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Destreinamento físico: aspectos cardiorrespiratórios

   
Universidade Estadual de Campinas
(Brasil)
 
 
Cinthia Ribeiro Pereira
cinunesp@yahoo.com.br
 

 

 

 

 
Resumo
    Ao interromper-se um programa de treinamento físico, nota-se no organismo déficit nas adaptações fisiológicas adquiridas durante o período de treinamento. Da mesma forma, com a falta de esforço e estímulos de treinamento, o organismo e os órgãos se adaptam isoladamente a essas modificações.
    O princípio da reversibilidade, inerente à adaptação, explica que quando o treinamento físico é suspenso ou reduzido, os sistemas corporais se reajustam de acordo com a diminuição do estímulo.
    Se a condição física elevada de um atleta pode ser obtida após alguns anos seguidos de treinamento físico efetivo, preparadores físicos e técnicos devem estar atentos para que possíveis eventualidades que impeçam a continuidade da preparação física do atleta não resultem em prejuízos em seu rendimento.
    Unitermos: Destreinamento. Treinamento físico. Variáveis cardiorrespiratórias.
 
Abstract
    As a physical training programme is interrupted, it is perceived in the human organism a decrease in physiological adaptations acquired throughout the training period. Similar to this, with the lack of effort and training stimuli, organisms and organs adapt themselves isolatedly in response to these modifications.
    The principle of reversibility, related to adaptation, explains that as physical training is suspended or diminished, the body systems readjust according to stimulus decrease. Admitedly, physical detraining results in the loss of cardiovascular and metabolic adaptations acquired; for instance, the long-timing endurance physical training (endurance), causing damage to the athlete performance in specific modalities.
    If a high physical condition of an athlete can be obtained after some followed years of effective physical training, physical preparers and coaches must be attentive to avoid that possible eventualities which might impede physical training result in harm to athlete performance. After physical detraining period, the athlete is incapable of keeping a performance level as similar as the one achieved at post-training.
    Keywords: Detraining. Physical training. Cardiorespiratory variables.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 88 - Setiembre de 2005

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    Ao se interromper um programa de treinamento físico ou a prática regular de atividades físicas, é provocado no organismo à perda das adaptações fisiológicas adquiridas durante o período de treinamento (WEINECK, 1999).

    Desta forma, ao pensarmos na prática das atividades físicas, estas devem ser freqüentes, contínuas, regulares, para que possamos manter as adaptações e benefícios dela decorrentes.

    Nosso organismo precisa de movimento, necessitando diariamente deste estímulo para o aprimoramento ou manutenção da capacidade física, em especial nas fases de crescimento e envelhecimento, e também na recuperação e manutenção após doenças ou lesões. Dentre os objetivos do treinamento, podemos considerar que este visa a elevação, a manutenção, ou até a racional redução (destreinamento) com o desempenho do atleta (WEINECK, 1999).

    Bompa (2001), conceitua o Treinamento como uma atividade desportiva sistemática de longa duração, graduada de forma progressiva individualmente, cujo objetivo é preparar as funções humanas, psicológicas e fisiológicas para poder superar as tarefas mais exigentes.

    Entende-se por reduzida atividade física um nível de exigência muscular que se encontra abaixo de um determinado limiar de estimulação por um longo período, ou seja, os músculos são pouco estimulados. Ultrapassar este limiar é necessário para a manutenção e o aumento da capacidade individual de rendimento.

    Quando ocorrem mudanças de função ou atividade, os organismos e os órgãos se adaptam isoladamente a essas modificações, desta forma a falta de esforço e de estímulos de treinamento podem conduzir para uma atrofia (WEINECK, 2003). Assim, o destreinamento trás para o atleta alterações de caráter físico, psicológico, de relações sociais e ambientais.

    Inerente aos benefícios adquiridos com o treinamento físico (princípio da adaptação) é o princípio da reversibilidade, o qual mostra que quando o treinamento físico é suspenso ou reduzido, os sistemas corporais se reajustam de acordo com a diminuição do estímulo. Desta forma, o destreinamento físico resulta em perda das adaptações cardiovasculares e metabólicas adquiridas, por exemplo, no caso do treinamento físico de resistência de longa duração, provocaria prejuízos no desempenho do atleta em modalidades específicas, diminuindo a capacidade de sustentar um exercício físico por um tempo mais prolongado em uma maior intensidade (COYLE, 1994).

    Dentre os vários efeitos, o destreinamento acarreta em perda das adaptações do sistema cardiovascular (adaptações centrais) e das adaptações metabólicas do músculo esquelético (adaptações periféricas), que foram adquiridas com as adaptações ao treinamento físico aeróbio, e conseqüentemente resultarão na diminuição do VO2máx (EVANGELISTA; BRUM, 1999).

