Métodos de estudo das habilidades táticas (3): inventários das habilidades esportivas |
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Faculdade de Educação Física Universidade de Brasília (Brasil) |
Alexandre Rezende rezende@unb.br Hiram Valdés hiramv@terra.com.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 70 - Marzo de 2004 |
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Introdução
O planejamento e controle do treinamento esportivo dependem dos recursos existentes para monitorar a performance dos atletas. Os parâmetros utilizados no processo de avaliação variam de acordo com os objetivos e princípios teóricos que fundamentam a análise do programa de treinamento desenvolvido.
No período compreendido entre os anos 50 - início da produção científica regular na Psicologia do Esporte - e os anos 70, o foco de interesse de estudo se direcionava para a análise da influência exercida pelos aspectos psicoemocionais sobre a performance esportiva. Recentemente, na década de 80, os pesquisadores se voltaram para identificação de variáveis psicológicas específicas do esporte, distanciando-se das análises pautadas em aspectos globais da personalidade, adotando uma perspectiva cada vez mais aplicada.
Na tentativa de descrever minuciosamente as principais características de um jogador expert, diversos inventários das habilidades esportivas tem sido propostos visando auxiliar na avaliação dos efeitos do treinamento, como também, subsidiar a identificação precoce de potenciais talentos esportivos. Progressivamente, os inventários foram tornando-se cada vez mais abrangentes incluindo, além das variáveis psicoemocionais, a avaliação complementar de aspectos relacionados com a preparação física e técnica dos jogadores. Atualmente, alguns pesquisadores têm investido na avaliação e descrição da capacidade tática dos jogadores, inicialmente se restringindo à sondagem de alguns pré-requisitos, tais como visão periférica e tempo de reação, indicando, porém, a necessidade de estudos que se voltem para a difícil tarefa de realizar a avaliação direta da capacidade de jogo como um todo.
Dentre os estudos voltados para sondagem dos pré-requisitos, confere-se especial destaque para alguns parâmetros considerados determinantes para o aperfeiçoamento da performance: a) as habilidades visuais, principais responsáveis pela percepção espacial e temporal, como também pelo controle dos estímulos ambientais; b) as habilidades perceptivo-motoras, caracterizadas pela agilidade na associação de determinados estímulos chaves com as respostas motoras correspondentes.
O presente estudo tem por objetivo fazer uma revisão narrativa dos artigos empíricos1 voltados para a análise do processo de aquisição e treinamento das habilidades táticas nos esportes de invasão, publicados no período de 1990-2000, nos periódicos especializados em psicologia do esporte, verificando as vantagens e insuficiências metodológicas das pesquisas que se propõem a testar e validar inventários das habilidades esportivas, em conjunto com os estudos sobre a influência das habilidades visuais - direção focal, visão periférica, varredura visual, dependência e independência de campo - e das habilidades perceptivo-motoras - tempo de reação, capacidade de antecipação, rapidez e precisão dos movimentos - sobre a performance esportiva.
A reflexão crítica sobre a metodologia de pesquisa utilizada nesses estudos auxilia na identificação dos grupos de pesquisadores que se dedicam a essa linha de investigação, ao mesmo tempo em que permite fazer recomendações sobre os cuidados que devem ser tomados no planejamento de futuras pesquisas orientadas para o estudo do mesmo tema.
Estratégias de busca dos estudos primários 2A seleção das referências bibliográficas foi realizada nas três principais bases de dados eletrônicos relacionadas com o tema: ISI Web of Science, PsycINFO e Medline. Foram utilizadas tanto estratégias de busca otimizada, sugeridas por Dickersin (1994) e Castro (1999) - ver Anexos 1, 2 e 3 -, como também, a pesquisa genérica apenas pelas palavras-chaves: (soccer or football), combinadas (and), separadamente, com: expert*, tactic*, skill, percept*, anticipation, cognit*, strateg*, decision mak*, consciou*. Inventários de habilidades esportivas
De acordo com a revisão histórica apresentada por Thomas et al (1999), a iniciativa na elaboração de inventários para avaliar os aspectos psicológicos da performance esportiva remonta à segunda metade da década de 80.
Os inventários propostos por Smith et al (1985), Loehr (1986) e Mahoney et al (1987) foram largamente utilizados por profissionais que prestavam consultoria psicológica, a fim de obter informações que fundamentassem sua intervenção - ver detalhamento do nome e do objetivo de cada inventário no Quadro 1.
Quadro 1 - Nome e objetivo dos inventários de avaliação das habilidades psicológicas no esporte.
