Padrão cinemático do membro de suporte no chute realizado com os membros dominante e não dominante no futsal |
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* Mestrando em Ciências da Motricidade - Educação Física - UNESP - RC ** Professor Doutor do Departamento de Educação Física - UNESP - RC Laboratório de Análises Biomecânicas - UNESP - Departamento de Educação Física - IB - Campus Rio Claro - São Paulo (Brasil) |
Fabio Augusto Barbieri Felipe Arruda Moura Renato Lima Júnior, Martin Wisiak Paulo Roberto Pereira Santiago, Tatiane Thomaz Sergio Augusto Cunha** barbieri@rc.unesp.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 91 - Diciembre de 2005 |
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Introdução
O profissional de Educação Física tem no estudo do movimento o seu principal objetivo. Para isso, estes profissionais buscam estudar as habilidades dos esportes e os movimentos do cotidiano. A partir desta análise, pode-se definir um padrão cinemático de movimento, ou seja, encontrar um modelo para uma habilidade motora ou movimento. Com isso, poderão ocorrer intervenções na prática, corrigindo o movimento visando à melhora na execução. Para que ocorra uma definição de um padrão cinemático de movimento, este necessita ser analisado meticulosamente, e a ciência que vem permitindo grandes avanços quanto a este tipo de análise é a Biomecânica. Para a descrição do movimento ou habilidade, a Biomecânica utiliza a cinemetria, que de acordo com Amadio (1996) estuda a posição, a orientação, a velocidade e a aceleração dos segmentos corporais.
Ela, através da exposição do comportamento dos segmentos corporais, pode corrigir, esclarecer e compreender detalhes que muitas vezes não são percebidos pela simples observação visual dos movimentos cotidianos e das técnicas esportivas. Através da descrição dos movimentos, consegue-se determinar as características individuais dos atletas para as habilidades avaliando o comportamento do membro inferior. Isto pode ocorrer através da análise gráfica dos dados cinemáticos facilitando a identificação dos padrões motores e o nível de habilidade de cada atleta (Cunha et al., 2002).
Entre as habilidades utilizadas no futsal, o chute é o mais estudado (Lees & Nolan, 1998; Barfield, 2003), sendo o que recebe maior atenção por parte da Biomecânica (Barfield, 1998). Para Barfield (1995), o ato de chutar pode ser definido como uma modificação da locomoção bipedal transformando-se em uma ação motora natural adquirida em menores idades. Além disso, segundo Anderson & Sidaway (1994) para a realização do chute é necessário desempenho de máxima velocidade da extremidade distal no momento de contato com o implemento. Para se projetar este implemento utiliza-se o padrão motor de golpe, o qual o efetor aproxima da bola com uma certa velocidade e os dois corpos colidem um no outro (Tsaousidis & Zatsiorsky, 1996).
O movimento de chute é claramente tridimensional (3D) com considerável rotação da pélvis (Huang et al., 1982). Para a descrição 3D da posição de cada segmento durante o chute, é preciso gerar 6 variáveis (x, y e z de cada uma das articulações que limitam o segmento). Os pesquisadores empregam o sistema de coordenadas cartesianas para a obtenção dos dados cinemáticos para descrever o chute (Asami & Nolte, 1983; Rodano & Tavana, 1993; Cunha et al., 2001; Moura, 2003). Para se observar este movimento 3D dos segmentos durante o chute, alguns pesquisadores tem utilizado a projeção estereográfica (Cunha et al, 2001; Ximenes, 2002; Moura, 2003).
