efdeportes.com
Esporte adaptado construido a partir
das possibilidades: handebol adaptado

   
*Graduada/ FEF/ UNICAMP
**DEAFA/ FEF/ UNICAMP
***Diretor Associado na FEF/UNICAMP
(Brasil)
 
 
Daniela Eiko Itani*
Prof. Dr. Paulo Ferreira de Araújo**
Prof. Dr. José Julio Gavião de Almeida***

paulof@fef.unicamp.br
 

 

 

 

 
Resumo
    Um grupo de pessoas com necessidades especiais em decorrência das situações de deficiências físicas vêm praticando atividade física regularmente desde 1988. Iniciativa esta do Projeto de Extensão em Atividades Motoras e Esportes para Pessoa Portadora de Deficiência, da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. O presente trabalho tem como objetivo sistematizar uma proposta pedagógica de ensino do handebol para um grupo de pessoas em situações de deficiência física com diferentes graus de comprometimento, considerando os interesses do grupo, respeitando as suas necessidades e potencialidades remanescentes. Recorremos à revisão bibliográfica sobre o desenvolvimento do desporto adaptado no Mundo e no Brasil e a estruturação de estratégias metodológicas apropriadas de ensino e aprendizagem do handebol adaptado, onde uma pesquisa de campo proporcionou as bases que sustentarão a construção de regras e modelos para o desenvolvimento de jogos coletivos. Verificamos que é possível a prática desportiva coletiva pelas pessoas em Verificamos que é possível a prática desportiva coletiva pelas pessoas em situação de deficiência, mesmo que estas possuam grandes limitações motoras, pois o enfoque deve ser direcionado para as possibilidades e potencialidades. Podemos afirmar que o grau de deficiência não é o empecilho maior para a efetivação de novas propostas na área da educação física, mas as dificuldades enfrentadas por esta população como: locais apropriados; transportes adaptados; oportunidades no meio social; acesso a equipamentos adequados; profissionais capacitados para o atendimento neste segmento, compondo, ainda, este cenário de desigualdade a ausência de uma política pública que possibilite e garanta a adesão do referido grupo em programas facilitadores de seu desenvolvimento, independentemente das suas necessidades especificidades.
    Unitermos: Pessoas com Necessidades Especiais. Esporte Adaptado. Handebol Adaptado. Proposta Pedagógica.  

Abstract
    The present work has as purpose to systemize a handbol education pedagogical proposal for a group of people in situations of physical deficiency with different degrees of compromising, considering the interests of the group, respecting its necessities and potentialities. We resorted to the bibliographical revision on the developments of adapted sport in the World and Brazil as well as the framework of methodological strategies given by adapted handbol teaching and learning, where a field research provided the bases that will support the making of rules and models for collective games development. We verified that is possible a collective sport habit for people in deficiency situations, even if those motor limitations could be great, the approach has to be aimed to the possibilities and potentialities.We can assert that the deficiency degree is not a bigger setback for the estabilishment of new proposals in the physical education area than the difficulties this population faces as: unappropriate places; unsuitable transports; lack of opportunites in the social environment; difficult access to adequate equipments; lack of professionals enabled to the attendance in this segment compounding a scene of inaquality and absence of public policies that differently could make possible the guarantee of inclusion for this group in programs that facilitate its development, independently of its specific necessities.
    Keywords: People in Situations of Physical Deficiency. Adapted Sport. Adapted Handbol. Pedagogical Proposal.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 72 - Mayo de 2004

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Aspectos do Desporto Convencional e do Desporto Adaptado

    O Esporte contemporâneo ou moderno, como instituição, surgiu no século XIX na Inglaterra por iniciativa de Thomas Arnold. No entanto, o esporte tem suas raízes históricas na Antigüidade, passando pela idade média e o Renascimento. As civilizações egípcias, maias, incas, aztecas, hindus, entre outras não possuem registros precisos, mas deixaram vestígios de jogos com caráter esportivo praticado durante esses períodos. (Tubino, 1987).

    De acordo com o mesmo autor, a Grécia teve um papel muito importante no desenvolvimento do esporte. Foi durante a Grécia Antiga que o esporte teve seus momentos culminantes nas celebrações dos Jogos Olímpicos que eram realizados em Olímpia. Este foi paralisado durante algum tempo e em 1896 Pierre Coubertain restaurou os Jogos e seus ideais com finalidade de promover a paz entre os povos.Os Jogos Olímpicos são considerados hoje a celebração máxima do esporte mundial.

    Coubertain criou também o Comitê Olímpico Internacional (COI) com a função de realizar os Jogos de 4 em 4 anos e de desenvolver um movimento filosófico do esporte, consolidando-o como fenômeno esportivo na sua manifestação de nível técnico elevado.

    O ideário Olímpico começa a se modificar após a II Grande Guerra Mundial no momento em que o esporte passa a ser utilizado como forma de domínio político-ideológico (capitalismo x socialismo), prevalecendo a vitória a qualquer custo. (Penafort, 2001).