A análise, correlacionando o objetivo com as variáveis mensuradas pelos pesquisadores (ver Quadro 2), indica que os inventários, de uma maneira geral, ainda se mantêm sob a influência paradigmática da primeira fase da psicologia do esporte, voltada para o controle dos aspectos psicoemocionais - até mesmo o Test of Performance Strategies - TOPS, proposto por Thomas et al em 1999, possui apenas uma variável relacionada com o aspecto técnico: automaticidade. Em função desse enfoque centrado na personalidade do jogador e em suas características emocionais, esses inventários são pretensamente aplicáveis a todos os esportes, não retratando as especificidades de uma modalidade em particular.
Quadro 2 - Variáveis mensuradas pelos inventários de habilidades psicológicas no esporte
Thomas et al (1999) criticam a ausência de uma preocupação com a validação dos inventários e com o controle da fidedignidade de algumas variáveis, o que compromete a consistência dos resultados obtidos. Deve-se tomar um cuidado especial, por exemplo, para não confundir talento com precocidade no desenvolvimento de determinadas capacidades orgânicas (força, velocidade, resistência), sujeitas a grandes variações em função da idade dos jogadores e das diferenças individuais na velocidade de maturação corporal e psicológica. Segundo Tenenbaum et al (1999), a pseudovantagem dos jogadores que iniciam precocemente o estirão de crescimento próprio da puberdade tende a desaparecer na fase adulta, onde todos os jogadores já alcançaram o termo do desenvolvimento dos aspectos maturacionais, tornando-se equivalentes nos aspectos físicos.
Atualmente, segundo Reilly et al (2000), estudos como os de Pienaar et al (1998) se voltam para elaboração e validação de inventários multifatoriais, que avaliem os diversos aspectos intervenientes na performance esportiva, incluindo variáveis antropométricas, fisiológicas, habilidades motoras específicas e alguns parâmetros psicológicos, geralmente perceptivos (atenção visual e capacidade de antecipação). O estudo de Reilly et al (2000), por sua vez, não chega a propor um novo inventário, dedicando-se a selecionar e aplicar um conjunto diversificado de instrumentos3 elaborados por outros autores, cruzando posteriormente as informações coletadas, para definir o perfil de jogador que mais se aproxima do ideal.
No estudo de Hoare and Warr (2000) o treinamento proposto segue uma programação inicial intensiva, voltada para modificação das habilidades básicas (pois as jogadoras não possuíam experiência anterior na modalidade estudada - futebol), visando desenvolver habilidades de domínio da bola e a capacidade de jogo. A seguir, a equipe participou de um campeonato, disputando 25 jogos. Apesar dos autores não fornecerem informações sobe o treinamento durante a competição, o estudo possui um caráter longitudinal, coletando dados que retratam os resultados de um período completo de seleção, treinamento e competição, chegando a conclusões que colocam em xeque a capacidade preditiva de outros inventários.
Segundo Hoare and Warr (2000), a maior parte dos inventários realiza um corte transversal que restringe a avaliação às habilidades já adquiridas pelos jogadores, desconsiderando o potencial de aprendizagem e incremento da performance proporcionado pelo próprio treinamento esportivo. A experiência de Hoare and Warr (2000), no entanto, demonstrou que para evitar o menosprezo da capacidade de alguns jogadores, é necessário um período de 2 a 3 meses de treinamento antes do técnico ter condições para fazer uma avaliação real do potencial de cada um. Nessa perspectiva a sondagem de aptidões passa a incluir aspectos que somente podem ser analisados através do acompanhamento do processo, tais como a capacidade de assimilação das instruções técnicas e a atitude positiva diante das atividades prescritas pelo treinamento.
Implícito à seleção precoce de talentos esportivos existe a noção de que a habilidade para jogar depende de uma predisposição genética ou de características inatas que favoreçam a performance esportiva. Deve-se considerar, porém, que o processo de formação de um jogador de elite depende de um conjunto de variáveis complexas. Sendo assim, conforme a modalidade esportiva, é possível que as habilidades psicológicas, perceptivas e cognitivas sejam melhores indicadores para predizer uma performance destacada do que os aspectos antropométricos, fisiológicos e, até mesmo, do que os aspectos motores, de ordem técnica.
No entanto, segundo Hoare and Warr (2000), a psicologia do esporte ainda não desenvolveu testes objetivos e fidedignos para mensurar as variáveis cognitivas da performance esportiva. Logo, apesar do reconhecimento consensual da importância de tais variáveis, não se sabe exatamente como utilizá-las na avaliação dos jogadores e na seleção de talentos. O próprio estudo de Hoare na Warr (2000), sobre a seleção e o treinamento de um time de jovens jogadoras de futebol, pautou-se numa avaliação inicial na qual se priorizavam variáveis fisiológicas e técnicas, selecionando as melhores jogadoras para participarem da pesquisa. Porém, ao longo do treinamento e no final do período de competição, os autores concluíram que algumas jogadoras, extremamente vigorosas fisicamente, apresentavam na verdade pequena noção de jogo, o que prejudicava significativamente o seu futuro na modalidade.
