Na 'rede' do vôlei de praia: um produto moderno no campo esportivo |
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Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Brasil) |
Juliana Vlastuin jvlastuin@brturbo.com.br Dr. Luiz Alberto Pilatti lapilatti@pg.cefetpr.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 84 - Mayo de 2005 |
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Introdução
Para se compreender uma modalidade esportiva em suas múltiplas dimensões é preciso ler o esporte como um fenômeno historicamente construído que, na modernidade, foi transmudado e destituído de seus valores originais. Um elemento importante na produção da configuração atual foi, e continua sendo, o processo de espetacularização.
A nova formatação produziu mudanças profundas em setores dessemelhantes, com destaque para a administração esportiva. Passou-se a conviver com investimentos milionários de empresas, a mass media e o marketing esportivo. No novo cenário, até mesmo as regras dos esportes foram ajustadas para a inserção midiática.
O fenômeno esportivo tornou-se uma atividade mercantil, ou seja, um produto que está sujeito às leis de mercado e por ele é determinado1. De espetáculo local, restrito a platéias presenciais, ganhou a dimensão planetária. De algo amador, transformou-se em um negócio profissional que deve movimentar, apenas em receitas diretas, mais de US$ 70 bilhões em 2005. As receitas indiretas são aproximadamente seis vezes maiores2.
Delimitando essa dimensão, visualiza-se que o Futebol e o Voleibol são modalidades que, dentro da realidade brasileira, ocupam um status de detentores de hegemonia na preferência nacional3. O Futebol, por ser o esporte mais vendido pelas diversas formas da mídia e consumido como uma manifestação social de milhões de brasileiros. O Voleibol, pelas razões históricas, econômicas, de geração de empregos e fiscais, conquista cada vez mais espaço nos tempos de transmissão televisiva, no jornalismo escrito e no contexto esportivo do país.
Para o sociólogo francês Pierre Bourdieu, antes de discutirmos o desenvolvimento das modalidades esportivas, temos que inseri-las em um espaço de práticas sociais denominadas de campo, a fim de compreender as relações envolventes, quem são os agentes sociais e as posições ocupadas dentro desse campo. O conceito de campo, segundo Bourdieu, é definido como um espaço social, caracterizado por um estado de força entre os agentes ou as instituições inseridas, na busca pela hegemonia de determinadas práticas. Para que um campo funcione, é preciso que haja objetos de concorrência e pessoas prontas para disputar o jogo.
Através do modelo da teoria dos campos de Bourdieu, preconizou-se a leitura do Vôlei de Praia como um dos componentes do sub-campo do Voleibol, o qual caracteriza-se como um espaço de práticas sociais, que respeita os contornos da lógica mercantil e transmuta dentro de um processo de concorrência entre as configurações, isto é, as modalidades esportivas.
O Vôlei de Praia, por ser um jogo reinventado, ou seja, derivado do Voleibol, e não transformado do mesmo, foi se desenvolvendo a partir de um processo de otimização de capacitação, através de uma organização profissional, regimentar, administrativa e política própria, estrutura que se refletiu no podium das Olimpíadas de Atenas, na Grécia, com a conquista de duas medalhas olímpicas para o Brasil.
Nesta esteira, o objetivo do presente estudo foi mostrar os indicativos que o Vôlei de Praia está apresentando como um gerador de receitas, a partir da crescente demanda pelo consumo do espetáculo da modalidade. A pergunta que fica é: Os fatores que contribuíram para o processo de espetacularização da modalidade, em um espaço de tempo tão curto, indicam um desenvolvimento no futuro através de uma emergente consolidação?
A inserção do voleibol no campo esportivoO Voleibol foi inventado, ou seja, o esporte não evoluiu de nenhuma manifestação cultural de jogo ou processo de desportivização. Em outras palavras, a modalidade foi inventada como um jogo portador de um conjunto de regras e características que o inseriu no universo dos esportes4.
Sobre o processo de incursão da modalidade, após sua consolidação na sociedade americana, leia-se clubes, a preocupação passou a ser com a ampliação e a incorporação de outras instituições, ou seja, alavancar novas fronteiras para a modalidade.
No Brasil, há indícios de que a modalidade foi praticada em torno de 1916/1917 na Associação Cristã de Moços de São Paulo5, dando continuidade ao modelo representativo norte-americano, haja visto que a seletiva elite carioca identificava a mais pura manifestação social-clubística.
