A Copa do Mundo no Brasil (1950): Belo Horizonte e o ideal de cidade almejado para encantar os estrangeiros | |||
Graduando em História/Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Graduando em Pedagogia pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Ex-bolsista do CNPQ pelo Programa de Aprimoramento Discente do Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais. Autor de "Bola Horizonte: A Copa do Mundo de Futebol (1950) e a cidade". 2004. Monografia (Programa de Aprimoramento Discente - História), Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, Belo Horizonte. |
André Carazza dos Santos andrecarazza@yahoo.com.br (Brasil) |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 86 - Julio de 2005 |
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"Passam os regimes. Passam as revoluções. Passam os generais ou os bacharéis.
Pouco importa. O Brasil resistirá à passagem de todos eles.
Mas se um dia passar o futebol, ai de nós!"
Alceu Amoroso LimaImportantes dimensões estavam imbricadas no Brasil do pós-II Guerra Mundial. O fim do Estado Novo e a incipiente Guerra Fria impuseram novas posturas ao país do governo Dutra (1946-1950). A constituição de 1946, que se pautava no predomínio de princípios liberais, o estreitamento da aliança com os Estados Unidos e o progresso econômico evidenciado pela inauguração da Companhia Siderúrgica Nacional (1946), reconhecida como ponto fundamental para a fomentação do setor industrial brasileiro, indicavam para um otimismo reinante no país.
E o Brasil buscava novas referências, precisava mostrar para o mundo que tinha mudado. Após 15 anos de governo Vargas, éramos um país mais urbano, com uma capacidade industrial respeitável e necessitados de vender uma imagem positiva, ligada ao progresso, para o mundo.
A oportunidade de propagandear uma boa imagem do Brasil seria a IV Copa do Mundo de Futebol, a primeira após a Grande Guerra, o que elevava ainda mais o interesse por ela. A guerra ressaltou a importância do esporte no mundo moderno, como símbolo de uma preparação física adequada. O esporte tinha o status de um eficaz instrumento de aperfeiçoamento da nacionalidade e da raça, capaz de tornar um povo mais forte. No Brasil, a realização de um torneio tão importante tinha a responsabilidade de divulgar o poder do país e de seu povo.
Esta responsabilidade estava contida em todos os aspectos que se relacionavam com o evento. Além da vitória dentro das quatro linhas, o Brasil precisava de grandes estádios para confirmar nossa imagem de país empreendedor; precisava organizar um evento que tivesse êxito financeiro, técnico e disciplinar; e precisava de uma torcida que não comprometesse o ar de civilidade que desejávamos.1
A realização da IV Copa do Mundo de Futebol no Brasil seria utilizada para propagandear uma nação que teria um grande destino a cumprir, que empolgaria os europeus por nosso futebol, pela nossa capacidade de organização e realização, por nossos grandes estádios, por nossas encantadoras cidades e por nosso povo gentil e hospitaleiro - provas insofismáveis do virtuosismo do país e de seu povo. Assim, o Brasil tinha a oportunidade de vender a imagem de um país vencedor ao mundo. De fato, a IV Copa do Mundo seria um "evento que projetaria no exterior todo um modelo de país que se desejava brilhante, criativo, genial, promissor".2
A fim de tornar realidade todos estes propósitos, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) 3 começou a trabalhar. Em agosto de 1948, a entidade máxima do esporte nacional criou o Diretório Geral, que passaria a responder por todas as questões que competiriam ao país anfitrião do IV Campeonato Mundial de Futebol. A este Diretório Geral ficaram subordinadas 10 comissões: de propaganda; de assuntos internacionais; de recepção e assistência social; técnica de futebol; de arbitragem; de finanças; de serviço de alojamento; serviço de recepção e atendimento; serviço de transporte e serviço médico.
Ao Diretório Geral caberia a organização e direção geral do evento, cuidando para que suas medidas fossem uniformemente observadas em todos os estados em que se realizariam os jogos. 4 Neste diretório, passaria a funcionar uma Secretaria que se responsabilizaria pelos serviços de comunicação, informações, intérpretes, taquigrafia e estatística relacionadas à Taça Jules Rimet, além de cuidar da expedição de convites para solenidades, passeios e jogos.
O "projeto nacional" que estava sendo elaborado para a Copa do Mundo, com o objetivo de fazer da competição uma vitrine de uma nação virtuosa, deveria ser obedecido em todos os locais onde se realizassem jogos da competição. Além das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, principais centros econômicos, políticos e esportivos do Brasil, Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, surgia como uma candidata natural para sediar jogos do importante certame. Além de se destacar como grande centro esportivo do Brasil, abaixo apenas das cidades já citadas, Belo Horizonte reunia condições de sobra para satisfazer as questões que estavam colocadas desde quanto o Brasil se candidatou para sediar a IV Copa do Mundo de Futebol: vender uma imagem positiva do país e de seu povo.