Dentre os inventários analisados, o estudo de Oslim et al (1998) merece um destaque especial, pois se propõe a elaborar um instrumento para medir componentes individuais da performance no jogo, avaliando o nível de compreensão tática do jogador. O Game Performance Assessment Instrument - GPAI -, aplicável em esportes de invasão (como o basquetebol e o futebol), esportes de rede/parede (como o voleibol e o squash) e esportes de campo/corrida/escore (como o softball).
Abandonando o caráter somativo dos testes de habilidade tradicionalmente utilizados para avaliar o treinamento esportivo, que computam apenas o resultado final, desprezando as características do processo de tomada de decisão como um todo, Oslim et al (1998) pretendem avaliar a inteligência de jogo, ou seja, a capacidade de associar a agilidade motora com a percepção tática, habilidades que capacitam o jogador para corresponder às exigências dinâmicas do jogo. A premissa dos autores é que a diretriz central do modelo tático de ensino proposto por Bunker and Thorpe (1982) - centrado na experiência de jogo, ou seja, no aprender pela prática - foi interpretada de forma equivocada em alguns estudos. Uma das principais contribuições do modelo tático de ensino é melhorar o posicionamento e a movimentação em campo, habilidades exercidas sem a posse da bola, porém, algumas pesquisas dedicadas à avaliação dos efeitos do modelo de ensino tático estão pautadas exclusivamente na análise das ações com a posse da bola. Sendo assim, as ações de suporte no ataque (posicionar-se para receber o passe) e cobertura na defesa (apoiar o jogador que faz a marcação) deixam de ser adequadamente avaliadas, prejudicando a compreensão dos reais benefícios advindos da utilização do modelo tático de ensino.
Segundo Oslim et al (1998), a mensuração da performance durante o jogo fornece uma representação acuraz das habilidades do jogador. Baseado nessa afirmação, o GPAI é um instrumento de observação e codificação que avalia 7 componentes táticos da performance no jogo: 1) base, recuperar a melhor posição de jogo); 2) ajuste, acompanhar a dinâmica de ataque e defesa ao longo do jogo; 3) tomada de decisão, escolher corretamente o que fazer com a bola; 4) execução técnica, executar corretamente a jogada; 5) marcação, marcar o jogador que tem ou pode vir a ter a posse da bola; 6) suporte e 7) cobertura. Os autores alertam que nem todos os componentes podem ser avaliados em todas as modalidades esportivas.
É possível, dessa forma, realizar uma avaliação do jogo que, independente do escore da partida, retrate a performance tática dos jogadores, principalmente quando se considera que a maior parte das ações de jogo ocorre sem a posse da bola. A partir desse novo modelo de avaliação, as situações nas quais o jogador seleciona corretamente a jogada mais adequada porém erra no momento da execução, deixam de ser assinaladas unicamente como erro, indicando um erro de execução mas não na escolha da jogada a ser realizada. Da mesma forma que, nas situações inversas, quando o jogador realiza uma jogada arriscada ou inadequada, mas que termina gerando um resultado positivo, deixa de ser considerada como correta, passando a ser classificada como parcialmente correta, em função do resultado obtido naquela situação em particular, mas contra-indicada em outros momentos, deixando claro que tal jogada não deve ser repetida, seja em função da pequena probabilidade de acerto seja em função do grau de risco decorrente da sua realização.
Como qualquer outro instrumento de pesquisa, é importante que, na aplicação do GPAI, exista um controle da influência de variáveis contextuais. A definição do número de componentes a serem avaliados depende do número de jogadores em campo e do número de observadores para registrar as informações.
Estudos sobre a percepção visualOs estudos sobre a percepção visual investigam a participação da visão na performance esportiva. A visão possui um papel determinante, por exemplo, para desenvolvimento da percepção espacial e temporal, como também para o controle dos estímulos ambientais. O aprimoramento de habilidades relacionadas com a direção focal, visão periférica, varredura visual, dependência e independência de campo é considerado como um aspecto chave para o desempenho do atleta (Aberneth, 1991; Benguigui and Ripoll, 1998; Brady, 1996; Goode et al, 1998; Hofe and Fery, 1993; McLeod, 1991; McMorris, 1997; McPherson, 1999b; Paull and Glencross, 1997; Ripoll and Latiri, 1997; Williams, 2000; Williams and Davids, 1998). As diferentes técnicas empregadas nas pesquisas sobre as variáveis correlacionadas com os fenômenos visuais merecem uma análise particular.
