividade física durante o período de imobilização no leito.
Beneficio da atividade física durante o período de imobilização no leitoOs benefícios da utilização de um programa de atividade física como medida preventiva e até curativa em uma grande variedade de doenças vem sendo ressaltada por diversos autores (Graydon et al., 1995; Friendenreich e Courneya, 1996; Price & Purtell, 1997; Love e Voge, 1997; Monk et al., 1997; Oliveira & Cristos, 1997; Segar et al., 1998; Lee & Taylor 1999; Vogel, 2000; Riceril, 2001), revelando que esta pode ser uma estratégia importante na prevenção e tratamento destas e outras enfermidades.
Segundo Brennan & Miller (1998), as contra indicações para participar de um programa de atividade física são poucas, sendo essas doenças não controladas, estado clínico não estável e a presença de trombose venosa profunda. Não havendo durante o período de imobilização no leito alguma contra-indicação, o exercício físico pode ser realizado inclusive em segmentos corporais imobilizados (Oliveira et al. 1999).
A minimização dos efeitos negativos da imobilização pode ser alcançada através da utilização de atividade física em pacientes durante o período de internação (Booth, 1982; Delisa, 1992). Autores como Hanson (2002), Krasnoff & Painter (1999) e López (2002) apontam que essa atividade física não atua apenas na musculatura recrutada para determinado exercício, beneficiando de forma indireta em todo o organismo, beneficiando vários sistemas ao mesmo tempo, favorecendo assim a manutenção do tônus muscular, melhora cardiovascular, redução da perda de cálcio, melhora do humor, dentre outros.
A atrofia muscular ocasionada pela imobilização é um das alterações mais evidentes e segundo autores como DeRoshia e Greenleaf (1993), Oliveira et al., (1999), Biolo et al., (1995) e Trooster et al., (2002) a realização de exercícios para ganho de força muscular com aumento progressivo da carga pode minimizar esta perda. Estes exercícios devem ser realizados sempre respeitando as capacidades individuais de cada paciente, prevenindo também a osteopenia e a osteoporose pela tensão tendinosa recebida pelo osso no momento da realização do exercício.
Segundo Oliveira et al., (1999) a atividade física durante o período de imobilização, além da atrofia muscular, pode prevenir as reduções volumétricas, pois induz ao ganho de líquido nas proteínas plasmática, auxiliando na estabilização volumétrica.
Frontera et al., (1999) apontam que a imobilização seja por sedentarismo ou por impossibilidade física, pode levar o indivíduo ao descondicionamento físico global tornando-o suscetível a uma série de fatores de risco para a saúde como o aumento de pressão arterial, aumento do peso corporal e diminuição da flexibilidade.
Uma forma preventiva ao aparecimento das complicações geradas pela imobilidade é a realização de atividade física objetivando a manutenção da flexibilidade global, condicionamento cardiovascular, do fortalecimento muscular, redução da gordura corporal e relaxamento (Molz et al., 1993; LeBlanc et al., 1994, 1995; Krasnoff & Painter, 1999; Hanson, 2002). Estes benefícios podem ser estendidos, com a manutenção da atividade física, para o período posterior a enfermidade (Rowland, 2000; Rodrigues, 1997; Delisa, 1992).
Artiles et al., (1997), MacNeil & Rodrigues (1999) e McNeil (2002) sugerem que as contraturas podem ser evitadas com a realização diária de exercícios que utilizem o arco normal do movimento em todos os segmentos corporais, sempre respeitando o limite do paciente.
A utilização de exercícios para ganho de flexibilidade pode reverter às contraturas musculares, mas eventualmente estas podem envolver outras estruturas como os tendões, ligamentos e cápsula articular, sendo necessário uma intervenção cirúrgica ou outros mecanismos que promovam o ganho de amplitude de movimento (Delisa, 1992).
A atividade física auxilia no retorno do sangue venoso devido à ação da bomba muscular, reduzindo a possibilidade da êxtase venosa, auxiliando no não aparecimento da trombose venosa profunda, comum em paciente com imobilização prolongada no leito (Molz et al., 1993).
A inapetência e a constipação intestinal, que são comuns durante o tempo de internação prolongada, podem ser minimizadas com a realização de atividade física, inclusive inclusão de exercícios para fortalecimento da musculatura abdominal, facilitando assim o trânsito intestinal (Oliveira et al., 1999).
Outro benefício da participação em um programa de atividade física durante o período de imobilização é a manutenção do desempenho do sistema cardiovascular que sofre um comprometimento. Este comprometimento ocasiona um aumento da freqüência cardíaca de repouso, onde o pulso aumenta um batimento por minuto a cada dois dias restrito ao leito. Após três semanas de imobilização no leito, serão necessários de 26 a 72 dias de atividade física contínua para retornar ao nível prévio de repouso, o que corresponde a uma redução de 25% do desempenho cardiovascular (Oliveira et al., 1999)
Os estudos de Rowland (2000) sobre os benefícios da prática regular de atividade física apontam seu valor para recuperação do condicionamento físico após a imobilização hospitalar, facilitando assim o período de reabilitação.
A importância da realização de atividades físicas durante o período de imobilização, extrapola apenas os benefícios físicos, auxiliando também na redução das alterações no estado de humor, depressão e neuroses (Ishizaki et al., 2002).
A participação em atividade física e de lazer durante o período de imobilização pode, além dos benefícios já citados anteriormente, auxiliar na humanização do período de internação (Melo & Perna, 2002-a) e despertar a preocupação com a melhoria do bem estar físico (Melo & López, 2003). A utilização de um programa de atividade física durante o período de imobilização no leito são relatados por diferentes autores e alguns dos resultados positivos desta prática vêm sendo demonstrados em diferentes estudos.