Até 1954, a organização do Voleibol no Brasil ficava a cargo da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A partir daí, forma-se a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Mas, foi na metade da década de 70 que Carlos Arthur Nuzman - presidente da CBV - uniu organização e marketing esportivo, desenvolvendo uma gestão em moldes empresariais que deu certo. O Voleibol se popularizou e Nuzman manteve-se no cargo até assumir a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) 6.
Em 1997, a CBV registrava 75.400 (setenta e cinco mil e quatrocentos) inscritos na prática regular do esporte.
Com 321.248 (trezentos e vinte e um mil duzentos e quarenta e oito) inscritos no mesmo ano, segundo a Confederação Brasileira de Futebol7, estes dados tornam o Voleibol o segundo esporte mais praticado no Brasil, oficialmente, entre os desportistas brasileiros regulares e constantes.
Com isso, a modalidade ganhou contornos inovadores, a partir do surgimento dos órgãos de sustentação institucional e legal que amparam a modalidade no que diz respeito ao seu gerenciamento, bem como suas vias de expansão e divulgação internacionais, pela adoção de regras padronizadas e a inserção de organismos internacionais detentores de estratégias competitivas essenciais.
Com este foco de análise, percebeu-se uma mudança no poder simbólico do Voleibol, a fim de que as novas estruturas, eventualmente estabelecidas no campo esportivo, fossem capazes de compor e perpetuar a representação social da modalidade. Foi então que se inseriu um "novo" produto dentro do campo esportivo: o Vôlei de Praia, o qual, durante seu processo inicial de ascensão, se desenvolveu, naturalmente, pelo "caminho aberto" pelo Voleibol.
O Volei de PraiaO Vôlei de Praia é um produto moderno destinado a ocupar um espaço no sub-campo do Voleibol. A indústria do Vôlei de Praia tem focado uma órbita de seguidores que buscaram, inicialmente, um simples passatempo e viram o campo do esporte se transformar em um concorrente espaço de lutas por seus interesses.
Durante a década de 1930, alguns jogadores formados nos clubes da cidade do Rio de Janeiro começaram a praticar o Vôlei de Praia, de forma recreativa, nas praias de Copacabana, Ipanema e Leblon8. De uma simples atividade de lazer, o Brasil tornou-se o centro mundial de Vôlei de Praia, em praticamente 15 anos.
O que estruturou a modalidade, em termos internacionais, foi, sem dúvida, a padronização e oficialização de suas regras, em um processo de uniformização de regulamento e normas. Com a importante chancela da FIVB (Federação Internacional de Voleibol), através do potencial administrativo de Nuzman - presidente do COB - o Brasil abriu caminho para o desenvolvimento internacional da modalidade, assim, o Vôlei de Praia brasileiro passou a ser referência mundial em termos estruturais e políticos. Além da presença de Nuzman, a modalidade estava "nas mãos" de três grandes monopólios, a CBV, Koch Tavarez (empresa com sede na cidade de São Paulo, com know-how e pioneira em marketing esportivo na América Latina) e FIVB, bem como seu principal patrocinador do Circuito Nacional, o Banco do Brasil.
Essa lógica produz um valor distintivo para os diferentes esportes. Em outros termos, quanto maior a demanda de um determinado esporte, maiores serão os lucros econômicos correlatos. O poder das organizações esportivas passa a ser medido pelo sucesso televisual. Com essa lógica, Bourdieu reconstrói a idéia do espetáculo esportivo,
O esporte atual precisa de público, de expectadores, ou melhor, de uma massa de consumidores. Esse consumo esportivo, tanto dos produtos relativos quanto do espetáculo - que pode ser ao vivo, pela rádio, internet e, principalmente, pela televisão - depende diretamente da disponibilidade de tempo livre e de condições materiais e/ou financeiras. Nesse sentido, a possibilidade desse tipo de consumo vem crescendo, ao longo do tempo, devido ao advento da sociedade de massa9.