A capital mineira foi projetada sob os pilares do ideal positivista. Assim, seu projeto urbanístico simbolizava a ordem e o progresso da modernidade republicana, buscando o rompimento dos indesejáveis laços com o passado colonial. Este espírito inovador, que acompanhou o nascimento da cidade, foi reafirmado no governo Juscelino Kubitschek (1940-1945), onde Oscar Niemayer recebeu - e cumpriu - a missão de simbolizar o progresso da capital mineira através de uma expressão arquitetônica de impacto internacional.
Assim sendo, a década de 1940 propiciou à Belo Horizonte um ar moderno, transformando a pacata capital mineira em aspirante à metrópole. De fato, a cidade assistia a grandes mudanças. O crescimento industrial e o fortalecimento do comércio indicavam para o abandono de seu aspecto eminentemente administrativo. Em 10 anos, de 1940 a 1950, o efetivo demográfico da cidade multiplicou de 211.377 para 352.900 pessoas. 5
Belo Horizonte caminhava para uma envergadura de destaque, ilustrada pelo vertiginoso desenvolvimento econômico, demográfico e cultural. Este progresso, germinado nos anos 40, se afirmou na década seguinte:
Os anos 50 em Belo Horizonte, como de resto em todo o país, trouxeram a vontade e a determinação de ser moderno. A cidade perdia o seu ar provinciano e as construções verticais, pouco a pouco, começavam a se impor sobre os sobrados. 6
Aliando o ideal de progresso, materializado nos arranha-céus e nas obras provocantes de Niemayer - sintetizada na denominação de "cidade cartesiana" -, a um bucolismo nostálgico, materializado em uma Avenida Afonso Pena tomada por árvores - sintetizada nas denominações de "cidade jardim" e "acrópole das rosas" -, a capital mineira estava apta a representar, com brilhantismo, o Brasil que gostaríamos de mostrar aos estrangeiros.
A Prefeitura de Belo Horizonte, para concretizar seu desejo de sediar jogos da Copa do Mundo de Futebol, firmou um documento com a Confederação Brasileira de Desportos, onde se garantia a participação da capital mineira como sede do evento. O acordo oficial foi assinado pelo prefeito Otacílio Negrão de Lima e pelo presidente da CBD, Rivadavia Correa Meyer.
Pelo documento, transcrito na íntegra pelo jornal Estado de Minas, a CBD se comprometia a realizar em Belo Horizonte três jogos do Campeonato Mundial, entregar 50 entradas para cada jogo da competição para o governo municipal, além de custear as passagens, estadas e transportes das delegações que aqui estariam presentes. Em contrapartida, a Prefeitura de Belo Horizonte se obrigava a garantir a renda de Cr$ 1.500.000,00 como receita mínima dos três jogos - completando caso a cifra não fosse atingida, além de auxiliar a CBD na importância de Cr$ 240.000,00.
Uma questão, no entanto, entravava a escolha de Belo Horizonte para sediar jogos da importante competição internacional: a falta de um grande estádio que pudesse oferecer uma "moldura digna ao quadro raro que se chama Copa do Mundo".7 Além desta moldura imprescindível, um grande estádio era visto como o último degrau para a equiparação esportiva de Minas Gerais com o Rio de Janeiro e São Paulo. Tal qual o Gênio da Lâmpada, os jogos da IV Copa do Mundo de Futebol em Belo Horizonte proporcionariam a realização de três desejos aos mineiros: participar do maior evento futebolístico mundial, conquistar um grande estádio e equiparar-se às duas maiores potências futebolísticas nacionais.
A capital mineira, nos anos 40, apresentava três estádios de envergadura média, com capacidades que não superavam 12 mil espectadores: Estádio Otacílio Negrão de Lima, do América; Estádio Antônio Carlos, do Atlético e Estádio Juscelino Kubitschek, do Cruzeiro. Em jogos importantes, estes estádios não conseguiam abarcar a popularidade que o futebol gozava entre os belorizontinos. Era fato evidente que Belo Horizonte não disponha de uma moldura digna para receber jogos de uma Copa do Mundo.
E o sonho de um grande estádio começou a se concretizar com a eleição de um prefeito conhecido como "esportista cem por cento". 8 De fato, a relação de Otacílio Negrão de Lima, prefeito de Belo Horizonte entre 1947 e 1950, com o esporte, e notadamente com o futebol, sempre foi muito íntima. Identificado como "o maior centro-médio do antigo futebol mineiro", 9 Otacílio, assim que assumiu o cargo, destinou uma vultuosa verba para os clubes de Belo Horizonte a fim de solucionar o "imperioso problema dos estádios" da capital mineira. 10
Com a verba da prefeitura, o Sete de Setembro de Futebol e Regatas, um modesto clube de Belo Horizonte, iniciou as obras de um grande estádio que, comparado com os demais da cidade, representaria um grande salto com destino ao progresso, uma afirmação da popularidade do futebol na capital mineira. O Estádio Independência, uma alusão à data de aniversário do Sete de Setembro comemorada no mesmo dia da Independência do Brasil, ganhou uma nova conotação: representaria "a independência do futebol em Minas Gerais". 11
A capacidade total do estádio será de 45.000 espectadores. O campo terá as dimensões internacionais, circundado por uma magnifica pista de atletismo de 6 metros de largura. Cerca de 3.000 cadeiras de marmorite serão instaladas perto das sociais. Será drenado tecnicamente, de modo a permitir rápido escoamento das aguas pluviais. 12
A iminência da IV Copa do Mundo, que seria realizada em junho e julho de 1950, levou a Confederação Brasileira de Desportos a iniciar uma aproximação com o meio esportivo da capital mineira para obter informações da situação de nossos estádios. Em novembro de 1948, frente ao acanhamento dos estádios de Atlético, América e Cruzeiro, a CBD endereçou um ofício á Federação Mineira de Futebol solicitando notícias das obras do Estádio Independência, frente a possibilidade deste abrigar jogos do importante certame.
