efdeportes.com
O fair play nas escolas públicas do
município do Rio de Janeiro e a mídia

   
*UFRJ/ **UNIABEU - UNICAMP - ABDC
(Brasil)
 
 
Prof. Esp. João Luiz Rufino*
Prof. Esp. Paulo Henrique Batista*
Prof. Drdo. Leonardo Mataruna**

prof.mataruna@uol.com.br
 

 

 

 

 
Resumo
    O presente estudo analisou a influência da mídia no fair play dos alunos (as) e professores (as) de educação física das escolas públicas do município do Rio de Janeiro. Foram aplicados 2 questionários em 25 escolas. O 1º avaliava a quantidade de exposição à mídia esportiva e o interesse dos alunos por notícias com bons e com maus exemplos de fair play e o 2º questionário avaliava o comportamento em relação a situações de competição onde o jogar limpo estivesse envolvido. Os mesmos questionários foram aplicados a atletas e treinadores (as). Em seguida foram correlacionados os resultados para analisar a influência da mídia no fair play de alunos (as) e professores (as) da educação física, assim como a diferença do grau de fair play destes para os atletas e treinadores (as). Os professores de educação física alcançaram o maior grau de fair play entre os participantes e os atletas obtiveram o pior. As participantes do sexo feminino se mostraram mais éticas em relação à prática esportiva, isto pode ser elucidado pela maior exposição dos participantes do sexo masculino a mídia.
    
Unitermos: Fair play. Escola. Mídia.
 
Abstract
    The present study analyzed the influence of the media in fair play of the pupils and physical education teachers of the public schools in Rio de Janeiro city. Two questionnaires were applied in 25 schools. The first one evaluated the amount of exposition to the sport media and the pupils' interest for news with good and bad examples of fair play and the second questionnaire evaluated the behavior in relation to the competition situations in which the fair player was involved. The same questionnaires were applied to athletes and trainers. After that the results were correlated to analyze the influence of the media in fair play of pupils and of the physical education teachers, as well as the difference of the degree of fair play of the latter ones to the athletes and trainers. The physical education teachers reached the biggest degree of fair play among the participants and the athletes got the worst one. The participants of the feminine sex showed themselves more ethical in relation to the sport practice, this can be elucidated by the great exposition of the participants of the masculine sex to the media.
    Keywords: Fair play. School. Media.
 
Resumen
    El presente estudio analizó la influencia de los medios de comunicación en el fair play de alumnos (as) y maestros (as) de educación física de escuelas públicas de la municipalidad de Río de Janeiro. Fueron aplicados 2 cuestionarios en 25 escuelas. El primero evaluó la cantidad de exposición en los medios de comunicación deportivos y el interés de los alumnos por noticieros con buenos y malos ejemplos de fair play. Y el segundo cuestionario evaluó los comportamientos en relación a la situaciones de competencia donde estuviese involucrado el juego limpio. Los mismos cuestionarios fueron aplicados a deportistas y entrenadores (as). En seguida fueron correlacionados los resultados para analizar la influencia de los medios de comunicación en el fair play de alumnos y maestros de educación física, así como la diferencia de grado de fair play de estos con los deportistas y entrenadores. Los maestros de educación física tuvieron el mayor grado de fair play entre los participantes del estudio y los deportistas obtuvieran el peor. Las participantes mujeres fueron mas éticas en relación a la práctica deportiva, esto puede ser elucidado por la mayor presencia de los participantes del sexo masculino en los medios de comunicación.
    Palabras clave: Fair play. Escuela. Medios de comunicación
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 89 - Octubre de 2005

1 / 1

Introdução

    O empenho significativo da juventude na prática esportiva pode, em parte, ser explicado pela convicção, largamente generalizada entre os adultos, acerca das conseqüências sociais positivas advindas para os praticantes desportivos. A literatura disponível que aborda os efeitos do envolvimento da juventude na prática desportiva refere que parte significativa dos jovens participam no desporto de competição, apoiados na convicção dos adultos em relação às conseqüências daí advindas, em termos de aquisição de comportamentos sociais desejáveis (Gonçalves, 1996).

    Stouff (apud Ikhioya,1996) identificou 50 problemas comportamentais exibidos por crianças no âmbito escolar. Alguns problemas identificados por Stouff são relacionados a situações esportivas como atitudes antidesportivas, que se não controlados freqüentemente continuarão na idade adulta, e subseqüentemente romperão com a ordem social e a decência, isto aplicado ao esporte. Ikhioya observa que a tendência das crianças em trapacear no esporte pode ser reforçada pela observação de outros atletas trapaceando e ganhando glória e honra por atos sujos.

    Gonçalves (1996) acrescenta que muitos estudos sobre a aquisição de comportamentos socialmente desejáveis demonstram que os anos de experiência competitiva e o nível da competição em que os jovens estão integrados parecem estar diretamente relacionados com a demonstração de um aumento significativo de atitudes e comportamentos que traduzem a ausência de espírito esportivo.