    O destreinamento físico também provoca alterações nas adaptações periféricas do músculo esquelético que resultam em uma redução significante da diferença artério-venosa máxima de oxigênio contribuindo também para a redução do VO2máx (MUJIKA; PADILLA, 2001b).

    Sendo assim, esta revisão tem como objetivo descrever o curso temporal e a magnitude das perdas das adaptações fisiológicas adquiridas com o treinamento físico, bem como, dos alguns mecanismos envolvidos nestas perdas com o destreinamento.


Objetivos

    Levantar através de uma revisão da literatura sobre o tema destreinamento o curso temporal, os efeitos e a magnitude das perdas das adaptações fisiológicas adquiridas com o treinamento físico, bem como os mecanismos envolvidos nas mesmas. Levantar os fundamentos ligados à importância da continuidade de uma atividade física freqüente para a manutenção da saúde do ex-atleta ou de qualquer indivíduo que interrompa a prática regular de exercícios.


Metodologia

    A proposta de trabalho consistiu basicamente de uma Revisão Bibliográfica sobre o assunto e posterior análise do material coletado.

    O material bibliográfico foi levantado junto ao Sistema de Bibliotecas da Unicamp e nas bases ACERVUS, periódicos eletrônicos, Sports Disc e Pubmed (portal CAPES), bem como in loco nas bibliotecas da Universidade.

    As palavras chaves utilizadas foram: destreinamento, treinamento físico, variáveis cardiorrespiratórias, diminuição da atividade física.


Alterações fisiológicas do sistema cardiorrespiratório e a relação temporal

    O treinamento físico de intensidade moderada reduz a freqüência cardíaca de repouso e eleva o consumo máximo de oxigênio. O destreinamento físico acaba por readaptar estes parâmetros fisiológicos.

    Evangelista et al. (2000) realizou um estudo onde mostrou as readaptações do VO2máx, da freqüência cardíaca de repouso e verificar os mecanismos envolvidos durante este processo de perdas fisiológicas. Os dados mostraram que o efeito do destreinamento sobre o consumo máximo de oxigênio, freqüência cardíaca de repouso e seus mecanismos de modulação (em ratos, submetidos a duas semanas de destreinamento físico), promoveram readaptações parciais do VO2máx e da freqüência cardíaca de repouso. A readaptação da freqüência cardíaca de repouso parece ocorrer devido a alterações da freqüência cardíaca intrínseca.


Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx)

    O condicionamento aeróbico é reversível assim como qualquer tipo de treinamento físico, ou seja, os efeitos benéficos do treinamento não são cumulativos, mas, transitórios, acometendo mesmo os atletas com anos de treinamento. Processando-se com certa rapidez, após uma ou duas semanas, o princípio da reversibilidade ou o destreinamento afeta os índices de VO2máx, reduzindo a performance do indivíduo (RIBEIRO, 1995).

    O VO2 é o indicador metabólico que aponta a quantidade de oxigênio que um indivíduo consegue captar e utilizar em um esforço físico, ou seja, indica o atual estado de condicionamento cardiorrespiratório de um indivíduo. Até certo ponto, o VO2 pode ser modificado por meio de treinamento, pois estima-se que 90% de sua potencialidade é geneticamente dependente (RIBEIRO, 1995).


Freqüência Cardíaca

     A freqüência cardíaca de repouso aumenta acentuadamente com o destreinamento, refletindo uma compensação cardiovascular de contrabalançar as reduções no volume sangüíneo e no volume sistólico de ejeção (COYLE, 2002).

     A resposta da freqüência cardíaca intrínseca com o destreinamento, refletem-se como mais um dos resultantes da readaptação dos mecanismos que regulam o comportamento desta com a interrupção do treinamento físico (McARDLE; KATCH; KATCH, 1998).


Prejuízos com o destreinamento

     As reduções na atividade física são ocorrências comuns que afetam quase todas as pessoas e que estão associadas a conseqüências fisiológicas e psicológicas.

    A maioria dos efeitos benéficos do treinamento retorna aos níveis de pré-treinamento dentro de 4 a 8 semanas de destreinamento. Alguns benefícios do treinamento, como um maior VO2máx e uma menor produção de lactato durante o exercício submáximo, podem ser mantidos por vários meses com programas de manutenção compostos por 1 ou 2 sessões de exercícios por semana (WEINECK,1999). As reduções de desempenho, principalmente em atletas altamente treinados, já podem ocorrer a partir da primeira semana (FOX; BOWERS; FOSS, 1991).

    No entanto, não há carreira esportiva, por mais bem sucedida que seja, que propicie durante toda vida uma proteção contra os processos degenerativos do sistema cardiovascular, ou proteção contra um possível infarto do miocárdio ou um acidente vascular cerebral (AVC) (WEINECK,1999).

