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Estilo de vida dos escolares de Montes Claros, MG

   
I.E.S. Jaroso de Cuevas del Almanzora, Almería
*Universidade Estadual de Montes Claros-MG
**Faculdade de Educação Física-UnB
 
 
Rilson Raimundo Pereira*
Jônatas de França Barros**

jonatasbarros@superig.com.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    O principal objetivo deste estudo foi de verificar o estilo de vida dos escolares de Montes Claros-MG, com uma amostra (n=464). A amostra foi selecionada de forma intencional quanto aos locais e escolas, a coleta de dados foi realizada em escolas públicas, considerando os diferentes níveis socioeconômicos, por turma, caracterizando-se, assim, como uma amostragem do tipo conglomerada. Optou-se por uma amostra estratificada dos grupos para que se tenha semelhança de representação por idade e sexo. O tamanho desta amostra do agrupamento foi por idade e sexo; considerou-se a idade decimal seguido por ROSS & MARFELL - JONES (1982), para as idades de 11 a 14 anos. Buscou-se conhecer o seu hábito de atividade física e a ocupação do seu tempo livre, o seu hábito alimentar e por fim, o nível socioeconômico dos escolares aqui pesquisados. Foi aplicado um questionário a fim de determinar o estilo de vida e o nível da atividade física habitual, seguido do questionário socioeconômico, onde foi verificados a relação idade, sexo e nível socioeconômico versus a prática de atividade física. Utilizou-se para o tratamento estatístico, o pacote SPSS, SAS e Minitab. Para a análise estatística, empregou-se o teste não paramétrico de KRUSKALL & WALLIS, o teste de MANN-WHITNEY considerando o fator sexo, idade e o nível socioeconômico. Para as correlações, utilizou-se o coeficiente de correlação, seguido por KENDALL: tau b (p<0,05) e ainda foi aplicado no tratamento estatístico, o teste qui-quadrado( 2) para análise e conclusão das relações do fator idade, sexo e nível sócio-econômico versus a prática da atividade física. Ao verificar o tempo gasto com a prática da atividade física, observou-se que em média, são dispensados até 3 - 4,5 (três a quatro e meia) horas por semana, passando o tempo livre para 30 (trinta) horas/ semana, isto em ambos os sexos. Para facilitar estas análises foi questionado o tipo de ocupação dos escolares. A partir das informações obtidas, podemos afirmar que, em relação ao fator sexo, os meninos são mais ativos do que as meninas e por fim os aspectos: idade e nível socioeconômico não interferem na prática da atividade física.
    Unitermos: Atividade Física. Estilo de Vida. Hábitos Alimentares. Tempo Livre. Nível Sócioeconômico.
 
Abstract
    The main purpose of this study is to analyze the students' lifestyle of Montes Claros-MG, based on a sample of 464 students. This sample was selected not in random basically when we have selected specific places or schools. Data were collected in public schools based not only on the differences of socio-economic status, but also on each class. This is a larger group sample but a stratified sample was used to get a good likeness based on age and gender. The size of this larger group sample was obtained with basis in age and gender, and also based on the decimal age used by ROSS & MARFELL-JONES (1982), which considered the ages from 11-14, (ANNEXE 1 - Chronological Conversion Board based on Decimal Age), to analyze habits of physical activities and leisure time, nutrition and socio-economic status of the students that were part of this study. A questionnaire was used to determine the lifestyle and the habitual level of physical activity. Another socioeconomic questionnaire was also used and based on this it was possible to verify the connection between age, gender, socio-economic status and physical activities habits. The package SPSS, SAS and Minitab were used to make a statistic treatment. The non-parametric test of KRUSKALL & WALLIS was used to make a statistic analysis; the test of MANN- WHITNEY was for the gender, age and socio- economic status. The coefficient of correlation based on aspects, followed by KENDALL: tau b (p 0,05), was used to make the statistic of the score, and the qui-square test ( 2) was used in the statistic treatment to analyze and take conclusions based on the relationships between age, gender, socio- economic status to physical activities habits. Verifying the time that was spent with the practice of physical activity it was possible to observe that the average of hours per week is 3 - 4.5, and the leisure time is 30 hours per week, this happens with both genders. The easier the analyses became was because of the questions used to know about other students activities. According to this information we can state that related to gender, boys are more active than girls are, thus the aspects: age and the socio-economic status do not interfere in physical activity habits.
    Keywords: Physical Activity Habits. Leisure Time. Socioeconomic Status. Nutrition. Life Style.
 
Resumen
    El propósito principal de este estudio es analizar el estilo de vida de los estudiantes de Montes Claros-MG, basado en una muestra (n=464). Esta muestra fue seleccionada de forma intencional tomando en cuenta la población local y escuelas; los datos fueran tomados en escuelas públicas, considerándose los diferentes niveles socio-económicos, por clase, caracterizándose, en esta manera, como una muestra del tipo conglomerada. Fue escogida una muestra estratificada para obtenerse una semejanza de representación por edad y género. El tamaño de esta muestra fue por edad y género; se consideró la edad decimal usada por ROSS & MARFELL-JONES (1982), para edades de 11-14 años. Se buscó analizar los hábitos de actividades físicas y tiempo libre, el hábito alimentario, y finalmente, el nivel socio-económico de los estudiantes que fueron objeto de este estudio. Fue aplicado un cuestionario para establecer el estilo de vida y el nivel habitual de actividad física, seguido por el cuestionario socio-económico donde fue posible verificar la conexión entre la edad, género, nivel socio-económico y hábitos de actividades físicas. Para lo tratamiento estadístico fueran utilizados, el paquete SPSS, SAS y Minitab. Para el análisis estadístico fueran utilizados, el test no paramétrico de KRUSKALL & WALLIS, y el test de MANN-WHITNEY, considerándose los factores de género, edad y nivel socio-económico. Para las correlaciones, fue utilizado el coeficiente de correlación, seguido por KENDALL: tau b (p<0,05), y el teste qui-cuadrado (X2) también fue utilizado en el tratamiento estadístico, para el análisis y conclusión de las relaciones entre edad, género y nivel socio-económico versus los hábitos de actividades físicas. Al verificarse el tiempo utilizado en la práctica de actividades físicas, se observó que en promedio, se utilizan entre 3 - 4.5 (tres a cuatro horas y media) por semana, quedando el tiempo libre en 30 horas/semana, y esto pasa con ambos géneros. Para facilitar el análisis se preguntó sobre el tipo de ocupación de los estudiantes. A partir de las informaciones recibidas podemos afirmar que, relacionando al factor género, los niños son más activos que las niñas, y finalmente, los aspectos: edad y nivel socio-económico no interfieren en los hábitos de actividades físicas.
    Palabras clave: Actividades físicas. Estilo de vida. Hábitos alimentarios. Tiempo libre. Nivel socio-económico.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 75 - Agosto de 2004

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Introdução

    Com o avanço tecnológico, admite-se que esteja havendo um aumento na expectativa de vida. Por outro lado, também tem se elevado à prevalência das doenças degenerativas (HIMES, 1988).