    Turini (2002) observando a questão da competição no âmbito escolar ressalta que o melhor caminho é não descartar a competição da escola, o autor refere que deve ser feito um tratamento pedagógico para a competição. Talvez, o melhor caminho para isto seja através da educação olímpica. Para Tavares, Belém, Godoy et al (2005) a educação olímpica ajusta-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) através do seu caráter multidisciplinar e transversal com eixo no esporte olímpico. Os autores elencam 5 temas da educação olímpica: fair play; multiculturalismo; corpo, mente e espírito; busca da excelência e Jogos Olímpicos, passado e presente.

     Portanto cabe a educação olímpica enquanto pilar do olimpismo fomentar a honestidade. Franchini e DaCosta (2002) ressaltam que:

"A meta do Olimpismo é contribuir para a construção de um mundo pacífico e melhor através da educação dos jovens por meio do esporte praticado sem discriminação de qualquer tipo e no espírito Olímpico, o que requer entendimento mútuo com um espírito de amizade, solidariedade e fair play" (p.360).

    Diante dessas experiências faz-se necessário compreender o que está causando tais desvios comportamentais, pois se a prática esportiva, segundo vários autores, estimula a aquisição de valores socialmente desejáveis, por que alguns estudos demonstram que os anos de experiência esportiva contribuem para o incremento de comportamentos antidesportivos? Entretanto, o esporte tem um grande valor educativo e isso é largamente reconhecido no âmbito da educação física. Então urge compreendermos que fatores estariam influenciando negativamente os praticantes, para que comportamentos antiéticos apareçam no meio esportivo, que a priori deveria estar à margem deste tipo de comportamento.

    Alguns autores (Gonçalves 1990; Betti 1999; Chauí 1999; entre outros) apontam a mídia como fator fortemente influente na cultura em geral e por conseqüência na prática esportiva. De acordo com Gonçalves (1990), são unanimemente reconhecidos, o rádio, os jornais e em especial a televisão, como fatores de influência determinante neste domínio. A televisão e em escala mais reduzida os jornais desportivos, divulgam freqüentemente os modelos, os "heróis" que na prática desportiva, crianças e jovens desejam imitar. Através das suas atitudes e comportamentos, os jovens praticantes aprendem não só este ou aquele gesto técnico ou habilidade, mas de igual modo são sensíveis a esta ou aquela atitude praticada pelos seus ídolos. E os farão através de modelos positivos ou negativos, ainda que denotando uma sensibilidade maior para a aceitação e assimilação destes últimos (Stensaasen apud Gonçalves, 1988). Por isso é necessário que a influência da mídia no fair play dos praticantes esportivos seja investigada e analisada.


Mídia

    Camargo (apud Pirolo, 1996) afirma que a metade do tempo livre da população é gasta com lazer produzido pela industria cultural, vindo a TV em 1º lugar, seguida de longe pelo rádio e, mais de longe ainda, pelos livros, discos e jornais.

     No contemporaneidade, os esportes, as ginásticas, as danças e as lutas tornam-se, cada vez mais, produtos de consumo e objetos de informação amplamente divulgados ao grande público. Desde cedo os alunos tomam contato com as práticas corporais e esportivas através da mídia. São transmissões esportivas, aulas de ginástica, entrevistas, análise de regras e táticas esportivas, sugestões de novos exercícios e de equipamentos (Betti, 1999).

    Nesta sociedade globalizada, conforme Chauí (1999), está subjacente a ideologia pós-moderna, a qual apresenta algumas peculiaridades, como paixão pelo efêmero e pelas imagens, impulsionadas pelo avanço tecnológico e por novos tipos de publicidade. A mídia, neste panorama, passa exercer papel fundamental não apenas como veículo de marketing e de divulgação de produtos e informações, mas como inculcadora de necessidades consumistas e, conseqüentemente, da ideologia pós-moderna.

    Quais os esportes mais valorizados pela mídia, em termos de quantidade de horas de transmissão e em termos qualitativos, como o horário e o canal de vinculação? A ênfase é sobre a transmissão de jogos de futebol, voleibol e, em alguns casos, de basquetebol profissional dos Estados Unidos. E são justamente estes que são implementados com maior facilidade pelos professores de educação física.

    Revistas, jornais, TV, internet, enfim, toda mídia, percebendo a importância da cultura corporal, despendem cada vez mais tempo com informações e notícias sobre esporte e atividade física. São canais só de esporte, coberturas recordes de olimpíadas e inúmeras revistas com matérias variadas sobre o corpo, oferecendo dicas sobre as diferentes práticas corporais.

    A maioria dos modelos veiculados pela televisão são atletas de alta competição para quem de uma forma geral, a vitória a todo o custo é o objetivo primordial que orienta o seus comportamento, com toda a carga negativa que tal poderá acarretar (Gonçalves, 1990). A televisão constitui uma excelente escola de formação antidesportiva, onde os jovens aprendem as formas de se obter vantagem sobre o adversário, ainda que de forma ilegal, mas também que tal é perfeitamente aceitável tendo em conta o desejo de ganhar. Assim, para Stensaasen (apud Gonçalves, 1988), adquire particular importância o papel do comentarista esportivo ao dever assumir uma atitude permanente de educador reprovando todas as atitudes de jogadores e treinadores que não se enquadrem no código de ética desportiva.