     Admite-se que, as aquisições ganhas mais lentamente e em um período de tempo mais prolongado, mantém-se mais facilmente e a redução é mais lenta (BARBANTI, 1986). Assim, as perdas dos níveis de adaptação adquiridos no treino estão intimamente relacionados ao período de tempo levado para estas aquisições (MUJIKA; PADILLA, 2000b).


Atletas

     O destreinamento em atletas ocorre com freqüência fora da temporada, quando as rotinas normais de treinamento são interrompidas.

    Um estudo com o propósito de entender os efeitos da redução no treinamento na condição física e rendimento em ciclistas de elite, realizada por Rirtjens e colaboradores (2001), mostrou resultados onde os atletas que reduziram a intensidade e o volume de seus treinamentos por 21 dias, mantiveram suas adaptações fisiológicas, em resposta ao exercício máximo e sub-máximo. Então, neste trabalho, o regime de treinamento intermitente parece não ter vantagem sobre o contínuo durante um período de destreinamento.


Lesões

    Conforme Powers; Howley (2000) o ditado "use-o ou perca-o" é válido para atletas em caso de interrupção prolongada de treinamento. Os autores reportam que cinco semanas de treinos ocasionam um rápido e acentuado aumento das mitocôndrias musculares, porém, cerca de uma semana de destreinamento a perda pode chegar a 50% daquilo que foi adquirido. Em relação aos componentes da força muscular, McArdle, Katch e Katch (1998) salientam que algumas semanas de destreino são suficientes para inverter as adaptações neurais e hormonais resultantes do treino da força. Neste sentido, Mujika e Padilla (2001a) em recente revisão, reportam que a perda do desempenho geral de força em atletas bem treinados torna-se significativa após quatro semanas de inatividade.


Final da Carreira Atlética

    O término da carreira esportiva, ou "aposentadoria" do esporte pode trazer danos à saúde quando interrompida de forma abrupta.

    O ideal, para manutenção da saúde, é reduzir gradativamente a quantidade de exercício e não parar de vez de movimentar-se, uma vez que a prática regular de exercícios físicos trazem benefícios à saúde (WEINECK, 1999).


Idoso

     É importante estabelecemos os principais fatores determinantes do nível de atividade física durante o envelhecimento e os benefícios do estilo de vida ativo na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, na mortalidade e na manutenção da capacidade funcional durante este processo (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2001).

     A atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são necessárias para a promoção da saúde, contribuindo para a qualidade de vida durante o processo de envelhecimento. A atividade física deve ser estimulada não somente no idoso, mas também no adulto, como forma de prevenir e controlar as doenças crônicas não transmissíveis que aparecem mais freqüentemente durante a terceira idade, mantendo assim a independência funcional (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2001).


Considerações finais

    Destreinamento pode ser entendido como a parada parcial ou total do treinamento com exercícios e, portanto, a retirada dos estímulos destinados a manter as adaptações. Quando esta retirada é total, o destreinamento produz efeitos mais acentuados que o treinamento reduzido, pois este último mantém alto nível de estímulos que preservam as adaptações cardiovasculares e metabólicas.

    O destreinamento prolongado após encerramento da carreira esportiva não deve ser feito somente com a finalidade de se evitar a síndrome de retirada, mas como um treinamento de manutenção de saúde.

    O princípio da reversibilidade é o princípio do destreinamento. Atletas freqüentemente passam por fases de interrupção do processo de treinamento e de competições por doenças, lesões, férias pós-temporada ou outros fatores, que podem resultar em uma redução ou diminuição de seu nível habitual de atividade física. Portanto, é extremamente importante identificar os efeitos e entender os mecanismos de quaisquer alterações associadas nas capacidades fisiológicas e na performance atlética.

    Com base na literatura analisada, destreinamento conceitua-se como a perda parcial ou completa das adaptações anatômicas, fisiológicas e de performance como conseqüência da redução ou parada do treinamento.

    A parada do treinamento implica em descontinuação temporária ou abandono completo de um programa sistemático de condicionamento físico.

    No esporte de alto rendimento, existe uma necessidade cada vez maior de integração dos diferentes membros que compõe uma equipe interdisciplinar esportiva. Através dessa importante aproximação na relação profissional é que se permitirá elucidar os aspectos inerentes a melhoria da performance e propiciar a manutenção do rendimento do atleta durante a temporada.

    No caso do surgimento de um processo de reabilitação músculo-esquelética, o trinômio profissional médico-fisioterapeuta-preparador físico, se faz presente como agentes de intervenção no sentido de habilitar o atleta ao retorno mais breve à sua prática esportiva.


Referências bibliográficas

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  • _____________. Atividade Física e Esporte: Para Quê? São Paulo: Manole, 2003.

  • WILMORE, J. H.; COSTILL, D. L. Fisiologia do Esporte e do Exercício. São Paulo: Ed. Manole, 2001.

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