Para analisar se um programa de atividade física durante o período de imobilização no leito (exercício isocinético) em membros inferiores atenuaria ou eliminaria a perda de força e resistência muscular durante a imobilização no leito, Greenleaf et al., (1994) avaliaram em seu estudo 19 sujeitos que foram alocados em 3 grupos. O grupo controle não realizou exercícios (n=5). O segundo grupo (n = 7), realizou atividade física em cicloergômetro para membros inferiores durante o período de imobilização no leito e um terceiro grupo realizou treinamento isocinético (flexão e extensão) no joelho (n = 7). A flexão e extensão do joelho e a adução, abdução dos ombros foi medida semanalmente em todos os grupos com a realização de cinco repetições. Após o período de imobilização no leito, a extensão total do joelho no grupo que não realizou nenhuma atividade física sofreu uma redução de 16%. O grupo que realizou atividade física no cicloergômetro apresentou um aumento de 27% nos valores de extensão total do joelho, enquanto o grupo que realizou a flexão e extensão do joelho e o grupo que não realizou atividade física não apresentaram alterações nestes valores quando comparados aos valores pré-imobilização no leito. A avaliação de força muscular não apresentou alteração no grupo controle ou no grupo que realizou a flexão e extensão do joelho, porém no grupo que se exercitou no cicloergômetro, houve um acréscimo de 20% na força muscular. A avaliação de trabalho total dos ombros manteve-se inalterada em todos os grupos, porém o força de torque aumentou em 27% no grupo que realizou exercício no cicloergômetro e 22% nos sujeitos do grupo que realizou flexão e extensão do joelho, permanecendo inalterado no grupo que não realizou nenhuma atividade física durante o período de imobilização no leito.
Bamman et al., (1997) avaliaram a influência da atividade física em 14 dias de imobilização no leito. Para isto 16 homens foram separados em dois grupos, sendo que o grupo experimental realizou cinco séries com 10 repetições de flexão plantar concêntrica e excêntrica com resistência, sendo estas atividades trabalhadas em dias alternados. Foi avaliado a força muscular no teste de uma repetição máxima, já o torque e a velocidade do movimento foram avaliados por dinamômetro. O trabalho de contração concêntrica e excêntrica foi aferido através de dez repetições. A ativação neural foi medida por eletromiografia de superfície. Os resultados deste estudo demonstraram que a força utilizada no teste de uma repetição máxima diminuiu 9% no grupo controle e apresentou uma melhora de 11% no grupo que realizou a atividade física. O torque, tanto na contração excêntrica, quanto na concêntrica foi reduzido em cerca de 13% no grupo controle. A avaliação da força no grupo controle demonstrou uma redução na contração excêntrica (21%) e na contração concêntrica (14%). O grupo que realizou exercícios manteve os valores da avaliação inicial no torque e na força tanto na contração concêntrica como excêntrica. A eletromiografia não apresentou diferenças significativas entre os grupos. Segundo os autores, este estudo demonstra que a utilização de atividade física durante o período de imobilização no leito impede o descondicionamento do músculo flexor plantar induzido pela imobilização no leito.
A imobilização ocorre não somente no leito, podendo ser ocasionado por algum tipo de restrição de movimentos como uma seqüela de uma lesão medular. Haddad et al., (1997) realizaram um estudo com 11 paraplégicos, onde foi avaliado o efeito de treinamento físico sobre a freqüência cardíaca de repouso mediante a realização de exercícios aeróbios de curta duração apenas com membros superiores. Este estudo demonstrou que utilizando apenas os membros superiores na realização da atividade física, pode-se alcançar uma redução de 14% da freqüência cardíaca de repouso após 12 semanas de treinamento. Demonstrando assim a capacidade da atividade física em reduzir os efeitos maléficos da restrição de movimentos.
O treinamento da resistência é sugerido como contramedida proposta para atrofia muscular visando aumentar a síntese protéica muscular e a força do músculo esquelético. Para verificar este dado Ferrando et al., (1997) realizaram um estudo, onde um grupo experimental de seis homens realizou um programa diário de treinamento de resistência. Este programa foi realizado durante o período de 14 dias de imobilização no leito visando à melhoria da síntese protéica muscular, que foi aferida diretamente no músculo vasto lateral. Ao final da imobilização no leito o grupo que realizou exercícios não apresentou alterações significativas nos valores iniciais da síntese protéica muscular. Esta alteração foi significativamente negativa no grupo controle, demonstrando assim que a atividade física durante o período de imobilização no leito pode minimizar a redução da síntese protéica ocasionada pela imobilização no leito.
Izumi et al., (1998) avaliaram a influência do treino de resistência sobre os efeitos da inatividade no índice Glut-4 do músculo esquelético em 19 dias de imobilização no leito. Todos os nove sujeitos avaliados permaneceram deitados no leito durante todo o dia. O treinamento de resistência consistiu em 30 contrações voluntárias máximas isométricas com duração de três segundos cada uma. Os sujeitos pressionavam o pé contra o leito para recrutar os músculos do extensor do tornozelo, do joelho e do quadril. Para execução deste exercício, o ângulo do joelho foi fixado em 90° de flexão. Foi realizada uma biopsia do músculo vasto lateral antes e depois da imobilização no leito. O índice Glut-4 do grupo controle apresentou uma redução significativa após o período total de imobilização no leito. O grupo que realizou exercício durante o período de imobilização apresentou um aumento significativo no Glut-4 (510 e 663 µg minuto - antes e depois da imobilização no leito, respectivamente). Este estudo demonstrou que Glut-4 no músculo de vasto lateral diminuiu em 16% nos sujeitos do grupo controle após 19 dias de imobilização no leito, enquanto no grupo que realizou atividade física houve um aumento de 30% na taxa de Glut-4 comparado aos resultados obtidos no teste realizado antes da imobilização.