    Também referem que os meios de comunicação não ajudam a transmitir uma imagem mais positiva do desporto, dado que preferem difundir jogadas e condutas anti-desportivas, em detrimento de ações de jogo limpo e fair play. Candau, Lucinda e Nascimento (2001) discorrendo acerca da violência na escola e a influencia da mídia afirmam que uma das formas de influencia negativa que a mídia exerce são as cenas de violência destacadas nos jornais e televisão. As autoras relatam que uma pesquisa realizada pelo Instituto da Cultura e Educação Continuada (IEC) mostra que os jovens percebem que a violência divulgada nos programas de TV são exageradas se comparadas a realidade. Para Pirolo (1996):

"Os meios tecnológicos, certamente, invadiram o mundo, de maneira a promover o individualismo que vem conquistando espaço cada vez maior em detrimento ao senso de solidariedade, respeito humano, coletivismo. Suas intensas e freqüentes propagações tem promovido um mundo menos preocupado com a essência das coisas, mais envolvido com a aparência dos fenômenos, concorrendo, pois, para uma inversão de valores."(p. 236)

    Pirolo (op. cit.) discorrerendo acerca das atividades que as crianças tem se dedicado, observa que "Esse tipo de atividade, que se ligam aos brinquedos eletrônicos, por exemplo, tem causado uma aprendizagem muito mais voltada para a agressão, a inatividade, a fixação do irreal, o individualismo...". Betti (1996) afirma "que a violência nos fascina, atinge nossas emoções, mobiliza nossos instintos mais profundos... Contudo não podemos afirmar que a TV causa a violência, porém que a reproduz, amplia e justifica" (p.221). O autor ainda ressalta que durante as transmissões esportivas usa-se uma linguagem bélica, "inimigo, matador, batalha, etc", e também justificativas para faltas violentas "ele tinha que fazer a falta, se não seria gol", tudo isso vem a contribuir para o estimulo a violência no esporte de forma justificada.

     O impacto da mídia sobre a escolha dos conteúdos e sobre a forma como eles serão transmitidos, também não pode ser desprezado. Analisando o tema, mídia e educação física, Kenski (1995) avalia que o esporte é um ótimo investimento, já que o espetáculo é fácil de ser produzido, os cenários e os atletas já estão preparados e custa pouco para os investidores. A autora afirma que: "... para a televisão, e para a mídia em geral, o esporte é uma fonte inesgotável de notícias, de público e de lucro". Sobre o impacto da televisão na vida das pessoas a autora afirma:

"... a penetração da televisão é uma característica atual da civilização e precisa ser compreendida como realidade com a qual se tem que conviver, não a aceitando incondicionalmente, mas se posicionando e procurando aproveitar da melhor forma possível a nova realidade em beneficio dos ideais profissionais que merecem ser mantidos" (p.131).

    Essa influência da mídia na cultura esportiva, ao que parece, tem influenciado negativamente a prática dos esportes. Devido à veiculação de aspectos antiéticos em detrimento dos aspectos éticos da cultura em geral e do esporte. Em especial no que tange o esporte essa influência negativa tem fomentado atitudes antidesportivas, à medida que é crescente o distanciamento dos praticantes em relação aos ideais do fair play.

    Segundo Gomes (1999), o que tornar particular a discussão do tema olimpismo, primeiramente, é essa contradição interna na qual convivem os fundamentos que deram origem aos seus preceitos nos ideais de Coubertin, e as modificações sociais, econômicas e tecnológicas que distanciam aqueles ideais do real. E, ainda, as particularidades culturais que naturalmente rejeitam determinações de comportamento germinadas em contextos específicos, mas que são universalizados principalmente pelos jogos olímpicos, onde todos devem participar sob uma regulação comum.


Conceito de fair play

    Foi na sociedade aristocrática européia que surgiu o conceito de fair play, muito difundido pelo Barão Pierre de Coubertin idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. O conceito de jogar limpo sempre existiu nas mais antigas das sociedades, o termo fair play surgiu como uma transferência do modelo de comportamento inglês do sec. XVIII e XIX, o comportamento "cavalheiro" (gentleman). O fair play defendido por Coubertin representa a honra e a lealdade, o respeito pelos outros e por si próprio. Estes valores refletem o pensamento da aristocracia inglesa do século XIX a respeito das práticas esportivas. Para Ommo Grupe (1992) o fair play significa:

"A adesão voluntária as regras esportivas, princípios e códigos de conduta, obedecendo o principio da justiça e renunciando a vantagens injustificadas. A "educação olímpica" seria como "escola de cavalheirismo prático", ensejando a oportunidade de aprender que o sucesso é obtido não apenas através do desejo e da perseverança, mas também que é consagrado unicamente através da honestidade e da justiça."(p.136)

"Em primeiro lugar é o competidor quem dá o testemunho do fair play. Isto exige, no mínimo, que dê provas de um respeito total e constante pela regra escrita, o que lhe será mais fácil se aceitar o objetivo da regra e se reconhecer que, além desta regra escrita, existe um espírito dentro do qual se deve praticar o esporte de competição". Manifesto sobre o fair play (1976) elaborado pelo Comitê Internacional para o fair play (Tubino, 1985; p. 107-108).