A técnica de detecção da direção focal, por exemplo, mede os movimentos oculares analisando a forma de utilização das estratégias visuais. As variáveis calculadas incluem: a) a distribuição focal - quais são os estímulos monitorados pelo jogador; b) a ordem em que é realizada a varredura visual - quais são os estímulos para os quais o jogador dirige a atenção inicialmente e quais os controlados posteriormente; c) a duração focal - o tempo dedicado à análise de cada um dos estímulos observados. Os instrumentos objetivos55 geralmente empregados para esse fim, revelam-se eficazes em situações de jogo fechadas, onde o campo visual é relativamente estreito e a atenção concentrada no centro da visão, sem movimentos de rotação da cabeça ou, em alguns casos, sem movimentos dos próprios olhos.
Em situações de jogo abertas onde, em função de uma maior complexidade de estímulos visuais, a visão periférica aumenta sua influência, os pesquisadores observaram que as estratégias de varredura visual se modificam66, tornando possível olhar para um determinado objeto ou parte do campo visual, mas extrair informações importantes da periferia desse foco. Essa constatação, associada com a dificuldade de uma mensuração objetiva da percepção visual durante o jogo, indica a necessidade da utilização de outros instrumentos de coleta de dados, que permitam retratar melhor essa realidade.
Para contornar esse problema, os pesquisadores recorreram à análise da percepção subjetiva dos sujeitos, geralmente via relato verbal, onde lhes é solicitado que indiquem para onde dirigem a atenção visual durante a exibição do filme. Na pesquisa de McPherson (1999b), por exemplo, solicita-se ao sujeito que assinale, numa ilustração, o local para onde acreditava ter dirigido a atenção.
Esse cuidado especial no sentido de diversificar as fontes de coleta de dados, aumenta o controle interno da validade do estudo pelo cruzamento das informações obtidas, constituindo-se no aspecto positivo dessa abordagem de pesquisa. As principais insuficiências, no entanto, estão relacionadas às dificuldades na mensuração dessas estratégias perceptivas refinadas.
Outro grupo de pesquisadores, interessados em mensurar a capacidade de antecipação, utiliza testes de acompanhamento visual, onde os participantes devem observar atentamente um equipamento que acende e apaga, seqüencialmente, uma série de luzes, com diferentes velocidades, tendo que identificar o momento exato em que a última luz será acesa (Bassin Anticipation Timer - Lafayette Instruments Co. ou outros equipamentos criados pelos próprios pesquisadores). Permanece, no entanto, uma dúvida: até que ponto os jogadores que apresentam excelente rendimento nesses testes, conseguem também se destacar dos demais nas situações reais de jogo?
Os estudos voltados para análise da capacidade de dependência/independência do campo visual se dedicam à avaliação de um conjunto de outras habilidades que inclui: a dissociação figura-fundo; a reconstrução cognitiva da situação e a articulação das informações visuais com as vestibulares. Apesar de existirem testes específicos, apropriados para avaliar cada uma dessas habilidades em particular77, nenhum deles reflete as diferenças observadas na performance esportiva, pois jogadores que apresentam diferentes níveis de habilidade no jogo, obtêm escores equivalentes nos testes. Como ninguém duvida da influência dessas habilidades sobre a performance esportiva, pode-se afirmar que os instrumentos psicológicos de medida são inadequados para avaliar as especificidades dessas habilidades aplicadas ao contexto esportivo.
O estudo de Paull and Glencross (1997) versa sobre uma questão relacionada com esse tópico. O protocolo de avaliação e registro, ao invés de utilizar situações típicas de jogo, avalia as dificuldades encontradas por jogadores experts para resolver uma tarefa motora desconhecida. Pretende-se, dessa maneira, verificar até que ponto se observa um desenvolvimento geral da capacidade perceptiva do jogador, que fosse transferível para outras tarefas. Essas habilidades perceptivas de natureza universal fazem parte de um conjunto de funções denominadas hardware. Por outro lado, se o desenvolvimento alcançado mediante o treinamento esportivo mostra-se restrito às situações específicas de jogo nas quais essas informações perceptivas estão inseridas, constata-se que o aperfeiçoamento possui um caráter aplicado, próprio de funções denominadas software.