    De acordo com Tubino (1987), na década de 60 o esporte é direcionado a diferentes perspectivas além daquela de alta competição que permaneceu predominante até 1964. Iniciam-se trabalhos esportivos na expectativa de melhoria da qualidade de vida, como forma de aproveitamento do tempo livre e surge também a preocupação de se desenvolver o esporte escolar. Essas novas perspectivas foram fortalecidas com os documentos dos órgãos internacionais, tais como:

  • Manifesto mundial do esporte - CIEPS (1964);

  • Carta Européia de Esporte para Todos - Conselhos da Europa (1966);

  • Manifesto da Educação Física - FIEP (1970); e.

  • Carta Internacional de Educação Física e Esporte - UNESCO (1978)

    Como é possível perceber, o esporte é um fenômeno social universal, podendo estar presente como instrumento de manifestação cultural, ideológica, política, econômica, científica e social. (Prieto apud Tubino, 1987).

    Segundo Fanali (apud Araújo, 1997), hoje se compreende o esporte contemporâneo (moderno/convencional) da seguinte forma:

"Atividades específicas de emulação na qual se valorizam intensamente as formas de praticar os exercícios físicos para que o indivíduo ou um grupo chegue ao aperfeiçoamento das possibilidades morfofisiológicas e psíquicas, concretizando em recorde ou uma superação de si mesmo ou do concorrente. Podemos entender como sendo a prática sistematizada de uma atividade esportiva".

    Essa prática sistematizada de uma atividade esportiva não contempla as pessoas deficientes que sofreram lesões medulares ou perderam um ou mais membros do corpo durante as guerras, pois a estrutura de jogo é limitante devido às regras existentes. Portanto, após as duas Grandes Guerras Mundiais houve a necessidade de criar mecanismos de integração dos soldados lesionados, provocando uma reavaliação dos conceitos e das visões sobre a deficiência e reabilitação pela sociedade de modo geral. Visualizou-se no esporte um auxiliar importante nos processos de reabilitação e integração das pessoas lesionadas nessas guerras. Foi a partir deste momento que o esporte adaptado para pessoas com deficiência começou a ganhar força sendo compreendido como:

"Experiências esportivas modificadas ou especialmente designadas para suprir as necessidades especiais de indivíduos. O âmbito do esporte adaptado inclui a integração de pessoas portadoras de deficiências com pessoas 'normais', e lugares nos quais que se incluem apenas pessoas com condições de deficiência" (Winnick apud Araújo, 1997).

    Portanto, esporte adaptado é uma adaptação necessária de um esporte "este conhecido pela população de modo geral quanto as suas regras..." (Araújo, 1997) para que pessoas que normalmente estariam fora dos padrões (por exemplo - deficientes físicos) possam ter a oportunidade de praticá-lo. O esporte "mantém a essência do jogo" (idem anterior), mas passa por uma adaptação das regras. Atualmente existem modalidades específicas para deficientes e estas foram desenvolvidas para atender uma determinada população, como por exemplo, o goalball que é uma das modalidades esportivas específicas para cegos e deficientes visuais (Araújo, 1997).


1.1 Origem do Desporto Adaptado1

    Há indícios que a prática desportiva por pessoa portadora de deficiência existe desde a Antigüidade, porém, somente após a 2ª Guerra Mundial é que teve maior ênfase tanto na área da reabilitação, prevenção e organizações, devido ao aumento da população portadora de deficiência.

    Os primeiros registros de esporte para pessoas portadoras de deficiência foram encontrados em 1918 na Alemanha, nos quais consta que um grupo de soldados alemão tornado deficiente físicos após a guerra, se reunia para praticar tiro e também arco e flecha. Em 1932, na Inglaterra, formou-se uma associação de jogadores de Golfe com um só braço.

    Em 1945 o neurologista alemão Sir Ludwig Guttmann iniciou o primeiro programa de esporte em cadeira de rodas no Hospital de Reabilitação de Stoke Mandeville, em Aylesbury, Inglaterra. Em 1948, Dr. Guttmann realizou os I Jogos Desportivos de Stoke Mandeville, paralelo aos XIV Jogos Olímpicos, com a participação de 14 homens e 2 mulheres das Forças Armadas Britânicas em uma única modalidade - Arco e Flecha. Em 1952, Dr. Guttmann realizou o II Jogos Desportivos de Stoke Mandeville com a participação de 130 atletas entre ingleses e holandeses.

