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Comparativo de flexibilidade em idosos praticantes
e não praticantes de atividades físicas

   
*Acadêmico da Universidade Paranaense - UNIPAR
**Docente da Universidade Paranaense - UNIPAR
(Brasil)
 
 
Pércio Guadagnine*
Dr. Robson Olivoto**

rrolivoto@hotmail.com
 

 

 

 

 
Resumo
    Diante de inúmeros estudos se tem a oportunidade de evidenciar alguns componentes da aptidão física, pois, dentre eles a flexibilidade é um componente de extrema importância para a saúde humana. O presente estudo tem por finalidade verificar este componente da aptidão física em pessoas de terceira idade de ambos os sexos do município de Ouro Verde do Oeste, através do teste de sentar e alcançar do banco de Wells. Os resultados observados demonstraram que à maioria das pessoas da terceira idade estão com a flexibilidade em nível excelente, apresentado ainda algumas variações em relação à idade, pois, alguns autores relatam que nesta fase da vida o organismo humano sofre uma quebra no desempenho físico e ainda mais se for somado ao sedentarismo.
    Unitermos: Flexibilidade. Terceira idade. Desempenho físico.
 
Abstract
    Face to great amount of studies it is possible to come up with an opportunity to make few physical ability components become evident. Among them, the flexibility is a component of extreme importance for human health. The current work has the purpose of checking this physical capacity item in aged people, both men and women, from the county of Ouro Verde do Oeste, through the test of sitting and reaching out from the "Wells" seat. The found results proved by reasoning that most of eldery people from this county have perfect ability to bend or move easily in an excellent level, still presenting some changes regarding to age, for some authors have mentioned that at this life stage, the human body suffers a break in physical performance and it can get even worse if it is added up to a sedentary life.
    Keywords: Flexibility. Eldery people. Physical performance.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 69 - Febrero de 2004

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I. Introdução

1.1. Justificativa

    Atualmente vários autores estão fazendo estudos sobre o envelhecimento e suas degenerações, transmitindo ao público considerações importantíssimas sobre a perspectiva de vida na terceira idade, dentre estas degenerações a atrofia muscular deve uma atenção especial, pois, ela proporciona várias limitações tais como: dificuldade em agachamento, pouca mobilidade articular e dores em extensão de membros. Por isso decidiu-se estudar e diagnosticar o problema e prescrever exercícios físicos que atuam contra este encurtamento.

    Já está mais que comprovado que a atividade física retarda o envelhecimento, e assim o papel principal do professor de educação física é atuar para garantir este retardo. Segundo a opinião unânime de vários autores o retardo da quebra do desempenho físico se da com o treinamento físico (WEINECK, 2000).


1.2. Problema

    O universo desta pesquisa delimita-se ao município de Ouro Verde D' Oeste, onde 11% da população são idosos segundo dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Senso de 2000 que apontava uma população de 5.472 habitantes.

    Salienta-se que a maioria dos idosos faz parte da atividade agrícola, onde vários fatores contribuem para que estas pessoas não pratiquem exercícios físicos sistematizados, no entanto, a atividade física é constante fortalecendo músculos que são exigidos para atividade diária. Nota-se que nenhum exercício de alongamento é praticado, o que resulta em atrofia muscular.

    Diante disto partimos da hipótese que estas pessoas possuem um encurtamento muscular, devido à inatividade física sistematizada.


1.3. Objetivo

    O objetivo deste estudo é verificar extensibilidade dos músculos eretores da coluna vertebral e dos posteriores das coxas em 20 idosos, para verificar o grau de flexibilidade dessas pessoas e mostrar o quanto o exercício físico é importante contra o encurtamento muscular.


1.3.1. Objetivo geral

    Comparar o grau de flexibilidade de pessoas de terceira idade praticantes e não praticantes de atividades físicas do município de Ouro Verde D' Oeste.