Entre os tipos de chute, o estudo do chute com o dorso do pé, com a bola parada e executado com força máxima ocorre na maioria dos trabalhos (Asami & Nolte, 1983; Putnam, 1991; Barfield, 1995; Lees & Nolan, 1998). Além disso, determinados pesquisadores investigam através da cinemática as principais variáveis (desempenho, velocidade da bola, posição do segmento, etc) que acarretam diferenças no desempenho dos chutes com o membro não dominante comparados ao membro dominante (Barfield, 1995; McLean & Tumilty, 1996; Patritti, 1997; Barfield et al., 2002; Dörge et al., 2002). Alguns autores têm observado cinematicamente o movimento do membro de suporte que tem a função de oferecer equilíbrio e ajudar na trajetória da bola (Saggini et al., 1993; Barfield, 1998; Lara Júnior, 2003; Moura, 2003).
Através das pesquisas citadas e também pela simples observação, nota-se que os jogadores de futsal não tem habilidade e desempenho similares nos chutes com os membros dominante e não dominante. Por isso, segundo Barfield (1995), o sucesso total no futebol ou no futsal só ocorrerá se forem utilizados os membros igualmente, assim sendo necessário dar ênfase semelhante ao treino com os diferentes membros. Através da utilização similar do membro dominante e não dominante, ocorrerá a estabilização das variabilidades que estarão associadas com a repetição das tentativas do movimento, diminuindo assim a diferença encontrada por Teixeira (2001) no desempenho entre os membros. Para isso, é interessante a definição de um padrão que permita a análise das habilidades do membro dominante e não dominante. Partindo desta problemática, o objetivo deste trabalho foi analisar e comparar o padrão cinemático dos segmentos do membro de suporte dominante e não dominante durante o chute com o dorso do pé empregado com força máxima e com a bola parada. Assim, observar em quais momentos e em que segmentos ocorrem as principais diferenças nos padrões cinemáticos destes membros. Além de analisar o desempenho dos membros.
Materiais e métodosParticiparam deste estudo sete jogadores (altura - 1.61 ± 0.07 m e massa - 56.35 ± 8.96 kg) destros de futsal do sexo masculino com idade entre 13 e 14 anos. Os sujeitos foram informados dos procedimentos e os responsáveis assinaram um termo de consentimento aprovado pela comissão de ética do Instituto de Biociências da UNESP - Campus Rio Claro.
Os chutes foram precedidos por um aquecimento para evitar contusões e realizados em uma quadra oficial para que se aproximasse de uma situação real de jogo. Os chutes foram filmados por quatro câmeras ajustadas a uma freqüência de 120 Hz, shutter a 1/250, utilização do white balance e o foco das câmeras definido de forma manual anterior ao registro das imagens. As câmeras permaneceram sobre tripés da marca Vanguard (a 1.7 m de altura), duas de cada lado, posicionadas de modo que enfocassem os marcadores passivos colocados nos membros inferiores de chute dos participantes. Também foram utilizadas quatro luminárias da marca UN 082 CADETE I colocadas sobre tripés (a 1.5 m de altura) para melhorar a qualidade da imagem.
Os participantes realizaram primeiro cinco chutes com o membro dominante com o posicionamento das câmeras adequado para este (Figura 1). Depois foi mudado o posicionamento das câmeras e então os participantes realizaram cinco chutes com o membro não dominante (Figura 2). Os participantes eram instruídos para só realizar o chute após o apito como se fosse uma situação real de jogo. A bola estava posicionada a 10 m do gol (tiro livre) e os chutes foram realizados com o dorso do pé empregando força máxima e com o objetivo de acertar um alvo colocado no gol. O alvo tinha 1 x 1 m posicionado no centro do gol. Ele foi utilizado para analisar o desempenho dos participantes através do seu acerto ou erro das bolas nos chutes.
Para a exatidão das filmagens, foi realizada a calibração das câmeras através de um objeto que foi colocado antes do início das filmagens dos movimentos no local onde os participantes iriam posicionar as bolas para os chutes. O calibrador tinha dimensões iguais a 101 cm de altura, 150 cm de largura e 150 cm de profundidade, possuindo 56 pontos com posições absolutas conhecidas em relação ao referencial que é o sistema dos eixos cartesianos x, y e z . Assim, o sistema de referência utilizado foi orientado com o eixo y na direção vertical (orientada para cima), o eixo x era em direção ao gol (ortogonal a y e a linha de fundo da quadra) e o eixo z com a sua direção e sentido definidos pelo produto vetorial de x por y.