As inúmeras críticas aos materiais e procedimentos experimentais empregados nos estudos sobre a percepção visual e sua influência na formação de estratégias cognitivas relacionadas ao contexto de jogo, conferem aos seus resultados pouca consistência interna. Sempre que os dados coletados entram em conflito com os modelos de explicação teórica, a dúvida sobre a fidedignidade dos dados não permite confrontar a teoria, que termina permanecendo aceitável.
Estudo das habilidades perceptivo-motorasA pesquisa de Lidor et al (1998) retrata os dois procedimentos metodológicos básicos normalmente utilizados nos estudos de mensuração das habilidades perceptivo-motoras (Beitel and Kuhlman, 1992; Goode et al, 1998; Lerda et al, 1996; McLeod, 1991; Pienaar et al, 1998; Smith and Chamberlin, 1992; Tenenbaum et al, 1996; Weigett et al, 2000) , a saber: 1) os testes laboratoriais, que geralmente avaliam variáveis perceptivas, e 2) as baterias de provas de campo, que avaliam a agilidade na execução de tarefas motoras. Novamente, como a simples mensuração de tais variáveis, de forma independente do contexto de jogo (hardware), não retrata a especificidade e a complexidade das habilidades esportivas (software), a maior dificuldade desses estudos é criar um protocolo de avaliação e registro que reproduza exigências correspondentes às encontradas pelos atletas durante o jogo.
Sendo assim, as características e a forma de apresentação das situações-problema interferem diretamente na sensibilidade do teste para discriminar as diferenças na performance de jogadores com diferentes níveis de habilidade. O tipo de tarefa proposto por Goode et al (1998), por exemplo, merece um destaque, pois desobedece ao padrão laboratorial que caracteriza os estudos sobre as variáveis perceptivas e cognitivas, aproximando-se do tipo de situação problema que o jogador enfrenta durante o jogo, onde, a partir da avaliação das circunstâncias, toma uma decisão sobre o que fazer. Utilizando um equipamento de mensuração da capacidade de antecipação (Bassin Anticipation Timer - Lafayette Instruments Co), os participantes devem lançar, com as mãos, uma bola para acertar um alvo, de forma que o momento em que a bola toca no alvo coincida com o momento em que a última luz acende.
Os testes laboratoriais e as provas de campo avaliam determinadas capacidades físicas - tais como: velocidade, resistência, flexibilidade e potência muscular - associadas com habilidades coordenativas - principalmente agilidade. Na verdade, tais variáveis se mostram mais eficientes e adequadas para o acompanhamento e a avaliação dos efeitos de um programa de treinamento sobre a performance física e técnica do atleta, comparando o desempenho de um mesmo atleta em diferentes fases do processo de treinamento. Esse tipo de análise contribui para, por exemplo, identificar insuficiências a serem corrigidas no programa de treinamento até então desenvolvido.
Alguns estudos utilizam testes que permitem avaliar habilidades técnicas específicas do futebol. McLeod (1991), por exemplo, utiliza o Soccer Wall-Volley Test, onde se solicita ao jogador que, durante 30 segundos, realize o maior número possível de chutes, acertando a bola dentro de um alvo situado numa parede a 1,8 metros de distância; como complemento, também utiliza o Dribble Test, no qual o jogador deve driblar a bola ao redor de quatro cones, distantes entre si 3,6 metros, descrevendo uma trajetória em forma de oito. Beitel e Kuhlman (1992), por sua vez, utilizam também um teste de drible, porém ao redor de apenas dois obstáculos, associado com outros dois testes: um onde o jogador deve passar e receber a bola e outro onde deve conduzir e chutar a bola em direção ao gol - em todos os testes se avalia tanto a rapidez como a precisão na realização das tarefas. Pienaar et al (1998) recorre aos testes recomendados pela American Alliance for Health, Physical Education and Recreation (1996), que incluem a avaliação da habilidade de passar a bola em três situações diferentes e a habilidade de driblar em diversas direções (zigue-zague). Weigett et al (2000) opta por solicitar aos jogadores que executem duas tarefas próprias do futebol: a) "embaixadinhas", ou seja, chutar a bola para cima sem deixa-la cair ao chão, mantendo-se restrito a uma área de 3X3 metros e b) dominar, com apenas um toque, a bola lançada por uma máquina, sem sair da área demarcada no chão (2X2 metros).
Dentre todos esses estudos, a pesquisa de Lerda et al (1996) merece uma atenção especial, pois propõe um teste singular, que reproduz uma situação de disputa onde há o confronto entre um atacante e um defensor. Ao invés de simplesmente realizar uma tarefa, o jogador deve ser capaz de tomar uma decisão sobre o que fazer com a bola em três situações diferentes, cada qual com uma determinada restrição espacial. Na situação 1, onde a área demarcada é mais larga, o jogador deve aproveitar a oportunidade para driblar a bola e aproximar-se da zona de chute. Na situação 2, onde a área possui uma largura média, o jogador tem duas opções, pois,dependendo da ação do defensor, pode tanto driblar como passar a bola. Na situação 3, onde a área é mais estreita, o jogador deve passar a bola e correr para recebe-la novamente.