    De acordo com o Código de Ética Esportiva idealizado pelo Conselho da Europa (1996):

"O fair play significa muito mais do que o simples respeitar as regras; cobre as noções de amizade de respeito pelo outro, e de espírito esportivo, representa um modo de pensar, e não simplesmente um comportamento. O conceito abrange a problemática da luta contra batota, a arte de usar a astúcia dentro do respeito as regras, o doping, a violência (tanto física quanto verbal), a desigualdade de oportunidades, a comercialização excessiva e a corrupção."

     Conforme Gebauer e Wulf (1992), esta codificação do cavalheirismo esportivo é uma tentativa de extrapolar uma moral positiva que está além dos princípios formais da competição. Isto porque de um modo geral, a maneira como as competições são organizadas, "... não são um campo onde a moral possa florescer, sem falar em ética" (p.468). Deste modo, a promoção de um comportamento ético na arena esportiva "demanda conjuntos de idéias ou ferramentas mentais outras que aquelas fixadas em documentos escritos"(p. 468).

    Segundo Gonçalves (1988) "o espírito esportivo, constitui uma noção difícil de definir. Não é contudo difícil reconhecer algumas dimensões da questão: lealdade, honestidade, aceitação das regras, respeito pelos outros e por si próprio, igualdade de oportunidades...tantos são os elementos associados a idéia de espírito desportivo".

    É possível identificar nos diferentes conceitos de fair play e de espírito esportivo uma forte influência dos ideais de Coubertin, percebe-se, também, uma nítida divergência entre os autores. Isto pode ser explicado pelo fator regional, que demanda diferentes significados, ou pela vontade de se libertar dos preceitos aristocráticos que transbordam o conceito de fair play difundido no nascimento das olimpíadas da era moderna.


Exemplo de espírito desportivo

    Em um mesmo evento esportivo podem ocorrer atitudes altamente antidesportivas e atitudes do mais alto grau de espírito esportivo. Por isso é importante que sejam ressaltados muitos exemplos de fair play para que a juventude mundial seja afetada por esses bons exemplos e passe a repeti-los na sua prática diária. Tendo em vista a importância dos exemplos para os praticantes, torna-se relevante relatar alguns de verdadeira manifestação do espírito esportivo (Comitê Internacional para o Fair Play, 2000):

  • Um jogador de tênis ajuda o árbitro e faz-lhe ver que a bola lançada pelo adversário tinha caído dentro do campo e não fora.

  • Um jogador de golfe declara que a sua jogada não fora executada conforme o regulamento, numa altura em que nem o seu adversário nem os juizes haviam notado.

  • Um pugilista deixa de bater no adversário no momento em que verifica que este já não se pode defender, se bem que ainda se mantenha de pé.

  • Numa corrida de ciclismo de longa distância, um ciclista ajuda um concorrente que teve uma queda e provocou danos na bicicleta, colocando à sua disposição o seu próprio material de reserva.

  • Concorrente de uma regata, sacrifica a sua boa posição na corrida para ajudar um adversário que se encontra em dificuldades depois de se ter virado.

  • Um treinador de futebol felicita um dos seus jogadores por ter renunciado a cometer uma irregularidade sobre um adversário, se bem que esta renúncia tenha possibilitado um gol à equipe adversária.

  • Uma federação nacional desportiva organiza uma série de seminários sobre o Espírito Desportivo para treinadores de equipes da primeira divisão e introduz uma escala de valores que permite avaliá-lo no comportamento dos jogadores.

  • Um jornal de difusão nacional lança uma campanha a favor do espírito esportivo para sensibilizar a opinião pública e publica regularmente artigos de atletas, juízes e de outros autores que exprimem o seu parecer sobre este assunto.

    Um excelente exemplo de jogo limpo é o do Comitê de fair play da UEFA, que está premiando as federações com maior grau de fair play da Europa. A Suécia lidera o ranking, as equipes com mais de oito pontos nesse ranking concorrem a três vagas extras para a taça UEFA. As federações devem disputar um mínimo de 22 jogos na temporada para serem ranqueadas. As três federações que vão receber uma vaga extra na taça UEFA terão direito a colocar na competição o campeão do ranking nacional de fair play, pode ser até uma equipe de segunda divisão.

    Outro exemplo é o do casal brasileiro, Paulo Coelho e Helena Coelho, que recebeu o prêmio fair play da UNESCO em 2002, por salvar o alpinista português João Garcia durante uma escalada ao Everest em 1999. Portanto faz-se necessário divulgar e promover atitudes éticas e cavalheirescas no âmbito esportivo, pois o número atitudes antidesportivas só aumenta com passar dos anos como mostra Kidane (1998). Kidane (op. cit.) ressalta que 10 anos após o caso de doping de Ben Johnson nas olimpíadas de 1988 em Seul, os casos de doping aumentaram ao invés de diminuírem. Já

    Bertoldo (2004) mostra que o tempo na prova dos 100m rasos do atletismo aumentou em 2003, após o aumento da fiscalização e da descoberta de novos tipos de dopagem, indicando que esse aumento no tempo dos competidores pode estar relacionado a menor utilização de doping. Isso mostra que se faz necessário uma melhor conscientização dos praticantes esportivos acerca da importância do fair play para o esporte, assim como uma maior fiscalização por parte dos órgãos reguladores do esporte e um maior incentivo às atitudes de espírito esportivo. .


