Fatores de estresse no futebol | |||
* Prof. da Universidade de Brasília - DF ** Pesquisador Associado da Universidade de Brasília - DF *** Profa.da Universidade São Judas Tadeu - São Paulo ORPUS - Instituto de Entrenamiento Mental (Brasil) |
Prof. Ms. Alcir Braga Sanches* aranhanegra@unb.br Prof. Dr. Hiram Mario Valdés Casal** hiramv@terra.com.br Profa. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão*** reginaorpus@ig.com.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 73 - Junio de 2004 |
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Introdução
A importância do estudo de estresse, da ansiedade e de outros fatores emocionais e de personalidade no esporte competitivo é reconhecida há muitos anos, porém, os estudos sistematizados com profissionais em Psicologia do Esporte tomaram impulso a partir dos anos 60 (BRANDÃO, 2000). Do ponto de vista da psicologia cognitiva, estresse e ansiedade são fenômenos interrelacionados que consistem basicamente de 4 elementos: a situação estressora, a cognição ou pensamento, a reação emocional e as suas conseqüências. Assim, a ansiedade é uma reação emocional, resultante de uma interpretação cognitiva ou pensamento, que pode ser negativo ou positivo relacionado com determinada situação geradora de estresse. Esta reação pode, então, facilitar ou dificultar um determinado desempenho (BRANDÃO, 2000).
O interesse em se estudar o papel da ansiedade no esporte competitivo cresceu muito nos últimos 20 anos, e muitas pesquisas foram realizadas na área da psicologia do esporte como: De WITT (1980), MORAES (1990), GOLDSMITH & WILLIAMS (1992), DE ROSE JÚNIOR & VASCONCELLOS (1993 e 1997), DE ROSE JÚNIOR et al (1994), DE ROSE JÚNIOR et al (1999 e 2001), DE ROSE JUNIOR et al (1996), DE ROSE JUNIOR (1998 e 2002).
Especialmente no futebol, o estudo de estresse tem um papel relevante uma vez que os atletas, inclusive os do futebol amador, são submetidos a pressões constantes. Neste esporte o atleta almeja um lugar na equipe e uma vez atingido esta posição, ela deve ser defendida e mantida. O rendimento é uma precupação constante e a queda de produção, até mesmo em uma única partida, pode resultar em não ser titular na partida seguinte. Para atender o que se espera dele, o atleta precisa enfrentar adequadamente as expectativas do treinador, de seus companheiros de equipe, dos seus familiares, dos amigos e dos meios de comunicação,para poder render corretamente (APISTZSCH,1994).
Uma vez que a relação entre o esporte competitivo e o estresse é considerada importante para se entender determinados comportamentos que podem afetar o desempenho dos atletas, o estudo dos instrumentos que possibilitam analisar esta relação é fundamental.
A forma mais comum de medir ou ter acesso ao estresse esportivo é através de listagens de situações de estresse relacionadas a uma determinada modalidade esportiva (DE ROSE JUNIOR & VASCONCELLOS, 1993; SAMULSKI & CHAGAS, 1996; BRANDÃO, 2000). Alguns trabalhos, entretanto, focalizam o interesse do estudo nas reações emocionais dos atletas (DE ROSE JUNIOR & VASCONCELLOS, 1997), provavelmente pela estreita relação que existe entre o agente estressor e a reação emocional de um atleta em determinada situação.
Os instrumentos mais utilizados em pesquisas sobre ansiedade e esporte são os desenvolvidos por MARTENS (1977), MARTENS, VEALLEY & BURTON (1990), que analisam respectivamente, ansiedade-traço e ansiedade-estado (Sport Competition Anxiety Test - SCAT e Sport Competition Anxiety Inventory - SCAI). Esse último tem uma versão modificada por JONES (1990), que além da intensidade, indica também a direcionalidade, ou seja, se a ansiedade é positiva ou negativa para o desempenho do atleta.
Na teoria do traço e estado de ansiedade, a ansiedade-estado é um estado emocional transitório, que varia de intensidade e no tempo caracterizada por sentimentos de tensão ou apreensão e por um aumento na atividade do sistema nervoso autônomo. Por outro lado, a ansiedade-estado está relacionada a diferenças individuais na disposição de perceber com uma freqüência maior as situações como ameaçadoras. Indivíduos com níveis mais elevados de ansiedade-traço tendem a responder com níveis de ansiedade-estado desproporcionalmente mais elevados do que os indivíduos com baixa ansiedade-estado (SPIELBERG, 1983).