Sem desconsiderar a validade dos testes supracitados para o monitorar o programa de treinamento desenvolvido, a análise descritiva das habilidades perceptivo-motoras aplicadas ao esporte, ao invés de investir na construção de protocolos de avaliação e registro mais próximos da realidade, deve se dedicar à avaliação direta da performance técnico-tática durante o jogo, por meio de instrumentos de observação e registro do desempenho esportivo, comparando indivíduos e equipes. Denominados na linguagem esportiva de scouts, esses instrumentos devem passar por uma revisão, pois costumam se restringir à análise quantitativa dos aspectos técnicos e do resultado do jogo, devendo incluir também uma análise qualitativa dos aspectos táticos, que forneça elementos sobre a finalidade das jogadas e o processo de tomada de decisão do jogador.
McPherson (1999a), seguindo essa orientação, utilizou um protocolo de observação de jogos filmados para avaliar a habilidade de jogadores de tênis nos seguintes componentes: 1) controle, relacionado à capacidade de obter e manter o domínio da bola; 2) decisão, relacionado com a tomada de decisão apropriada de acordo com a situação de jogo; 3) execução, relacionado com a capacidade de executar corretamente a jogada escolhida. A codificação da performance permite calcular índices de aproveitamento nos fundamentos técnico-táticos específicos da modalidade esportiva (por exemplo, no tênis, a razão entre o número total de subidas do jogador à rede e o número de oportunidades para realizar tal jogada durante a partida).
Os estudos de Goode et al (1998) e McPherson (1999a) revelam um cuidado metodológico adicional na seleção da amostra, que se desprezado pode gerar diferenças significativas entre os sujeitos: a análise da experiência anterior (variável externa). Sendo assim, além dos critérios de inclusão e exclusão, realiza-se uma classificação dos participantes tomando por base as respostas a um questionário sobre as experiências anteriores em atividades esportivas que exigem o domínio de habilidades motoras equivalentes às estudadas. As informações obtidas detalham o tipo (informal/recreativa ou formal/instruções técnicas especializadas), o período (intervalo de tempo), a freqüência (número de vezes por semana) e o contexto (nível técnico e nível de competitividade).
Segundo Tenenbaum et al (1996), poucos estudos são conduzidos para investigar o desenvolvimento de habilidades perceptivas e cognitivas específicas do esporte; a maioria se dedica às habilidades perceptivas em si, não incluindo as cognitivas nem investigando as interações existentes entre as variáveis cognitivas e perceptivas. As pesquisas também desconsideram que tais habilidades demonstram modificações qualitativas com o transcorrer da idade, ou seja, que possuem uma forte influência do aspecto maturacional.
ConclusõesA revisão dos artigos empíricos dedicados ao estudo das habilidades táticas nos esportes de invasão, publicados no período de 1990-2000, que se propõem a testar e validar inventários das habilidades esportivas (n=8), em conjunto com os estudos sobre a influência das habilidades visuais (n=11) e das habilidades perceptivo-motoras (n=9) sobre a performance esportiva aponta como principal crítica a insuficiência dos recursos metodológicos específicos para avaliar as habilidades psicológicas utilizadas pelo jogador durante o jogo (funções software). Deve-se considerar que, em alguns casos, os instrumentos psicológicos de medida disponíveis foram elaborados para avaliar as habilidades visuais e perceptivo-motoras em si mesmas (funções hardware), dissociadas do contexto de jogo, não apresentando sensibilidade suficiente para discriminar diferenças significativas existentes entre os jogadores, o que impede a verificação de certas hipóteses teóricas, além de comprometer a consistência interna dos resultados.
Considerando, porém, o caráter descritivo dessas pesquisas, recomenda-se aos pesquisadores que, ao invés de se preocuparem em construir protocolos de avaliação e registro mais próximos da realidade, dediquem-se à avaliação direta da performance técnico-tática durante o jogo.
Denominados na linguagem esportiva de scouts, os instrumentos de observação e registro do desempenho esportivo durante o jogo, permitem a comparação entre indivíduos e equipes. Esses instrumentos devem passar por uma revisão, pois costumam se restringir à análise quantitativa dos aspectos técnicos e do resultado do jogo, passando a incluir também uma análise qualitativa dos aspectos táticos, principalmente as ações sem a posse da bola.
