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Perfil dos alunos de Educação Física da UCB
quanto ao uso de tecnologias de informação e comunicação

   
*Mestre em Educação, Professora e Assessora do Curso de Educação Física
**Alunos do Curso de Graduação em Educação Física

Universidade Católica de Brasília
(Brasil)
 
 
Sandra Mara Bessa Ferreira*
Gislane Ferreira de Melo
Diego Ferreira de Araújo
George Yves Barbosa Ramos
Joemir Barbosa Rocha
Rafael Rodrigues de Sena Alvarez
Viviane Leite Barbosa**

sandram@ucb.br
 

 

 

 

 
    O presente artigo trata do conhecimento digital dos alunos de Educação Física da UCB. Por meio de uma pesquisa feita com alunos dos três turnos e semestres, foi traçado um perfil quanto ao uso de tecnologias de informação e comunicação com uma confiabilidade de 95%. Os dados coletados permitiram construção de gráficos e tabelas que ajudaram na interpretação do trabalho e nas conclusões. Neles é possível notar que o analfabetismo digital é uma realidade distante da maioria dos alunos do Curso de Educação Física e que a maioria tem habilidade com computadores. São pontos fundamentais abordados na revisão bibliográfica: a importância da digitalização para uma boa inserção no mercado de trabalho e para a realização de uma boa graduação, além de aspectos relacionados à explosão digital e tecnológica da atualidade. Dentre as conclusões, destaca-se a questão do papel da universidade nesse novo contexto que ora se apresenta no sentido de preparar seus alunos a lidarem com eficiência e bom senso com as novas tecnologias disponíveis.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 90 - Noviembre de 2005

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Introdução

    As tecnologias de informação e de comunicação são o que há de mais completo no que diz respeito à interação mundial. Hoje, com a internet e os meios comunicativos, é possível passar informações de um lado para outro do globo em apenas alguns segundos. Isso se deve principalmente às novas tecnologias da informação que, nos últimos anos, vêm colaborando imensamente com as relações internacionais e nacionais. De acordo com Ribeiro (2004), "O acesso ao mundo digital, nos dias de hoje, é o acesso ao padrão básico de informação, por intermédio dos computadores, softwares e telecomunicações que possibilitam a integração e a comunicação mundial, transpondo a barreira da distância".

    Com a revolução digital, o uso das tecnologias de informação e de comunicação aumentou significativamente, fazendo com que o domínio sobre elas se tornasse um fator decisivo na escolha de um profissional numa determinada área do conhecimento. Essa competitividade imposta pelo mercado de trabalho é um dos motivos pelo qual essa pesquisa está sendo realizada. É importante para a instituição conhecer seus alunos em todos os aspectos, fundamentalmente nesse, que além de ser determinante para um profissional, é também para a universidade que o formou. Atualmente, relaciona-se muito a capacidade de uma pessoa com local onde ela se formou.

    O objetivo principal desse trabalho é traçar um perfil dos alunos de Educação Física da Universidade Católica de Brasília quanto ao uso das tecnologias de informação e de comunicação. Assim, serão formadas, a partir dos dados coletados, diretrizes e metas que subsidiarão a universidade no preparo de seus alunos.


Explosão Digital

    De acordo com Levy (2001), "O verdadeiro destino do homem é ser um planetário, participando ativamente da inteligência coletiva de sua espécie". Portanto, a informação é o caminho para um mundo melhor, em que, a cada dia, se busca para oferecer melhores condições de vida às pessoas, facilitar o cotidiano, superar as necessidades enfrentadas a cada momento. Embora isso seja fácil de se compreender, muitos problemas vão surgindo, gerando grandes conseqüências, que futuramente irão prejudicar uma grande parte da população.

    Precisamos, no contexto atual, estar ligados aos avanços que o mundo sofre, e principalmente o mundo da informática que vem facilitar a vida de muitos cidadãos ou simplesmente atender a necessidade pessoal daqueles que gostam de estar integrados a tudo o que há de novo ao nosso redor.