Objetivo do estudo

    Este estudo tem como objetivos:

  • Analisar a influência da mídia no fair play dos professores de educação física e alunos das escolas públicas da 8ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação) do município do Rio de Janeiro. Comparar, também, os resultados destes aos resultados de atletas e treinadores de clubes do município do Rio de Janeiro.

  • Analisar o grau de fair play geral entre todos os participantes.

  • Verificar a relação entre o grau de influência da mídia e o grau de fair play entre os grupos [professores (as), alunos (as), técnicos (as) e atletas]. E entre os participantes do sexo masculino e do sexo feminino.


Método

    Este estudo assume, essencialmente, um caráter descritivo e comparativo, baseado numa pesquisa bibliográfica e na aplicação de questionários. Foram aplicados dois questionários, um referente à influência da mídia na vida de cada indivíduo e um outro referente ao grau de fair play de cada indivíduo. Todos [professores (as), alunos (as), treinadores (as) e atletas] responderam aos dois questionários. Antes que os mesmos respondessem aos questionários, foi realizada uma breve explanação acerca do espírito esportivo. Para assegurar um nível mínimo de conhecimento sobre o tema.


Amostra

    Trata-se de uma amostra de conveniência, que é proveniente de 25 escolas da 8ª CRE no que se refere aos professores (as) de educação física. E em relação aos alunos (as) foram escolhidos 10 alunos (5 meninas e 5 meninos) de 10 escolas diferentes da mesma CRE. Isto permitiu uma maior abrangência territorial da 8ª CRE. A amostra se constitui de:

  • Professores (as) de educação física - 70; 40 mulheres e 30 homens;

  • Alunos (as) - 100; 50 meninos e 50 meninas. De 5ª a 8ª séries. Das escolas públicas da 8ª CRE do município do Rio de Janeiro;

  • Atletas - 40; 20 meninos e 20 meninas. Da categoria Mirim de voleibol;

  • Treinadores (as) - 25; 20 homens e 5 mulheres. De clubes esportivos do município do Rio de Janeiro.

  • A 8ª CRE se localiza na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, esta região é caracterizada pelo baixo poder aquisitivo da população em geral classificada como classe média baixa. Foram visitadas 25 escolas da 8ª CRE.


Desenvolvimento do inquérito

    Foram aplicados dois questionários para que alunos (as) e professores (as) de escolas públicas da 8ª CRE do município do Rio de Janeiro respondessem. O primeiro questionário contendo 15 questões avaliava a quantidade de exposição à mídia em geral e de interesse dos alunos por notícias com bons exemplos e com maus exemplos de fair play e o segundo questionário com 12 situações, avaliava as atitudes dos mesmos alunos em relação a situações de competição onde o jogar limpo esteja envolvido, para medir o grau de fair play destes alunos. Os mesmos dois questionários foram aplicados aos atletas e treinadores (as) de equipes esportivas do município do Rio de Janeiro.

    No questionário sobre a influência da mídia constavam perguntas do tipo: "Você acha que a mídia da maior ênfase a divulgação de atitudes antidesportivas, do que as atitudes de fair play (jogo limpo)?''. Havia quatro respostas possíveis:

    Nesse primeiro questionário o maior percentual de respostas "sempre" representa o quanto mais o individuo está exposto à mídia e é influenciado por ela.

    No questionário sobre o grau de fair play haviam questões baseadas no questionário de Gonçalves (1996), com cinco opções de resposta na seguinte forma:

    "Você foi classificado para a fase final da taça nacional de atletismo escolar na prova de 50 metros, que se realiza na pista de tartan do estádio nacional. Já na fase final do seu aquecimento para a prova você repara que um adversário de outra escola, favorito para ganhar, esta muito perturbado e triste, pois perdeu minutos antes o seu tênis de atletismo. Ele calça o mesmo número que você, e você tem um segundo par de tênis na tua mochila, perto de você.

    Você tem a escolha entre:

  1. Não fazer nada, ou

  2. Por o seu segundo par de tênis a disposição do outro concorrente.

    Nesta situação, colocaria o meu segundo par de tênis a disposição do meu adversário".

    Neste segundo questionário um maior percentual de repostas "sim, com certeza" representa um maior grau de fair play.


Objetivo da coleta de dados

    Os dados foram coletados na 8ª CRE, devido à mesma ser a CRE mais representativa do município do Rio de Janeiro em número de escolas e demograficamente, portanto, a mais representativa de todas as CREs. Dessa forma os resultados se tornarão mais representativos e fidedignos, propiciando uma melhor análise da população em questão.


Resultados e discussão

    Percebe-se que professores (as) e técnicos (as) estão mais expostos à mídia em geral, devido a maior média de respostas "sempre" nas questões de 1 a 4 que avaliavam este aspecto. As questões foram apresentadas da seguinte forma: "Você costuma ver televisão quando está em casa?". Entre professores (as) e técnicos (as), observamos que os últimos são pouco menos influenciados nessa questão e que os alunos (as) são menos influenciados do que os atletas (Figura 1). Parece que este resultado se deve ao fato de professores e técnicos, dedicarem mais tempo a leitura de jornais e também por ouvirem rádio com mais freqüência do que os demais participantes.