    Em 1960, acontecem a primeira Paraolimpíada na cidade de Roma, Itália, com a participação de 23 países e 400 atletas. A palavra PARA (olimpíadas), segundo Araújo (1998), possui duplo significado, podendo referir-se a conotação de Paraplégico, ou de Paralelo as Olimpíadas. Em 1964, foram realizados os II Jogos Paraolímpicos, em Tóquio, Japão. Em 1968, o III Jogos Paraolímpicos na cidade de Tel Aviv, Israel. O IV Jogos Paraolímpicos de 1972 foram em Heidelberg, Alemanha. Pela primeira vez o Brasil participa da competição na modalidade de BOCHA mas, devido a pouca experiência não consegue conquistar nenhuma medalha. A partir destas Paraolímpiadas, o Brasil manteve sua participação em todos os outros jogos.

    Na tabela 1 é possível observar o crescimento considerável de delegações (países participantes) e do grande aumento da quantidade de atletas nas Paraolimpíadas, sendo este, seguindo exemplo das Olimpíadas, o evento máximo do esporte adaptado.



Tabela 1. Cronograma das Paraolímpiadas


1.2 Esporte Adaptado no Brasil2

    No Brasil, por volta de 1958, brasileiros paraplégicos e tetraplégicos (respectivamente Robson Sampaio de Almeida e Sérgio Serafim Del Grande) retornavam dos tratamentos realizados em hospitais americanos, e aproveitando suas experiências, criaram clubes em São Paulo e Rio de Janeiro com o objetivo de dar continuidade aos trabalhos desportivos lá desenvolvidos, atendendo dessa maneira a necessidade da prática desportiva das pessoas portadoras de deficiência.

    Porém, a estrutura do esporte em âmbito nacional para pessoa portadora de deficiência, iniciou-se em 1975, com a criação da ANDE - Associação Nacional Desporto para Excepcional, que agregava as pessoas com qualquer tipo de deficiência. Com a participação crescente de pessoas deficientes na prática esportiva, houve a necessidade de criar novas entidades para atender as diferentes necessidades. Atualmente, compreendem cinco associações esportivas distintas:

    Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC); Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS); Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA); Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas (ABRADECAR); e Associação Nacional de Desportos para Deficientes (ANDE). Estas entidades compõem o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). A Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais (ABDEM) é uma associação independente. Essas entidades têm como principal objetivo fomentar o desenvolvimento do paradesporto organizando ou apoiando competições em níveis regionais, nacionais e internacionais, e junto ao Comitê Paraolímpico Brasileiro a participação das equipes nacionais nas Paraolímpiadas. Além dessas entidades, existem ainda a Federação Nacional das APAEs (FENAPES) e a Associação Olimpíadas Especiais do Brasil, ambas atendem pessoas com deficiência mental. Para uma melhor visualização de quais sejam estas instituições reunimos na tabela 2 o nome da instituição, sua sigla, a data de criação, a população atendida e seu site.



Tabela 2. Instituições Nacionais de desenvolvimento do paradesporto

    A primeira participação do Brasil nos Jogos internacionais ocorreu em 1971, nos Jogos Pan-Americanos na Jamaica, e em 1972 a sua primeira participação nos Jogos Paraolímpicos na Alemanha.

    Em 1976, nos V Jogos Paraolímpicos em Toronto, Canadá, o Brasil conquista as suas duas primeiras medalhas Paraolímpicas, na modalidade de BOCHA, ambas de prata. Em 1980, nos VI Jogos Paraolímpicos em Arnhem, Holanda, o Brasil participa pela primeira vez na modalidade de basquetebol em cadeira de rodas e natação, mas não conquista medalhas.

    O Brasil teve a sua melhor participação nos VII Jogos Paraolímpicos em Aylesbury, Inglaterra e Nova Iorque, EUA, em 1984. Estes jogos foram realizados em países diferentes por conta das dificuldades encontradas pelos organizadores em viabilizar a realização dos mesmos em Nova Yorque devido a participação de deficientes físicos em cadeira de rodas. Com um número de apenas 21 atletas, foram conquistadas 6 medalhas de ouro, 12 de prata e 3 de bronze, batendo 2 recordes Paraolímpicos e 3 mundiais. Nos EUA foi a primeira participação de atletas brasileiros portadores de deficiência visual e um destes conquistou a medalha de prata na modalidade de atletismo. Em 1988, nos VIII Jogos Paraolímpicos em Seul, Coréia do Sul, o Brasil conquista bons resultados, adquirindo 27 medalhas, sendo 4 de ouro, 10 de prata e 13 de bronze.

    Em Barcelona, Espanha, nos IX Jogos Paraolímpicos, 1992, o Brasil conquista 7 medalhas, sendo 3 de ouro e 4 de bronze. 1996, nos X Jogos Paraolímpicos de Atlanta, EUA, o Brasil conquista 21 medalhas, sendo 2 de ouro, 6 de prata e 13 de bronze. O Brasil conquistou 22 medalhas, dentre elas 6 de ouro, 10 de prata e 6 de bronze nos XI Jogos Paraolimpícos realizado na cidade de Sidney, Austrália em 2000, última Paraolimpíadas realizada até o presente momento.