    A explosão digital e os grandes avanços tecnológicos trazem muitas benfeitorias para todos nós. Podemos citar vários exemplos de como a era digital é importante para nós: as crianças podem facilmente realizar seus trabalhos escolares, podem se divertir com jogos interligados, salas de bate-papo, locais de pesquisa e entre outras tantas variedades e opções que as pessoas podem estar buscando através do conhecimento digital. Por outro lado, podemos observar que essa explosão digital pode causar alguns danos nas crianças e em adolescentes também, basta eles fazerem uma má utilização desses recursos que teremos jovens viciados em jogos de computadores, um certo cansaço pelo fato de ficarem tantas horas em frente a uma tela também causando problemas de visão.

    Outra preocupação de uma parte da população é que com esse letramento totalmente digital e cada vez mais sofisticado, os professores possam ser substituídos pelas máquinas. Todavia Buzato (2003) deixa bem claro que " é preciso acabar com essa bobagem de que o computador vai substituir o professor. Eu sou daqueles que acham que se um professor pudesse ser substituído por um computador, ele mereceria que isso acontecesse. Isso é bobagem".

    O que cabe a todos nós é buscar de maneira bem satisfatória qualquer informação que seja benéfica e faça muito bem para o nosso caráter e principalmente estar buscando a cada dia novas fronteiras para que não fiquemos bitolados a apenas um ponto e sim conhecer novos horizontes. Segundo Siqueira (2001), "podemos/devemos intervir nas inovações técnicas, reconfigurando-as para que sirvam aos interesses de emancipação e bem-estar humano, embora tenhamos que reconhecer que este é o desafio mais difícil, e que portanto não deve deixar de fazer parte de nossos objetivos político-educacionais."


Letramento digital - exclusão digital

    Antes de falar sobre a exclusão digital, é necessário entender o que vem a ser a exclusão social. A sociedade impõe regras e sistemas aos quais os cidadãos têm que seguir, e quando não as seguem ou estão fora dos padrões são excluídos socialmente. Isso se deve a diversos fatores, sociais, políticos e econômicos. Quem tem mais dinheiro, na maioria dos casos tem mais prestígio e mais privilégios, que podem ser educação, moradia, assistência médica, lazer, etc. Os motivos são vários, mas um deles é de não haver políticas para que esta diferença de conhecimento diminua.

    A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital deveria ser fruto de uma política pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.

     Na sociedade da informação acontece de forma semelhante. E nesse caso, estaremos falando da analfabetização. Nos últimos tempos, um novo tipo de analfabetos foi descoberto. Como se não bastasse aqueles que não têm conhecimento da leitura e escrita, surgiu também os que ignoram todo e qualquer tipo de letramento digital. Porém, como falar disso sem saber o que significa o letramento digital? Segundo Aquino (2005), "Significa o domínio de técnicas e habilidades para acessar, interagir, processar e desenvolver multiplicidade de competências na leitura das mais variedades mídias." É o conhecimento que um indivíduo tem ou pode ter em relação a um computador, seus programas e redes. A falta desse conhecimento devido à falta de oportunidades ou outros, é conhecida como exclusão digital.

    A exclusão digital tem sido um tema muito discutido. "Se nos voltamos para a historia das sociedades, organizações e coletividades, perceberemos que esta preocupação está igualmente presente" (Hyppolito, 2000). A cada dia percebemos que quanto mais cresce a utilização dessas máquinas, cresce também o nível dessa exclusão, que continua sendo a maioria excluídos. Os motivos são muitos, mas o principal é econômico. Como sempre, a tecnologia foi privilégio de poucos, e assim também os meios de comunicação. Se você tem dinheiro pra pagar, tem livre acesso, mas se não tem...

     Em alguns casos, a criança desde cedo já não é estimulada. Mesmo que estude numa escola particular, em sua grande maioria não tem acesso a esse tipo de informação nem na escola, e se os pais não têm condições de pagar um curso, ou comprar um computador, aquela criança torna-se também analfabeta. Se nas escolas particulares não são encontradas, nas públicas, é mais raro ainda.