Durante a coleta de dados os participantes utilizaram uma calça de lycra preta, meias pretas e tênis de futsal preto para maior contraste aos marcadores. As esferas de plástico brancas de 3.5 cm de diâmetros foram fixadas por um velcro, externamente aos seguintes acidentes ósseos de ambos os membros: trocanter maior e epicôndilo lateral do fêmur, definindo a coxa; côndilo lateral da tíbia e maléolo lateral, definindo a perna; tuberosidade lateral do osso calcâneo e cabeça do quinto metatarso, definindo o pé.
Após a filmagem dos chutes ocorreu à captura das imagens que consistiu na transferência das seqüências de movimentos para o computador. Para realização deste processo foi utilizada uma placa Studio DV da Pinnacle. Para isso ocorrer foi necessário definir o ciclo do movimento do chute adaptado de Ximenes (2002) como as fases de posicionamento do pé de suporte e a fase de contato com a bola. Para este estudo cada participante realizou a fase de aproximação da maneira preferida.
Para os processos de desentrelaçamento, sincronização, medição, calibração e reconstrução tridimensional das seqüências de imagens foi utilizado o software DVIDEOW (UNICAMP) (Barros et al., 1999), que é próprio para este tipo de metodologia.
Foi necessário realizar a sincronização das imagens registradas que consistiu na busca das mesmas projeções de pontos de interesse para cada câmera, definindo o quadro inicial das seqüências de imagens para que não ocorra a defasagem de tempo. Para isto, bastou fornecer ao software eventos que ocorreram simultaneamente nas duas câmeras que focalizavam cada membro inferior. Para a sincronização foram utilizados quatro instantes: o apito anterior a cada chute, o momento em que o participante retira o membro de chute do solo, o momento em que o participante toca o membro de suporte no solo e o momento de contato com a bola.
A medição ocorreu de maneira automática para os marcadores. Para isso, foram marcados na tela do computador os pontos articulares previamente determinados pelos marcadores de plástico apenas no primeiro quadro e o software executou o tracking automático.
Para se descrever o movimento de uma partícula é necessário conhecer sua posição no espaço, a partir de um dado referencial (calibrador) e em função do tempo. Esta posição, relativa a um referencial, é definida por três coordenadas independentes relacionadas ao tempo. A obtenção de coordenadas espaciais de pontos a partir do registro estereoscópico de suas projeções em imagens é denominada reconstrução tridimensional de coordenadas. O procedimento de calibração das câmeras e reconstrução 3D foi o DLT - Direct Linear Transformation que foram primeiramente propostos por Abdel-Aziz & Karara (1971). Este método utilizou equações que foram aplicados duas vezes, a primeira para quantificar os parâmetros da transformação (calibração) e a segunda para efetuar a reconstrução propriamente dita.
A calibração é o primeiro passo para a conversão dos pontos medidos na tela do computador (pixel) para as coordenadas cartesianas (x, y, z) em centímetros. Com isso, foram obtidas matrizes com as coordenadas x, y e z de cada marcador permitindo assim descrever os movimentos realizados pelos participantes. Estas matrizes de dados são arquivos textos, cujas linhas representam os quadros, ou seja, o tempo e as colunas são as coordenadas tridimensionais de cada marcador. É a partir destes arquivos que serão analisados todos os parâmetros para a obtenção das respostas relacionadas à execução do movimento de chute no que diz respeito ao padrão cinemático de movimento.
Tratamentos dos dadosA suavização ocorreu para separar o sinal (evento de interesse) do ruído (erro). Esta suavização foi realizada através da função não paramétrica LOESS (Cunha & Lima Filho, 2003).