O lento andamento das obras aliado a uma hesitação quanto a capacidade do Sete de Setembro conseguir erguer o Estádio Independência, fez com que a entidade máxima do esporte brasileiro consultasse o prefeito de Belo Horizonte quanto da "possibilidade de uma ajuda oficial realmente ativa e intensa, de molde a assegurar a conclusão do estádio, ainda a tempo do certame mundial ". 13
O prefeito de Belo Horizonte respondeu positivamente à solicitação da CBD. Assim, a partir do dia 18/06/1949, restando um ano para a Copa do Mundo de Futebol, a prefeitura de Belo Horizonte passou a arcar com a responsabilidade da construção do Estádio Independência. E apesar da dificuldade gerada pela exiguidade de tempo, o que acarretou em um abandono do pretensioso projeto inicial, uma moldura digna para o quadro raro estava a caminho.
Sendo assim, a Confederação Brasileira de Desportos, a fim de uma boa organização dos jogos do mundial destinados para Belo Horizonte, designou Arno Frank e Mário Gomes como representantes da entidade na cidade durante o período do IV Campeonato Mundial de Futebol. Arno Frank, representante da Comissão de Finanças da Copa do Mundo, ficou responsável pelas questões financeiras inerentes ao evento. Já Mário Gomes, presidente da Federação Mineira de Futebol, foi designado representante oficial da CBD em Belo Horizonte, sendo o responsável por tudo que se relacionasse à Copa do Mundo na capital mineira.
Para garantir o envolvimento do público mineiro com os jogos destinados a Belo Horizonte, o representante da CBD na cidade, Mário Gomes, determinou a suspensão de jogos de futebol, amadores e profissionais, na cidade. A medida foi observada no período em que a capital mineira foi sede de jogos do importante certame, sendo que os possíveis infratores foram ameaçados de punição.
Solucionada as questões burocráticas de organização do certame, restava a Belo Horizonte apresentar ao mundo o Estádio Independência. Apesar do não cumprimento do projeto inicial e de problemas no acabamento do estádio, oriundos do tempo diminuto para sua inauguração, o Independência permitia perfeitamente a realização de jogos da Taça Jules Rimet na capital mineira:
O futebol mineiro entra nesta grandiosa competição que é o Campeonato do Mundo com o Independência. Foi o que podemos oferecer para a CBD e que demos em colaboração para o sucesso da maior iniciativa de todos os tempos do futebol brasileiro. É um estadio que ainda não é o que será, mas que já pode ser visto sem qualquer desdouro por desportistas mineiros e estrangeiros e perfeitamente á altura de permitir jogos de grande vulto em Belo Horizonte. 14
Se não correspondeu ao anseio dos desportistas nem ao elevado interesse dos mineiros pelo futebol, o Estádio Independência permitiu que Belo Horizonte participasse do IV Campeonato Mundial de Futebol, o maior evento do calendário futebolístico do mundo. A capital mineira oferecia, assim, uma moldura digna ao quadro raro que se chama Copa do Mundo.
A tabela do IV Campeonato Mundial de Futebol destinou a Belo Horizonte três jogos: Iugoslávia X Suíça, no dia 25 de junho; Inglaterra X Estados Unidos, no dia 29 de junho; e Uruguai X Bolívia, no dia 02 de julho.
Deste modo, iugoslavos, suíços, ingleses, norte-americanos, bolivianos e uruguaios conheceriam a capital mineira. Um emissário da CBD, Jarbas Deschamps, membro da Comissão de Alojamentos da Copa do Mundo, esteve em Belo Horizonte no início do mês de abril, a fim de conhecer os hotéis da cidade e escolher aqueles que serviriam às delegações que por aqui chegariam em junho e julho de 1950.