1.3.2. Objetivos específicos

Verificar através dos resultados o quanto à falta de exercícios de alongamento provoca a atrofia muscular.

Comparar a flexibilidade entre os sexos em relação à idade.


II. Revisão de literatura


2.1. O paradigma terceira idade

    Para muitos aposentar é a porta de entrada da Terceira Idade representando uma queda nos afazeres profissionais e particulares da vida do aposentado, sem falar do processo natural com que o tempo dispersa o círculo de relação com familiares e amigos, óbitos, etc, desenvolvendo um sentimento de inutilidade e uma falta de interesse pelas atividades do cotidiano. Envelhecer estÁ intimamente ligado a algumas implicações funcionais que podem gerar ao idoso perda de autonomia e uma conseqüente dependência de parente ou amigos (ZAGO, 2000).

    Segundo VANXEM, apud. LORDA, (1998, P. 23)

Na solidão dos dias vazios, a pessoa que havia esquecido, mais ou menos a presença do seu corpo, reinicia com ele um diálogo desafinado, e observa com inquietude e desagrado os 'handicaps', fatos que se tornam mais evidentes com a inatividade.

    Proporcionar uma qualidade de vida, promover uma reintegração à sociedade, restabelecer relações sociais e outros têm sido para vários autores uma iniciativa contra este mal oculto. "Sedentarismo". E é aí que temos que virar o quadro, nesta reabilitação que temos que mostrar que o movimento é importante, ainda que não exclusivo, entre outras atividades do cotidiano.

    E quando se fala de envelhecer temos inicialmente uma visão global e superficial da palavra velhice, pois, relatamos o que vemos pela aparência das pessoas subjugando as capacidades ocultas. Os profissionais de educação físicos têm que estimular estas capacidades para que elas venham à tona e assim a pessoa se identifique com o meio e interaja.

    Neste contexto de vida SANTARÉM (1997, p. 08) relata que o: "envelhecimento faz parte de um processo que tem início na concepção e é influenciado tanto pelo estilo de vida quanto pelos fatores genéticos".

    A partir de uma certa idade, ou seja, entre os 50 e 55 anos, nota-se que a estatura diminui, sendo que entre os 70 e 85 anos a evolução desta degeneração é mais rápida devido a uma compressão das vértebras e achatamento dos discos intervertebrais. Acompanhada de um distúrbio chamado atrofia nos músculos posteriores da coxa fazendo com que os joelhos se dobram produzindo um encurvamento geral.

    Somando-se a isto há ainda uma degeneração na parte muscular onde dois transtornos acompanham o envelhecimento: diminuição do tônus e a perda da força. A primeira se dá por uma redução sensível na atividade das fibras com o passar dos anos e a segunda observa-se no dinamômetro que aos 20 e 30 anos atinge seu máximo e aos 85 anos possui pouco mais que a metade desta força (CONTURSI, 1998).

    Muitas são as mudanças que ocorrem no organismo de uma pessoa de terceira idade, e para tanto o que realmente ameniza ou retarda estas degenerações são os exercícios físicos.

    Segundo SANTARÉM (1997, p. 08):

Exercícios com peso conseguem impedir a perda da mobilidade e a atrofia muscular em pessoas idosas, ao contrário de corridas e natação que apenas preservam a flexibilidade. Corredores e nadadores envelhecidos tem os mesmos níveis de massa muscular de idosos sedentários. A atrofia muscular dos idosos é a principal responsável pela perda de capacidade funcional para a vida diária. É um fator predisponente para quedas e fraturas graves.

    Deve-se lembrar, porém, que a ausência de doenças não significa obrigatoriamente a presença de saúde. A Organização Mundial de saúde.(OMS) definiu saúde como um estado de bem estar biopsíco-social, ou seja, um estado de equilíbrio entre todos os determinantes físicos, sociais e emocionais do ser humano.