Figura 1. Exposição à mídia em geral

    No que se refere à influência da mídia esportiva, técnicos (as) e atletas estão mais expostos a esse tipo de influência, pois obtiveram maior percentual de respostas "sempre" nas questões 5, 6, 7, 11 e 12 que avaliavam a exposição a mídia esportiva (Figura 2). Um exemplo dessas questões é: "Do total do tempo que você assiste TV semanalmente, com que freqüência você assiste a programação esportiva?". Os atletas são os mais influenciados pela mídia esportiva e os alunos tiveram o menor percentual de influência. Isto se deve ao aspecto qualitativo de exposição à mídia, pois técnicos e atletas tem a preferência pela programação esportiva.

    As questões 8, 9, 10, 13, 14 e 15 avaliavam o quanto os grupos se sentiam influenciados pela mídia esportiva em relação as questões de fair play (Figura 3). Os técnicos (as) e alunos demonstraram se sentir mais fortemente influenciados pela mídia nesse aspecto, ficando os professores (as) distantes da média destes. As questões eram do tipo: "Você acha que a TV, o rádio e os jornais influenciam a prática de atitudes antidesportivas durante as competições?".


Figura 2. Influência da mídia esportiva

    Percebe-se que no geral os participantes do sexo masculino estão mais expostos a mídia esportiva (Figura 4), pois costumam ler mais jornais e principalmente o caderno de esportes, e também, costumam dedicar mais tempo a programação esportiva.

    É importante ressaltar nos grupos dos atletas e, principalmente, dos alunos que o baixo poder aquisitivo não permite que os mesmos tenham internet em casa nem Tv a cabo, o que proporciona uma menor exposição total à mídia em geral e em especial a mídia esportiva, devido ao alto número de canais esportivos nas TVs a cabo.


Figura 3. Influência da mídia no fair play

    Em relação ao grau de fair play dos participantes, é notável que os professores (as) de educação física das escolas públicas obtiveram o mais alto grau, obtendo o melhor percentual em 9 das 12 situações e só alcançando pior percentual em uma situação. Percebe-se uma grande diferença entre professores (as) e técnicos (as), ficando os últimos distantes do grau de fair play dos primeiros e os alunos (as) e atletas mais distantes ainda como demonstra a Figura 5. Isto demonstra uma melhor formação ética e moral por parte dos professores de educação física participantes do estudo.

    Os atletas obtiveram o pior percentual em 9 das 12 situações, conseguindo o pior grau de fair play dentre os grupos. O grupo de atletas só obteve o melhor percentual em uma situação. Em relação aos alunos (as) e atletas percebemos que ambos tem um grau de fair play muito baixo. Mostrando uma deficiência ética e moral em relação ao esporte e aos demais participantes do mesmo.


Figura 4. Influência da mídia entre os gêneros

    Os técnicos (as) só tiveram o pior percentual em uma situação e conseguiram o melhor percentual em 4 situações, empatando em duas situações com os professores. E os alunos (as) só conseguiram o melhor resultado em uma situação e obtiveram o pior resultado em duas outras situações. Entre o grupo competitivo [técnicos (as) e atletas] e o grupo escolar [professores (as) e alunos (as)], o primeiro demonstrou ser menos ético em sua pratica esportiva. Isto pode ser explicado pela cobrança dos dirigentes e patrocinadores sobre este grupo e pela influência da mídia e do meio em geral que estimulam a vitória a qualquer preço.


Figura 5. Grau de fair play obtido entre os diferentes grupos.

    No que se refere ao gênero, os participantes do sexo masculino obtiveram um menor grau de fair play entre os grupos de professores, técnicos e alunos só obtendo melhor resultado em relação as atletas que tiveram um grau relativamente menor nesse caso, portanto, os atletas homens conseguiram um grau pouco maior do que as atletas mulheres.

    Esta diferença entre os participantes do sexo masculino e do sexo feminino representa que os homens e meninos por estarem mais expostos a influência da mídia esportiva, demonstram um menor grau de fair play. Isto denota que a mídia tem influenciado negativamente o espírito esportivo dos indivíduos, fomentando as atitudes antiéticas e antidesportivas em detrimento das atitudes de jogo limpo.


Considerações finais

    Conclui-se que a mídia exerce uma influência negativa no grau de fair play dos professores (as), técnicos (as), alunos (as) e atletas do município do Rio de Janeiro, tendo em vista os seguintes resultados obtidos: Os técnicos (as) e atletas estão mais expostos à influência da mídia esportiva, conseqüentemente, obtiveram um grau de fair play relativamente baixo se comparado aos professores (as) e alunos (as); verificou-se também que os participantes do sexo masculino estão mais expostos à influência da mídia, demonstrando, por isso, menor grau de fair play se comparado ao sexo feminino; os professores (as) de educação física alcançaram o mais alto grau de fair play, enquanto os atletas obtiveram o menor grau entre os participantes. Percebe-se que os últimos estão mais suscetíveis à influência da mídia, no que tange as realizações de atitudes antidesportivas.