Os hotéis belorizontinos escolhidos para hospedarem as delegações estrangeiras foram: Financial Hotel - Supremo em conforto e hospitalidade; Grande Hotel - O preferido pela elite social; e Brasil Palace - Hotel ricamente mobiliado. A delegação inglesa preferiu ficar hospedada em Nova Lima, sob a responsabilidade da Companhia do Morro Velho. 15
Caberia, pois, a iugoslavos e suíços a tarefa de inaugurar o Estádio Independência. A Suíça, tratada como "o super-civilizado país dos relógios", destacava-se pela "lealdade dos seus integrantes, considerados os jogadores mais corteses dos principais centros mundiais". Já os iugoslavos, destacavam-se pelo "emprego físico" e pelas jogadas "a base de trancos perfeitamente lícitos". Os mineiros, "pouco ou nada habituados ao contacto com delegações estrangeiras", estranharam o estilo dos europeus:
Quando os suíços entraram no gramado do Estadio do Sete a torcida prorrompeu em gargalhadas. Em Belo Horizonte jamais tivemos uma seleção europeia. Aqueles calções compridos e largos são de fato engraçados. Também a gigantesca estatura dos helveticos e a sua maneira curiosa e diferente de convivio com a pelota deixa-nos com um sorriso misto de critica e respeito. 16
Embora contando com o apoio da torcida mineira, que se punha "em ovação no sentido de incentivá-la", a seleção suíça, que reunia "jogadores fisicamente mal-preparados, amadores, alguns até mesmo destreinados", caiu frente a superioridade do selecionado iugoslavo, que contava com "jogadores superiores em tecnica e possuidores de maior entusiasmo".17 Desta forma, foi dos iugoslavos (3X0) a primeira vitória no Estádio Independência, em um dia tão especial para o esporte mineiro:
O futebol mineiro viveu a sua melhor tarde no domingo passado. Desde a implantação dos 'soccer' em nossos dominios não tivemos um dia tão auspicioso como o da inauguração dos jogos da Copa do Mundo em Belo Horizonte. Toda a cidade esportiva deslocou-se para o maravilhoso Estadio Independência no anseio de conhecer as famosas seleções da Iugoslavia e da Suíça e o novo coliseu futebolistico nacional. 18
O jogo entre iugoslavos e suíços, apesar de apresentar um duplo ineditismo - primeiro jogo da Copa do Mundo em Belo Horizonte e primeiro jogo no Estádio Independência - apresentou uma renda que "não correspondeu à expectativa": Cr$ 232.750,00. 19 Esta receita correspondia à venda de 7.155 ingressos de arquibancada e 181 cadeiras. Mas o público presente ao estádio foi muito maior que os apenas 7.336 pagantes.
Por aí se vê que houve um número bem expressivo de "chepeiros", pois o Estádio Independência, se não estava completamente lotado, apanhou uma assistencia calculada em 15 mil pessoas, incluindo os associados setembrinos e convidados da entidade. 20
As razões apontadas para justificar a baixa renda foram o alto preço dos ingressos aliado a um fraco trabalho publicitário da Federação Mineira de Futebol:
Cobrando preço único, jamais poderia ter a CBD uma receita compensadora, atendendo-se que a maior parte da população não pôde pagar o preço estipulado pela entidade. 21
A Federação Mineira não se mostrou jamais interessada pelos jogos do Mundial em Belo Horizonte. Somente quinta-feira á tardinha é que os ingressos foram postos á venda e assim mesmo sem a necessaria publicidade. 22
Mesmo com uma renda e um público decepcionantes, observou-se um "intenso tráfego de veículos que se locomoviam rumo ao gigante inacabado do Horto", que foi "sacudido longamente pela heterogênea e ruidosa caudal humana". 23 Mas se o envolvimento da torcida mineira deixou a desejar, a expectativa para o próximo jogo do certame em Belo Horizonte, entre ingleses e americanos, tinha tudo para apagar esta primeira apatia. Pela primeira vez, devido constantes rixas com a FIFA, a Inglaterra participava de uma Copa do Mundo de Futebol. Já em sua primeira partida pelo certame mundial realizado no Brasil, os inventores do futebol haviam derrotado, "jogando por musica, em uma espetacular exibição", 24 a seleção do Chile. E a possibilidade de ver de perto os kings of the football, como eram conhecidos, mexia com a cidade.
Os meios esportivos citadinos aguardam com a mais viva ansiedade a realização do encontro Inglaterra X Estados Unidos, pelo Certame Mundial de Futebol, programado para amanhã no Estadio Independencia. O interesse que a luta está despertando encontra plena justificativa no fato de ensejar aos desportistas mineiros a oportunidade de conhecer a tão decantada maravilha que é o selecionado inglês, cujos integrantes são tidos e havidos como 'reis do futebol'. 25
A confiança dos ingleses - não só na vitória sobre os Estados Unidos, mas na conquista da Taça Jules Rimet -, encontrava seu oposto nos americanos. A seleção dos Estados Unidos era uma seleção constituída por imigrantes e jogadores amadores, 26 que tinha, como um dos destaques do time, o zagueiro esquerdo Bob Anis, tido como "ótimo jogador de baseball ". 27
Esta confiança inglesa foi interpretada em Belo Horizonte como orgulho, prepotência, esnobismo. E algumas atitudes da delegação da Inglaterra reforçaram esta imagem. Ao contrário das outras seleções, a inglesa não se hospedou em Belo Horizonte, ficando isolada em Nova Lima, só conhecendo de Belo Horizonte o Estádio Independência e o Aeroporto da Pampulha. A forma cuidadosa como se relacionavam com a imprensa, também causou ojeriza nos mineiros.