A eficácia da atividade física durante 14 dias de imobilização no leito sobre o grupo da musculatura flexora do joelho foi testada por Bamman et al., (1998). Dois grupos de oito homens, sendo que o grupo experimental realizou durante todo o período de imobilização no leito cinco séries de leg-press com 80 a 85% do valor de uma repetição máxima realizada antes da imobilização. Foi utilizada a biopsia por agulha do músculo vasto lateral para avaliação da distribuição das fibras musculares. Foram avaliadas a execução de uma repetição máxima dinâmica no leg-press e a contração máxima isométrica unilateral. A ativação neural máxima foi aferida por eletromiografia e a taxa do desenvolvimento do torque foram medidas durante máxima contração isométrica voluntária. Os resultados apresentaram uma redução de 15% nas miofibras do tipo I e 17% do tipo II nas áreas da seção transversal muscular do grupo controle, não sendo evidenciado alterações no grupo que realizou exercícios. A avaliação de uma repetição máxima apresentou uma redução de 9% no grupo controle e permaneceu inalterada no grupo experimental. A máxima contração isométrica voluntária sofreu uma redução de 15% no grupo controle e de 13% no grupo experimental. Os resultados deste estudo apontam que a utilização de um programa de atividade física durante a imobilização no leito impediu a atrofia muscular.
Clark et al., (1998) avaliaram a influência da atividade física nos níveis de creatinaknase sanguíneos antes e depois de 14 dias de imobilização no leito em 16 homens saudáveis. O grupo controle permaneceu no leito sem realizar qualquer atividade física e o grupo experimental realizou exercícios de resistência durante a imobilização no leito. O treinamento de resistência durante todo o período de imobilização no leito foi realizado através do trabalho de força de Cybex, onde os extensores do joelho e os flexores plantares foram exercitados em dias alternados. Os exercícios foram executados em volume e intensidade capaz de induzir ganhos na força muscular nas mesmas proporções que os exercícios realizados em pé. O volume do exercício e a intensidade foram aumentados progressivamente durante as primeiras três sessões do exercício. O grupo controle apresentou uma redução significativa nos níveis sangüíneos da creatinaknase conjuntamente com uma significativa redução do tamanho da fibra muscular. O grupo que realizou atividade física durante o período de imobilização no leito apresentou um acréscimo significativo nos valores da cratinaknase sanguínea e não apresentaram atrofia muscular.
Através da realização de exercícios isométricos nos membros inferiores, Akima et al., (2000) avaliaram a utilização de atividade física durante o período de imobilização no leito. Foi realizado pelo grupo controle três séries de exercícios isométricos com 30 repetições mantendo sempre 30 segundos de intervalo entre as repetições. A ressonância magnética avaliou o volume do músculo da coxa e perna direita, comprimento do músculo e comprimento das fibras musculares. O volume máximo de contração durante a extensão do joelho também foi aferido. O grupo experimental não apresentou diferença significativa na área total do músculo, porém no grupo controle houve uma redução de 7,8% na área total do músculo. A força de contração se manteve no grupo experimental e reduziu 1% no grupo controle. O comprimento do músculo reduziu em 16% no grupo experimental, sendo este dado considerado pelos autores como significativo. Estes resultados, sugerem que a realização de exercícios isométricos durante o período de imobilização no leito minimiza a atrofia muscular e redução do comprimento do músculo do grupo extensor do joelho.
Watenpaugh et al., (2000) avaliaram a utilização do exercício em esteira com pressão negativa do corpo, que segundo estes autores, fornecem a estimulação cardiovascular e musculoesqueletica simular ao exercício realizado na posição ereta. O protocolo de exercício durante o período de imobilização no leito constou de 40 minutos diários de atividade física na esteira em uma câmara de pressão negativa em 1,0 -1,2 peso de corpo (58 ± 2 mmHg). O exercício foi realizado com a capacidade aeróbia e a velocidade de sprint que foram testados anteriormente a imobilização. Foram avaliados sete sujeitos alocados em dois grupos, sendo: um como grupo controle (nenhum exercício) e um com atividade física diária na esteira na câmara de pressão negativa. Após a imobilização no leito, o grupo controle apresentou uma redução de 10% no resultado do teste da esteira ereto, o pico de consumo de oxigênio diminuiu 14%, e a velocidade do sprint reduziu em 16%. O grupo que realizou exercícios na esteira durante o período de imobilização no leito manteve os valores em todas as variáveis testadas em níveis iguais ou levemente superiores aos valores anteriores à imobilização.
A motivação para participação em atividade física em pessoas com restrição de movimentos foi avaliada por Fonseca et al., (2001), onde os benefícios físicos comuns a toda prática de atividade física não foram os mais citados. Os motivos relacionados com a descoberta de novas sensações motoras e psicológicas, quebra da rotina, ocupação de tempo livre, necessidade de atividade física, socialização e melhora do status perante as pessoas que não apresentam restrições de movimentos foram os motivos mais relatados pelos participantes deste estudo.
O treino de resistência durante o período de imobilização no leito de 20 dias foi avaliado por Akima et al., (2001). O grupo experimental realizou duas sessões de exercícios físicos por dia no leg-press dinâmico incluído a extensão do joelho e a flexão plantar. Foram realizadas três séries de 10 repetições a 40% da carga máxima, sendo esta estipulada em teste anterior à imobilização. O volume total do músculo foi aferido ao final do período de imobilização no leito, sendo destacado o aumento significativo apresentado por todos os sujeitos do grupo que realizou exercício.