    Os professores (as) e técnicos (as) estão mais expostos à mídia em geral, isto se explica pelo fato de terem o costume de ler revistas e jornais e ouvir rádio, com maior freqüência do que alunos (as) e atletas. Em relação ao quanto os participantes se sentiam influenciados pela mídia em suas atitudes de fair play, os técnicos (as) demonstraram se sentir mais influenciados pela mídia nesse sentido. Esse aspecto demonstra um tipo de influência negativa no treinamento, culminando na utilização de estratégias ilícitas para vencer. À medida que o Treinamento Desportivo evolui, incrementa o número de fatores que podem induzir uma equipe a vitória. E aumenta a necessidade de controlá-los. Pois a influência negativa advinda de um destes fatores pode ocasionar uma derrota em um momento inoportuno.

    Na contemporaneidade são vários os fatores influentes no esporte, que abrangem desde a vestimenta da competição até o centro de treinamento com equipamentos de última geração. Tudo influencia o esporte e o esporte a tudo influencia. E nesse contexto, de esportivização da cultura, a mídia surge como fator fortemente influente na sociedade pós-moderna. Dessa forma o fair play se torna imprescindível nas relações interpessoais, possibilitando uma relação dialética coma realidade permeada de situações antiéticas exibidas pela mídia televisiva em especial, seguida pelo rádio, os jornais e a internet.

    Tendo em vista o baixo grau de fair play obtido ente os grupos, excetuando-se os professores de educação física, percebe-se que a mídia tem influenciado negativamente o comportamento de técnicos, atletas e alunos do município do Rio do Janeiro. Isto pode representar um sério declínio ético-moral na pratica esportiva. O que já acontece na sociedade contemporânea, caracterizada pela individualidade e competitividade, onde as cifras se sobrepõe ao ser humano. Sociedade esta, que apesar de liberal, não abre espaço para uma discussão acerca da eticidade da influência da mídia no psicossocial da humanidade. E o fair play se revela importantíssimo, à medida que emerge como uma saída ao profissionalismo avassalador e a mercadorização excessiva do esporte.

    A promoção do fair play deve partir de todos os componentes da estrutura esportiva mundial, desde a mais importante instituição esportiva, o COI, até o treinador das categorias de base iniciais. Perpassando por dirigente, políticos, atletas e pela escola que também tem seu papel nesta questão, promovendo uma Educação Esportiva voltada para o fair play, analisando e conscientizando criticamente o aluno para a questão do doping e da influência negativa da mídia. Então essa conscientização acerca do fair play é de suma importância não somente no âmbito esportivo, mas também na vida cotidiana em sociedade, pois, o jogo limpo transcende o esporte, preparando o indivíduo para o convívio humano em geral.

    Cabe a treinadores das categorias de base e professores de educação física das escolas dar um tratamento pedagógico ao esporte, provendo o conhecimento do que é o fair play e a sua importância para o esporte na atualidade. Mostrando ao aluno e ao atleta que é possível uma prática esportiva voltada para o espírito esportivo, onde a honra, a lealdade, o companheirismo, o respeito, sejam mais importantes de que a vitória. Nesse processo é imprescindível o papel do narrador esportivo, pois este detém a capacidade de influenciar todas as classes, devido a sua importância no espetáculo esportivo. O narrador consegue introjetar suas opiniões em todos os lugares, através do rádio e da televisão, divulgando sua ótica pessoal que é assimilada e defendida pela população em geral. O mesmo deveria evitar utilizar palavras de ordem bélica, como por exemplo "vai começar a batalha", "matar a jogada", "o matador", etc, utilizando expressões para justificar a violência como "ele teve que matar a jogada para evitar o gol". Assim, todos os envolvidos no esporte deveriam ter responsabilidades como educadores e formadores de opinião, difundindo o fair play e enaltecendo as atitudes éticas no âmbito esportivo.

    É importante que a criança seja conscientizada desde as séries iniciais ou desde a sua iniciação esportiva, através de uma Educação Esportiva voltada para o fair play. Onde o atleta se instruirá acerca do histórico e evolução do doping, dos efeitos adversos provenientes do uso deste tipo de substância. Da importância de se negar a utilizar substâncias ilícitas, quando solicitado por seus treinadores ou dirigentes.

    O controle antidoping é comprovadamente eficiente, mas está sempre atrás do doping, pois para haver o controle é preciso que ocorra a transgressão. Portando somente a prevenção desde a infância, realizada através da Educação Esportiva voltada para o fair play, conjugada com o controle antidopagem podem devolver ao esporte a dignidade.

    É preciso que a educação física compreenda melhor a influência dos meios de comunicação nos valores das crianças e adolescentes. A educação física na escola não pode ignorar a mídia e as práticas corporais que ela retrata, bem como o imaginário que ela ajuda a criar. Entendemos que uma das funções da educação física na escola é justamente integrar criticamente o aluno na esfera da cultura corporal. Então, caberá à disciplina educação física manter um permanente diálogo crítico com a mídia, trazendo, por exemplo, tais reflexões para o contexto escolar.

    Sugerimos que mais estudos nesse âmbito sejam realizados no intuito de orientar melhor o ensino da educação física escolar no que tange a questão da influência do meio, muitas vezes negativa, na ética da população em geral.


Referências

  • BETTI, M. A televisão e a guerra do Pacaembu: "povão" versus "cidadãos". Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Santa Catarina , v.17, n.3. p.220-225, maio 1996.