1.3 Benefícios com a prática esportiva

    Segundo Steinberg (1994) a prática de atividades físicas proporciona o bem-estar físico e psicológico em todas as pessoas, portadores ou não de deficiência. Este pesquisador também comprovou que a prática de exercícios físicos para portadores de lesão medular, poliomielite e doença neuromuscular progressiva são benéficas para o físico destas pessoas. No caso do lesionado medular há menor incidência de complicações urinárias, úlceras de pressão e doenças cardíacas. Para um portador de poliomielite o ganho de força é relevante, mas necessita de cuidados porque os exercícios muito fortes podem lesar o músculo que está parcialmente 'desenervado'. No caso de um portador de distrofia neuromuscular, apesar de algumas contradições, está se comprovando que há melhoras na força muscular, capacidade de trabalho e consumo de oxigênio.

    Costa (2000) afirma que:

"...a atividade física, realizada em grupo, é de fundamental importância, pois permite aos seus integrantes adquirirem uma identidade social, sentir e ter compromisso com algo e com o grupo, de viver o sentimento de confiança, sentir reforços sociais provenientes do grupo, desenvolver um grande grau de amizade com outros participantes e viver a relação de companheirismo... e são responsáveis por comportamentos afetivos".

    Além dos benefícios fisiológicos que a atividade física proporciona, pode-se afirmar que o principal beneficio está relacionado com o restabelecimento da auto-estima e, conseqüentemente com a diminuição da depressão provocada pelo impacto da nova realidade que o espera, nos casos da lesão adquirida, facilitando assim, a reintegração à sociedade.

    Atualmente tem se percebido uma grande demanda de PPDF em busca da prática desportiva no Brasil, devido aos espaços cedidos pela mídia durante os Jogos Paraolímpicos (os quais ainda julgamos serem reduzidos) e aos benefícios funcionais, psicológicos e sociais que a prática desportiva proporciona. (Costa, 2001)

    Mattos (1994) defende o desenvolvimento sócio-afetivo adequado para as PPDF, para que estes tenham acesso à moradia, a saúde, a educação, aos locais de trabalho, ao esporte, lazer e recreação, e acredita que a PPD tem o direito de ter acesso, e possibilidade de conhecer e de decidir quando, como e onde quer praticar o esporte.

    De acordo com Almeida & Filho (2001), existem duas maneiras de se organizar as manifestações esportivas. A organização vertical, no qual o esporte de alto rendimento prevalece e a horizontal, onde se tem como objetivo agregar as pessoas e não segregá-las da possibilidade da prática esportiva.

    No meio acadêmico, atualmente, é possível detectar a iniciativa importante que vem contribuindo para a formação de massa crítica e registro da organização do Desporto Adaptado dentro de uma visão científica e suas inúmeras possibilidades a partir da prática do desporto pelas pessoas portadoras de deficiência. Iniciativas que estimularam a qualificação dos docentes para atuar junto a esta população como também na formação e produção acadêmica têm sido uma constância. O surgimento de associações científicas como a Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA) e a busca de política que assegura a regularidade desta prática por parte das Associações diretivas do Desporto Adaptado são iniciativas que têm contribuído para a efetivação desta prática no Brasil.

     Neste trabalho tratamos da modalidade esportiva handebol, a qual convencionalmente é composta de duas equipes com o número mínimo de 5 e o máximo de 7 jogadores, e cuja finalidade é lançar a bola com as mãos para fazer o gol no campo adversário. Compreende-se handebol adaptado como a utilização dos princípios básicos da modalidade handebol (essência) aplicada às pessoas com deficiência, realizando algumas adaptações nas regras.


Características dos Participantes

    O Projeto de extensão Atividade Física e Esporte para Pessoa Portadora de Deficiência existe desde 1988, vinculado ao Departamento dos Estudos de Atividade Motora Adaptada na FEF-Unicamp (ofertando a possibilidade da prática de atividades físicas para essa população). Tem como uma de suas ramificações o atendimento às PPDF que teve seu início nesse mesmo ano com a prática do Basquetebol sobre rodas - participação de homens e mulheres de diferentes idades, com grau de comprometimento e causas da deficiência heterogêneas. Com o passar do tempo houve a necessidade de introduzir novas atividades, devido a dificuldade de se jogar o Basquetebol sobre rodas da forma como ele é estruturado e também devido ao grau de comprometimento dos integrantes do grupo.

    Em 1993 o grupo se dividiu. Uma parte optou pela formação da equipe masculina de basquetebol sobre rodas, conseguindo o apoio da prefeitura da cidade de Campinas desvinculando-se do projeto. A outra parte do grupo optou pela prática do handebol Adaptado, o qual existe até os dias de hoje. Algumas pessoas do grupo em questão (handebol adaptado) participam desde o início do projeto. Além da prática do basquete e do handebol, já foram desenvolvidas outras práticas desportivas como natação, arco e fecha, vôlei sentado, ginástica geral e tai-chi-chuan (Documentos do LAMA/FEF-Unicamp).