Melo & López (2002) realizaram um estudo onde avaliaram um programa de ginástica em 21 pacientes com restrições de movimento internados em enfermaria ortopédica, mediante o comportamento da freqüência cardíaca frente ao exercício. Durante o período do estudo foram realizadas 30 sessões de ginástica localizada realizada no leito com freqüência de três quatro vezes por semana. Esta atividade física foi realizada durante todo o período de imobilização no leito, sendo atividade rotineira da enfermaria ortopédica. A freqüência de participação variou de acordo com o tempo de internação, com média de 4,6 sessões por semana durante todo o período de internação. A freqüência cardíaca foi coletada no pulso radial em 15 segundos estando o paciente em repouso (deitado) e sentado para realização do teste ortostático de Karpaman (Karpaman, 1980). As aulas de ginástica foram realizadas de acordo com as limitações de cada paciente, sendo todos os exercícios realizados na cama-maca ou em cadeira de rodas. A duração total da aula de ginástica era de uma hora, sendo 50 minutos com exercícios para ganho de força e resistência muscular e 10 minutos para alongamento inicial e final. Os resultados deste estudo revelaram uma amostra com idade média de 30.6 anos e média de participação nas aulas de 6.8 sessões. A participação em aulas de ginástica localizada durante o período de internação em pacientes ortopédicos com limitação de movimento ocasionou uma redução de 5% da freqüência cardíaca de repouso, sendo este valor considerado significativo. Os pacientes que participaram de até três aulas de ginástica não apresentaram alteração significativa na freqüência cardíaca de repouso, enquanto os pacientes que participaram até seis aulas reduziram em 2,3% a freqüência cardíaca de repouso. Os pacientes que participaram de mais de sete aulas apresentou uma redução de 9,5% na freqüência cardíaca de repouso pós a participação nas aulas de ginástica. A relação entre a redução na freqüência cardíaca de repouso e sexo apresenta uma redução de 2% nas mulheres e 8% nos homens, sendo a menor redução nas mulheres relacionada à menor participação nas aulas de ginástica. O teste ortostático de Karpman revelou alterações positivas na resposta autônoma na freqüência cardíaca mediante a mudança de posição do corpo.
A motivação para participação em atividades físicas durante o período de internação em pacientes da enfermaria ortopédica foi avaliado por Melo & López (2003), onde 30 sujeitos responderam ao Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas (QMAD). Os resultados apresentaram uma população jovem, com idade média de 40.8 anos, sendo esta uma característica desta enfermaria. A análise das respostas evidenciou que os motivos mais importantes estão relacionados à dimensão da melhora na condição física totalizando 32% das motivos que induzem os pacientes a participarem de atividade física durante a internação hospitalar. Também foram apresentados motivos relacionados com o divertimento, satisfação pessoal, socialização e prazer, estes totalizaram 24,3% das citações. Outro motivo citado foi a realização de atividades diferentes das habituais que apresentou 25,2% das citações totais. Neste estudo pode-se verificar que a maior motivação dos sujeitos internados enfermaria ortopédica para participarem das atividades físicas durante o período de interação é a preocupação com a melhoria do bem estar físico, sendo solicitado inclusive que a atividade física fosse realizada diariamente.
Shinohara et al., (2003) realizaram um estudo para determinar os efeitos de 20 dias de imobilização no leito com e sem treinamento de força sobre as variações do torque e ativação muscular. Foram alocados em dois grupos 12 sujeitos, sendo seis no grupo controle e seis no grupo experimental que realizou treinamento de força durante o período de imobilização no leito. O treinamento de força consistiu em realizar contrações isométricas máximas e submáximas dos músculos extensores do joelho e do tornozelo (2,5 a 10% do torque máximo estabelecido em teste antes da imobilização). Os resultados deste estudo demonstraram que o torque apresentou uma redução de 9% nos músculos extensores do tornozelo e 16% nos músculos extensores do joelho. O grupo que realizou o treinamento de força não apresentou qualquer alteração no torque da musculatura avaliada. Os resultados indicam que a realização de um treinamento de força durante a imobilização no leito é capaz de neutralizar a perda do desempenho muscular neste período.
Akima et al., (2003) avaliaram 12 homens divididos em dois grupos, sendo que o grupo experimental (n = 6) realizou exercícios de resistência muscular durante o período de 20 dias de imobilização no leito. Foi aferida a área seccional e a força de torque do músculo flexor plantar. A medida de área seccional do músculo não apresentou diferença no grupo experimental, entretanto no grupo controle o resultado apresentou um redução significativa na área seccional do músculo de 13% durante o mesmo período de imobilização no leito. Quanto à força de torque, o grupo controle apresentou uma redução, enquanto o grupo experimental manteve os valores anteriores ao período de imobilização. Estes dados apontam que a realização de exercícios de resistência durante a imobilização manteve o tamanho e função do músculo e previne o descondicionamento do músculo.
Apesar do conhecimento sobre a não reprodutibilidade dos resultados encontrados em estudos de caso, Melo & López (2004) realizaram um estudo de caso devido às limitações físicas, estado clinico inicial e programa de atividade física propostas. Este estudo teve por objetivo avaliar os benefícios alcançados através da prática de atividade física durante oito semanas de imobilização no leito em aspectos como: freqüência cardíaca de repouso, composição corporal, estado físico geral, perímetros e a estimativa de VO2 Max sem utilização do exercício físico sem exercício físico. O programa de atividade física constou de quatro sessões semanais de ginástica localizada realizada no leito com aproximadamente uma hora de duração. Os resultados deste estudo apresentaram uma melhora em todas as avaliações realizadas quando comparado aos resultados iniciais (alterações na composição corporal, a estimativa de VO2 Max. sem a utilização de exercício físico , freqüência cardíaca, perímetros e estado físico geral). Os resultados mais evidentes foram encontrados na avaliação da composição corporal, onde houve uma melhora no IMC em 1,6% e aumento da massa magra em 6,4%. A freqüência cardíaca de repouso apresentou uma redução de 9%, a avaliação do índice de estado físico geral evidenciou uma melhora de 55%. A estimativa de VO2 Max. sem a utilização de exercício físico realizada sem a utilização de exercício físico apresentou uma melhora de 13,69%. Estes resultados apontam para a minimização dos efeitos do imobilismo em diferentes sistemas do corpo humano devido à realização de atividades físicas durante o período de internação, mesmo em pacientes com grande restrição de movimentos.