    É consenso dos profissionais da área das Ciências do Esporte, que os indivíduos fisicamente mais ativos são mais saudáveis ou tendem a experimentar menores taxas de mortalidade por doenças crônicas degenerativas (BLAIR & MEREDITH, 1994).

    Este novo estilo de viver tem afetado consideravelmente a qualidade de vida das pessoas, observando-se uma inversão dos índices de mortalidade por doenças infecto-contagiosas para doenças crônico-degenerativas (GUEDES & GUEDES, 1995).

    MADUREIRA (1996), afirma que o comportamento do homem modificou-se consideravelmente, sobretudo a partir da revolução industrial. Em função desta mudança no ritmo e hábito de vida, muitos problemas surgiram, entre os quais se incluem as chamadas doenças hipocinéticas.

    Por outro lado, os problemas, já citados anteriormente, advindos da hipocinesia também são preocupantes, uma vez que enfermidades são causadas pelo sedentarismo (MELLEROWICZ & MELLER, 1979). Aí, se encontra implícito um aspecto a ser considerado: a condição física do sujeito, independentemente de quaisquer fatores, não deve ser descuidada.

    Durante a infância, há uma necessidade quanto ao favorecimento do exercício físico contra os fatores de riscos, onde ao contrário, esses fatores tendem a produzir sérias conseqüências no estado de saúde futura desses indivíduos (McMURRAY et al., 1993; SHEPHARD, 1995).

    Sabe-se, portanto, que as causas dessas doenças são as mais diversas. No entanto, algumas delas podem ser combatidas e prevenidas sem muitos esforços através da atividade física, controle alimentar e também do estresse. Participando nas aulas de educação física, as crianças começam a perceber a atividade física regular ou vigorosa como parte normal de suas vidas, apesar de alguns pesquisadores ter mostrado que só 6,1 % do conteúdo das aulas de educação física é utilizado em atividades aeróbicas (PARCEL et al., 1987).

    É bem provável que os hábitos de atividade física adquiridos na infância possam influir no nível de atividade física na idade adulta. A prática regular de atividade física demonstra consistentemente uma relação inversa com enfermidades cardíacas, e tem um efeito positivo na qualidade de vida e em outras variáveis psicológicas, sendo que estas últimas têm uma associação importante com o nível de atividade física (GONÇALVES, 1994; LUCATO, 2000; REYNOLDS et al.,1990; TANI,1996,1999).

    Poucas obras publicadas no Brasil relacionam a aptidão física e o estilo de vida. PEREIRA (1994) realizou o estudo do cotidiano escolar e da educação física necessária. Contudo, não aprofundou no cotidiano dos sujeitos fora da escola, que parece ser o ponto da questão, visto que a preocupação não está na ocupação do tempo livre fora da escola. Um dos principais fatores envolvidos na diminuição do nível de atividade físicas das crianças e adolescentes são o tempo gasto por dia assistindo à televisão. Estudos realizados em crianças de alto e baixo nível sócio-econômico do estado de São Paulo (ANDRADE et al., 1996; MATSUDO et al., 1998; ANDRADE et al., 1998) mostraram que em regiões de baixo nível de vida, os meninos gastam em média 4,2 horas/dia assistindo à TV, em enquanto as meninas 4,0 horas/ dia. Já os escolares das regiões de alto nível, gastam significativamente menos tempo: 3,6 horas/dia (meninos) e as meninas 3,9 horas/dia.

    Conhecendo o nível de atividade física e estilo de vida de crianças e jovens, principalmente na idade escolar, é necessário afastar ao máximo, os fatores que venham provocar um estado de morbidez nas crianças, pois estes fatores nesta idade, podem predizer a ocorrência de distúrbios orgânicos na vida adulta (GUEDES & GUEDES, 1995). Isto traduz a importância das atividades físicas regulares entre outros, e pode provocar sensíveis melhoras nas condições de saúde durante esta fase da vida. Desta forma, é fundamental que novas investigações sejam realizadas com o intuito de elucidar se há associação do estilo de vida dos escolares com as variáveis sexo, idade do escolar e a condição socioeconômico?


Objetivo Geral

    Verificar se há associação do estilo de vida de escolares na faixa etária entre 11 - 14 anos de idade, em ambos os sexos, do ensino fundamental da rede pública estadual de Montes Claros-MG, entre as variáveis sexo, idade, condição socioeconômica e hábitos alimentares através da prática da atividade física.


Objetivos Específicos

  • Identificar a ocupação do tempo livre dos escolares entre 11 -14 anos de idade, em ambos os sexos, do ensino fundamental da rede pública estadual de Montes Claros-MG de várias classes sociais;

  • Identificar o perfil do nível socioeconômico dos escolares entre 11-14 anos de idade do ensino fundamental da rede pública estadual de Montes Claros, MG, em ambos os sexos;

  • Identificar os hábitos alimentares dos escolares entre 11 - 14 anos de idade em ambos os sexos do ensino fundamental da rede pública estadual de Montes Claros, MG;


Revisão de Literatura

Atividade Física e Promoção da Saúde

    BOUCHARD & SHEPHARD (1993), definem atividade física como sendo todo e qualquer movimento do corpo produzido pelos respectivos grupamentos musculares e que demanda um aumento do gasto energético de reserva. Portanto, de acordo com esta concepção, podem ser consideradas atividades físicas as atividades cotidianas que atendam ao referido conceito no gasto energético de reserva, podendo ser incluídas, então, as atividades de lazer, de exercícios, esportivas, ou mesmo atividades de trabalho e/ou tarefas domésticas.

    De acordo com FARINATTI (1995), a criança apresenta uma necessidade fisiológica de se movimentar. A motivação, fator estimulante a esta atitude, no decorrer de seu desenvolvimento vai assumindo dependências de fatores relacionados aos valores construídos e sistematizados por ela mesma, através de sua formação enquanto ser humano favorecendo sua auto-realização. Partindo deste raciocínio, surge a prática de atividades físicas que devem ser iniciadas já na infância. ECKERT (1993) sugere que estas atividades estejam de acordo com as condições relativas ao estágio de desenvolvimento em que as crianças se encontram.

    As conseqüências geradas por um baixo nível de atividade física, são as mais diversas possíveis, interferindo diretamente no estado de saúde da criança. Entre elas está a obesidade. BAR-OR (1995) aponta que embora sob controvérsias, a hipocinesia pode ser o principal fator para ganho de peso excessivo.