A Inglaterra enviou ao Brasil uma representação que tem a certeza de conquistar a famosa Copa. Há entre os jogadores um indisfarçável espírito de confiança, pois todos se julgam superiores em qualidades técnicas, crentes que seu padrão classico é o molde do melhor futebol.28
O primeiro contacto dos "reis do futebol" com a cronica mineira foi assaz amargo..[...] Num excesso de zêlo organizou-se um autentico DIP para dificultar a ação dos jornalistas e fotógrafos. Marcou-se até hora certa para entrevistas com o plantel inglês. 29
Ao contrário dos ingleses, os americanos cativaram o público de Belo Horizonte, sendo inclusive apreciados como a delegação mais simpática que passou pela cidade. 30 A acessibilidade dos americanos também se opôs ao zelo no trato dos ingleses com a imprensa e com o público. Se, "via de regra, no Brasil, os torcedores sempre tomam partido dos quadros mais fracos",31 os belorizontinos ainda tinham mais motivos para fazer valer esse conhecido retrato do torcedor brasileiro.
A fim de proporcionar maior brilho ao importante jogo que se realizaria em Belo Horizonte, o prefeito da capital mineira, atendendo a um pedido da CBD, decretou feriado municipal na cidade, a partir das 12 horas. Esta ação contribuiu para o fato de que uma "imensa multidão se deslocou desde antes do meio-dia para a ampla praça de esportes do Horto florestal, que apanhou, assim, uma assistencia das mais numerosas e entusiasticas". 32
A convicção geral que regia os comentários esportivos antes da peleja era: "os britanicos deverão proporcionar ao público inesquecivel espetaculo". 33 E proporcionaram. Ilustrada por manchetes do tipo "A queda dos reis do futebol" ou "Derrotada a melhor 'maquina' do 'association' em todo o mundo", a derrota inglesa entrou para a história como a maior zebra do futebol mundial. 34
A torcida mineira torceu em peso para os americanos. Ao final do jogo, o público invadiu o campo, para comemorar a surpreendente vitória com os americanos. O atacante Joe Gaetjens, autor do gol americano, foi o maior alvo das comemorações.
Era total o aplauso da torcida mineira ao selecionado ianque na tarde de ontem. A cada avanço dos americanos, toda a multidão prorrompia em vibrante vozerio, incentivando os integrantes da seleção dos Estados Unidos á vitória. 35
Quando o arbitro encerrou o prelio, o publico invadiu a cancha e carregou nos ombros o atacante ianque [Gaetjens]. 36
A renda do histórico jogo em que os americanos venceram os ingleses atingiu a cifra de Cr$ 310.780,00. Esta receita correspondia à venda de cerca de 11.000 ingressos. 37 A renda, como aconteceu no jogo entre iugoslavos e suíços, não teve uma correspondência coerente com o público que assistiu à partida. Além do tradicional Morro do Pitimba- privilegiado terreno que se localiza acima da parte fechada do Independência, onde seu proprietário cobra uma gratificação que permite ao torcedor que está na pitimba (sem dinheiro) assistir ao jogo dalí -, que estava tomado de torcedores, foram noticiadas, mais uma vez, a ocorrência dos chepeiros (torcedores que conseguem burlar a segurança e acompanhar a partida sem pagar ingresso). Considerando estes episódios, verificou-se que a renda
não foi realmente elevada como parecia a quem observasse o publico presente ao Estadio do Sete. Deve-se levar em conta, entretanto, que os socios do rubro - cerca de 3.000 - não pagaram ingressos, bem como a invasão de elevado número de populares, que, aproveitando a falta de policiamento eficiente para o lado do barranco, penetraram no estadio para assistir ao jogo de graça. 38
Para encerrar o calendário da Copa do Mundo em Belo Horizonte, faltava um jogo, considerado o mais fraco dos espetáculos destinados a Belo Horizonte - mas que o tempo provou, para tristeza dos brasileiros, sua importância. Uruguai e Bolívia, nossos vizinhos de América do Sul, realizaram, no dia 2 de julho, "um espetaculo futebolistico de panorama inexpressivo, desses que deixam o publico mal satisfeito". 39
Mesmo contanto com o apoio da torcida mineira, que no início os apoiava, os bolivianos foram presa fácil para os uruguaios, sendo derrotados por um elástico placar: 8 a 0. A expressiva vitória uruguaia levou a crônica esportiva mineira a considerar: "o 'onze' oriental está bem credenciado e pode ser apontado como um dos mais sérios candidatos ao título". 40
A renda da peleja entre uruguaios e bolivianos foi a mais baixa dos jogos realizados em Belo Horizonte: Cr$ 160.720,00. Esta receita, das mais inexpressivas do IV Campeonato Mundial, foi encarada como representativa da percepção do torcedor mineiro, que sabe emprestar aos jogos de futebol sua exata importância:
A arrecadação de cada um dos três jogos aqui disputados foi diretamente proporcional ao valor do futebol exibido. O encontro que assinalou a estréia de uruguaios e bolivianos no certame, e também a despedida dos últimos, foi, sem dúvida, o mais fraco. A receita da peleja, justo veredicto popular, não pode, assim, ser taxada de decepcionante, desde que refletiu com exatidão as atrações do espetáculo. 41
A realização de jogos do IV Campeonato Mundial de Futebol em Belo Horizonte permitiu que holofotes mundiais iluminassem a cidade. A competição esportiva deveria servir pra divulgar uma cidade que, concebida sob a égide da modernização, tinha alcançado na década de 40, sobretudo graças ao governo de Juscelino Kubitschek, uma reafirmação dos ideais presentes em sua origem. O evento possibilitou à capital uma projeção que iluminava sua importância.