Em outro estudo, Melo & López (2004-a) avaliaram 20 sujeitos internados na enfermaria ortopédica de um hospital geral (grupo controle) e em um hospital de reabilitação (grupo experimental). O grupo experimental participou durante o período de imobilização no leito de um programa de atividade física que consistiu de 4 sessões semanais de ginástica localizada realizada no leito. Foram realizadas medições antropométricas (peso, altura, perímetros e dobras cutâneas dos segmentos corporais trabalhados durante a aula de ginástica), funcionais (freqüência cardíaca em repouso-deitado, estimativa de VO2 absoluto e relativo sem a utilização de exercício físico e dinamômetria), da dor (questionário de McGill) e da qualidade de vida relacionada à saúde (Escala de COOP/WONCA). Os resultados apresentados foram significativamente positivos no grupo experimental, havendo um acréscimos nos perímetros musculares em 1,85%, dinamômetria de mão, estimativa de VO2max. sem a utilização de exercício físico em 3,37% e qualidade de vida relacionada à saúde; bem como decréscimos nas dobras cutâneas, na freqüência cardíaca em 2,5% e nos relatos de dor. O grupo controle apresentou perdas significativas nos perímetros aferidos, redução do VO2max em 2,98%, aumento da freqüência cardíaca em 3%, além da piora na qualidade de vida relacionada à saúde e nas sensações de dor.
Trappe et al., (2004) visando avaliar as alterações na função de contração muscular rápida e lenta ocasionadas por 84 dias de imobilização no leito, realizaram um estudo onde 12 homens, divididos em grupo controle e grupo experimental, foram avaliados através da biopsia por agulha do músculo vasto lateral antes e depois do período de imobilização no leito. O grupo experimental participou diariamente exercícios de resistência que constavam de quatro séries de sete contrações musculares concêntricos máximas e contrações musculares excêntricas na posição supina, sendo estas realizadas dois a três dias por semana. Os resultados demonstram que o grupo controle apresentou uma redução de 17% no tamanho total do músculo e 40% na função muscular. O grupo que realizou o treinamento de resistência manteve íntegros os valores da força muscular e o tamanho total do músculo. As fibras lentas e rápidas do músculo foram avaliadas em relação ao pico de força, velocidade de contração e força. As fibras de contração lenta e rápida do grupo controle foram, respectivamente, 15 e 8% menores, apresentaram uma redução no pico de força de 46% e 25%, a velocidade contráctil foi reduzida em 21% e 6%, apresentaram ainda uma perda de força de 54% e 24% após a imobilização no leito. O grupo que realizou atividade física não apresentou nenhuma alteração no tamanho ou na velocidade de contração das fibras lentas após este período. Nas fibras rápidas este grupo não demonstrou nenhuma mudança no tamanho, no pico de força e na força, porem teve a velocidade de contração elevada em 13% após o período de imobilização no leito.
Estes dados demonstram que a função contrátil das fibras musculares de contração lenta foi mais afetada mais pela imobilização no leito, porém este tipo de fibras musculares são as mais beneficiadas pela realização dos exercícios de resistência durante o período de imobilização no leito. Cao et al., (2005) em seu estudo avaliaram a possibilidade da realização de exercícios na esteira em câmara com pressão negativa nos membros inferiores neutralizar o descondicionamento das estruturas da coluna lombar durante 28 dias de imobilização no leito. Doze pares de gêmeos idênticos participaram deste estudo, sendo um sujeito de cada par foi alocado aleatoriamente no grupo controle (que não realizou exercícios) e o outro no grupo experimental. O grupo experimental realizou exercícios por 45 minutos diários na esteira em posição supina dentro de uma câmara de baixa pressão nos membros inferiores. A freqüência desta atividade foi de seis dias por semana, totalizando 24 dias de atividade física durante o período de imobilização no leito. Todos os sujeitos realizaram a ressonância magnética para avaliar a coluna lombar antes e depois da imobilização no leito. O comprimento da coluna lombar apresentou um aumento de cerca de 3,7 milímetros no grupo controle, enquanto no grupo experimental o comprimento da coluna lombar foi significativamente menor (2,3 milímetros). Todas as alturas dos discos intervertebrais da coluna lombar (L5-s1, L4-5, L3-4, L2-3, e L1-2) aumentaram significativamente no grupo controle durante os 28 dias de imobilização no leito. No grupo experimental não houve nenhum aumento significativo nas alturas do disco em L5-s1 e em L4-5. A lordose lombar no grupo controle diminuiu significativamente 3,3° durante a imobilização no leito, mas esta redução no grupo experimental não foi significativa. Estes resultados sugerem que o exercício na esteira em posição supino em câmara de baixa pressão nos membros inferiores neutraliza parcialmente o alongamento e o descondicionamento associado ao período de imobilização no leito que simula a microgravidade.
Rittweer et al., (2005) avaliaram em seu estudo 25 homens saudáveis que permaneceram imobilizados no leito durante 90 dias. O grupo experimental (n = 13) realizou exercícios resistivos pendulares com freqüência estipulada em três dias por semana e recebeu pamidronato (60mg-dia) durante 14 dias antes da imobilização. O grupo controle não recebeu medicação antes da imobilização e não realizou exercícios físicos durante a imobilização no leito. A ingesta de cálcio e proteína foram controlados, sendo iguais para os dois grupos. Os minerais ósseos e a área seccional muscular foram avaliados. A redução da sessão seccional do músculo foi significante, cerca de 25,6% no grupo controle, bem como houve uma perda óssea significativa neste grupo. O grupo experimental não apresentou alterações significativas após a imobilização prolongada no leito, demonstrando assim, segundo os autores, que a utilização de atividade física é benéfica para preservar a massa muscular durante a imobilização no leito.
As alterações na composição corporal através da bioimpedância tetrapolar mediante a participação em um programa de atividade física de 15 sujeitos (sete mulheres e oito homens) foram avaliados por Melo & López (2006). O período médio de internação foi de 29 dias e os sujeitos no momento do estudo apresentavam idade média de 23,64 anos. O programa de atividade física constou de quatro sessões semanais de ginástica localizada realizada no leito onde foram realizados exercícios para ganho de força e resistência muscular para membros superiores, tronco e membros inferiores, inclusive sendo realizado exercícios isométricos no membro inferior imobilizado. A aula de ginástica teve duração média de uma hora de duração, incluindo os exercícios finais de alongamento ao iniciar e finalizar a aula. Os resultados obtidos neste estudo demonstraram uma redução no peso ponderal de aproximadamente 1,25%, bem como uma alteração positiva no Índice de Massa Corporal não sendo estes resultados estatisticamente significativos, porém podem ser considerados positivos, pois a imobilização no leito ocasiona um aumento de peso. Houve também, após o programa de atividade física, uma melhora significativa na massa magra em 3,48%, além da redução também significativa da massa gorda. Estes dados foram confirmados quando realizado a avaliação por amostra pareada.