    Sabe-se, que inúmeras são as pessoas que, por vários motivos, não se encontram neste estado de bem estar e, por outro lado, não apresentam nenhuma doença classicamente definida que justifique esta condição. Entretanto, são muitos os exemplos de portadores de doenças bem tratadas que apresentam desempenhos adequados, independentes das enfermidades que possui ou dos tratamentos que realiza (FILHO, 1997).

    Contudo, outros estudos valorizados anteriormente, nos mostram que maior parte de declínio da aptidão funcional é devido à inatividade física, ao invés das próprias mudanças ocasionadas pelo envelhecimento. Felizmente a aptidão funcional pode ser melhorada, mantida ou pelo menos sua taxa de declínio minimizada.

    Segundo FILHO (1997, p. 32), diz que:

Com o envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas, tais como: diminuição da força muscular; diminuição da massa óssea e muscular, maior índice de fadiga; menor tempo, diminuição do fluxo sangüíneo cerebral; diminuição da flexibilidade e agilidade; diminuição da mobilidade articular e do equilíbrio e da coordenação motora.

    Com todas essas perdas e anomalias trazidas pelo envelhecimento pessoas idosas acabam se afastando da sociedade por receio e preconceito. Tentamos buscar através deste trabalho retornar a condição física até então inerente para reintegração e sociabilização destas pessoas através da atividade física sistematizada.


2.2. Atrofia muscular

    Como já foi relatado anteriormente que ocorre uma ligeira diminuição da estatura devido ao achatamento das vértebras notamos também uma grande mudança quanto à mobilidade e elasticidade podendo assim provocar lesões, devido a um fator conhecido como artrose (LORDA, 1998).

    Estes processos afetam vários locais do corpo dentre ele a coluna cervical e lombar, quando há uma certa dificuldade de amarrar os sapatos e recolher objetos ao solo, tudo está relacionada ao encurtamento muscular.

    Entretanto, "este encurtamento muscular denominado atrofia e é um processo degenerativo da velhice e redução da atividade física, pois é um processo que se observa que a flexibilidade natural é maior na primeira infância do que aos 10 e 12 anos" (kirschener e Gleins, 1957; Philips e Col., 1955; citados por CONTURSI, 1998).

    Portanto, o que falta mesmo é uma manutenção desta musculatura com exercícios que promovam a elasticidade. Fazendo retardar este processo degenerativo.

    No intuito de tornar mais claro o que é encurtamento muscular é necessário comentar sobre alguns fatores que agem no músculo e de certa forma provoca a atrofia.

    Nosso corpo possui um conjunto de tecido muscular esquelético que possibilita nossa locomoção. Este conjunto de músculos que possuímos são formados basicamente de origem, corpo e inserção do músculo.

    No corpo do músculo existe um sarcômero que consiste em um feixe de fibras musculares que são envolvidos por uma membrana de tecido conjuntivo, cada fibra muscular é envolvida por uma camada muito fina de fibrilas colágenas formando o endoísmo, nestas fibrilas paralelamente chamadas de miofibrilas existem os filamentos grossos e os finos responsáveis pela contração, estes são filamentos de actina e miosina que sobrepõem-se durante a contração, e como conseqüência cada sarcômero e cada fibra muscular sobre encurtamento (TANAKA, 1997).

    Segundo WILLIAMS (1995, p. 506-510)

Os estudos ao microscópio eletrônico do comprimento de filamentos no músculo fixado em diferente graus de contração mostram que a actina e o filamento de miosina não modifica seus comprimentos durante o encurtamento muscular, mas desligam uns sobre os outros para puxar as faixas Z em direção ao meio de cada sarcomero.

    Assim pode-se falar que a constituição do músculo segue-se pela vida inteira, ou seja, o processo de envelhecimento pelo qual o homem passa não altera as funções contratuais do músculo e sim o tamanho delas.

    "Tudo isso porque o músculo possuí uma capacidade ou propriedade viscoelástica que lhe permite alongar-se com o passar do tempo" (HALL, 2000).