Foi assim que a modalidade se transformou em um poderoso e lucrativo negócio. Para se ter uma idéia, as primeiras etapas do Circuito Mundial, organizadas pela FIVB, se converteram em um grande sucesso comercial com milhares de espectadores fora das arenas. Os prêmios em dinheiro chegaram a US$ 50 mil em cada torneio10. Os números das relações mercantis e de espetáculo da modalidade quebraram todos os recordes anteriores, por exemplo, a temporada 1992-1993, que começou na Espanha e terminou no Brasil, contou com 45 países participantes, mais de 50 milhões de telespectadores e 33 horas de transmissão ao vivo. Mais de 500 atletas participaram da temporada de 1992, disputando uma premiação que somou mais de US$ 300 mil. Em 1991, a AVP (Association of Volleyball Professionals) organizou o primeiro Torneio Rei da Praia (King of Beach Tournament) que foi acrescentado ao seu calendário de eventos. Em 1993, o canal NBC transmitiu ao vivo dez eventos da AVP com uma audiência estimada em 600.000 telespectadores e uma premiação total de US$ 3.700.000 em dinheiro. Em 1994, foram vinte e sete eventos que percorreram as principais cidades do seu extenso território, destes, a NBC transmitiu dez (21 horas). A Evian Indoor Tour patrocinou uma etapa que foi realizada dentro do Madison Square Garden, em Nova Iorque, uma estratégia promocional inédita que teve repercussão internacional. A premiação total da temporada chegou a US$ 4.000.000 em dinheiro. Em 1995, o total de eventos chegou a vinte e nove. A Evian resolveu expandir para quatro o número de torneios de Vôlei Indoor (Washington, Boston, Minneapolis e Nova Iorque). Na temporada 2003-2004 do Circuito Mundial, até a final no Rio de Janeiro, por exemplo, a dupla Emanuel/Ricardo, havia contabilizado US$ 237.000 em premiação11.
Neste sentido, Kearney vê o esporte como um setor próspero, que possui um público diversificado em todo o mundo. Para o autor "os esportes se consolidaram como valioso nicho da programação de lazer, disputado pela mídia eletrônica em batalhas cada vez mais complexas diante da proliferação de plataformas e canais de TV" 12. Os equipamentos esportivos se tornaram ou, em muitos casos, ainda estão se tornando, centros de entretenimento multimídia. Nesses centros pode-se assistir aos jogos, fazer compras e comer em restaurantes luxuosos. Para Kearney,
Os esportes vivem um boom, figuram entre os segmentos de crescimento mais rápido na área da mídia e do entretenimento. Em todo o mundo, o setor do esporte gerou uma receita superior a US$ 54 bilhões em 2001. Tal valor deve crescer mais de 7% ao ano no próximo quadriênio, e a receita direta deve chegar a US$ 73 bilhões em 2005. O maior mercado está nos Estados Unidos, embora a América Latina e o bloco Europa, Oriente Médio e África registrem maiores crescimentos. Além disso, o esporte beneficia segmentos afins - de turismo e publicidade até equipamentos, roupas, games e alimentação -, movimentando indiretamente em 2001 US$ 370 bilhões em todo o mundo, dos quais US$ 155,7 bilhões só na América do Norte.
Durante os meses de agosto a dezembro de 1992, o espetáculo do Vôlei de Praia percorreu mais de quatro mil quilômetros passando por dezesseis cidades brasileiras. E, pela primeira vez, algumas etapas do Circuito Nacional foram realizadas em cidades que não possuem praia. Desta forma, o Vôlei de Praia foi migrado para o interior do Brasil, conquistando novos mercados. As etapas foram então sediadas em praças, parques ou mesmo em estacionamentos de shoppings13. Pautado na leitura de Bourdieu, pode-se afirmar que esta é uma estratégia de evolução da produção.
No atual cenário do Vôlei de Praia, uma das grandes conquistas da CBV foi que, em julho de 2003, a organização esportiva recebeu o prêmio de "A mais bem sucedida Federação Nacional do Mundo" da Federação Internacional de Voleibol e a conquista do selo de qualidade ISO 9001:2000 pela empresa norueguesa Det Norske Veritas (DNV).
No novo modelo de gestão, a CBV foi dividida nas seguintes unidades de negócios: Seleções, Vôlei de Praia, Competições Nacionais, Eventos, Vivavôlei (Projeto de Iniciação ao Voleibol destinado a crianças carentes) e o complexo Aryzão - Centro de Desenvolvimento de Voleibol - Saquarema. Inaugurado no final de 2003, o complexo é considerado pelo mundo inteiro como mais um ace da atual administração. Apelidado de Aryzão pelo levantador Ricardinho, o Centro de Desenvolvimento de Voleibol - Saquarema, tornou-se outro marco na história da modalidade. Essa iniciativa inédita integra o treinamento de todas as categorias e comprova mais uma vez todo empenho da CBV em manter o esporte no lugar mais alto do podium. Com instalações e equipamentos de última geração sob medida para o biótipo dos atletas, o Centro de Desenvolvimento de Voleibol cumpre seus principais objetivos: integra o treinamento de todas as seleções brasileiras num mesmo local, facilita o intercâmbio entre as comissões técnicas e dá condições para o desenvolvimento máximo de todos os atletas.