    No início de cada ano, realizamos o preenchimento e/ou atualização da Ficha de Admissão do projeto para termos conhecimento dos dados dos integrantes com a qual trabalhamos. Para efetivar este trabalho, nos baseamos nos dados coletados e organizados no ano de 2002.

    O grupo é constituído por 13 pessoas de ambos os sexos, porém, há predominância do sexo feminino, com idade variando entre 20 e 50 anos. É um grupo extremamente heterogêneo, com nível de comprometimento elevado. Existem pessoas com seqüelas da poliomielite, lesão medular, esclerose múltipla, espinha bífida (mielomeningocele), entre outros.

    A maior parte dos integrantes do grupo possui acompanhamento médico ou fisioterápico, serviço não oferecido pelo projeto. Cada integrante do grupo tem seus tratamentos em ambientes externos, fora da Faculdade de Educação Física onde são desenvolvidas as atividades.

    Com o intuito de tornar clara a característica de cada integrante do grupo de participantes do Projeto de extensão, Atividade Física e Esporte para Pessoa Portadora de Deficiência, organizamos os dados coletados e apresentamos a seguir na tabela 3.


Obs: * já usou/já teve (hoje não mais)

Tabela 3. Dados referentes às condições decorrentes das situações de deficiência e cuidados com a saúde do grupo participante do projeto.


Proposta Pedagógica: Handebol Adaptado3

    O panorama construído até este ponto do trabalho nos remete à prática de esporte restrita à competição e às pessoas com necessidades especiais com grandes limitações físicas que restringe a sua atuação em esportes coletivos onde a participação com desempenho esperado fica a margem desta possibilidade. As oportunidades de praticar esporte devem ser possibilitadas a todas as pessoas, estejam estas em condições de deficiência ou não, dentro das suas possibilidades. Paes (1996) afirma que o esporte deve ser oferecido de forma sistematizado, planejado e elaborado, considerando as possibilidades tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para as transformações sociais.

    Dentro do contexto acima citado, procuramos desenvolver atividades que proporcionassem autoconhecimento e integração social como cooperação, participação das atividades internas e externas do projeto, convivência em grupo e emancipação pessoal.

"...O direcionamento do trabalho se fará de forma a preocupar-se menos com a questão do rendimento, levando-se em conta parâmetros pré-estabelecidos, e mais com a realização de cada um e com o superar-se, do ponto de vista de resultados e marcas, bem como de aprendizagem." (Rodrigues, 1998)

    Paes (2002) diz que uma proposta pedagógica possui quatro aspectos que balizam e dão relevância no momento de sua elaboração. São eles:

  1. Primeiro aspecto trata da compreensão adequada do fenômeno esporte, pois acredita que a má utilização do esporte pode torná-lo uma prática simples/única e de exclusão, ressaltando que o problema é a incompetência na compreensão adequada do esporte.

  2. Segundo aspecto é a sistematização dos conteúdos, este deve ser planejado, organizado e sistematizado.

  3. Terceiro aspecto é a necessidade de respeitar as diferenças de níveis de aprendizagem dos alunos, sem omitir o valor do esporte no processo educacional.

  4. Quarto aspecto é a diversificação, ou seja, disponibilização de diversas atividades, como modalidades esportivas para ampliação do universo das possibilidades e do referencial para facilitar a opção por prática desportiva de interesse.

    Paes realiza seu discurso voltado à pedagogia escolar. Utilizamos como base teórica para o registro da sistematização de uma proposta pedagógica para o handebol adaptado, levando em consideração as atividades desenvolvidas pelo grupo até o presente momento, no projeto. Notamos que esses aspectos que o autor cita, são relevantes em qualquer momento quando se trata da questão de ensino/aprendizagem de alguma modalidade esportiva.

    Compreendemos handebol adaptado como adaptações das regras do handebol convencional (praticado por pessoas 'normais') para suprir as necessidades de um grupo em específico (no nosso caso, as PPDF). Mantêm-se os fundamentos básicos da modalidade (essência), uma vez que os objetivos finais são idênticos: superar o adversário e marcar gols através de lançamentos executados com os membros superiores.

    As atividades físicas oferecidas têm por finalidade o desenvolvimento das habilidades motoras gerais e específicas da modalidade escolhida, e o jogo coletivo. Procuramos desenvolver em diferentes situações, deitados, ou sentados, e na maioria das vezes na própria cadeira de rodas. As cadeiras que utilizamos são semelhantes a do basquete sobre rodas, essas conhecidas como cadeiras de rodas esportivas.

    A nossa proposta foi planejada mediante as necessidades do grupo e em etapas visando construir com o grupo um referencial que permitisse reflexões futuras pelas partes envolvidas no projeto.