    Mas afinal, que importância tem o letramento digital? "Não existe uma razão única para se explicar a importância crescente da gestão do conhecimento" (Hyppolito, 2000). O mundo hoje tem se movido em grande parte através da tecnologia. Podemos comprar produtos, pagar contas, falar com amigos, e nas coisas mais simples também, fazer pesquisas e trabalhos acadêmicos. Já não são tão bem recebidos os trabalhos manuais, os olhos de qualquer professor preferem trabalhos digitados. Enfim, letramento digital tem sido fundamental nos dias atuais.

     Se é algo que começa na escola, será tão ou mais importante na graduação. Se o mundo hoje, usa a internet para divulgar notícias, informações, pesquisas mais atualizadas, as pessoas irão buscar esse meio para se informatizar, atualizar, pesquisar, entre outros. Se é o meio mais fácil e rápido, por que não ir por ele? É aí que volta a importância desse conhecimento e o quanto é ruim a falta dele. E as pessoas que não têm acesso como ficam? A busca somente nos livros não tem adiantado mais, o jeito é torcer para que consiga obter essa "alfabetização" e para ter onde e como usá-la.

     É fundamental assegurar a estas pessoas o direito à informação e à tecnologia. "Existem poucas pesquisas relacionadas à usabilidade de design. Já quanto à usabilidade pedagógica, menos ainda"(Aquino, 2005). É por esse motivo que voluntários, organizações não-governamentais, empresas e diversos setores do governo estão promovendo programas de inclusão digital - ou seja, criando centros que dão a oportunidade de navegar na Web e aprender informática de forma gratuita ou a baixo custo para a população carente. Possíveis soluções para acesso comunitário à Internet incluem cibercafés, quiosques e bibliotecas públicas.

     Não somente em escolas, empreendimentos entre outros, deve ser realizado o processo de inclusão digital, mas também nas universidades, escritórios etc. Se o mundo exige o conhecimento dessas novas tecnologias deve também investir para que todos tenham acesso a elas. Se facilita tanto a vida do ser humano, que ele tenha acesso a isso então.


A importância do conhecimento digital na graduação e na profissão

    A tecnologia interfere praticamente em todas as atividades de uma pessoa nos dias atuais. Tudo necessita ser desenvolvido tecnologicamente para que a sociedade faça uso e aceite. A tecnologia digital é uma das que mais esclarece essa interferência, tanto pela demonstração das diferenças sociais no acesso a ela, quanto pelo alto nível técnico que se precisa para manipulá-la.

    O ingresso no curso superior determina que o aluno possui competência e habilidades básicas que foram adquiridas durante o ensino fundamental e médio e que são usadas também na manipulação das tecnologias digitais. Durante a graduação, o uso de computadores e equipamentos digitais é freqüente, e por isso, é muito importante que o aluno conheça minimamente esses recursos. A educação superior tem se transformado completamente, pois existe uma crescente riqueza de possibilidades e alternativas relacionadas às tecnologias educacionais e às estratégias pedagógicas. Um exemplo disso é o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC's), que possibilitam o acesso a materiais didáticos a qualquer hora e lugar. Vem daí a importância de um pré-conhecimento relacionado às TIC's para o ingresso no curso superior . "[...]Educar para a sociedade do conhecimento é compreender que devemos investir na criação de competências, considerando os estilos individuais de aprendizagem e os novos espaços de construção do conhecimento" (Carvalho, 2005).

    Com o profissional, a cobrança é bem maior. A necessidade de atualização de profissionais mais antigos como reciclagem e treinamento de recursos humanos é reflexo das novas tendências de mercado que por sua vez também determinam mudanças na educação no que diz respeito a tecnologias digitais.

    O papel da universidade é preparar o aluno para esse exigente mercado de trabalho transformando aquele pré-conhecimento digital em uma habilidade mais apurada com equipamentos profissionais. Segundo Carvalho (2005), a utilização das TIC's com ênfase na aprendizagem, volta-se para o desenvolvimento das habilidades, expectativas, interesses, potencialidades e condição de aprender; todas essenciais ao processo educativo autônomo. Às vezes, esse objetivo não é alcançado devido à falta de recursos nas universidades, principalmente as públicas, mas apesar disso, o uso de materiais educacionais eletrônicos como CD-ROOMs, livros eletrônicos, vídeos e workshops on-line ajudam a fazer com que os futuros profissionais acompanhem as demandas de mercado. As universidades estão se reestruturando para enfrentar esse desafio tecnológico, mesmo que de forma insuficientemente rápida como o crescimento da competição no mercado de trabalho.