    O sedentarismo constitui uma característica primaria da maioria dos indivíduos com peso corpóreo acima do normal necessário (SALLIS et al., 1995).

    Atividade física é considerada como um dos maiores pré-requisitos para o crescimento e desenvolvimento normal de crianças e adolescentes, como também para estabelecer um estilo de vida ativo durante a fase adulta, auxiliando na regulação da adiposidade e facilitando a aquisição de uma boa capacidade funcional, favorecendo assim, o estado de saúde (FORBES, 1987; LOPES, 1999; LIVINGSTONE, 1994; MADUREIRA, 1996; MULLER, 1988; STUCKY-ROPP & DILORENZO, 1993).

    Vários autores, (DURANT et al., 1993; ELIAKIM et al. 1996; FALGAIRETTE et al.1996; GORAN et al. 1993; LIVINGSTONE 1994; NOLAND et al.,1990; ROWLAMD et al. 1996; SALLIS et al. 1992; SHEPHARD, 1995; SOTHERN et al., 2000; WILMORE et al. 1999) citam que as evidências fisiológicas dos benefícios na saúde pela atividade física em adultos, particularmente de doenças cardiovasculares, têm suas origens durante a infância. Percebe se, diante disto, uma íntima relação entre atividade física e estado de saúde das crianças em seu futuro.

    Conforme HEATH et al. (1993) e SALLIS et al., (1992), a participação de indivíduos em atividade física programada, regulares e moderadas é reconhecida como um componente do estilo de vida saudável. Entre crianças, a participação em programas de atividade física apresenta - se como um agente de prevenção a distúrbios físicos e orgânicos. (PINHO & PETROSKI, 1997).

    DANTAS (1999) apresenta cronologicamente como as atividades físicas foram utilizadas nas questões voltadas para a saúde. Com a finalidade de se promover saúde, sempre estiveram associadas a determinados paradigmas. Nos anos setenta, o modelo de atividade física e performance cedeu lugar ao de atividade física e saúde, nos anos oitenta, o termo aptidão física foi bastante utilizado. Percebe-se que o modelo atual aponta para um novo paradigma, ocorrido nos anos noventa quando o principal objetivo não estava centrado nos benefícios que as atividades físicas poderiam proporcionar aos praticantes.

    A atividade física já se consagra como elemento indispensável na forma de vida do ser humano. Atualmente, podemos perceber a existência de uma atenção voltada para a qualidade de vida associada à prática de atividade física (NAHAS, 2001).

    BERGER & MACINMAN (1993), citam que a qualidade de vida reflete a satisfação harmoniosa dos objetivos e desejos de uma pessoa, esta qualidade seria a abundância de aspectos positivos somados à ausência de aspectos negativos.

    A importância da atividade física na melhoria da qualidade de vida tem sido muito divulgada. Por essa razão, freqüentemente, os profissionais da área têm afirmado que uma vida saudável deveria equilibrar uma alimentação balanceada, uma vida familiar e social prazerosa e, acima de tudo, a prática regular de atividade física (NAHAS, 2001).


Atividade Física e Estilo de Vida

    O estilo de vida moderno, principalmente nas grandes cidades, tende a contribuir para o sedentarismo e obesidade de crianças e jovens, tanto pelo tipo de moradia quanto pelas parafernálias eletrônicas como a televisão, computador e videogame cada vez mais presentes nos lares (BAILEY, 1988).

    Dentre os fatores que alteraram consideravelmente o estilo de vida das pessoas, POLLOCK & WILMORE (1993), citam que o avanço tecnológico vem transformando os cidadãos, que eram fisicamente ativos, em pessoas com pouca ou nenhuma oportunidade para o envolvimento em programas de atividades físicas. Questionam, se as facilidades da vida moderna levam a uma vida com mais qualidade e produtividade. Se o estilo de vida sedentário não estaria contribuindo para um novo conjunto de problemas como coronáriopatias, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna lombar. Pesquisas em diversos paises , inclusive no Brasil, têm mostrado que o estilo de vida , mais do que nunca, passou a ser um dos mais importantes determinantes da saúde de indivíduos, grupos e comunidade (NAHAS,1995).

    Com relação ao estilo de vida ativo, BLAIR & MEREDITH (1994), citam que a criança é por natureza ativa. Ela constantemente se move, explora o ambiente, brinca de forma espontânea. Em relação às diversas fases da vida, a criança parece ser a que tem melhor aptidão física. Entretanto, o sedentarismo do adulto e as condições de vida moderna, têm levado a criança a se movimentar menos e ser menos apta. Tanto em adultos, quanto em crianças, o estilo de vida ativo reduz riscos de desenvolver vários tipos de doenças crônicas. A mais importante contribuição da atividade física na infância é que ela pode influenciar positivamente o padrão de exercício, durante o tempo livre, na fase adulta da vida.

    Em um estudo sobre os níveis de atividade física de crianças, CALLE & ALMOND (1992), concluíram, após revisão de vinte importantes estudos, que os níveis de atividade física, em crianças com idade escolar, do nível primário, revelaram-se baixos. É importante que estudos rigorosos e detalhados sejam realizados para se estabelecer, com clareza, a base para a alegação que cada vez aumenta o número de crianças inativas em relação ao número de crianças ativas.


Ocupação do Tempo Livre

    O estilo de vida está ligado diretamente ao conceito moderno de saúde, entendido não somente como a ausência de doenças, mas a preocupação da qualidade de vida individual, a integridade psico-corporal e a condução de uma vida saudável. Esta preocupação passa pelos cuidados dedicados ao corpo, indo da esfera alimentar, passando pelo regime de sono, de trabalho e ocupação do tempo livre. Desta forma, corpo e estilo de vida surgem como pilares centrais do edifício de cultivo à saúde. Isto deve ser pregado desde cedo nas escolas (BENTO & GRAÇA, 1991).

    Por isso, urge que se estude o estilo de vida das crianças. Verificar como estão ocupando seu tempo livre, se praticam atividades físicas, como se alimentam e, se estes fatores influenciam no seu crescimento e na sua composição corporal (LOPES, 1999).

    Dentre os comportamentos que têm contribuído de forma significativa para a vida sedentária de crianças e jovens, que geralmente levam a obesidade, está o tempo gasto assistindo à televisão. A televisão é um aparelho muito próximo de todo ambiente das crianças, que cada vez mais faz parte do seu dia-a-dia (PINHO & PETROSKI, 1997).