Os instrumentos de avaliação undimensional da ansiedade, ou seja, de avaliação da ansiedade cognitiva como os testes SCAI e SCAT, serviram de base para o desenvolvimento de novas versões para avaliação mutidimensional da ansiedade, dentre eles o "Competitive State Anxiety Inventory 2", o CSAI-2 (MARTENS; MARTENS et al, 1990). Este instrumento engloba, distintamente, três dimensões de avaliação: a ansiedade cognitiva, a ansiedade somática e a autoconfiança.
A ansiedade cognitiva caracteriza-se por expectativas negativas, perda de concentração e pensamentos de fracasso. A ansiedade somática relaciona-se à percepção de sintomas fisiológicos como tensão, taquicardia, mãos úmidas e a autoconfiança que é o nível de confiança que o indivíduo tem de atingir determinada meta (CRUZ, 1996). As pontuações ou valores mais elevados, em cada escala, refletem os níveis de ansiedade de cada dimensão que podem influir no desempenho dos atletas.
No estudo de situações específicas no futebol TEIPEL (1993), elaborou dois questionários, um sobre condições específicas de estresse no futebol enfocando aspectos do ambiente esportivo, aspectos de competição (jogo) e aspectos de temporada futebolística e outro sobre os efeitos do estresse competitivo sobre a performance.
SAMULSKI & CHAGAS (1992,1996), com base no Teste de Carga Psíquica de FRESTER (1976), analisaram, a influência do estresse psíquico no rendimento competitivo em jogadores de futebol de campo das categorias infantil e juvenil e elaboraram o teste de estresse no futebol para a análise do estresse psíquico na competição de jogadores das categorias juvenil e júnior, respectivamente. Utilizaram, também, uma versão adaptada do instrumento desenvolvido por TEIPEL (1993) com o objetivo de avaliar qual o grau de influência de cada situação estressante. Os resultados evidenciaram alguns pontos de relação entre estresse psíquico e o futebol, especialmente com jogadores em início de carreira.
BRANDÃO (2000), com o objetivo de investigar os impactos de fatores de estresse no futebol, realizou dois estudos: 1) Elaboração e Aferição de Inventário "Inventário de Estresse no Futebol - ISF"; 2) Percepção do stress por tempo de profissão e posição de jogo. O processo de elaboração e aferição do ISF serão comentados mais adiante. No estudo de percepção do estresse, por tempo de profissão e posição de jogo, foram avaliados 17 goleiros, 41 zagueiros, 47 meio-campistas e 32 atacantes. Destes, 36 tinham mais de 8 anos de profissão e 44 menos de 3 anos de profissão. Os resultados demonstraram que os jogadores experienciam uma variedade de fontes de estresse, indicando que a percepção das fontes estressantes é trans-situacional. Pode-se inferir, ainda, que existem diferenças na avaliação dos itens de estresse entre as posições do jogo, provavelmente relacionadas com a especificidade das posições. Verificou-se, também, que os diferentes tempos de experiência profissional podem representar diferenças na percepção de estresse.
CAPITANIO et alii (2002), ampliando os estudos sobre fatores de estresse, utilizaram um instrumento não específico para o futebol - formulário para Identificação de Situações de Stress (FISS)"- elaborado por DE ROSE JR. (1999), para uma análise descritiva das situações mais críticas de estresse em futebolistas infanto-juvenis de ambos os sexos. Os resultados revelaram que as mulheres sofrem maiores níveis de estresse em relação aos homens, bem como maior influência de fatores extra competitivos, como por exemplo relações sociais.
Apesar de ser considerado o esporte nacional, verificam-se, na revisão da literatura, poucos trabalhos publicados sobre estresse no futebol, no Brasil. No que se refere aos instrumentos de avaliação, há a necessidade de se utilizar instrumentos que abordem situações específicas e que possam ser padronizados de acordo com a realidade brasileira, conforme a proposta desenvolvida por BRANDÃO (2000). Neste sentido, o principal objetivo do presente trabalho foi submeter o "Inventário dos Fatores de Stress no Futebol - ISF" de BRANDÃO (2000) a um estudo de validação para a determinação da ocorrência de sintomas de estresse pré-competitivo em atletas de futebol profissional e amador do Distrito Federal pertencentes às categorias sub-17, sub-20 e acima de 20 anos de idade, verificando sua validade e fidedignidade para este novo contexto.