Neste estudo, a projeção estereográfica foi utilizada para a visualização no plano do comportamento dos segmentos durante o movimento analisado. O vetor de cada segmento foi normalizado (tamanho unitário) e posicionado na origem dos vetores coxa, perna e pé numa esfera imaginária de raio unitário. A movimentação destes vetores percorre a superfície da esfera. A projeção estereográfica é a ligação de uma reta imaginária que sai do pólo norte da esfera, passa pela extremidade distal do vetor, perfura a casca da esfera (no ponto 1) e atinge um plano (a) que tangência o pólo sul desta esfera (no ponto 2) (Figura 3). Este ponto é a representação do segmento no plano, sendo que para cada local na esfera só existe um ponto que o represente no plano. Através da movimentação do segmento normalizado durante o movimento de chute (Figura 4), foram obtidas curvas no plano representando o comportamento dos segmentos coxa, perna e pé durante o movimento analisado.
Em cada chute, cada um dos segmentos coxa, perna e pé tiveram uma curva que mostra seu movimento. Cada participante teve cinco curvas para cada segmento dominante e não dominante de suporte que representam seus movimentos os chutes. Assim, cada segmento dominante e não dominante de suporte será representado por 35 curvas.
A partir das 35 curvas de cada segmento dos participantes será calculada uma curva média (padrão cinemático) para cada segmento dominante e não dominante de suporte dos participantes que representaram os movimentos destes segmentos. Através dos padrões cinemáticos, foram obtidos os gráficos utilizados para analisar visualmente o padrão do chute. Com isso, foi possível observar as diferenças e semelhanças dos padrões de movimento dos segmentos coxa, perna e pé dominante e não dominante durante a ação do chute.
ResultadosO membro dominante tem melhor desempenho para o fundamento do chute com o dorso do pé no futsal do que o membro não dominante (Figura 5).
A melhor performance do membro inferior dominante pode ter sido ocasionado pelas diferenças entre os membros de suporte dominante e não dominante. Por isso, a seguir serão apresentadas às análises visuais dos padrões cinemáticos dos chutes com o dorso do pé no futsal. Na Figura 6, observa-se que as curvas médias são bem diferentes entre a coxa dominante e o não dominante. Isto pode ser ocasionado pelo fato de que após o contato do pé de suporte com o solo, o segmento que passa a ter maior mobilidade é a coxa, uma vez que nem sua articulação proximal nem sua articulação distal estão fixas, o que já não acontece para os outros segmentos. Desta forma, qualquer correção que o participante deseja fazer no movimento vai interferir diretamente neste segmento, explicando assim a oscilação que ocorre com este segmento. Para este segmento fica difícil caracterizar os movimentos realizados.
Na Figura 7, observa-se que o padrão cinemático do segmento perna dominante e o não dominante são bem parecidos. O movimento para ambos os membros se inicia pela extensão e abdução deste segmento até a metade do movimento. Para o segmento não dominante ocorre maior extensão, sendo isto observado pelos valores encontrados no eixo x e também maior abdução, sendo isto observado nos valores do eixo z até a metade do movimento. Posterior à metade do movimento e próximo ao contato com a bola (fim do ciclo de movimento) ocorre a flexão e adução do segmento.
Na Figura 8, observa-se que as curvas médias entre o segmento pé dominante e o não dominante apresentam-se semelhantes. Ocorrem algumas diferenças que não estão presentes por todo o ciclo de movimento, sendo limitada a alguns períodos. O movimento do segmento pé do membro de suporte dominante e não dominante se inicia de forma similar realizando um movimento de flexão dorsal, seguido após o contato do pé com o solo por uma flexão plantar.
Para os segmentos coxa, perna e pé do membro de suporte mostrados anteriormente, observa-se que a coxa é quem tem maior influência sobre as correções que os atletas fazem no movimento para melhorar o desempenho dos seus chutes.