ConclusãoEste artigo demonstra a real necessidade de incluir um programa de atividade física durante o período de imobilização prolongada no leito, direcionado as características individuais de cada paciente, pois este colabora para manutenção do sistema muscular mantendo o tamanho, força, resistência, velocidade e torque muscular, promovendo as funções adequadas da musculatura.
No sistema osteoarticular a atividade física é benéfica para a preservação do tecido ósseo. Outro sistema amplamente beneficiado com a pratica de atividade física durante o período de imobilização no leito e o sistema cardiorespiratório através da manutenção e redução da freqüência cardíaca de repouso e do aumento doVO2 Max. Outros benefícios que podem ser citados é a estabilização e melhoria do peso ponderal e do Índice de Massa Corporal.
Além dos benefícios físicos, um programa de atividade física durante o período de imobilização no leito pode auxiliar positivamente nas sensações de dor e produzir no paciente uma melhora na qualidade de vida. As pesquisas aqui analisadas apontam alguns dos inúmeros e inegáveis benefícios da atividade física realizada durante o período de imobilização prolongada no leito.
Bibliografia
Adams, R.C; Daniel, A.N; Cubbin, J. A; Rullman, L. (1985). Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. Editora Manole 3ª edição, São Paulo
Akima, H; Kubo, K; Kanehisa, H; Gunji, A; Fujunaga, T. (2000) Leg-press resistance traininig during 20 days of 6 degrees head-down-tilt bed rest prevents muscle desconditioning. Eur. J. Appl. Physiol; 82(1-2):30-8.
Akima, H; Kubo, K; Imai, M; Kanehisa, H; Suzuki, Y; Gunji, A; Fukunaga, T. (2001). Inactivity and muscle: effect of resistance training during bed resto n muscle size in the lower limb. Acta physiologica scandinavica, 172(4):269-278.
Akima, H; Ushiyama, I; Kubo, S; Tonosaki, I.; Itoh, M; Kawakami,Y: Fukuoka, H; Kaneihisa, H; and Judunaga T. (2003). Resistance training during unweighting maintains muscle size and function in human calf. Med & sci. Sports & exerc; 35(4):655-662.
Artiles, E. M.; Rodrígues, M.; Suárez, G. (1997) El estándar de cuidados del alto riesgo de síndrome de desuso. Rev. Cubana Enfermer; 13(1): 54-59.
Bamman, M. M; Hunter, G. R; Stevens, B. R; Gullia, M. E; Greenisen, M. C. (1997). Resistance exercise prevents plantar flexor deconditioning during bed rest. Med Sci Sports Exerc; 29(11): 1461-1468.
Bamman, M M; Mark, S. F; Daniel, L; Feeback, R, J. T; Stevens, B. R; Lieberman, A. S; Greenisen, M. C. (1998). Impact of resistance exercise during bed rest on skeletal muscle sarcopenia and myosin isoform . J Appl Physiol; 84(1): 157-163.
Biolo, G; Maggi, S. P; Williams, D and Wolf, R. R. (1995). Increased rates of muscle protein turnover and amino acid transport following resistance exercise in humans. Am. J. Physiol; 268 (end. Metab. 31): E514-E520.
Booth, M. (1982). Effects of limb immobilization on skeletal muscle. J. Appl. Physiol.: Respirat. Environ. Exercise Physiol; 52(5):1113 -1118.
Brennan, M. J; Miller, L. T. (1998). Overview of treatment options and review of current role and use of compression garments, intermittent pumps, and exercise in the management of lymph edema. Câncer, 83(12):2821-27.
Cao, P; Kimura, S; Macias, B. R; Ueno, T; Watenpaugh, D. E; Hargens, A. R. (2005). Exercise within lower body negative pressure partially counteracts lumbar spine deconditioning associated with 28-day bed rest. J Appl Physiol; 99: 39-44.
Clark, M. S. F;Bamman, M. M; Feeback, D. L. (1998). Bed rest decreases mechanically induced myofiber wounding and consequent wound-mediated FGF release. J Appl Physiol; 85(2): 593-600.
Convertino V. (1997). Cardiovascular consequences of bed rest: effect on maximal oxygen uptake. Med Sci Sports Exerc; 29(2): 191-196.
Crandall, C. G; Johnson, J. M; Convertino, V. A; Raven, P. B and Engelke, K. A. (1994). Altered thermoregulatory responses after 15 days of head-down tilt. J. Appl. Physiol; 77: 1863-1867.
Custaud, M. A; Souza Neto, E. P; Abry, P; Flandrin, P; Millet, C; Duvareille, M; Fortrat, J. O; Gharib, C. (2002). Orthostatic tolerance and spontaneous baroreflex sensitivity in men versus women after 7 days of head-down bed rest. Autonomic neuroscience, 100 (1-2): 66-76.
Delisa, J. Á. (1992). Medicina de Reabilitação: Princípios e Práticas. São Paulo, Manole.
DeRoshia, C. W; Greenleaf, J. E. (1993). Performance and mood-state parameters during 30-day 6° head-down bed rest with exercise training. Aviate Space Environ Med; 64: 522-527.
Ferrando, A. A, Lane, H. W; Stuart, C.A and Wolfe, A. A. (1996). Prolonged bed rest decreases skeletal muscle and whole body protein synthesis. Am. J. Physiol; 270(33): E627-E633.
Ferrando, A. A; Tipton, K.D; Bamman, M.M; Wolfel, R. R. (1997). Resistance exercise maintains skeletal muscle protein synthesis during bed rest. J. Appl. Physiol; 82(3): 807-810.