    O relacionamento entre o tempo gasto assistindo à televisão, aptidão física e obesidade foram estudadas por TUCKER (1986). De modo geral, os resultados evidenciaram que os jovens que gastam poucas horas assistindo à televisão (menos de 2,0 horas), apresentam melhores escores de aptidão física, do que os de moderada assistência (de 2,0 a 4,0 horas) e alta assistência (mais de 4,0 horas). Valores acima de 4,0 (quatro) horas/dia estariam associados a menores níveis de aptidão física conseqüente riscos de obesidade e prováveis riscos para doenças hipocinéticas. Apesar de não serem detectadas diferenças significativas entre horas assistindo à televisão e obesidade, os jovens obesos assistia mais horas de televisão do que os não obesos. Os achados indicaram, que para manter bons níveis de aptidão física, as horas diárias assistindo à TV, deveriam ser limitadas em uma ou menos de uma hora.

    Entretanto, um estudo realizado por ROBINSON et al. (1993), constatou que, apesar do gasto calórico ao assistir televisão ser relativamente baixo, a relação obesidade e horas assistindo televisão, parece ser fraca para as crianças que se mantém o habito da pratica da atividade física.

    Com relação ao tempo gasto jogando videogames, SEGAL & DIETZ (1991), citam que o impacto sobre a aptidão física é menor do que assistir a televisão porque os videogames, não apresentam propagandas de alimentos e o gasto energético para esta atividade é maior do que para se assistir televisão, aproximando-se de atividades de baixa intensidade.


Nível Socioeconômico

    Classe social é uma variável muito expressiva e significativa no processo educacional. As pessoas de uma comunidade ou de uma sociedade mais vastas podem ser consideradas como pertencentes a um determinado nível de classes, numa sucessão contínua que varia de nível inferior (classe baixa) a um nível superior (classe alta). Essa escala é multifacetada, representando prestigio, poder e por vezes, outros componentes (RENSON et al. 1980).

    Correntemente, a profissão é usada como critério para determinar a classe social de uma pessoa; mas a renda, a educação, a residência e a linhagem de família também são critérios bastante utilizados (CUNHA, 1977).

    Mesmo apontando muitas desvantagens para as crianças de nível socioeconômico inferior, alguns autores sugerem que essas crianças podem apresentar relativa superioridade em determinados comportamentos motores (DEELMAN, 1976; MALINA, 1988a, 1990), segundo estes autores, nos meios socioeconômicos baixos, as crianças vivem em ambiente de maior liberdade de movimentos, tendo oportunidade para a prática de atividades motoras, enquanto as crianças de classes mais favorecidas muitas das vezes são privadas de tais experiências.

    KEMPER et al. (1996), pesquisaram a relação da atividade física com o nível socioeconômico, na Bolívia. Verificou-se que os meninos dispensam de 2,0 (dois) a 40 (quarenta) minutos a mais em relação às meninas no que diz respeito ao tempo dedicado à atividade física durante o dia. Observaram ainda que os resultados não são influenciados nem pelo nível socioeconômico e nem pela atitude, quando comparado por sexo. O efeito mais notório na atividade físico foi no nível socioeconômico, ou seja, crianças de nível sócio-econômico mais baixo foram significativamente mais ativas do que os de alto nível sócio-econômico. As diferenças podem ser explicadas pelo fato de que as crianças de nível socioeconômico mais baixo apresentam pobres condições de vida a qual força-as a praticar mais atividades de manutenção da casa e caminhar para a escola, uma vez que os que tinham o nível socioeconômico mais elevado eram transportados de carros e tinham mais tempo para assistir a televisão.

    Segundo MALINA (1988a), na infância, o nível socioeconômico é um fator com grande influência na atividade da criança e presumivelmente no desenvolvimento motor. Em geral, os dados sugerem que nas classes baixas as crianças têm mais liberdade de se movimentarem pela zona onde se habitam. Esta característica pode conduzir a uma liberdade na atividade motora e na oportunidade de prática.

    Tem-se em mente ainda, que o conhecimento das influências dos níveis socioeconômicos distintos (superior e inferior) impõem aos educadores, psicólogos, e professores de educação física, a canalização de seus esforços no sentido de buscarem instrumentos de avaliação que possam caracterizar e determinar o nível de atividade física da criança.


Hábitos Alimentares

    A vida das pessoas depende de um suprimento adequado de nutrientes. Os alimentos são necessários para todo o sistema orgânico e atendimento de todas as exigências nutricionais do corpo. As funções físicas, mentais e o bem-estar social, também dependem da boa nutrição (GOUVEIA, 1990).

    Para ROCHA FERREIRA (1996), a alimentação é um dos fatores primordiais nos primeiros anos de vida para a saúde da criança, que está associada ao rendimento físico e a outros fatores durante a adolescência. A alimentação, possivelmente, pode influenciar o processo maturacional durante o crescimento, embora o limite destas variações seja dado pela genética.

    Para RICHMOND (1995), não resta a menor dúvida de que a obesidade infantil, a dieta desbalanceada e o estilo de vida sedentário são condições que contribuem para aumentar o número de mortes causadas por doenças coronarianas em crianças e jovens norte americanas. A constatação desses problemas levou o governo dos Estados Unidos a criar o programa "Healthy People 2000" que apresenta um conjunto de ações prioritárias na prevenção e promoção da saúde, envolvendo agências nacionais, a mídia, as comunidades locais, escolas, indústrias e cientistas. Entre as ações prioritárias, o programa tentou identificar e alterar fatores sociais que proporcionava a fragilidade da saúde, como a pobreza, discriminação e dificuldade de acesso aos serviços médicos.As primeiras investigações constaram que a boa nutrição e a atividade física são fatores importantíssimos para um bom crescimento e desenvolvimento infantil e juvenil.

    LOPES (1999), um dos fatos que influenciou consideravelmente o estilo e a qualidade de vida das pessoas, em relação à atividade física e hábitos alimentares, foi à revolução industrial. Em decorrência da tecnologia, as pessoas passaram a se movimentar menos e se alimentar mais de comidas enlatadas, pré - preparadas, congeladas e artificialmente enriquecidas. Em função disso, ocorreram mudanças significativas no ritmo e hábitos de vida das pessoas, que passaram a ter um estilo de vida mais sedentário que, acoplado às mudanças alimentares, podem levar ao surgimento de muito os problemas chamados de doenças hipocinéticas (POLLOCK & WILMORE, 1993). A obesidade, hipertensão arterial, doenças coronarianas, diabetes, vícios posturais, problemas de coluna como dorsalgias e lombalgias e, o conseqüente envelhecimento precoce, é alguns destes problemas por MELLEROWICZ & MELLER (1979) e POLLOCK & WILMORRE (1973).

    Em relação ao tamanho da família, MALINA & BOUCHARD (1995), citam a variação no número de irmãos, associada a outros componentes (nível socioeconômico, clima, atividade física, doenças) afeta o crescimento e a maturação de crianças e jovens.