Etapa 1. Adaptação da cadeira de rodas aos participantes

    Desenvolveu-se visando adaptar ou ajustar o material aos usuários (cadeira de rodas e usuário) em cadeira esportiva, pois nem todas se sentiam seguras numa cadeira sem freios, devido à instabilidade inicial que é causada por ser mais leve e pela ampliação de ações do usuário, diferente das cadeiras utilizadas pelos deficientes físicos no dia-a-dia.4

    A cadeira de rodas esportiva possui 3 ou 4 rodas, dentre elas duas grandes localizadas na parte traseira e uma ou duas pequenas, situadas na frente. Os pneus traseiros têm um diâmetro menor ou igual a 0,66 m e a roda contém um aro para a impulsão. A altura máxima do assento não ultrapassa 0,53m do solo e o descanso para os pés 0,11m do solo, no máximo, encosto varia conforme a necessidade da pessoa (alta ou baixa de acordo com a altura da lesão). O jogador deve usar uma almofada de material flexível sobre o assento da cadeira, de modo que a largura e o comprimento tenham a mesma medida do assento da cadeira e de no máximo 0,10m de espessura. Não possuem mecanismos de freios. É diferente da cadeira de uso diário, esse que possui rodas dianteiras (menores) e traseiras (maiores), protetor dos pés flexível, descanso para o braço, suporte traseiro para auxílio (alguém empurrar), encosto de mais ou menos 30cm, etc.

    É permitido o uso de órteses e/ou próteses durante as atividades, e quando necessário, utiliza-se cintas ou suportes para segurar o corpo na cadeira e cintas para manter as pernas juntas. No nosso caso utilizamos cordas ao invés das cintas, por não possuirmos esse material. [Freitas, 1997(2)]


Etapa 2. Adaptação dos participantes com o material esportivo.

    Não muito diferente das outras iniciativas quando tratam da iniciação esportiva pensando no objetivo de levar a uma prática em um contexto para além desta, mas distinto pelo envolvimento das circunstâncias de serem pessoas em condição de deficiência. Desenvolvemos, inicialmente, atividades cujos conteúdos estão direcionados a outros esportes, antes de direcionarmos o conteúdo específico para a modalidade handebol. Visando a exploração de diferentes materiais esportivos e adaptação destes para o grupo em questão.

    O deslocamento pode ser estimulado de várias maneiras: com orientação (frente, trás e lados direita ou esquerda), com pouca ou muita velocidade, com paradas ou sem paradas, com mudança de direção e sentido ou não, com distâncias determinadas (longe, perto), com pontos de referência (estático ou móvel) e em diferentes locais (plano ou inclinado).

    Desenvolvemos atividades que visam o desenvolvimento do controle de bola. Compreendemos este como o domínio que a pessoa tem em segurar (ficar com a posse da bola), lançar (desprender-se da bola, passar para alguém ou arremessar ao alvo), e driblar (quicar a bola ao chão e recuperá-la) na cadeira de rodas. Esta cadeira pode estar em movimento ou não, com uma ou duas mãos e em diferentes planos (baixo, médio ou alto). Realizamos trabalhos com diferentes tipos e tamanhos de bola (plástico, borracha, grande, pequena etc), inclusive bexigas, para trabalhar o fundamento domínio da bola, ressaltando que muitos possuem dificuldades de movimentos amplos e de agarra, devido a atrofia muscular dos membros superiores, sendo preciso desenvolver o máximo possível às habilidades motoras renascentes gerais para posteriormente direcionar ao handebol.

    A bola de handebol mais adequada ao grupo, respeitando as limitações, é a H1L, tamanho normalmente utilizado nas categorias de base - mirim. Lembrando que no jogo convencional para pessoas 'normais' na categoria adulto, utiliza-se uma bola maior a H3L. Existem três tamanhos de bolas de handebol: H1L (mirim), H2L (juvenil) e H3L (adulto), sendo a H1L a menor entre os três. Portanto, delimitamos a prática da atividade handebol adaptado com a bola H1L, facilitando dessa forma, os movimentos de controle de bola: drible, recepção, passe e lançamentos (arremessos) dos integrantes deste estudo.


Etapa 3. Contato com os fundamentos e as regras da modalidade

    Relatamos abaixo como trabalhamos os fundamentos e reestruturamos as regras da modalidade handebol. Procuramos sempre trabalhar as técnicas e táticas com caráter lúdico.

    Ao juntar os dois fundamentos, deslocamento e controle da bola de handebol, visando a prática da modalidade em específico, ofertamos várias atividades que trabalhassem esses fundamentos em conjunto, como:

  • Pega-pega e suas diversas variações (pega-gelo, pega-rabo ou pega-lenço, nunca três com ou sem realização dos dribles, pega ajuda etc.);

  • Impulso elétrico - em filas paralelas todos com as mãos dadas os primeiros com mãos dadas ao professor; esse dará um aperto na mão e deverá passar esse aperto de mão por todos da fila até chegar ao último. Uma bola estará no meio da quadra, e após o último da fila receber o impulso, esse deverá pegar a bola e deslocar-se até o final da quadra driblando, e o adversário (pessoa da outra fila) tentará retirar a bola;

  • Passe 10 - dois grupos, um dos grupos terá a posse de bola e deverá trocar dez passes entre seus integrantes. O outro grupo tentará retirar a bola. O grupo que conseguir passar dez vezes marca um ponto;

  • Entre outras atividades.