FONSECA, A. M; RIBEIRO, M. C; ARAÚJO, E; MARQUES, U; SILVA, A. P. (2001). Contributo para um estudo sistemático das determinantes motivacionais da atividade física de deficientes. AFCDEF.Up. e a Psicologia do Desporto. Estudo sobre a motivação. Org. Antonio Manuel Fonseca. Pg.75-76. Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. Portugal
Friendenreich, C. M.; Courneya, K. S. (1996). Exercise as rehabilitation for cancer patients. Clin j. Sport med; 6(4): 237-44.
FRONTERA, W. R.; DAWSON, D. M.; SLOVICH, D. (1999). Exercício Físico e Reabilitação. São Paulo, Artmed.
Graydon, J. E; Bubela, N; Irvine, D; Vicent l. (1995). Fatigue-reducing strategies used by patiente receiving treatment for cancer. Cancer nursing, 18(1): 23-28.
Greenleaf, J. E; Bernauer, E.M; Ertl, A. C; Bulbulian, R; Bond, M. (1994). Resistance exercice prevents plantar flexor deconditioning during bed rest. Aviat Space Environ Med; 65(1): 45-57.
Greenleaf, J. E; Kozlowski, S. (1982). Physiological consequences of reduced physical activity during bed rest. Exerc Sport Sci Rev; 10:84-119.
HADDAD, S; SILVA, S. P. R; BARRETTO, A. , C. P, e FERRARETTO, I. (1997). Efeito do treinamento físico de membros superiores de curta duração no deficiente físico com hipertensão leve. Arq. Bras. Cardiol; 69 (3):169-173.
Hanson, R. W. Physical Exercise. Capturado em 12/01/02 http://www.oboutarachnoiditis.org/website-chronicpainhandbook/physical%20exercise.htm
Haruna, Y; Kawakubo, R; Yanagibori, R; Gunji, A. (1994). Decremental reset in basal metabolism during 20-days bed rest. Acta physiol scand; 150 (suppl. 616), 43-49.
Hippocrates, C. (1993). The sources of medical ethics: Hippocrates and his disciples [historical article reprinted]. Revue De L Infirmiere, 43(8):12-14.
Ibanez, F.M. (1952). The work and world of Maimonides. International Record of Medicine, 165:221-222
Ishizaki, Y; Fukuoka, H; Katsura, T; Nishimura, Y; Kiriyama, M; Higurashi, M; Suzuki, Y; Kawakubo, K; Gunji, A. (1994). Psychological effects of bed rest in Young healthy subjects. Acta physiol scand; 150 (suppl. 616): 83-87.
Ishizaki, Y; Ishizaki, T; Fukuoka, H; Kim, C. S, Fujita, M; Maegawa, Y; Fujioka, H; Katsura, T; Suzuki, Y. and Gunji, A. (2002). Changes in mood status and neurotic levels during a 20-day bed rest. Acta astronautica, 50 (7): 453-459.
Ishizaki, Y; Fukuoka, H; Ishizaki, T; Tanaka, H. and Ishitobi, H. (2003). Changes in mood status and neurotic levels during a 20-day bed rest. Interpersonal relationships in isolation and confinement: long-term bed rest in head-down tilt position . Acta astronautica, 43:3-6.
Ishizaki, Y; Fukuoka, H; Ishizaki, T; Tanaka, H. and Ishitobi, H. (2004). The implementation of game in a 20-day head-down tilting bed rest experiment upon mood status and neurotic levels of rest subjects. Acta astronautica, 55 (11): 945-952.
Izumi T; Suzuki Y; Fukunaga T, Yokozeki T, Akima H; Funato K. (1998). Effects of resistance training on glut-4 content in skeletal muscle of humans subjected to 19 days of - 6° head-down bed rest. Journal of applied physiology, (abstract).
Kannus, P; Jozsal, l.; Jarvinen, T. L; Kvist, M; Vienot, T; Jarvinenth, H. A; Natria, A; Jarvinem, M. (1998). Free mobilization and low-to-high-intensity exercise in immobilization-induced muscle atrophy. J appl physiol; 84(4): 1418-1424.
Krasnoff, J. & Painter, P. (1999). The physiological consequences of bed rest and inactivity. Adv Ren Replace Ther; 6(2): 124 -132.
LeBlanc, A; Schneider, V; Spector, E; Evans, H; Rowe, R; Lane, H; Demers, L; Lipton ,A. (1995). Calcium absorption endogenous excretion and endocrine changes during and after long-term bed rest. Bone, 16 (4): 301s-304s.
LeBlanc, A. D; Evans, H.J; Schneider, V.S; Wendt, R.E; Hedrick, T. D. (1994). Changes in intervertebral disc cross-sectional area with bed rest and space flight. Spine, 19(7): 812-817.
Lee, T. C. & Taylor, D. (1999) Bone remodeling: should we cry Wolff. Irish J Med Sci; 168(2): 102- 105.
Lee. S. M. C; Williams, W. J; Schneider, S. M. (2002). Role of skin blood flow and sweating rate in exercise thermoregulation after bed rest . J Appl Physiol; 92(5): 2026-2034.
López, R. F. A. (2002). Potencialidades multiterapéuticas del ejercicio físico en las personas con alteraciones de la salud. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 47 - Abril de 2002
Love, R.R. & Voge, V. G. (1997). Breast cancer preventions strategies. Oncology (huntingt), 11(2); 161-73.
McNeil. S. L - combating the effects of immobility. Nursing spectrum. Capturado em 12/01/02 em HTML: www.careerfitnessonline.com
Melo , A. C. R. & Lopes, R. F. A. (2002). Avaliação do programam de ginástica especial mediante a variação da freqüência cardíaca em pacientes internados em enfermaria ortopédica. Ver. Brás. Ciên. Mov; 10(4): 71-76.