  • BERTOLO, S. COI e WADA exigem tolerância zero com doping. Jornal O GLOBO, Rio de Janeiro, 30 maio, 2004. Caderno de esportes, p.56.

  • BILIATTI, R. Conhecimentos específicos: Educação física. Apostila, Secretaria de educação do estado, São Paulo, ed.Apostilas lógicas.

  • CANDAU, V. M.; LUCINDA, M. C.; NASCIMENTO, M. G. Escola e Violência. 2ed, Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

  • CHAUÍ, M. Ideologia neoliberal e universidade. In: OLIVEIRA, F.; PAOLI, M. C. Os sentidos da democracia: Políticas do dissenso e hegemonia global. Petrópolis, RJ: Vozes; Brasília: NEDIC, 1999.

  • COMITÊ INTERNACIONAL PELO FAIR PLAY. Fair play para todos. Munchen, Paris: 1992.

  • FRANCHINI, E.; DACOSTA, L. P. Fundamentos do judô aplicados à educação olímpica e ao desenvolvimento do fair play. In: TURINI, M.; DACOSTA, L. P (editores). Coletânea de textos em estudos olímpicos. Rio de Janeiro, ed. Gama Filho: 2002, p. 355-371.

  • GEBAUER, G.; WULF, C. Mimesis: Cultura-Arte-Sociedade. Hamburg, Rowohlt, 1992.

  • GOMES, M. C. solidariedade e honestidade: os fundamentos do fair play entre adolescentes escolares. In: TAVARES, O.; DACOSTA, L. P. Estudos olímpicos: programa de pós-graduação em educação física. Rio de Janeiro, ed. Gama filho: 1999, p. 207-222.

  • GONÇALVES, C.; COSTA, F. C.; PIÉRON, M. Valores no Desporto Jovem: Estudo Comparativo entre praticantes e não praticantes. In: Congresso AIESEP 98, 1998, New York. Universidade de Adelphi, 1998.

  • GONÇALVES, C. O desenvolvimento do jovem praticante. 2 ed. Oeiras: Câmara municipal de Oeiras, 1988.

  • GONÇALVES, C. O espírito desportivo é importante. 3 ed. Oeiras: Câmara municipal de Oeiras, 1996.

  • GONÇALVES, C. O espírito desportivo e os jovens praticantes desportivos. 2 ed. Oeiras: Câmara municipal de Oeiras, 1996.

  • GONÇALVES, C. Espírito Desportivo: Questão de ética, questão de educação. In: BENTO, J.; MARQUES, A. (editores). Desporto, Ética e Sociedade. Porto: FCDEF-UP Actas: 1990, p. 87-105.

  • GONÇALVES, C. O pensamento dos treinadores sobre o espírito desportivo na formação dos jovens praticantes. 2 ed. Oeiras: Câmara municipal de Oeiras, 1997.

  • GRUPE, O. El Olimpismo y la idea olímpica en sus aspectos culturales, filosóficos y pedagógicos. In: Actas Congreso Científico Olímpico, Málaga: IAD, 1992.

  • IKHIOYA, O.S.A. Adopting effective control measures for some behavioural problens among athletes. ICHPER-SD journal, v.XXXII, n. 4, p.54-56, summer 1996.

  • KENSKI, V. M. O impacto da mídia e das novas tecnologias de comunicação na educação física. Motriz, Rio Claro, n. 2, v. 1, p. 129-133, 1995.

  • KIDANE, F. El dopaje y los países en vías de desarrollo. Revista olímpica. XXVI-22, p.5-7, Agosto-setiembre 1998.

  • LÜDORF, S.M.A. Um olhar multicultural sobre o corpo. Revista Digital, Buenos Aires, Año 5, N° 25, Setiembre de 2000. Disponível em: . Acesso em: 02/06/2004.

  • PIROLO, A.L. O processo de comunicação e informação, sua influência no movimento do homem em movimento no mundo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Santa Catarina, v.17, n.3. p.234-243, maio 1996.

  • SÉRGIO, M. O espírito desportivo: uma questão de ética. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, São Paulo, v.11, n.3. p.201-205, 1990.

  • TAVARES, O.; BELÉM, C.; GODOY, L.; TURINI, M.; GOMES, M.; TODT, N. Estudos Olímpicos - Academia Olímpica Brasileira - Educação Olímpica.. In: DACOSTA, L (org.). Atlas do esporte no Brasil: Atlas do esporte, Educação Física e Atividade Física de Saúde e Lazer no Brasil. Rio de Janeiro: SHAPE, 2005.

  • TURINI, M. Análise das atividades de fair play em olimpíada escolar como reforço no desenvolvimento do espírito desportivo. In: TURINI, M.; DACOSTA, L. P (editores). Coletânea de textos em estudos olímpicos. Rio de Janeiro, ed. Gama Filho: 2002, p. 259-272.

  • TUBINO, M. G. Dimensões sociais no esporte. São Paulo, Cortez: 1985.

Outro artigos de Leonardo Mataruna
em Portugués

  www.efdeportes.com/
http://www.efdeportes.com/ · FreeFind
   

revista digital · Año 10 · N° 89 | Buenos Aires, Octubre 2005  
© 1997-2005 Derechos reservados