O complexo de 108 mil m2, conta com infra-estrutura para treinamento das duplas, capacitação de profissionais e aprimoramento técnico dos atletas, além de alocar o Museu do Voleibol, onde podem ser vistas peças que compõem a história do esporte, com a exposição permanente de mais de 80 troféus, nacionais e internacionais, conquistados por todas as categorias e modalidades. Além de troféus importantes, como os da Liga Mundial, conquistado em 2003, e o do Mundial de Vôlei, em 2002, o museu apresenta uma grande quantidade de medalhas e condecorações que a Confederação Brasileira de Voleibol e o Vôlei brasileiro receberam ao longo de sua trajetória.
Nesse sentido, os geradores de receitas se transformaram em elementos centrais de análise. Para Kearney, o boom do setor deve-se ao crescimento de fluxos não-tradicionais de arrecadação dentro das categorias tradicionais. As categorias de arrecadação tradicionais, como vendas de ingressos, direitos de transmissão e patrocínio, permanecem como as mais importantes. Contudo, na direção do decrescimento mencionado, as mesmas dependem menos de táticas administrativas convencionais e mais de originalidade e inovação. Para Bourdieu,
O funcionamento desse campo só é possível em sociedades altamente corporativas, isto é, em sociedades onde haja uma diferenciação ou divisão das funções de trabalho, desde os grupamentos "esportivos", públicos ou privados, que asseguram a representação e os interesses dos praticantes e, ao mesmo tempo, elaboram e aplicam as normas que regem essa prática, até os produtores e vendedores de bens (equipamentos, artigos de vestuário, etc.); dos serviços necessários à prática (professores, treinadores, jogadores, médicos, árbitros, etc.) e produtores e vendedores do espetáculo esportivo e de bens associados (dirigentes, patrocinadores, organizadores, jornalistas esportivos, fotógrafos, animadores de torcida, TVs, merchandise e marketing esportivo, por exemplo) 14.
O fato acaba produzindo mudanças. Partindo do princípio de que a essência da formulação estratégica consiste em enfrentar a competição, exemplifica-se o chamado sportainment (entretenimento esportivo) com o mercado digital.
A Internet se tornou a Meca dos esportes. Cerca de metade dos torcedores usa a via digital para ler sobre os feitos e repercussões de seus times e ídolos. O tempo médio de visitação das páginas esportivas figura como um dos mais altos da Internet.
Diante desse quadro, as entidades do ramo esportivo estão buscando formas de abandonar a configuração atual de site, exclusivamente baseado em informações, para adotar um modelo que gere receita.
Os serviços de mensagens instantâneas (SMS) deverão abocanhar uma fatia maior do bolo das transmissões ao vivo. Os assinantes do site do Manchester United, por exemplo, já podem acompanhar partidas realizadas no meio da semana à tarde sem abrir mão de seus compromissos cotidianos: a cada gol do time, uma mensagem é enviada para o celular de quem pagou pelo serviço.
Outra conexão para a geração de receitas reúne o "mundo nos esportes", as Olimpíadas. A primeira competição olímpica do Vôlei de Praia foi realizada no mês de julho de 1996, nas Olimpíadas de Atlanta. O estádio Atlanta Beach tinha capacidade para 10 mil espectadores, os ingressos para o evento se esgotaram com um ano de antecedência. Em Atenas, na Grécia, a popularidade do Vôlei de Praia abriu espaço para uma verdadeira plataforma de entretenimento. Não é "por acaso" que nas arenas do Olympic Beach Volleyball Centre, os jogadores competiram com músicas ao fundo que são mais comuns em boates da Europa do que na própria Grécia. O sucesso foi tamanho que, em alguns momentos, o que acontecia na quadra se tornou secundário.