    Segundo HALL, Susin J. (2000, p.08)

Um grupo de músculos estirados não recua imediatamente para o seu comprimento de repouso, mas sobre um encurtamento gradual durante um certo período de tempo. Essa resposta viscoelástica do músculo independente do sexo.

    No entanto, nota-se que em algumas pessoas idosas há uma certa diminuição de massa muscular, não referindo-se efetivamente a perda do músculo e sim pela atrofia provida de um desuso, pois o diâmetro da fibra muscular é subseqüentemente afetado pelo uso reagindo ao exercício. Deste modo é correto afirmar que músculos altamente estendidos são relativamente fracos, mas à medida que eles progressivamente se encurtam, sua força contrátil aumenta (WILLIAMS, 1995).

    Neste contexto pode-se afirmar os quanto os músculos são importantes na vida do ser humano e principalmente na terceira idade, pois, músculos encurtados e músculos muito fracos possibilitam um desvio e um desequilíbrio respectivamente no que diz padrão postural. Sendo assim é super importante à valorização da atividade física sistematizada, priorizando o alongamento muscular, força e flexibilidade de pessoas que sofrem desses problemas e o ponto maior de abrangência são pessoas de idade avançada ou pessoas de terceira idade. Pois, o encurtamento muscular é uma degeneração que se desenvolve com a velhice e a inatividade é um precursor deste fator.

    Diante disto, e a outros distúrbios osteomusculares que ocorrem no organismo humano este trabalho enfoca o encurtamento muscular em membros inferiores e eretores da costa em pessoas de terceira idade.

    Analisando outros estudos e vários livros a respeito, acredita-se que pessoas do grupo Terceira Idade inativas possuem um encurtamento acentuado dessa musculatura, e é neste parâmetro que há uma necessidade de verificar a flexibilidade destas pessoas através do teste de sentar e alcançar para notificarmos a real situação do encurtamento muscular "atrofia", e sugerir a manutenção da flexibilidade através de exercícios que provoquem uma regressão nesse encurtamento.

    Segundo ACHOUR JUNIOR (1997, p.8-9), "avaliar a flexibilidade usando o teste de "sentar e alcançar" é importante porque avalia duas importantes regiões corporais (coluna lombar e isquiotibiais)".

Nota-se que a flexibilidade esta diretamente ligada ao alongamento, ou seja, todas pessoas possuem um grau de flexibilidade e com o passar do tempo essa flexibilidade diminui, conforme Humphrey (1981), apud CONTURSI (1998), diz que: "que uma atleta flexível possui um menor risco de sofrer lesões músculo-articulares. E que uma pessoa que possua uma musculatura encurtada apresenta uma amplitude de movimento limitado".

    "Neste contexto a flexibilidade é um componente da aptidão física e o alongamento como exercício para manter ou desenvolver a flexibilidade" (ACHOU JUNIOR, 1997, p. 8-9).

    Segundo BARBANTI, (1979, p.132-133)

Flexibilidade é a capacidade dos homens de executar movimentos com grande amplitude pendular e que ela é determinada pelos seguintes fatores; a) formas de superfície articulares; b) comprimento de elasticidade dos músculos, tendões e ligamentos que envolvem as articulações; c) irritabilidade dos músculos; d) condicionamento biomecânico; e) idade; f) fatores psíquicos.

    De uma forma mais simples de compreensão e de definições da flexibilidade entre as disciplinas de educação física, medicina do esporte e ciência da saúde. ALTER (1999) diz que: "flexibilidade seja a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou grupo de articulações, referindo-se a extensibilidade dos tecidos periarticulares para permitir movimento normal ou fisiológico de uma articulação ou membro".