Material e Métodos

Caracterização da Pesquisa

    Trata-se de uma pesquisa do tipo "estudo descritivo transversal", (DUARTE & FURTADO, 1999; KOCHE, 2000). População

    Escolares de 11 a 14 anos de idade, de ambos os sexos da rede de ensino estadual do Município de Montes Claros/MG, perfazendo um total de 20.268 escolares matriculados no ano de 2001(tabela1).

Tabela 1 - Número de escolares matriculados por idade e sexo, Rede Estadual / 2001.


Fonte: Secretária de Estado da Educação de Minas Gerais - 22ª SRE / Montes Claros.MG


Seleção da Amostra

    Estudantes na faixa etária de 11 a 14 anos de idade (n=464), de ambos os sexos da rede de ensino do Município de Montes Claros/MG, obedecendo aos seguintes critérios:

A coleta de dados foi realizada em escolas públicas, considerando os diferentes níveis socioeconômicos por turma, caracterizando-se assim, como uma amostragem do tipo conglomerada;

Optou-se por uma amostra estratificada dos grupos para que se tenha semelhança de representação por idade e sexo;

Considerou-se a idade decimal seguido por ROSS & MARFELL - JONES (1982), para as idades de 11 a 14 anos, (Tabela de Conversão Cronológica em Idade Decimal) sendo:

  • 10,50 - 11,49 = 11 anos;

  • 11,50 - 12,49 = 12 anos;

  • 12,50 - 13,49 = 13 anos;

  • 13,50 - 14,49 = 14 anos;


Coleta de Dados

    A coleta de dados realizou-se mediante autorização da Secretária Estadual da Educação, da 22ª Superintendência Regional da Educação, diretor das escolas e dos pais ou responsável, onde os dados foram compostos de acordo com o número de cada escola participante (Quadro1).

Quadro 1 - Número de questionários aplicado por escolas


Tratamento Estatístico

    As variáveis acerca do estilo de vida foram analisadas pela estatística descritiva, considerando distribuição de freqüência e porcentagem das respostas obtidas. Além da estatística descritiva, efetuou-se o cálculo do X2(qui-quadrado), na análise das hipóteses.

    Empregou-se a análise de covariância quando da análise das variáveis somáticas e funcionais por idade e sexo. Ainda, em relação ao estilo de vida, atividade física e nível sócio-econômico foram realizados testes de hipóteses.


Resultados e Discussão

Estilo de Vida.

    A analise desta seção foi realizada, sobretudo comparando os resultados obtidos pelos escolares. Optou-se por iniciar esta discussão pela hora de ir dormir e levantar, desta forma procurou-se conhecer como é preenchido o restante do tempo dos escolares. Apresenta-se, ainda, um tempo "fixo" em que permanecem na escola, e a seguir inicia-se pelas primeiras atividades do dia com o tipo de deslocamento da residência a escola.

    Pelos dados apresentados nas tabelas 2 e 3, é possível estimar o tempo de sono dos escolares. Observou-se que mais de 73% dos escolares dormem antes das 23 horas. Porém, com relação ao levantar, ocorrem muitas diferenças. Antes de tudo, cabe salientar que o horário de início das aulas era às 7 (sete) horas. É preciso também que se esclareça que ocorrem casos de alunos que acordam após as 8 horas, isto porque há outros turnos, os quais são distintos, ou se estuda de manhã ou à tarde, no caso do Ensino Fundamental, podendo haver atividades complementares em turnos trocados.

Tabela 2 - Resultado da pesquisa: Horário de deitar durante a semana dos escolares participantes da pesquisa.

Tabela 3 - Resultado da pesquisa: Horário de levantar durante a semana dos escolares participantes da pesquisa.

    Estima-se, que sejam gastos para o café da manhã, o almoço, lanches, o jantar, e a higiene pessoal, cerca de 1 hora e 30 minutos. Com isso, restam 8 horas e meia para serem preenchidas no resto do dia.

    Passando-se às atividades que iniciam o dia, observou-se que está no deslocamento da residência a escola, a primeira. Para isso procurou-se saber a distância da mesma a escola (tabela 4) e de que modo essa distância era cumprida. Todas as comparações foram feitas.

Tabela 4 - Resultado da Pesquisa: Distância entre residência e escola dos escolares participantes da pesquisa.

    A distância da casa até a escola e o meio de transporte utilizado pode fornecer muitas informações importantes a respeito do hábito de atividade física (caminhar ou andar de bicicleta) ou ainda se caracterizam sedentarismo (ir de ônibus ou de carro). Entretanto, o aspecto da distância está bastante caracterizado pela nucleação escolar utilizada pela Secretária Estadual da Educação e aplicado pela 22ª Superintendência Regional da Educação (22ª SRE), onde a distância mais observada foi 2 - 3 km (40,9%), encontrada na pesquisa não é relativamente grande. Portanto, o "sedentarismo" está relacionado com a falta de segurança para a população, onde, cada vez mais, nas grandes cidades está mais evidente. Esta caracterização se mostra não muito evidente no aspecto escola - residência com 38,4% para o transporte utilizado "ônibus", enquanto que o aspecto residência - escola as formas de transporte não variam, a forma de transporte a pé e a utilização do ônibus é 40,3%.

    Entretanto, ao analisar a forma de locomoção até a escola, não foram encontradas diferenças significativas, através do teste de KRUSKAL-WALLIS.

    Desta forma, em termos da atividade física para se deslocar até a escola, parece haver poucas diferenças.

    Através das tabelas 5 e 6, é possível verificar que os escolares costumam se deslocar mais de ônibus e ir a pé do que de outro meio. Quanto a vir para a residência, também não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas.

Tabela 5 - Resultado da pesquisa: Transporte entre a residência e escola dos escolares participantes da pesquisa.

Tabela 6 - Resultado da Pesquisa: Transporte entre a escola e a residência dos escolares participantes da pesquisa.

    Outra constatação feita pelo referido professor, é que além de não exercerem atividades suficientemente vigorosas mesmo nas aulas de Educação Física, dispendem um maior tempo para assistir à televisão, cerca de 2 a 3 horas diárias (tabela 7).

Tabela 7 - Resultado da Pesquisa: Horas semanais gastas com atividade física pelos escolares participantes da pesquisa.

Tabela 8 - Resultado da Pesquisa: Número de escolares versus Números de horas gastas por dia com atividades extra-classe pelos escolares participantes da pesquisa.