MetodologiaAmostra
Participaram deste estudo 472 homens, jogadores de futebol do Distrito Federal, provenientes de 28 clubes que disputaram campeonato em uma das seguintes ligas: Federação Brasiliense de Futebol, da Liga de Futebol Amador do Gama e da Associação Atlética Acadêmica da Universidade de Brasília. Os participantes tinham idades entre 15 e 50 anos (20,5 4,9 anos), sendo profissionais (n=159), amadores (n=203) e universitários (n=110).A distribuição por faixa etária destes atletas foi a seguite: sub 17 (n=125), sub 20 (n=97) e acima de 20 anos (250). A tabela 1 mostra a distribuição da amostra por categorias
Tabela 1. Caracterização Sócio-demográfica da Amostra de Participantes (N = 472).
InstrumentoFoi Utilizado o "Inventário de Stress no Futebol - ISF" desenvolvido por (BRANDÃO, 2000) que avalia 77 situações de estresse que podem interferir no rendimento esportivo. O instrumento de BRANDÃO, que descreve situações de estresse gerais e específicas do futebol foi elaborado e validado com atletas profissionais do futebol brasileiro. Os sujeitos do estudo foram jogadores de futebol pertencentes a 4 clubes das regiões sudeste e sul do Brasil: Sociedade Esportiva Palmeiras, Grêmio Foot-ball Portoalegrense, Sport Clube Internacional e Etti-Jundiaí. Na teoria desenvolvida por Brandão, a construção dos itens foi baseada em uma revisão histórica do estresse no esporte, especificamente em testes para avaliar estresse no futebol (FRESTER, 1976; SAMULSKI & CHAGAS, 1992; TEIPEL, 1993). Os itens (anexo 1) foram testados em um grupo exploratório (BRANDÃO et al, 1998; BRANDÃO & WINTERSTEIN, 1998), com 24 jogadores do Internacional de Porto Alegre, para verificar a claridade das instruções e dos enunciados dos itens. A escala do inventário é do tipo Likert com 7 pontos que representam a direcionalidade dos fatores de estresse, podendo ser negativa, neutra ou positiva. As formas negativa e positiva apresentam as alternativas "muito", "mais ou menos" e "pouco". A forma neutra apresenta apenas uma alternativa. Os resultados revelaram 7 fatores de estresse: situações de fracasso iminente ou real; situações de aspecto de competição; situações de demanda física e psicológica; situações de conflito; situações de perturbação; situações de risco; situações de crítica e apreensão. A análise de precisão do instrumento, através do coeficiente "alpha de Cronbach", demontrou que o instrumento é válido e fidedigno para o estudo da relação entre estresse e desempenho de jogadores de futebol. O instrumento proposto por BRANDÃO tem grandes implicações práticas, em termos de estratégias de intervenção no futebol, que podem ajudar os jogadores a enfrentar as situações estressoras que fazem parte do dia- a- dia, pois além de identificar as situações estressoras específicas do futebol, indica a extensão e a direcionalidade da reação do atleta a uma determinada situação estressora.
ProcedimentosO ISF foi aplicado, com a autorização dos técnicos e dirigentes das equipes que participaram do estudo, nos intervalos e ou finais dos treinamentos e competições, nos locais em que os eventos estavam sendo realizados. As instruções para o preenchimento do questionário fazem parte do seu cabeçalho e foram comentadas bem como as dúvidas dos atletas esclarecidas antes de se iniciar as respostas.
Tratamento estatísticoA análise quantitativa dos dados incluiu: 1) decisão sobre o número de fatores, através da análise dos componentes principais; 2) validade de constructo ou de conceito, através da análise fatorial dos itens; 3) precisão do instrumento, cuja análise foi realizada através da verificação da consistência interna dos fatores, considerando o coeficiente alpha de Cronbach.
Resultados e DiscussãoA partir da análise realizada foram encontrados os seguintes resultados:
1) Análise dos componentes principais
Inicialmente foi realizada uma análise dos componentes principais a fim de verificar a fatorabilidade da matriz. Foram analisados os seguintes índices: KMO (0,82); teste de esferacidade de Bartett (Quiquadrado=10644,74 com p 0,001) e determinante do posto da matriz (0,000). Tais índices foram considerados satisfatórios, indicando qua a matriz é fatorável. O índice determinante do posto da matriz (0,000) além de indicar a fatorabilidade da matriz, aponta para a existência de mais de um fator, pois o valor zero, é um indicador de que o posto da matriz é menor que o número de variáveis.