    Essa adaptação das universidades à tecnologia impulsionou o desenvolvimento da prática de cursar disciplinas on-line, de forma que as exigências de formatura sejam atendidas e fazendo uma quebra radical da estrutura e das políticas rígidas da instituição tradicional. De acordo com Belloni (apud Carvalho, 2005), "O professor tende a ser amplamente mediatizado: como produtor de mensagens inscritas em meios tecnológicos, destinadas a estudantes a distância, e como usuário ativo, crítico e mediador entre estes meios e alunos". Esse é um trabalho que aproveita os benefícios de computadores e redes, apresentando oportunidades inéditas para melhorar o sistema educacional e alimentando ainda mais o conhecimento digital dos profissionais.


Metodologia

    No intuito de verificar o perfil dos alunos do Curso de Educação Física quanto ao uso de tecnologias de informação e comunicação, foi realizada uma pesquisa na Universidade Católica de Brasília com 350 alunos escolhidos aleatoriamente (adotou-se o critério de sorteio de turmas que estariam respondendo ao questionário). Tal amostra representa, aproximadamente, 15% do total de alunos do curso em maio de 2005, permitindo uma confiabilidade de 95%.

     Caracterizando-se como um estudo exploratório, o número de alunos respondentes constitui uma amostra significativa para a formulação de um perfil do aluno do curso sob o prisma supracitado. O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário, composto de sete questões fechadas, as quais contemplam os seguintes aspectos: utilização de novas tecnologias, como lida com elas ao estudar e para se comunicar, quais as expectativas ao utilizá-las, perspectiva de aprendizagem, quais os recursos utilizados e como a universidade contribui para esse aprendizado.

    No questionário, fez-se levantamento de dados pessoais da amostra, composta por 54% de alunos do sexo masculino e 46% do sexo feminino. Quanto à idade, conforme se pode verificar nos gráficos a seguir a maior parte dos alunos (49%) tem de 16 a 20 anos:


Resultados e discussão

    Os dados do gráfico 01 mostram que 50% dos alunos do curso de Educação Física entrevistados dominam bem os seus conhecimentos sobre as novas tecnologias. Outra parte significativa (40%) afirma que conhece o suficiente para não fazer feio. Já os outros 10% acham que são excluídos do processo de digitalização e não sentem falta desse conhecimento. Podemos afirmar que a maioria dos alunos entrevistados tem um conhecimento considerável sobre as TIC´s e isso é muito bom para que haja uma realização de trabalhos, utilizando os meios digitais sem muitas dificuldades.

Gráfico 01 - Conhecimento das TIC's

    Observa-se no gráfico 02 que 40% dos alunos pesquisados não têm dificuldades em formatar, digitar ou no preparo de uma apresentação; 51% demonstram que têm dificuldade em apenas uma ou duas dessas fases; outra parte (9%) afirma que possui dificuldades tanto para digitar, formatar, como preparar uma apresentação. Sendo assim, podemos perceber que pouquíssimos alunos entrevistados possuem dificuldades na utilização das TIC´s nos trabalhos acadêmicos. Interessante observar ainda que estes resultados corroboram os dados apresentados na questão anterior.

Gráfico 02 - Utilização das TIC's nos trabalhos acadêmicos

    Constatou-se, como podemos visualizar no gráfico 03, que 57% dos pesquisados utilizam as ferramentas de comunicação (E-mail) com facilidade, outros 30% têm dificuldades, mas conseguem resolvê-las com ajuda de outras pessoas e a minoria (13%) possui um alto grau de dificuldades e preferem telefonar ou conversar pessoalmente para resolver algum assunto. Tal fato preocupa na medida em que ainda existem alunos com dificuldades na utilização de ferramentas tão simples, como por exemplo, o uso do e-mail.