Melo, A, C, R. e Perna, C. E. V. (2002-a). Educação Física na rede SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor. Anais do 9° congresso de Educação Física e Ciência do Desporto em Países de Língua Portuguesa. São Luíz-MA. P. 126.
Melo, A, C, R. e López, R. F. A. (2003). Motivação para participação nas atividades da educação física em enfermaria ortopédica. Revista Alvorada de Atividade física,1(1 ): 27-32.
Melo , A. C. R. & Lopes, R. F. A. (2004- a). Exercício físico em pacientes imobilizados. Revista digital Lecturas em educacion física y deportes. Buenos Aires, Maio. (68):1-7.
Melo , A. C. R. & Lopes, R. F. A. (2004). Efeitos da atividade física na redução dos efeitos do imobilismo. Estudo de Caso. Revista digital Lecturas em educacion física y deportes. Buenos Aires, 10(68).
Melo, A, C, R. e López, R. F. A. (2006). Avaliação pelo o Método de Bioimpedanciometria das modificações na Composição Corporal devido à aplicação de um programa de atividade física em paciente internados em enfermaria ortopédica. Artigo aceito pela revista tal não publicado
Molz. A; Heyduck B.; Lill, H; Spanuth, E & Rocker, L. (1993). The effect of different exercise intensities on the fibrinolytic system. European journal of applied physiology and occupational physiology, 67:298-403.
Monk, T. H; Buysse, D. J; Billy, B. D; Kennedy, K. S; Kupfer, D. J. (1997). The effects on human sleep and circadian rhythms of 17 days of continuous bed rest in the absence of daylight. Sleep, 20: 858-864.
Oliveira & Cristos (1997) The epidemiology of physical activity and cancer. Annals new york academy of sciences, 833;79-90.
Oliveira, M. S. C. M; Haddad, E. S; Koyama, R. C. C. (1999). Síndrome da Imobilização. In: Greve, J. M. G. G.; Amatuzzi, M; M. (ed.) Medicina de Reabilitação Aplicada à ortopedia e traumatologia. Pag. 381-398. Editora Roca. São Paulo.
Price, J; Purtell, J. R. (1997). Prevention and treatment of lymphedema after breast cancer. Am j knurs; 97(9): 34-37.
Riceri, D. Da V. (2001). Efeitos, aplicações e resultados da terapia por exercícios em oncologia: uma revisão de literatura. Reabilitar, 11; 33-40.
Rittweger, J; Frost, H. M; Schiessl, H; Ohsima, H; Alkner, B; Tesch, P; Felsenberg, D. (2005). Muscle atrofphy and bone loss after 90 day´s bed rest and the effects of flywheel resisteive exercise and pamidronate: results from the LTBR study. Bone, 36(6): 1019-29.
Rowland, T. W. (2000). Effects of prolonged inactivity on aerobic fitness of children. The journal of sports medicine and physical fitness, 34 (2); 147 - 155.
Savitz, H. A. (1932). Maimonides' hygiene of the soul. Annals of Medical History, 4: 80-86.
Segar, M. L; Roth, R. S; Garcia, A. W; Portner, T. I; Clickman, S. G; Haslanger , S; Wilkins, E. G. (1998). The effects of aerobic exercise on self-esteem and depressive and anxiety symptoms among breast cancer survivors. Oncol nurs forum, 25 (1):107-13.
Shinohara, M; Yoshitake, Y; Kouzaki, M; Fukuoka, H; Fukunaga, T. (2003). Strength training counteracts motor performance losses during bed rest. J Appl Physiol; 95: 1485-1492.
Takenala, K; Suzuki, Y; Uno, K; Sato, M; Komuro, T; Haruna, Y. (2002). Effects of rapid saline infusion on orthostatic intolerance and autonomic tone after 20 days bed rest. The American journal of cardiology, 89 (5): 557-561.
Traon, A. P. L; Maillet, A; Clausen, P. V; Custaud, M. A; Alferova, I; Gharib, C. and Fortrat, J. O. (2001). Clinical effects of thigh cuffs during a 7 days 6° head-down bed rest. Acta astronautica, 49 (3-10): 145-151.
Trappe, S; Trappe, T; Gallagher, P; Harber, M; Alkner, B; Tesch, P. (2004). Human single muscle fibre function with 84 day bed-rest and resistance exercise. J Physiol; 557(2); 501-513.
Trooster, T; Gosselink, R and Decramer, M. (2002). Desconditioning, and principles of training. Clinical exercise testing, 32:60-77.
Van der Wiel, H. E; Lips, P; Nauta, J; Netelenbos, J. C; Hazenberg, G. J. (1991). Biochemical parameters of bone turnover during tem days of bed rest and subsequent mobilization. Bone and mineral, 13 (2):123-129.
Vogel, V. G. (2000). Breast cancer prevention: areview of current evidence. CA canncer j clin; 50(3); 156-70.
Watenpaugh, D. E; Ballard, R. E; Schneider, S. M; Stuart, M. C; Lee, A. C; Ertl, J. M; William, M; Bodal, W. L; Hutchinson, J. and Hargens, A. R. (2000). Supine lower body negative pressure exercise during bed rest maintains upright exercise capacity. J Appl.Physiol; 89(1): 218-227.
Zhang, R; Zuckerman, J. H; Pawelczyk, J. A; Levine, B. D. (1997). Effects of head-down-tilt bed rest on cerebral hemodynamic during orthostatic stress. J Appl.Physiol; 83(6): 2139-2145.
Zorbas, Y. G; Ivanov, A. A; Madvedev, S. N. and Kakurin, A. G. (1999). Physiological effects of acute and ordinary bed rest conditions on endurance-trained volunteers. Acta astronautica, 45(3) :171-176.
Zorbas, Y. G; Kakurin, J; Afonin, B; Yarullin, V. L. (2002). Biochemical and hemodynamic changes in normal subjects during acute and rigorous bed rest and ambulation. Acta astronautica, 50(11):713-720.
revista
digital · Año 10 · N° 94 | Buenos Aires, Marzo 2006 |