DiscussãoOs resultados obtidos para o desempenho dos chutes foram similares aos encontrados por Teixeira (2001), que afirma que o desempenho é melhor com o membro inferior dominante do que com o membro inferior não dominante. Além disso, McLean & Tumilty (1993) e Barfield (1995), encontraram que o membro inferior dominante tem melhor desempenho para a habilidade de chutar do que o membro inferior não dominante. Este melhor desempenho do membro dominante foi encontrado neste estudo a partir da análise do local de acerto da bola após os chutes (desempenho), mostrando uma assimetria de desempenho entre os membros, favorecendo o membro dominante.
Os resultados encontrados para o membro de suporte quanto aos movimentos dos segmentos coxa, perna e pé durante o ciclo de movimento estão de acordo com Moura (2003). Este autor também constatou que as maiores alterações estão no segmento coxa, como foi encontrado neste estudo. Isto pode ser explicado pela liberdade de movimento que este segmento possuí por não estar fixado em nenhuma de suas articulações (proximal e distal), o que também foi relatado por Moura (2003). Assim, qualquer correção do movimento será aplicada sobre esta articulação, o que foi refletido na variação encontrada nos padrões cinemáticos deste segmento. No membro de suporte inverte o movimento de pêndulo realizado pelo membro de chute proposto por Putnam (1991). Aqui ocorre o contrário, o pé fica fixo e a coxa que se movimenta e realiza correções.
Além disso, este trabalho discorda com o trabalho de Lara Junior (2003), quando este afirma que depois de apoiado o calcanhar não há movimentação dos segmentos do membro de suporte. Isto não ocorreu neste trabalho, ocorrendo movimentações dos segmentos mesmo após o contato do calcanhar com o solo, pois se estes movimentos não ocorrerem não haverá correções e assim o padrão cinemático da coxa, da perna e do pé de suporte ficaria com uma oscilação quase nula, o que não ocorreu.
As diferenças encontradas nos membros entre o lado dominante e o não dominante mostram que o membro de suporte também pode ter interferência no desempenho dos chutes. Segundo Barfield (2003), a posição do pé de suporte é um dos responsáveis fundamentais para o resultado final do chute. Além disso, Saggini et al. (1993) propõe que o membro de apoio apresenta variações no contato com o solo interferindo no resultado do chute. Por isso, deve-se ter muita atenção ao movimento do membro de suporte para que sua interferência seja mínima para o desempenho do chute. Vale lembrar que os segmentos perna e pé tiveram poucas diferenças entre os membros (dominante e não dominante), assim ocorrendo maior preocupação com o segmento coxa, pois é aqui que ocorrem as correções.
Através disso, os treinadores e professores devem intervir no ensino e treinamento dos chutes com o dorso do pé no futsal para que ocorra melhor desempenho e padrão cinemático mais semelhante entre os segmentos do membro dominante e o não dominante. Segundo Teixeira (2001), deve-se dar similar ênfase na prática com o lado dominante e não dominante. Para correta intervenção para o chute com o dorso do pé no futsal, deve-se observar o início e o fim do movimento. No instante inicial é necessário analisar o posicionamento dos segmentos de uma maneira que eles não influenciem o decorrer do movimento. No fim do deslocamento deve-se analisar o posicionamento dos segmentos nos momentos anteriores ao contato com a bola, pois são estes instantes que direcionam a bola para o gol e que determinam um bom desempenho ou não do chute.
Considerações finais
O padrão cinemático dos segmentos perna e pé do membro de suporte não dominante são semelhantes aos do membro dominante;
A principal diferença encontrada no padrão cinemático dos segmentos dominantes e não dominantes do membro de suporte foi na coxa;
O membro dominante tem melhor desempenho que o membro não dominante;
Pode-se sugerir que estas diferenças encontradas no padrão cinemático são um dos fatores que pode ocasionar pior desempenho do membro não dominante em relação ao dominante.
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revista
digital · Año 10 · N° 91 | Buenos Aires, Diciembre 2005 |