Gráfico 03 - Formas de comunicação

     Ao observarmos o Gráfico 04, verificamos que as novas TIC's atendem a diferentes expectativas e objetivos. Dentre estes, os alunos responderam que se tratando de fonte de prazer atende a 49% das expectativas, 34% só atende parcialmente e 17% afirma que não atende a nenhuma expectativa ou objetivo. Como fonte de conhecimento acadêmico, 48% considera que atende as expectativas/objetivos, uma parte considerável (43%) já acredita que atende parcialmente e apenas 9% não atende a nenhuma expectativa/objetivo. Já se tratando de fonte de conhecimento geral, 67% dos entrevistados deixam bem claro que as TIC's atendem, outros 24% atendem parcialmente e por fim 9% não atendem a nenhuma expectativa. As TIC's contribuem muito para a nossa vida, mas alguns acham que elas não atendem nem como fonte de prazer, nem conhecimento acadêmico e muito menos como fonte de conhecimento geral, isso é uma perda muito grande, pois as possibilidades de aquisição de informação disponíveis na rede são irrefutavelmente múltiplas e reconhecer sua importância é fundamental nos dias atuais.

Gráfico 04 - Objetivos e Expectativas

    No gráfico 05, procuramos saber se os alunos consideram o aprofundamento de seus conhecimentos a respeito das TIC's, como um fator importante. Como podemos visualizar, a maioria (78%) acredita que tal competência é necessária. Cerca de 14% considera que com um pouco mais de esforço acabará aprendendo e outros 8% afirmam que não precisam dominar tais tecnologias ou que nunca conseguirão dominá-las, pois acham muito complicado. Preocupa-nos os 8% que mencionam não precisarem de tais tecnologias, já que elas facilitam a realização de tarefas no meio acadêmico e profissional, bem como são fundamentais em alguns setores do mercado de trabalho, servindo inclusive como parâmetro para inserção neste.

Gráfico 05 - Aprofundamento dos conhecimentos

    Podemos visualizar, no gráfico 06, que os recursos utilizados pelos alunos de um curso de graduação são bastante amplos. Observamos que 77% utilizam muito bem um editor de texto (Word), outros 16% utilizam pouco e apenas 7% afirmam não utilizar esse programa. Em se tratando de apresentações (Power Point), diminui para 55% os alunos que utilizam muito, outros 36% utilizam pouco e aumenta para 9% os que não utilizam. A internet (sites de busca) foi a que atingiu a maior porcentagem de alunos que utilizam tais recursos, 84% precisamente e os alunos que utilizam pouco ou não utilizam esses recursos somam 16%. Quando tratamos de sites diversos, cai para 67% os que utilizam muito, cerca de 30% utilizam pouco e apenas 3% afirmam que não utilizam. O e-mail é uma fonte de comunicação viável e 56% também acreditam nisso, pois o utilizam muito, já 33% utilizam pouco e aumenta para 11% os que ainda não utilizam esse recurso tão benéfico e importante. Cai bastante o número de pessoas que utiliza chats, apenas 37% utilizam muito, 12% utilizam pouco e surpreende o número de alunos que não usam esse recurso: 51%. Por fim, surpreende o resultado que diz respeito à utilização de Fóruns, em que se observa que 12% dos entrevistados recorrem muito ao fórum, 35% pouco e significantes 53% não utilizam tal recurso. Tal fato deixa claro que os recursos mais utilizados pelos graduandos do curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília são: editor de texto, de apresentação, internet e e-mail. Os percentuais com uma escala menor podem ser decorrentes de uma má informação ou da falta de necessidade imediata de utilização, seja na universidade ou em sua vida pessoal. Esses dados comprovam que se tratando de recursos, os alunos estão razoavelmente bem qualificados na maioria dos programas oferecidos pelas TIC's.

Gráfico 06 - Utilização das TIC's

    Como podemos observar no gráfico 07, procuramos identificar se os alunos acham que a universidade tem contribuído ou forçado os alunos a se inserirem nesse mundo digital. Cerca de 39% afirmam que a universidade contribui razoavelmente, um pouco abaixo disso (30%) deixa claro que a universidade tem contribuído muito e apenas 10% menciona que a universidade não contribui em nada. Há que se considerar que a universidade dispõe de muitos recursos digitais, como laboratórios e datashow, além do que os alunos são constantemente solicitados a realizar pesquisas e apresentar trabalhos o que força a utilização dessas TIC's.