Belo Horizonte pode rejubilar-se de ser hoje cidade cosmopolita. Os jogos do Mundial em nossa cidade vieram dar-lhe outra fisionomia. Turistas nacionais e estrangeiros chegam e saem a todo instante. O aeroporto da Pampulha já está com um ar das famosas estações aeroviárias dos grandes centros.[...]A Capital está ganhando aquilo de que precisava e precisa ainda mais - maior projeção no pais e no exterior. Tudo isto graças ao futebol, a este futebol tão completo e mal recebido nas altas esferas da cidade. 42
Para aproveitar a evidência que o futebol estava proporcionando a Belo Horizonte, a população e a mídia estavam vigilantes a fim de que nada pudesse sujar a imagem da cidade. As atitudes da torcida, a situação das ruas citadinas, o Aeroporto da Pampulha, o comportamento dos moradores de Belo Horizonte... tudo que pudesse, de alguma forma, estragar a rara oportunidade de propagandear uma bela cidade, era vítima do desapreço da população belorizontina.
Caberia ao torcedor mineiro, por exemplo, exercer importante papel na construção de uma boa imagem da cidade. Os jornais alertavam: "É preferível que falem bem de Minas Gerais esportiva, do que chegarem á Europa e nos tacharem de povo incivilizado".43 Um instrumento muito usado pelos torcedores brasileiros para expressarem sua satisfação em grandes ocasiões, o foguete, foi condenado como um hábito que devíamos esconder dos estrangeiros.
Que os nossos torcedores abram uma exceção em certos hábitos que deviamos esconder aos nossos visitantes. Não se compreende a insistencia da nossa torcida com foguetes dentro do estadio, ainda mais num certame mundial, quando aqui estão representantes dos mais civilizados paises do mundo. 44
A preocupação com o comportamento da torcida durante os jogos internacionais não foi privilégio dos belorizontinos. A supressão da execução dos hinos nacionais durante a Copa do Mundo de Futebol atendeu a um pedido de Mário Pollo, presidente da CBD, que buscava a prevenção de possíveis atitudes deselegantes às delegações estrangeiras. Orientações destinadas aos torcedores, no sentido de não jogarem laranjas ou garrafas nos jogadores estrangeiros, foi uma constante na crônica esportiva brasileira.
O Aeroporto da Pampulha, tido como a sala de visitas de Belo Horizonte, também foi identificado como destoante daquilo que queríamos propagandear. A estação de passageiros do aeroporto constituiria "um escarneo á civilização e ao progresso da metropole mineira". 45 A presença em nossa cidade de tantos estrangeiros, que passavam pelo Aeroporto da Pampulha, estimulava a adequação do aeroporto com a cidade, para que ele não colocasse em cheque a boa fama da cidade.
As duas pequenas estações do aeroporto funcionam como uma especie de sala de visitas da Capital. E, ao contrario do costume, a nossa sala de visitas para os passageiros da via aérea não constitui a peça mais bem cuidada da casa. Muito ao revés, acha-se em inteiro desacordo com o resto. Por isso mesmo, a recepção que o Aeroporto da Pampulha oferece aos que chegam é a mais precaria possível, pondo em perigo a boa fama da terra. 46
A sujeira nas ruas de Belo Horizonte, sempre alvo de reclamações da sociedade, ganhou novo ânimo com a presença de delegações estrangeiras na cidade. O lixo das ruas e avenidas da capital mineira sujava também a imagem da cidade, ainda mais quando esta estava hospedando tantos visitantes.