    Conforme PATE, LONG & HEATH (1994), algumas informações demonstram que assistir à televisão consome uma maior porção do tempo de lazer dos adolescentes. Entretanto, é importante notar que os estudos não têm levado em conta o tempo dispensado ao jogo de videogame e computadores. Parece lógico assumir que as somas destas atividades passivas no tempo de lazer, ocupam um tempo disponível que poderia ser empregado na participação em atividades físicas.

    A seguir, procurou-se verificar como era preenchido o tempo em atividades de caráter geral. Apesar de ser questionado o tempo em cada tipo de atividade (cujo objetivo era facilitar ao aluno recordar das possíveis atividades) para efeitos de análise da quantidade de movimento, procedeu-se ao seguinte agrupamento: a) (atividades sedentárias): assistir televisão, jogar no computador, ler, estar com os amigos, estudar em casa, jogar nas maquinas; b) (atividades pouco ativas): ajudar em casa, ajudar na profissão, ir ao clube e passear sem objetivo.

    As atividades anteriormente citadas foram classificadas como: categoria "a" sedentário e categoria "b" pouco ativo. Pois, conforme BOUCHARD et al. (1983), na primeira categoria estão as atividades sentadas que promovem um dispêndio Máximo de 2 METs, já na segunda são consideradas as atividades leves e com gasto entre 2 e 3 METs,

Quadro 2 - Atividades de características sedentárias por semana.


Fonte: BOUCHARD et al. (1983). p < 0,05

Quadro 3 - Atividades de características pouco ativas por semana.


Fonte: BOUCHARD et al. (1983). p < 0,05

    Já, aqui, foi verificada uma grande limitação no instrumento utilizado, uma vez que se questionava o tempo dispensado nas atividades anteriormente apresentadas, por semana. Quando confrontadas as informações por ARMSTRONG (1995), percebeu-se que poderia haver uma defasagem de até 9 (nove) horas e 30 (trinta) por semana com relação a assistir a televisão, ou seja, se uma criança assistir 2 (duas) horas e 30(trinta) minutos de televisão por dia ao fim de 5 dias terá dispensado 12 (dose) horas e 30(trinta) minutos, ao passo que a informação fornecida através do questionário apenas diz 3 (três) ou mais horas por semana. Infelizmente, não foi apercebida esta questão quando da realização do estudo piloto e que, agora, dificulta uma maior precisão nos cálculos pretendidos doravante.

    Há que se atentar á observação de ASTRAND & RODAHL (1980), ao assinalar que os números fornecidos só podem ser considerados como valores aproximados, uma vez que muitos fatores podem ter uma influência profunda sobre o gasto energético destas atividades. "Os indivíduos dedicam-se às suas recreações com diferentes graus de vigor. Natação, jogos de bola, bicicleta, skate, etc. Jogar voleibol ou nadar não implica o mesmo grau de atividade física para todas as pessoas", podemos claramente ver esta afirmação no que diz respeito ao questionamento realizado neste estudo, frente ao item atividades durante as férias, a prática de esportes nas férias e quais as modalidades mais praticadas (tabelas 09, 10), respectivamente.

Tabela 9 - Resultado da Pesquisa: Atividades realizadas durante as férias dos escolares participantes da pesquisa.

Tabela 10 - Resultado da Pesquisa: Modalidades esportivas praticadas pelos escolares participantes da pesquisa durante as férias.

    Relembrando: de 2ª a 6ª feira somam-se 120 horas das quais, por dia, são retiradas 9 (nove) horas de sono, 5 (cinco) horas na escola, 1(uma) hora e 30 (trinta) para a higiene e refeições restando 42,5(quarenta e duas horas e trinta minutos). Sabendo-se que dispendem ate 12 (dose) horas/mês em atividades, aqui consideradas sedentárias sobram 30.5 (trinta horas e trinta minutos). Ainda, com atividades pouco ativas são dispendidas aproximadamente 4,0 (quarto) horas, restando 26.5(vinte e seis horas e trinta minutos/semana livres).

    A partir daqui, há que se distinguir dois grupos, independentemente do sexo e da idade, os que praticam esporte extraclasse e os que não dispendem nenhuma hora à pratica extra-classe. Portanto, os que não empreendem nenhum tempo continuam com aquele total e dos que praticam desporto optou-se por fazer calcular um tempo médio que ficou em torno de 4,0 (quatro) horas/semana. Com isso, o seu tempo livre passou a ser de 22.5 (vinte e duas horas e trinta minutos). Assim, tem-se dois grupos, um com 22.5 (vinte e duas horas e trinta minutos)e outro com 26.5 (vinte e seis horas e trinta minutos) horas livres por semana.

    Ao verificar o tempo gasto com a prática esportiva observou-se que em media são dispensadas até 3,0 (três) horas por semana, passando o tempo livre para 22 e 16 horas/semana para ambos os sexos, respectivamente.

    Na tabela 11 podem ser analisados os valores das outras atividades desenvolvidas pelos escolares com orientação de professores e seus locais de realização.

Tabela 11 - Resultado da Pesquisa: Atividades praticadas pelos escolares com orientação de professor, participantes da pesquisa.

    Na tabela 12, podem ser visualizados claramente os outros tipos de atividades desenvolvidas pelos escolares, as quais não lhes são necessário prestar freqüência, bem como a participação em atividades de cunho artístico-cultural.

    Estes tempos são os que foram possíveis de serem apurados, portanto, que não se pratica nenhum esporte extra-classe.

Tabela 12 - Resultado da Pesquisa: Outras atividades praticadas pelos escolares participantes da pesquisa.

    Apesar da lacuna de 5,0 (cinco) horas diárias, em média, que não foi possível verificar como são preenchidas pelos escolares admite-se que não são dedicadas às atividades esportivas.

    Pode-se questionar quanto aos tipos de brincadeiras adotadas pelos sujeitos, mas conforme a lista do tipo de brincadeiras preferidas é possível verificar que são atividades de pouco esforço metabólico. Admite-se que jogar bola, andar de bicicleta são atividades que solicitam um esforço maior, contudo são valores pouco relevantes para serem consideradas como adotados pelos grupos de uma forma mais generalizada.

    Ainda, para averiguar as afirmações de VERSCHUUR & KEMPER (1985); SUNNERGARD, BRATTEBY & SJOELIN (1985); PATE, LONG & HEATH (1994); e RIDDOCH & BOREHAM (1995), que dizem diminuir o tempo dispensado às atividades esportivas, procurou-se formar 3 grupos, por sexo e nacionalidade: um na faixa etária de 11 aos 12.9 anos; outros dos 13 anos aos 14.9 anos, e um terceiro dos 15 anos em diante para confirmar ou não a possível tendência de que à medida que crescem, os jovens, tornam-se menos ativos.

    As variáveis relacionadas ao estilo de vida podem construir mecanismos viáveis para a avaliação e conhecimento da qualidade de vida e como conseqüência da real condição da saúde de uma determinada população.