Para a definição do número de fatores foram utilizados alguns critérios. Se for considerado o critério K-1, que aceita como componentes todos os fatores com eingenvalue maior ou igual a 1 , o número de fatores costuma ser muito alto, compondo uma solução não parcimoniosa para o modelo fatorial. Por isso, avalia-se, conjuntamente, a variância explicada que deve ser maior do que 3% por fator (HARMAN, apud PASQUALI, 2002). Desta forma, o número máximo de fatores deveria ser três, conforme pode ser observado na TABELA 2, a seguir.
Tabela 2. Variância explicada e eigenvalues
Nota: Parte dos dados foi suprimida, uma vez que a solução baseada no eigenvalues chega a 25 fatores.
Ainda para estimar o número de dimensões do construto, existe o teste de scree de CATELL (apud PASQUALI, 2002) que considera o momento da curva em que a descida deixa de ser íngreme e passa a ser praticamente uma constante, à direita, como ponto que indica o número máximo de dimensões do construto. Neste caso, este ponto seria de três ou quatro componentes, conforme pode ser observado nas setas indicativas da FIGURA 1.
Com base nesses resultados preliminares, foram rodadas análises fatoriais com método de extração Principal Axis Factoring (PAF) com rotação promax. Esta técnica se aproxima de uma análise fatorial confirmatória, pois é indicada para casos em que já se conhece a matriz fatorial do instrumento e se produz uma rotação oblíqua a partir de uma solução ortogonal (PASQUALI, 2002).
2) Validade e precisão do instrumento
A análise dos componentes principais evidenciou três (3) fatores a partir das respostas dadas, aos 77 itens do inventário pelos 472 atletas da amostra. Além da dimensão do construto, verificou-se a coerência teórica e consistência interna dos fatores (medida através do alfa de Cronbach) e o poder explicativo do instrumento, que confirmam a evidência de três fatores, TABELA 3.
Tabela 3. Inventário de estresse no futebol
A coerência teórica do instrumento é medida através das cargas fatoriais de cada item, ou seja, a correlação que cada item tem com o fator.
As cargas fatorias, assim como os coeficientes de correlação sofrem uma variação de 1,00 a 1,00, sendo que quanto mais próximo de 1,00, maior a correlação existente entre o item e o fator, significando que compartilham da mesma variância, ou seja têm a variância como fator comum (PASQUALI,2002). Com base no critério de carga fatorial superior a 0,329 (TABACHNICK & FIDELL, 1998), onze, (11) itens do ISF foram excluídos (02,11,14,16,24,27,41,44,57,58,66). Permanecendo devidamente os fatores um (1), dois (2) e três (3) com 29, 20 e17 itens. Ainda na tabela verifica-se que todos os fatores apresentam alta consistência interna: Fator 1 (Alpha,091); Fator 2 (Alpha, 0,89); Fator 3 (alpha, 0,85). Este coeficiente, muito utilizado na área de Estudos Sociais (PASQUALI,2002), estabelece a expectativa de erro da medida feita, sendo que quanto mais próximo de 1,00, menor a expectativa de erro e, conseqüentemente, maior a confiabilidade do instrumento.
A interpretação dos fatores foi realizada com base no conteúdo semântico dos itens que os compõem e utilizou, para tanto, os itens de maior carga fatorial como ponto de referência, conforme a teoria de BRANDÃO (2000).
Desta forma, os três fatores encontrados receberam a seguinte denominação:
Fator 1. Situações de competição: dizem respeito a eventos que comumente estimulam a competição entre os jogadores, são exemplos: saber que será titular com antecedência (52); jogar um clássico (40); jogar "em casa" (19). Este fator obteve consistência interna de 0,91.
Fator 2. Situações de fracasso iminente ou real: estão relacionados a situações ameaçadoras que podem produzir no atleta um sentimento de fracasso iminente ou real, são exemplos: fazer gol contra (37); perder um penalti (38) e perder gol feito (36). Este fator obteve consistência interna de 0,89.
Fator 3. Situações de demanda física e psicológica: caracteriza-se por exigir do atleta demasiado esforço físico ou psicólogico. Os itens: falta de união do grupo (75); entrar em jogo machucado (59) e discordâncias ou conflitos com o treinador (09), são exemplos de demanda física e psicológica. Este fator obteve consistência interna de 0,85.