    Os manejos da bola no handebol convencionais são realizados em ritmo trifásico, obrigando a realização do drible ou do passe após três passos com a bola na mão. Não difere tanto nesse aspecto do handebol adaptado. Levamos em consideração a impulsão na cadeira, visto que todos do grupo participantes do projeto são usuários da cadeira de rodas, não tendo possibilidades de contar os passos realizados. Portanto, quando a pessoa puxar o aro da roda três vezes para que haja o deslocamento da cadeira será como se tivesse realizado os três passos do handebol convencional. Enquanto a pessoa realiza as impulsões, mantém a bola no colo, sendo obrigada a passar para um companheiro ou driblar (quicar) colocando a bola novamente no colo após três impulsões na cadeira.

    Após dominar o ritmo trifásico, pudemos trabalhar a recepção e o passe. Entendemos recepção como o momento de tomar a posse de bola que é lançada por um companheiro, essa pode ser realizada com uma ou duas mãos. Passe é o envio da bola a um companheiro. Esses fundamentos podem ser trabalhados de diversas formas: vinculada à atividade de caráter recreativo, ou atividades que assemelham uma situação de jogo real, ou ainda de maneira livre deixando as pessoas trocar os passes de diferentes maneiras (passe curto, longo, curto quicando, longo quicando, com uma ou duas mãos, com um ou mais companheiro etc.).

    Ainda com relação ao controle de bola ainda, ao realizarmos os arremessos em direção ao gol, notamos dois problemas:

  • Um gol grande para uma pessoa sentada ou com cadeira de rodas, pois as dimensões da baliza do handebol convencional são de 2m de altura, 3m de largura e 1m de profundidade superior e 1,5m de profundidade inferior. Nesse caso o goleiro é impossibilitado de defender as bolas lançadas muito altas, e têm dificuldades nas bolas lançadas no lado oposto que se encontra devido a grande largura do gol;

  • Também encontraram dificuldades quanto a distância da área de gol5, pois muitos possuem os membros atrofiados e pouca força muscular, dificultando o arremesso ao gol. A bola não chegava à linha de gol6 a partir da linha de área do gol7, local que não pode ser invadida conforme a regra do handebol convencional.

    Tivemos que reformular as medidas da baliza depois de detectado os problemas das áreas e linhas de gol. Quanto às medidas da baliza, resolvemos diminuí-las, colocando 1,40m de altura, pois inicialmente os goleiros eram pessoas amputadas que podiam descer e subir da cadeira com facilidade, e essa medida foi à média de altura que elas sentadas alcançavam com os braços estendidos para cima. A envergadura média do grupo foi de 1,80m de largura, tornando a medida da largura da baliza. E a profundidade manteve a menor medida, de 1,00m de profundidade.

    Hoje se delimitou um gol menor com as seguintes dimensões: altura: 1,40m; largura: 1,80m e profundidade: 1m e todos os goleiros mantêm-se nas respectivas cadeiras de rodas, pois não há um número considerável de pessoas com amputação para ficar nos dois gols durante um jogo coletivo, e muitos possuem os membros atrofiados impossibilitando-os de erguê-los para defesas de bolas que são lançadas muito altas.

    Quanto aos limites da área e linhas de gol, utilizamos quadra poliesportiva, com diversas demarcações de diferentes modalidades (handebol, basquete, futebol de salão e vôlei) e fizemos as readaptações necessárias para que os praticantes obtivessem êxito em seus arremessos. Tivemos situações, onde o gol (baliza adaptada) estava situada na linha de fundo da quadra de vôlei, esta se tornando a linha de fundo e colocávamos a linha tracejada de 9m do handebol convencional (linha de tiro livre) como linha da área de gol, aproximando o gol. Pudemos aumentar a área de gol gradativamente, utilizando as linhas do garrafão do basquete (linha azul) como linha da área de gol ou a de 3m do basquete (linha vermelha).

    Não delimitamos uma metragem exata com relação à linha da área do gol e o tamanho da área, pois nem sempre compareciam todos os alunos, procuramos sempre conversar para delimitar o espaço da quadra para o coletivo com as pessoas do grupo presente.

    Os participantes podem estar em movimento no momento do arremesso ao gol, contanto que não invadam a linha e nem a área de gol delimitada.

    A marcação se sucede individualmente, e quando apresenta alguma pessoa com facilidade de jogar, considerada um jogador 'forte', há marcações de duas ou mais pessoas.