    Entre os mecanismos utilizados, podem-se destacar os levantamentos periódicos do estilo de vida em uma população, os quais podem informar sobre as alterações nos hábitos de atividade física, hábitos alimentares, ocupação do tempo livre, bem como o relacionamento destas variáveis entre si.

    Em relação ao número de filhos, os resultados em termos de freqüência podem ser observados na tabela 13, respectivamente, para o sexo masculino e feminino.

Tabela 13 - Resultado da Pesquisa: Filiação dos escolares participantes da pesquisa.

    Frente as variáveis do estilo de vida, o número de filhos e o nível socioeconômico, foram apresentados como variáveis importantes, as quais influenciam no crescimento e o desenvolvimento infantil. As crianças oriundas de famílias numerosas analisadas por PELTO et al. (1991), eram mais baixas e mais leves, por consumirem dieta de qualidade calórico-protéica inferior, quando comparada com crianças de famílias menores. Esta diferença também foi percebida em relação ao nível socioeconômico.

    Em relação ao tamanho da família, MALINA & BOUCHARD (1991), citam que a variação no mínimo de irmãos, associada a outros componentes (nível socioeconômico, alimentação, atividade física e doenças), afeta o crescimento e a maturação de crianças jovens.

    O baixo nível socioeconômico, como fator que influência negativamente o crescimento de crianças, foi também apontado por ROCHA FERREIRA (1996), MALINA (1988), ANJOS (1989), MALINA & BOUCHARD (1991), MATSUDO (1992), BOGIN (1993), WATERLOW (1994), BOGIN & LOUCKY (1997), LOPES (1999).

    Sobre os hábitos de atividade física, as crianças foram questionadas sobre o número de horas e a freqüência semanal que praticavam atividades físicas escolar.

    Quanto ao tempo de horas gastos com atividade física, o estudo mostrou que o grupo se apresenta bastante ativo, observando principalmente dois aspectos: 1,0 (uma) hora por semana 53,4% pratica atividade física, já o outro aspecto 4,0 - 5,0 horas a população investigada relata que 22,0% da população pratica atividade física. Ainda em relação ao aspecto socioeconômico, pôde-se observar que o sexo, a idade escolar não interfere na prática de atividade física, entretanto, os escolares possuem comportamentos diferentes quanto à condição socioeconômica. Alguns estudos recentes têm direcionado para esta afirmação, LOPES (1999), relata que as meninas são menos ativas do que os meninos. SALLIS (1994), também constatou que os meninos são mais ativos do que as meninas, ao estudar os fatores biológicos, psicológicos e sociais determinantes da atividade física em crianças.

    Nos aspectos brincadeiras preferidas, não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas através do teste de KRUSKAL - WALLIS, no estudo realizado (tabelas 14, 15 e 16).

    Entre as brincadeiras preferidas citadas, o futebol tem o maior destaque na 1ª preferência (59,5%), é citado como um dos destaques para a 2ª preferência (28,4%) e também na 3ª preferida (44,0%).

Tabela 14 - Resultado da Pesquisa: 1a. Opção de brincadeiras e diversões preferidas dos escolares participantes da pesquisa.

Tabela 15 - Resultado da Pesquisa: 2a. Opção de brincadeiras e diversões preferidas dos escolares participantes da pesquisa.

Tabela 16 - Resultado da Pesquisa: 3a. Opção de brincadeiras e diversões preferidas dos escolares participantes da pesquisa.

    Um aspecto que tem relevância na pesquisa é o videogame com 31,5% (tabela 14), na 1ª preferência dos escolares, pois ela indica que eles apresentam um direcionamento para o sedentarismo, porém a brincadeira não é citada na 2ª preferências dos escolares e sim como uma 3ª opção com 22,4% (tabela 16).

    SLEAP & WARBURTON (1996), constataram que o futebol foi a atividade preferida mais citada por crianças inglesas. De modo geral, esta atividade aparece citada nas 3 (três) opções investigadas. O que também foi percebido neste estudo, tendo em vista, que a maioria do tempo fora da escola, o futebol, 1ª opção com 59,5%, aparece como a atividade mais citada (tabela 14), um outro aspecto que chama a atenção é a não citação da atividade vídeo-game, entretanto as atividades assistir a televisão e jogar vídeo-game apresentam um destaque no aspecto do número de horas gastas por dia com atividades extra-classe. Portanto todas as outras atividades aparentemente substituem a televisão, caracterizando assim, um estilo de vida ativo, onde parece ser um fator relevante na condição de saúde da criança. Por isso, tem aumentado em todo o mundo, o interesse nesta área pelos pesquisadores, a fim de verificar como as crianças utilizam o seu tempo livre. Esta preocupação tem aumentado com as constatações do relacionamento de um estilo sedentário com algumas doenças crônico-degerenativas.

    Na faixa etária 11 - 14 anos, verificou-se que as crianças gastam em torno de 3,0- 4,5 horas diárias, 30,0 (trinta) horas por semana assistindo a televisão, acrescida das horas dedicadas ao jogo de videogame, ler/estudar, o mínimo de horas gastas com atividades pouco ativas pode ser ainda maior.

    MADUREIRA (1996), comparando escolares de 7-17 anos de idade, portugueses, do Colégio Marista de Carcavelos, Paredes, com escolares brasileiros do Colégio Marista de Maringá, Paraná, com níveis socioeconômico médio e alto, verificou que um número elevado, aproximadamente de 37,5% dos meninos e 42,3% das meninas brasileiras, 36,8% dos meninos e 49,7 % das meninas portuguesas, não realizava qualquer tipo de atividade física esportiva organizada.

    Questionados sobre o tempo dedicado pelos escolares a ler/estudar fora da escola, verificou-se uma média e moda igual a 1,0 (uma) hora/dia (quadro 4) Portanto, estes resultados podem ser considerados como pouco expressivos, uma vez que foram constatados que os escolares gastam apenas uma hora /dia direcionada a ler / estudar fora da escola (quadro 3) e os valores de correlações foram baixos.

    O tempo gasto para auxiliar nas tarefas do lar foi de 1,0 (uma) hora / dia. MACHADO (1997) verificou que as meninas estão mais envolvidas nas tarefas domésticas do que os meninos e que pode estar refletindo uma questão de gênero.

    Além dos hábitos de atividade física e ocupação do tempo livre, outra variável do estilo de vida analisado foi o hábito alimentar. A respeito dos hábitos alimentares, questionou- se o número de refeições/dia.

    Frente ao número de refeições/dia poucas oscilações foram detectadas. Todos os escolares mantêm de 3-5 refeições/dia.

Tabela 17 - Resultado da Pesquisa: Refeições realizadas pelos escolares participante pesquisa.