Todas as vias publicas da Capital parecem mais um chiqueiro, com lixo por toda a parte, e, mais do que isso, em quantidades de causar espanto. Agora, porém, como Campeonato do Mundo, ocasião em que Belo Horizonte hospeda milhares de visitantes, pensamos que a Prefeitura fosse mandar limpar as ruas, a fim de dar aos turistas um aspecto digno com o traçado de nossas ruas e avenidas. Isto, no entanto, não aconteceu. 47
O comportamento de algumas mulheres da capital também foi duramente condenado. Ao se deslocarem para o Grande Hotel, na rua da Bahia, onde a delegação uruguaia estava hospedada, as moças belorizontinas teriam comprometido o nome da cidade. Pelo modo com se ofereciam aos orientais - de colher -, estas mulheres teriam sujado a imagem de toda uma sociedade - que se escreve com 'S' maiusculo . O colunista do jornal Diário da Tarde, Gato Felix, mesmo dizendo não pertencer à Liga da Decência, não perdoou a atitude destas muchachas:
Foi muito reparado aquele derriço de vocês pelos jogadores uruguaios, minhas azougadas patrícias. Explica-se cordialidade. É até bonita. Faz parte da política de boa vizinhança. Cordialidade e amabilidade são uma coisa, assanhamento é outra muito diferente. [...] É claro que eles [uruguaios] não haviam de repudiá-las. Estava 'de colher', pois vocês iam procurá-los, rir para eles, requestando-os.[...] Mas a verdade é que vocês são uma pequena, insignificante parcela de nossa sociedade. Entretanto, eles, visitantes e estrangeiros, não sabem disso e podem pensar que todas as outras são iguais. Algum poderá ter escrito no seu caderno de apontamentos de viagem esta impressão: 'Son tan caliente las muchachas de Belo Horizonte, que iban a conquistarnos - mire usted! - a la puerta del hotel'. 48
Por outro lado, o envolvimento da torcida mineira com a Copa do Mundo de Futebol não se resumiu apenas aos jogos destinados a Belo Horizonte. Pelo contrário, o cenário da cidade durante a campanha da seleção brasileira comprovava "que todos os mineiros estavam com o pensamento voltado para o destino da equipe nacional". A alegria das vitórias e a incomensurável dor da derrota final atingiu a todos mineiros, desde "as respeitáveis matronas e sisudos cavalheiros", chegando mesmo nos "eternos e ranzinzas inimigos do futebol". 49
A tristeza da inesperada derrota do Brasil frente o Uruguai, em um Maracanã inundado de gente, calou fundo no brasileiro. O antropólogo Roberto Da Matta analisou esta derrota como "a maior tragédia da história contemporânea do Brasil". Já Joel Rufino dos Santos a caracterizou como "o dia mais triste da História do Brasil".
Para Nelson Rodrigues: "cada povo tem a sua irremediável catástrofe nacional, algo assim como hiroxima. A nossa catástrofe, a nossa hiroxima, foi a derrota frente ao Uruguai, em 1950". 50
O sentimento de tristeza absoluta que atingiu o povo brasileiro foi levemente suavizado pelo sucesso logrado pela competição. O IV Campeonato Mundial de Futebol rendeu a cifra de Cr$ 36.577.360,50, enquanto as despesas não passaram de Cr$ 16.000.000,00. Apesar da derrota para os uruguaios, o futebol apresentado pelos brasileiros encantou o mundo. A civilidade de nossa torcida, contribuindo para o desenrolar primoroso do grande evento, levou Jules Rimet, presidente da FIFA, a considerar o Brasil como o campeão mundial da disciplina, do cavalheirismo e da hospitalidade. A realização da Taça Jules Rimet, portanto, cumpriu seu compromisso, propagandeando uma boa imagem do nosso país. 51
As questões colocadas nacionalmente na realização desta importante competição no Brasil, referentes à divulgação de uma boa imagem do país, foram observadas em Belo Horizonte. A imprensa e a população belorizontina estavam vigilantes para que a cidade aproveitasse bem a evidência que o futebol estava lhe proporcionando. A situação das ruas citadinas e do Aeroporto da Pampulha, as atitudes da torcida e o comportamento dos belorizontinos eram motivos de preocupação para uma cidade que, como todo o país, desejava se mostrar bela e cativante aos estrangeiros.
E apesar do desfecho trágico para os brasileiros, a Copa do Mundo cumpriu seus objetivos. A competição logrou um enorme êxito financeiro, o futebol apresentado pelos brasileiros encantou o mundo e a participação da torcida brasileira foi alvo de inúmeros comentários lisonjeiros dos estrangeiros. A realização da Taça Jules Rimet propagandeou uma boa imagem do Brasil e o envolvimento de toda uma nação em torno de uma competição futebolística coroou a imagem do Brasil como "país do futebol".
Assim, a realização da IV Copa do Mundo no Brasil, aliada à construção de grandes estádios, representou um momento-chave de afirmação da força e popularidade do futebol. Mediante o evento especial, o Brasil procurou mostrar ao mundo a capacidade e as qualidades de seu povo. Belo Horizonte, uma das vitrines do Brasil, buscou propagandear positivamente a nação brasileira.
Notas:
Sobre a propaganda de um país empreendedor, vitorioso e bem-sucedido, conferir MOURA. O Rio corre para o Maracanã e FRANZINI. As raízes do país do futebol.
MOURA. O Rio Corre para o Maracanã, p. 123.