Gráfico 07 - Contribuição da universidade


Considerações Finais

    Nesse artigo, nos propomos a traçar o perfil dos alunos de Educação Física da Universidade Católica de Brasília referente à utilização das novas tecnologias de informação. De acordo com os dados levantados, existe uma parcela significativa de entrevistados que demonstram conhecimentos satisfatórios relacionados às novas tecnologias. Estes destacaram as TIC's como instrumento indispensável na aquisição e transposição dos saberes.

    No que diz respeito ao domínio de habilidades necessárias ao manuseio dos instrumentos virtuais, as respostas foram, de maneira geral, bastante positivas, porém ainda é preocupante a existência, no meio acadêmico, de uma minoria marcada pelo analfabetismo digital (aproximadamente 10% dos respondentes); fato este preocupante, visto que atualmente há uma expansão do uso das TIC's em todos os campos, em nível pessoal e profissional.

    Ressaltamos no desenvolvimento desse trabalho que as TICs facilitam a educação, tanto em sua modalidade a distância como presencial e a internet destaca-se dentro deste contexto como a mídia mais promissora da era virtual. Na internet, encontramos vários tipos de aplicações educacionais: de divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino e de comunicação. No entanto, ela só será significativa se estiver integrada a um contexto estrutural de mudança do ensino aprendizagem, em que professores e alunos vivenciam processos de comunicação abertos, de participação interpessoal e grupal efetivo... Integrá-la a partir desta abordagem significa permitir sua interação com outras tecnologias, tais como: vídeo, televisão, jornal... dentro de uma visão nova, criativa e aberta, com domínio de técnicas essenciais para utilização desse rico recurso de informação e comunicação.

    Desta feita, averiguou-se que os instrumentos tecnológicos serão mais eficientes no processo de ensino e aprendizagem, quando houver interesse/qualificação relacionados ao desenvolvimento de competências e habilidades que promovam o aproveitamento de todas as potencialidades das TIC's, objetivando construir novos conhecimentos com fins de instrumentalizá-los para aplicação em situações diversas.

    Segundo Nóvoa (apud Santos; Moraes, 2001), "a utilização inteligente das novas tecnologias, sobretudo na sua dimensão interativa, reorganiza o espaço escolar. Ele perde a base territorial forte e se abre para a rede cruzada de espaços e lugares diversos." Nesse sentido, é que salientamos a importância da universidade para que, cada vez mais, os graduandos tenham a oportunidade de aprofundarem seus conhecimentos nessa área tão requisitada atualmente.


Referência bibliográfica

  • AQUINO, Renata. Usabilidade é a chave para aprendizado em EAD. Disponível em: http:// www.universiabrasil.net. Acesso em 13 de abril de 2005.

  • BUZATO, Marcelo. Letramento digital abre portas para o conhecimento. Disponível em: http://www.universiabrasil.net/materia_imp.jsp?id=6355. Acesso em 13 abril de 2005.

  • CARVALHO, Kassandra Brito de. Implicações das TIC's na educação. Disponível em www.pedadobrasil.com.br/pedapgia/implicacoesdastics.htm. Acesso em :17/05/05.

  • HYPPOLITO, Arthur de Moura. A gestão do conhecimento hard ou soft. Disponível em: http://www.icoletiva.com.br. Acesso em 13 de abril de 2004.

  • LEVY, P. A conexão planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001.

  • RIBEIRO, Regina do Valle. Educação a distância e a inclusão digital. Disponível em: http://www.universiabrasil.net/materia_imp.jsp?id=2987. Acesso em 13/04/2005.

  • SANTOS, Gilberto Larceda; MORAES, Rachel de Almeida. Aprendizagem, Tecnologias e Educação a Distância. Brasília: UNB, 2001.

  • SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. Visões sobre as novas tecnologias. Jornal A Razão, Santa Maria, 02 ago. 2001.

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revista digital · Año 10 · N° 90 | Buenos Aires, Noviembre 2005  
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