     Para MALINA (1990), nutrição é o principal fator da realidade social, a qual influencia diretamente nos diferentes estágios do crescimento entre crianças de diferentes níveis socioeconômicos. Outros autores como (FORBES, 1987; PELTO, 1991; GASSER, 1993; WATERLOW, 1994; LOPES, 1999), também apontam o fator nutricional como um dos principais influenciadores do crescimento e desenvolvimento na ontogênese humana. Tem sido sugerido que um dos mecanismos de defesa a estados de nutrição deficiente, encontra-se na redução dos níveis de atividade física. No entanto, as diferenças socioeconômicas não interferem diretamente na pratica da atividade física habitual.

    Parece assim, pôde-se concluir que, até ao presente momento, a literatura referente à atividade física em populações economicamente desfavorável e submetida a regimes nutricionais deficientes, evidencia efeitos culturais que se confundem com a influência meramente biológica. Assim, parece correto aplicar a citação de MALINA (1988), para a performance motora quando o autor evidencia que a abordagem deste tema em populações distintas deve ser realizada numa perspectiva biocultural.

    Procurou-se analisar os resultados e discussões das variáveis que provavelmente, interferiram de uma forma mais acentuada no estilo de vida e com conseqüências sobre as demais variáveis analisadas. As outras variáveis coletadas neste estudo apresentaram resultados pouco expressivos como: Locais disponíveis para brincar (a maioria brinca no pátio da residência/ ou rua) os hábitos dos escolares durante a época de aula (o maior destaque são as competições esportivas), em relação a freqüência dos locais que os escolares costumam ir durante a época de aula, o destaque é bastante evidente nas atividades sociais (danceteria e festas), a prática de outras atividades, entre elas, a prática de atividades esportivas tem o maior destaque, sendo o clube o melhor local para a prática da atividade física, outro aspecto relevante como outra atividade é tocar instrumento musical, a preferência para brincar, a maioria prefere crianças da mesma idade; o material esportivo que os escolares mais possuem e utilizam tem-se a preferência pela bola seguido da bicicleta, isto porque a topografia da cidade favorece, o que costuma fazer durante as férias (a maioria prefere viajar e ir para o clube), a prática de atividade física/esporte nas férias (a maioria pratica e a modalidade de maior destaque é o futebol), referente a doenças já adquiridas (a maioria dos entrevistados tiveram o sarampo), frente à participação em curso de línguas (a maioria não faz, sendo que entre os que fazem, o inglês é a língua mais cursada), cursos de instrumentos musicais (a maioria fazem, sendo o violão, o instrumento mais praticado), quanto ao tipo de residência (a maioria mora em casa) em relação a número de vezes que pratica atividade física / caminhada (a maioria pratica 5 vezes / semana , sendo que a mesma é realizada com passos moderados, caracterizando assim, uma atividade física vigorosa com uma duração de 1,0(uma) hora/ dia.

    Embora as atividades individuais oscilem de forma significativa, tentou-se traçar um perfil das atividades essenciais e diárias desenvolvidas pelos escolares em relação ao sexo (Tabela 4)

Tabela 4: Atividades diárias dos escolares aproximadas em horas por dia/sexo.


* Valor estipulado com base nos horários de aulas e tempo médio de deslocamento; MD - mediana

    Embora consciente da imparcialidade pessoal nos relatos da pesquisa, que é o método cientifico aqui adotado, alguns aspectos e considerações subjetivas podem ser relatados. Estas relações foram decorrentes do convívio, no ambiente escolar explorado e a relação professor-aluno, a qual é bastante marcante na prática cotidiana.

    As escolas que participaram do estudo, todas elas são públicas. Parece não haver muita preocupação com a aparência em geral, um aspecto que chamou muita a atenção foi a questão da limpeza, apesar da escola ser um local de transmissão do conhecimento, informações e formação do ser humano, ainda deixa a desejar, acredito que a falha deste fator seja de ordem administrativa. Os horários do recreio eram bastante barulhentos e com brincadeiras muito agressivas, caracterizando assim, a necessidade da criança em se exercitar.

    Como se pode perceber, através da revisão da literatura é escasso os estudos que se preocupam com variáveis do estilo de vida, informações estas que possam influenciar para a melhoria da qualidade de vida e, como conseqüência, melhora da saúde da população.


Considerações Finais e Recomendações

    Com relação aos hábitos de atividade física, o estudo mostra que os meninos são mais ativos do que as meninas. Entretanto, os níveis de atividade física, para ambos os sexos, revelam-se ser baixos. Os resultados evidenciaram que as crianças estão muito envolvidas em atividades físicas organizadas durante o seu tempo livre fora do ambiente escolar.

    As brincadeiras preferidas foram jogar futebol, andar de bicicleta, assistir a televisão. Uma nova tendência no estilo de vida dos escolares é a prática dos esportes considerados "radicais", o skate é um deles, a qual é a 3ª brincadeira mais citada pelos escolares, isto se deve é claro, pela influencia da mídia e principalmente a um novo estilo de vida adotado pelos escolares.

    Sobre a ocupação do tempo livre, constatou-se que os escolares assistiam em torno de 3,0-4,5 (três a quatro e meia) horas diárias de televisão, 30,0 (trinta) horas/ semana. O tempo gasto com atividades sedentárias foi ainda maior quando se verificou o tempo despendido para jogar videogame, computador e a leitura/estudar fora da escola.

    Em relação aos hábitos alimentares, constatou-se que no dia-a-dia os escolares mantêm de 3-5 refeições diárias. Todos os escolares mantêm uma alimentação considerada trivial (café da manhã, almoço e jantar).

    Analisando as limitações, delimitações e os resultados, sugere-se alguns tópicos relevantes para novos estudos:

  • Estudos similares envolvendo outras faixas etárias, para que se possa traçar um perfil com variáveis antropométricas, composição corporal dando relevantes contribuições na área da atividade física;

  • Desenvolver estudos com resultados mais expressivos, os quais possam estabelecer dados para faixas etárias;

  • Realizar estudos semelhantes em outras regiões, contribuindo assim, com indicadores das crianças mineiras e brasileiras;

  • Desenvolver estudos com um maior controle das variáveis do estilo de vida, para apresentar com maior precisão a influencia no aspecto da saúde;

  • Realizar estudos utilizando diferentes modelos de avaliação da atividade física;

  • Estudos que investiguem o estilo de vida, a aptidão física, os quais possam ser comparados com as diferentes classes socioeconômicas, com o objetivo de traçar o perfil de aptidão física dos escolares, frente à classe social as que pertencem.


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revista digital · Año 10 · N° 75 | Buenos Aires, Agosto 2004  
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