No caso dos inventários de habilidades esportivas, costuma-se realizar um corte transversal que restringe a análise à avaliação das habilidades já adquiridas pelos jogadores, desconsiderando o potencial de aprendizagem e incremento da performance proporcionado pelo próprio treinamento esportivo. Essa postura corre o risco de subestimar a capacidade de alguns jogadores, a partir de uma única avaliação, às vezes realizada no início do processo de aprendizagem ou treino.
No processo de identificação de talentos, dever-se ter um cuidado especial, pois um jogador jovem identificado como expert não será, automaticamente, um jogador adulto expert. Essa questão está diretamente relacionada com os critérios utilizados para definir o conceito de expert. Quando, por exemplo, a performance considerada habilidosa está baseada na precocidade de determinadas capacidades orgânicas, sujeitas a grandes variações em função de diferenças individuais na velocidade de maturação corporal e psicológica, as pseudovantagens apresentadas tendem a desaparecer na fase adulta, onde todos os jogadores já alcançaram o termo do desenvolvimento dos aspectos maturacionais.
Os testes laboratoriais e as provas de campo, por sua vez, normalmente utilizados no estudo das habilidades perceptivo-motoras, mostram-se mais eficientes e adequados para o acompanhamento e a avaliação dos efeitos de um programa de treinamento sobre a performance física e técnica do jogador, mas não avaliam a utilização dessas habilidades durante o jogo.
Os estudos em psicologia do esporte devem cada vez mais desenvolver modelos teóricos explicativos aplicados diretamente às características psicológicas específicas do esporte e de cada modalidade em particular. É importante, também, para o amadurecimento metodológico, a replicação dos estudos já realizados, ampliando o acervo de dados sobre cada tema em questão, assim como, a realização de estudos empíricos, superando o caráter descritivo das pesquisas em psicologia do esporte.
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Tenenbaum, G., Levy-kolker, N., Sade, S. Liebermann, D. G., Lidor, R. (1996). Anticipation and confidence of decisions related to skilled performance. International Journal of Sport Psychology, 27, 293-307.
Tenenbaum, G., Stewart, E., Seath, P. (1999). Detection of targets and attentional flexibility: can computerized simulation account for developmental and skill-level differences? International Journal of Sport Psychology, 30, 261-282.
Thomas, P., Murphy, S. M., Hardy, L. (1999). Test of performance strategies: development and preliminary validation of a comprehensive measure of athletes' psychological skills. Journal of Sports Sciences, 17, 697-711.
Weigett, C., Williams, A. M., Wingrove, T. Scott, M. A. (2000). Transfer and motor skill learning in association football. Ergonomics, 43(10), 1698-1707.
Williams, A. M. (2000). Perceptual skill in soccer: implications for talent identification and development. Journal of Sports Science, 18(9), 737-50.
Williams, A. M. and Davids, K. (1998). Visual search strategy, selective attention, and expertise in soccer. Research Quarterly for Exercise and Sport, 69(2), 111-128.
Notas
A versão original desse artigo analisava todas as 7 abordagens metodológicas utilizadas nos estudos sobre as habilidades táticas, porém, em virtude do número excessivo de páginas, optou-se pela sua divisão em quatro artigos, cada qual com um tamanho conveniente para publicação. O detalhamento dos critérios de inclusão dos estudos primários somente estão relatados no primeiro artigo. Aos interessados no estudo da tática como um todo, sugere-se a leitura de todos os artigos, mas aqueles que se dedicam a um aspecto em particular da tática, é suficiente ler o artigo correspondente, pois possuem conteúdos independentes dos demais. O título dos artigos inicia da mesma maneira, demonstrando a sua correlação e, em seguida, indica o conteúdo específico de cada um. Métodos de estudo das habilidades táticas 1: abordagem comparativa entre expert & novice; Métodos de estudo das habilidades táticas 2: abordagem tomada de decisão; Métodos de estudo das habilidades táticas 3: inventários das habilidades esportivas; Métodos de estudo das habilidades táticas 4: abordagem comparativa entre os modelos de ensino técnico e tático.
Entende-se por estudo empírico as pesquisas que relatam a coleta e discussão de dados objetivos relacionados com (a) a determinação de efeitos decorrentes da manipulação de variáveis (design experimental), (b) a descrição de fenômenos ou (c) a avaliação de experiências pedagógicas.
Para obter informações mais detalhadas sobre as estratégias de busca, consulte o artigo intitulado: Métodos de estudo das habilidades táticas 1: abordagem comparativa entre expert & novice.