    Independentemente dos fatores que interferem na determinação da flexibilidade e dos problemas do cotidiano deve-se lembrar que a atividade física promove uma melhoria no organismo da pessoa. Ao realizar uma atividade física haverá um gasto de energia que resultará em uma necessidade de oxigênio pelo músculo, isto provocará um aumento na freqüência cardíaca que por sua vez precisará de mais O2 para suprir esta necessidade, os vasos sanguíneos se dilatarão para facilitar a oxigenação muscular, e começa oxigenação melhorada a pessoa se torna mais disposta em realizar tarefas do dia-a-dia (GUYTON, p. 1988).

    Assim, torna-se necessário que se trabalhe a força em conjunto com o alongamento muscular para que haja uma maior disposição e prevenção, pois, músculos altamente estendidos são relativamente fracos e possibilitam um certo desequilíbrio na pessoa, como foi citada anteriormente.

    Segundo NAHAS (2000, p.60-61):

Músculos fortes também protegem as articulações, resultando em menor risco de lesões em ligamentos e problemas com as dores de costa lombalgia. E a partir da meia idade, bom nível de força muscular ajuda e prevenir a osteoporose e as quedas preservando a independência de pessoas durante a fase de envelhecimento.

    Para reforçar o que já então foi dito sobre alongamento muscular, flexibilidade e paralelamente força, de acordo com SHARP (2000, p. 33) diz que.

O alongamento é necessário para a completa recuperação da flexibilidade das articulações da coluna vertebral e dos quadris, e garante que as faces das articulações e cartilagem das articulações continuem saudáveis por serem flexionáveis dentro dos limites dos quais a coluna se dobra.

    É preciso deixar claro que ao se falar em trabalhar a força, esta refere-se a um treinamento com baixa intensidade a fim de que a pessoa que necessite não sofria problemas causados por uma musculatura fraca, e não a hipertrofia muscular onde pessoas ingerem substâncias alimentares que com exercício reagem no organismo aumentando a musculatura demasiadamente, como por exemplo em hipertrofia muscular onde a citação abaixo menciona que:

    No treinamento do fisiculturista utiliza de uma variedade de exercícios e recursos que tem como objetivo o aumento da massa muscular. Esse aumento ocorre por um processo chamado de adaptação que é simplesmente a resposta à um estimulo (VERHOSHANSKI; 2000; p.36)

    Nota-se nestas palavras que se utilizou uma pequena carga para fortalecimentos dessas pessoas obteremos o resultado esperado que é a prevenção.

    O tempo altera o desempenho físico, mas a prática regular de atividades físicas restringe tal alteração e, mesmo que não assegure o prolongamento do tempo de vida, garante o aumento do tempo de juventude, oferecendo proteção à saúde nas fases subseqüentes da vida, contribuindo para a recuperação de determinadas funções orgânicas, levando conseqüentemente a uma organização fisiológica, sendo um dos melhores remédios para combater as doenças hipocinéticas, geradas pela inatividade da vida moderna. Tendo em vista os estudos no assunto, citações sobre a prevenção, presentes neste trabalho podem-se sugerir que os profissionais desenvolvam atividades nesta área e promulguem a prática de atividade física, pois, estarão promulgando o despertar para a vida.


III. Metodologia

3.1. Caracterização da pesquisa

    A pesquisa se caracterizou por um diagnóstico com pessoas que fazem parte do grupo AMAIS de Terceira Idade do Município de Ouro Verde do Oeste, e demais pessoas que não fazem parte de grupo algum, assim, houve possibilidade de efetivar um comparativo de flexibilidade entre os envolvidos. Também foram verificadas as questões que se referem à flexibilidade correlacionando com o aumento da idade em ambos os sexos.


3.2. Amostra

    Foram envolvidos 20 idosos com idade entre 50 e 83 anos, onde 12 pessoas eram do sexo feminino e oito do sexo masculino. Para a realização do estudo foram convidados 10 idosos que não tinham como hábito á prática de atividade física e 10 idosos que fazem parte do grupo AMAIS de terceira idade do município, grupo este que pratica atividades físicas regularmente.