Entidade eclética criada em 1916 e reconhecida pela FIFA em 1923, responsabilizava-se pela organização de vários esportes em nível nacional. Em 1979, foram criadas várias entidades específicas para cada esporte e o futebol ficou a cargo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife foram as cidades escolhidas para sediar jogos da IV Copa do Mundo de Futebol.
352.900 a população da Capital. Diário da Tarde, 05/09/1950.
PMBH. Cenas de um Belo Horizonte, p.80.
Copa do Mundo em Belo Horizonte. América, janeiro de 1950.
Ultima novidade. Estado de Minas, 14/04/1948.
A História de um grande clube. América, junho de 1948.
Os clubes esportivos e o auxilio da Prefeitura. Estado de Minas, 26/05/1948.
Fala-se que o Independência não será concluido. Estado de Minas, 05/07/1950.
Contracapa. Vida Esportiva, dezembro de 1948.
Interessada na conclusão das obras. Estado de Minas, 12/06/1949.
A nossa parte. Estado de Minas, 25/06/1950.
Campanhas publicitárias divulgadas no Estado de Minas nas respectivas datas: 29/04/1951 e 12/12/1947. A Companhia do Morro Velho é uma importante empresa de extração de ouro que, ao hospedar os ingleses, prestou uma homenagem à população de Nova Lima, que contava com uma numerosa colônia inglesa.
Respectivamente: Os suiços chegarão amanhã. Diário da Tarde, 20/06/1950. Intensa expectativa. Diário da Tarde, 24/06/1950. A Copa do Mundo em Belo Horizonte, de Afonso de Sousa. Estado de Minas, 23/06/1950.
Venceu o melhor. Diário da Tarde, 26/06/1950.
Mais categorizados, os eslavos venceram bem. Estado de Minas, 27/06/1950.
Arquibancadas numeradas. Diário da Tarde, 27/06/1950.
Rebate falso. Diário da Tarde, 27/06/1950.
A verdadeira renda. Estado de Minas, 28/06/1950.
A Copa do Mundo em Belo Horizonte, de Afonso de Sousa. Estado de Minas, 25/06/1950.
Venceu o melhor. Diário da Tarde, 26/06/1950.
Os ingleses jogam por musica. Diário da Tarde, 26/06/1950.
Grande ansiedade pela apresentação os "kings of the football mundial". Diário da Tarde, 28/06/1950.
O autor do gol americano contra a Inglaterra, Joe Gaetjens, era haitiano e lavava pratos em Nova York. PLACAR, abril de 1998.
A seleção dos Estados Unidos embarcará no proximo 18. Diário da Tarde, 13/06/1950.
Os ingleses na terra do ouro. Diário da Tarde, 27/06/1950.
A Copa do Mundo em Belo Horizonte, de Afonso de Sousa. Estado de Minas, 28/06/1950.
Jovens, corteses e vigorosos. Estado de Minas, 29/06/1950.
A Copa do Mundo em Belo Horizonte, de Afonso de Sousa. Estado de Minas, 27/06/1950.
Um espetáculo imponente. Estado de Minas, 30/06/1950.
Inglaterra X EE. UU.. Diário da Tarde, 29/06/1950.
Diário da Tarde e Estado de Minas, 30/06/1950. Indiferente às famosas divergências das análises futebolísticas, a vitória americana frente aos ingleses é tratada, com unanimidade, como o resultado mais inesperado da história do futebol mundial.
O climax do magistral feito. Estado de Minas, 30/06/1950.
Visões da vitoria dos Estados Unidos. Diário da Tarde, 30/06/1950.
O serviço de informação de público pagante e presente aos estádios era muito precário, baseando-se em impressões.
A renda. Estado de Minas, 30/06/1950.
Com um grande quadro venceu o Uruguai. Estado de Minas, 04/07/1950.
Presa fácil. Diário da Tarde, 03/07/1950.
Presa fácil. Diário da Tarde, 03/07/1950.
A Copa do Mundo em Belo Horizonte, de Afonso de Sousa. Estado de Minas, 28/06/1950.
Ibidem, 25/06/1950.
Hábito condenável. Estado de Minas, 29/06/1950.
Péssima sala de visitas. Estado de Minas, 29/06/1950.
Ibidem.
Repórter Alô! Alô!. Diário da Tarde, 01/07/1950.
Bar do Ponto, de Gato Felix. Diário da Tarde, 08/07/1950.
Respectivamente: Belo Horizonte vibrou com o jogo. Estado de Minas, 14/07/1950. Vibrou a Capital. Diário da Tarde, 14/07/1950. Belo Horizonte vibrou com o jogo. Estado de Minas, 14/07/1950.
Respectivamente: DaMATTA. Explorações -Ensaios de Sociologia Interpretativa, p. 109. SANTOS. História Política do Futebol Brasileiro, p. 61. RODRIGUES. A pátria em chuteiras, p.116.
Sobre estas informações, ver MOURA. O Rio Corre para o Maracanã, p. 136.
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revista
digital · Año 10 · N° 86 | Buenos Aires, Julio 2005 |