Com análise da matriz de correlação entre os fatores, disposta na TABELA 4, percebe-se que existe uma relação forte entre os fatores de situações de fracasso iminente ou real e situações de demanda física e psicológica. As demais relações não alcançaram o mesmo índice. Na relação entre fatores correlações maiores que 0,30 não devem ser desconsideradas (PASQUALI,2002).
Tabela 4. Matriz de correlação entre os fatores
Conclusão
Os resultados da análise fatorial apontam para uma solução parcimoniosa composta de 3 (três) fatores com bons índices de confiabilidade e poder explicativo. A exclusão de itens, bem como a diferença da estrutura fatorial encontrada com a proposta original (BRANDÃO,2000), demonstra que a região do país, a condição de profissional ou amador e a faixa etária estudada alteram a percepção das situações estressoras. O conteúdo de cada fator parece abarcar com propriedade sua definição teórica. Desta forma, considera-se que o objetivo principal do estudo foi alcançado. Além de reforçar a possibilidade de utilização do referido instrumento, o presente estudo alerta para necessidade de constante verificação da estrutura fatorial para a amostra considerada, para só então estabelecer comparações entre as categorias existentes, pois o construto estudado pode não se apresentar da mesma forma.
Ressalta-se, ainda, que além das variáveis idade e tempo na profissão, outras variáveis podem ser comparadas tais como posição, escolaridade e condição de profissional/amador. O campo de estudo é vasto e as possibilidades de aplicação prática são relevantes.
Anexo 1. Inventário dos fatores de stress no futebol Não estar bem fisicamente
Ficar no banco de reservas e não entrar durante a partida
Nervosismo excessivo
Dormir mal na noite anterior á competição
Ser o favorito
Estabelecimento de metas muito altas
Jogar contra adversários desconhecidos
Derrotas anteriores
Discordância ou conflitos com o terinador
Discordância ou conflitos com companheiros de time
Surpresa com os bons resultados dos adversários
Derrotas no começo do torneio
Levar "bronca" de um companheiro durante o jogo
Grande superioridade dos adversários
Ser prejudicado pelos árbitros
Instalações e condições de alojamento ruins
Ter perdido do mesmo adversário mais de uma vez
Jogar com torcida contra
Jogar "em casa"
Assumir responsabilidades dentro do grupo
Competição muito longa
A cobrança de jornalista através da imprensa
Treinar mal o coletivo final (de apronto para a partida)
Estar com contrato vencido ou próximo do seu final
Interesse de outro time pelo seu futebol
Jogar à noite
Jogar com estádio vazio
Jogar em campo ruim
Levar "chapéu" ou caneta durante treino
Gozação do adversário durante a partida
Jogar à tarde
Fazer treino de velocidade
Quando sua equipe toma um gol
Fazer alongamento
Ter perdido de goleada
Perder gol "feito"
Fazer gol contra
Perder um pênalti
Pressão de outras pessoas para ganhar
Jogar um clássico
Fazer coletivo um dia antes do jogo
Muito treino físico
Treinar logo cedo
Ser reserva e entrar durante a partida
Ser avisado que será titular minutos antes do jogo
Levar "bronca" do técnico no intervalo da partida
Viagem muito longa
Treinar em dois períodos
Cobrança de si mesmo para jogar bem
Comportamento de jornalistas antes do jogo
Pressão do técnico para vencer
Saber que será titular com antecedência
Aquecimento muito forte antes do jogo
"Bronca" do técnico durante a preleção
Ficar concentrado na véspera do jogo
Tomar cartão amarelo
Decisão por morte súbita
Jogar na chuva
Entrar em jogo machucado
Jogar pela manhã
Conflitos com os familiares
Fazer muitos exercícios de musculação (aparelhos)
Ser cortado no vestiário antes do jogo
Receber ameaças do árbitro durante uma partida
Terminar o primeiro tempo perdendo o jogo
Aquecimento muito leve antes do jogo
Jogadas erradas em momentos decisivos
Pré temporada fora do local de rotina
Muito treino de resistência
Levar "chapéu" ou caneta durante jogo
Jogar com muito calor
Errar jogadas no final do jogo
Falta de preparação Psicológica
Preparação técnico-tática inadequada
Falta de união de grupo
Jogar em uma posição improvisada
Jogar contra um adversário agressivo
(M.R.F. BRANDÃO), 2000.
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digital · Año 10 · N° 73 | Buenos Aires, Junio 2004 |