    A quantidade de pessoas presentes na aula nem sempre foi suficiente para formar duas equipes de 7 pessoas cada, como no handebol convencional. Não estabelecemos a quantidade mínima ou máxima de pessoas na quadra, pois procuramos colocar todas as pessoas que estavam presentes na aula, no jogo coletivo, sem exceção.

    Não delimitamos como uma regra fechada sem alterações às dimensões da quadra; reestruturamos novas delimitações conforme as necessidades das pessoas que estavam na aula. Ou seja, alguns dias eram utilizados a medida da quadra de vôlei outros a da quadra de basquete, ou a lateral de basquete e o fundo de vôlei, entre outras combinações.

    Com relação ao tempo de jogo, esse grupo atualmente consegue jogar até dois tempos de 20 minutos, com intervalo de 5 minutos, lembrando que este trabalho vem sendo desenvolvido desde 1993, e que o grupo em específico teve muitas vivências além do handebol, o que ajuda o bom desempenho no jogo.


Considerações Finais

    O esporte é um conteúdo da educação física considerado fenômeno sociocultural que podemos utilizar para desenvolvimento individual ou coletivo, quando bem trabalhado. Notamos que para oferecer uma modalidade esportiva às PPDF são necessários os conhecimentos dos conteúdos da educação física, as tecnologias relacionadas a essas pessoas (órteses, próteses, cirurgias de correção etc.), adotar uma proposta metodológica coerente com os objetivos do grupo com o qual se trabalha e objetivos delimitados a alcançar nas aulas ministradas e em longo prazo.

    Optamos pela prática da modalidade handebol porque o grupo participante do projeto de extensão se identificou, pois sentiam necessidade de práticas grupais, e não tão dinâmicas como o basquete sobre rodas. Lembramos que mesmo o basquete sobre rodas é possível ser praticado por pessoas com grandes limitações motoras, quando não visa à competição. Temos a possibilidade de reformular as regras de qualquer modalidade esportiva pensando em desenvolvimento motor das pessoas, pelo incentivo ao gosto da práxis esportiva e para disponibilizar possibilidades de práticas, mostrando que esta é possível em qualquer esporte quando é ofertado ao alcance de todos.

    Procuramos manter as regras do handebol o mais próximo do tradicional/convencional, mas sentimos a necessidade de fazer muitas adaptações ao grupo praticante, devido as suas limitações motoras.Notamos que o handebol é um desporto que pode ser praticado pelas pessoas portadoras de deficiência física, mesmo com nível elevado, como uma modalidade possível.

    Observamos que foi possível a prática desportiva por todos os integrantes do grupo, mesmo aqueles com deficiência de grande comprometimento, com êxitos, mediante as adaptações de algumas regras. Podemos constatar que o grau de deficiência não é o limitador maior para a prática de esporte, mas sim, a falta de acesso aos transportes adequados, locais adaptados, a ausência de oferta de programas esportivos e carência de profissionais qualificados para o atendimento dessa população.

    Acreditamos que se deve oferecer/disponibilizar práticas desportivas sistematizadas visando o crescimento das manifestações esportivas nas organizações horizontais.

    É importante ressaltar que o término desse trabalho não significa o esgotamento do tema, pois tanto o grupo com o qual trabalhamos possui ainda muitas questões a serem observadas, quanto os modelos teóricos aqui observados, podem nos remeter a idéia de uma construção do esporte adaptado, através do exemplo do handebal adaptado, modalidade a qual aprofundamos para este estudo.


Notas

  1. Texto e tabela desenvolvido baseando-se em: Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) 14/10/2002, International Paralympic Committee (IPC) 15/10/2002, Araújo (1997), Souza (1994), Freitas & Cidade (1997) e Rosadas (2000).

  2. Texto e tabela 2 foram desenvolvidos baseando-se em: Araújo (1997), Freitas e Cidade (1997), Souza (1994), Rosadas (2000), Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB, 2002), Federação Nacional das APAEs (FENAPAE, 2002), Associação Nacional Desporto para Excepcional (ANDE,2002), Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC,2002), Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas (ABRADECAR, 2002), Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais (ABDEM, 2002), Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA,2002), Associação Olimpíadas Especiais do Brasil (2002) e Associação Desportiva para Deficientes (ADD, 2002).

  3. Texto base: ITANI, 2002

  4. Já existem pessoas deficientes que optaram pela cadeira de rodas esportiva para o uso diário.

  5. Área de gol:"delimitada por uma linha de 3m traçada a 6m à frente da baliza, paralelamente a linha de gol e continuada, em cada extremidade, por um quarto de círculo de 6m de raio, tendo como centro o ângulo interno posterior de cada poste da baliza". (Confederação Brasileira de Handebol, 1997/1999, p.14).

  6. Linha de gol: "deve ter 8cm de largura com 3m de comprimento entre os postes das balizas" (ibid., p. 17)

  7. Linha de área de gol: é a linha que delimita a área de gol (ibid.)


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revista digital · Año 10 · N° 72 | Buenos Aires, Mayo 2004  
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