3.3. Procedimento

    Aplicou-se o teste de sentar e alcançar "SIT- AND - REACH - TEST" de flexibilidade. Já usado por Gorla (1997): "Educação Física Especial" - testes. Onde as seqüências das referências são os seguintes:

    O método utilizado está de acordo com a teoria descrita por FREITAS JR. & BARBANTI (1993, p. 43), que afirma à padronização de (Aahper, 1976), envolvendo as pessoas de maneira que são avaliadas: sentadas no chão, com os pés encostados em baixo da caixa, pernas estendidas, as mãos permaneciam sobrepostas e deslizavam sobre a caixa, o máximo de distância que era conseguido por pessoa avaliada em quatro tentativas, sendo anotada a última onde era obrigado a permanecer pelo menos um segundo. O registro foi efetivado por centímetros.


Fonte: GORLA. José Irineu. Educação Física Especial. 1997.p.57


3.4. Estatística

    Os percentuais estatísticos foram realizados através de gráficos com comparações entre os dados coletados de ambos os sexos, dos idosos que participaram do teste sentar e alcançar.


3.5. Material e equipamentos

    Foi utilizado o banco de "Well", para realizar o teste "sentar e alcançar" "SIT- AND - REACH - TEST" de flexibilidade. Uma caixa de madeira especialmente construída apresentando dimensões de 30,5 x 30,5 centímetros, tendo a parte superior plana com 56,5 centímetros de comprimento, na qual é fixada de medida sendo que o valor 23 coincide com a linha onde o avaliado deverá acomodar seus pés.


IV. Discussão dos resultados

    A prática foi desenvolvida no município de Ouro Verde do Oeste, sendo que as pessoas que foram avaliadas convivem no meio rural, e as atividades praticadas por eles em seu cotidiano não havia objetivos de manutenção da flexibilidade, bem como, para a prevenção de atrofia muscular, no entanto, à maioria deles demonstraram-se em nível excelente, conforme será demonstrado mediante os gráficos abaixo.

Gráfico 01. Teste sentar e alcançar para ambos os sexos

    As estatísticas apresentadas acima se referem a praticantes e não praticantes de atividades sistematizadas, com um índice de 55% das pessoas avaliadas, as quais estão em nível excelente de flexibilidade, pois 5% em nível bom, 20% em nível médio, 10% em nível regular e 10% em nível fraco.

    Após a realização das análises dos dados coletados é possível relatar que do total dos sujeitos avaliados, 55% apresentaram nível excelente de flexibilidade, e 45% estão distribuídos em outros níveis, isto nos leva a deduzir que: estas pessoas estão com encurtamento muscular, fato este devido a não se exercitar constantemente na atividade física de alongamento.

    Conseqüentemente, com o decorrer da vida as atividades do cotidiano contribuem para a manutenção do organismo, mesmo que não sejam sistematizadas. Assim, é possível mencionar o quanto à atividade física é importante para a sobrevivência humana. Entretanto, foi possível realizar um comparativo da prática efetivada com a teoria divulgada por WEINECK (2000), que se refere à mobilidade da coluna, na terceira idade os indivíduos apresentaram evidências que está limitada devido à diminuição da elasticidade dos ligamentos, e também ocorre uma atrofia nos aparelhos locomotores ativos e passivos.

    Veja que mesmo com a afirmação acima o presente estudo mostra um resultado com mais de 50% em nível excelente.

    Além disso, a teoria de WEINECK (2000), esclarece que um treinamento causa adaptações energéticas metabólicas que em contraposição as seqüências de movimento aprendido, são logo anuladas novamente, através de falta de movimento.

    Assim, pode-se concluir a que a metade ou mais dos avaliados levam uma vida com muito movimento ou o necessário para manter a flexibilidade observada. Tudo isso sem levam em conta fatores que contribui para o não rendimento satisfatório do teste, tais como: obesidade, artrite, artrose, problemas na coluna e outros.