O resultado tem sido o crescimento astronômico das vendas de ingressos para empresas e de carnês para toda a temporada. Os clubes esportivos e times profissionais também têm examinado o mercado de revenda de ingressos, alguns querem estabelecer um relacionamento diferente com a rede de distribuição de ingressos; outros almejam leiloar ingressos pela Internet (a venda on-line para grandes eventos deve chegar a US$ 4 bilhões em 2004) . Quem assistiu o Vôlei de Praia nas arenas esportivas de Atenas pagou ingressos que variaram entre €20 (aproximadamente US$24,00) e €90 (aproximadamente US$ 108,00) .
Em Faliro, subúrbio ao sul de Atenas, localiza-se uma área principal de competição com capacidade de 10.000 assentos, assim como seis quadras de treinamento e duas de aquecimento (warm-up). O Centro Olímpico de Volleyball de Praia se transformou num espetáculo dominante do esporte no ambiente quente e arenoso de Attica Sul, na zona litoral de Faliro. A arena esportiva promete destacar-se como o principal centro do esporte para as competições de praia que irão ocorrer após os Jogos Olímpicos de 2004, durante a estação do verão.
ConsideraçõesA dimensão do Vôlei de Praia no cenário esportivo contemporâneo tem tornado a modalidade um negócio poderoso e lucrativo, através de um eficiente potencial de organização.
Mandante na sua plataforma de atuação, dentro da configuração de seu campo, o Vôlei de Praia, tornou-se um esporte definido em seus próprios objetos de disputa, em suas regras, e ao mesmo tempo, nas qualidades de seus agentes sociais.
Com esse evento, a modalidade se tornou mais que um esporte, começou a se transformar em um verdadeiro showbusiness, indubitavelmente formador de um padrão de desenvolvimento setorial, o qual movimenta a indústria de espetáculo esportivo.
Nesse sentido, considerar o Vôlei de Praia como um protagonista, dentro do campo esportivo do Voleibol, resultou numa "rede" de interesses específicos nas organizações, as quais estão maximizando seu status de "ouro" no cenário esportivo contemporâneo.
A soma: sol mais areia mais Vôlei de Praia tem resultado em lucro. O Vôlei de Praia parece estar funcionando e esse "produto" esportivo se tornou um verdadeiro nicho para as entidades que organizam a modalidade.
Contudo, o espetáculo esportivo é um fenômeno multifacetado. Algumas das suas faces são visíveis, outras não. O fato exige uma antevisão de desdobramentos futuros que irão metamorfosear o cenário. Essa antevisão, certamente, é permeada por uma lógica mercantil. A arrecadação no cenário atual depende cada vez mais de estratégias inovadoras. Essa é uma tendência crescente e o Vôlei de Praia, na ocupação de uma posição que proporcione vantagem estratégica dentro do campo esportivo, tem se mostrado na vanguarda.
Notas
PILATTI, L. A. Os donos das pistas: uma efígie sociológica do esporte federativo brasileiro. Campinas, 2000. 255 f. Tese (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas.
KEARNEY, A. T. O jogo está começando. HSM Management, v. 39, p. 37-46, jul.-ago. 2003.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLLEY-BALL. O esporte como indústria: solução para criação de riqueza e emprego. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas,1999. p. 08.
MARCHI JÚNIOR, W. "Sacando o Voleibol": do amadorismo à espetacularização da modalidade no Brasil (1970-2000). Campinas, 2001. Tese (Doutorado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas. p. 74.
LANDULFO, G. Almanaque do vôlei. Placar, São Paulo, 1986. Suplemento especial. n. 853.
Disponível em: http://www.cbv.com.br/cbv Acesso em 03 out. 2004.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLLEY-BALL, op. cit., p. 35.
AFONSO, G. F. Voleibol de praia: uma análise sociológica da história da modalidade (1985-2003). Curitiba, 2004. 223 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Federal do Paraná. p. 80.
BOURDIEU, P. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 125-126.
AFONSO, op. cit., p. 104.
Disponível em: http://www.volleyball.org/history_beach.html Acesso em 03 out. 2004.
KEARNEY, op. cit., p.37-46.
BANCO do Brasil Open 93. Informativo da CBV. 1993. p. 05.
BOURDIEU, P. Como é possível ser esportivo? Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. p. 137.
KEARNEY, op. cit., p.37-46.
Disponível em: www.athens2004.com Acesso em 03 out. 2004.
Referências bibliográficas
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revista
digital · Año 10 · N° 84 | Buenos Aires, Mayo 2005 |