O conjunto de testes utilizados por Reilly et al (2000) inclui: Composição Corporal de Carter and Heath (1990); testes fisiológicos com vários protocolos de avaliação do consumo máximo de oxigênio e da capacidade anaeróbia; Task Ego Orientation Sport Questionaire - TEOSQ - de Duda (1989); Control Stress Assessment Inventory - CSAI-2 - na versão de Martens and colleagues (1990) e um teste de habilidades específicas proposto por Reilly and Holmes (1983).
Dentre os instrumentos utilizados para registrar os movimentos oculares durante a varredura visual, Williams and Davids (1998) utilizaram o Applied Science Laboratories 4000 SU, Bedford - MA - eye movement registration system; outro instrumento equivalente é o produzido pela Takei Scientific Instruments Co Ltd, Niigata - Japan.
Em situações de jogo fechadas, os jogadores utilizam um número menor de fixações, por um período de tempo maior, enquanto que nas situações de jogo abertas, o padrão inverte, apresentando um maior número de fixações, por um período de tempo menor.
Embedded Figures Tests (Witkin, 1950) e Rod-and-Frame Test (Witkin and Asch, 1948).
Anexo 1 - Estratégias de busca otimizada para localização de estudos empíricos sobre as habilidades táticas no ISI Web of Science#1 - TS=(sport* or game or athlet* or soccer or football or physical education)
#2 - TS=(competit* or skill or abilit* or capacit* or competence or master* or proficien* or performance or specialty or procedure or learn* or instruct* or acquir* or train* or grow* or form* or teach* or educat* or prepar* or condit* or drill or discipline or develop* or increase or evolution or exercise or trial or control or evaluat* or stud* or journal article or result* or random* or empiric* or experiment* or investigat* or sing* or doub* or trebl* or blind* or mask* or casual or prospectiv*)
#3 - TS=(tactic* or strateg* or expert* or specialty or percept* or consciou* or game plan or decision mak*)
#1 and #2 and #3 - Resultado: 137 referências bibliográficas.Todas as pesquisas utilizaram os seguintes limites: DocType=Article, Abstract of Published Item, Correction, Correction, Addition, Excerpt, Meeting Abstract, Meeting-Abstract, News Item, Note, Reprint; Language=English, Italian, Portuguese, Spanish
Anexo 2 - Estratégias de busca otimizada para localização de estudos empíricos sobre as habilidades táticas no PsycINFO#1 - (sport)
#2 - ((sport* near tactic) or (game near tactic*) or (athlet* near tactic) or (sport* near strateg*) or (game near strateg*) or (athlet* near strateg*) or (sport* near specialty) or (athlet* near specialty) or (game near plan) or (athlet* near plan) or perpcept* or (sport* near conscioun*) or (game near conscioun*) or decision make))
#3 - (competit* or skill or abilit* or capacit* competence or master* or proficienc* or performance or procedure or learn* or instruct* or acquir* or train* or grow* or form* or teach* or educat* or prepar* or condit* or drill or discipline or develop* or increase or evaluat* or exercise)
#4 - (trail or control* or stud* or journal article or result* or empiric or experiment* or investig* or sing* or doub* or trebl* or blind* or mask* or casual or prospectiv*)
#1 and #2 and #3 and #4 - Resultado: 158 referências bibliográficas
Todas as pesquisas utilizaram os seguintes limites: and (DT=Journal-Article), and ((LA=English) or (LA=Italian) or (LA=Portuguese) or (LA=Spanish)), and (PO=Human), and ((PT=Annual-Report) or (PT=Case-Study) or (PT=Classroom-Material) or (PT=Clinical-Case-Report) or (PT=Clinical-Trial) or (PT=Collected-Works) or (PT=Conference-Proceedings-Symposia) or (PT=Empirical-Study) or (PT=Errata-Retractions) or (PT=Experimental-Replication) or (PT=Followup-Study) or (PT=Journal-Abstract) or (PT=Longitudinal-Study) or (PT=Program-Evaluation) or (PT=Prospective-Study) or (PT=Reprint) or (PT=Selected-Readings)).
Anexo 3 - Estratégia de busca otimizada para localização de estudos empíricos sobre as habilidades táticas no Medline#1 - sport* or game or athlet* or soccer or football or physical education
#2 - tactic* or strateg* or expert* or specialty or game plan or percept* or decision make or conscioun*As pesquisas foram realizadas em dois grupos, de acordo com o tipo de publicação:
Clinical Trial - resultado: 123 referências bibliográficas;
Randomized Controlled Trial - resultado: 207 referências bibliográficas;
Todas as pesquisas utilizaram os seguintes limites: LA: English, PO: Human.
revista
digital · Año 10 · N° 70 | Buenos Aires, Marzo 2004 |