     No intuito de tornar mais claro que o envelhecimento traz degenerações para o organismo humano é necessário analisar a flexibilidade de ambos os sexos separadamente, fazendo um comparativo entre eles correlacionando com o aumento da idade. No entanto é preciso mencionar que alguns fatores diferenciam o homem da mulher, como por exemplo: percentual de gordura corporal, peso, estatura, quantidade de massa muscular e as atividades do cotidiano (WEINECK, 2000). A seguir pode-se observar o quanto às diferenças acima citadas, interferem no resultado do teste.

Tabela 01. Relação da flexibilidade com a idade

Gráfico 2. Relação da flexibilidade com a idade

    O demonstrativo envolvendo a flexibilidade e à idade indica que ambas se distanciam, sendo que com o passar dos anos a idade aumenta e a flexibilidade diminui.

Tabela 02. Relação da flexibilidade com a idade

Gráfico 3. Relação da flexibilidade com a idade

    As estatísticas relacionadas à flexibilidade e a idade feminina, também se distanciam conforme o demonstrativo do sexo masculino, porem o demonstrativo feminino apresenta algumas variações, sendo que nem sempre que a idade aumenta a flexibilidade diminui o seu percentual, podendo ser explicado pelas diferenças já mencionadas neste estudo. O resultado deste comparativo comprova que o envelhecimento é um processo biológico que leva inevitavelmente a limitação da capacidade de adaptação, conforme menciona WEINECK (2000).

    Nos demonstrativos a seguir serão comparados os dados entre idosos que praticam e não que praticam atividades físicas sistematizadas.

Tabela 3. Grupo de idosos que praticam atividade física regular

Gráfico 4. Grupo de idosos que praticam atividade física regular

    Os resultados apresentados no gráfico acima envolvendo idosos que praticam atividades sistematizadas, indicam que 70% encontram-se em nível excelente e 10% em nível bom e médio, porém, 0% está em nível regular e fraco 10%.

Tabela 4. Grupo de idosos que não praticam atividade física regular

Gráfico 05. Grupo de idosos que não praticam atividade física regular

    Os percentuais do gráfico referente os idosos que não praticam atividades físicas apresenta que 30% estão em nível excelente; 0% em nível bom; 40% em nível médio; 20% em nível regular e 10% em nível fraco.

    De um modo geral os gráficos evidenciam que os melhores índices de flexibilidade estão no grupo que praticam atividades físicas regulares. Enquanto um gráfico apresenta 70% dos avaliados em índice excelente, o outro apresenta 30%, a diferença entre os dois é explicável através do índice médio que está com 40% no gráfico dos não praticantes, pode-se fazer referência a que essas pessoas possuem encurtamento muscular e o que falta para melhorar este índice é a manutenção da flexibilidade através de atividades físicas.


V. Conclusão

    Após a realização do teste "sentar e alcançar", efetivado na comunidade de Ouro Verde do Oeste com idosos do grupo AMAIS e, idosos que não fazem parte de grupo algum, concluiu-se que da amostra analisada 45% das pessoas avaliadas possuem um encurtamento muscular generalizado em níveis diferentes, e quando analisado entre homem e mulheres em relação à idade sem distinção de grupo, percebeu-se que os resultados concretizaram que o envelhecimento traz degenerações para o organismo humano, conseqüentemente, na medida em que a idade aumenta a flexibilidade diminui.

    Apesar disso, os resultados que dizem respeito à flexibilidade do praticante e não praticante de atividades físicas regularmente, confirma que ocorreu significante diferença entre as medidas, e também comprovam que a falta de atividade física provoca encurtamento muscular.

    Portanto, é possível afirmar que as atividades físicas contribuem na melhoria da flexibilidade das pessoas, principalmente dos idosos, deixando claro que o exercício físico aumenta as perspectivas de vida, diminuindo os efeitos degenerativos do envelhecimento.


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