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Cultura corporal, industria cultural e
inclusão da diversidade humana

   
Mestre em pedagogia do movimento FEF/UNICAMP
Especialista em Educação Física para portadores de deficiência UFU/MG
Integrante do grupo de estudos Corpo, Infância e Escola. FEF/UFG
 
 
Profa. Cristina Borges de Oliveira
cristinborges@bol.com.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    Este texto é resultante da palestra ministrada com o tema "Cultura Corporal e suas diferentes formas de manifestações" no VII Encontro Regional de Estudantes de Educação Física, regional V da Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física- EXNEEF. Realizado na Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás ESEFEGO/UEG, em Goiânia/GO, Brasil, em maio/2003. O texto tem como eixo de discussão alguns elementos referentes ao papel da industria cultural e seus desdobramentos na área Educação Física o que vem interferir diretamente na teoria e prática do educador dentro do seu campo de atuação. Discorremos sobre a Cultura corporal e suas diferentes formas de manifestações destacando a temática inclusão da diversidade humana o que contempla a pessoa deficiente enquanto uma preocupação da Educação Física.
    Unitermos: Cultura Corporal. Industria Cultural e Inclusão
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 68 - Enero de 2004

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    Afirmativo é que aliados a uma poderosa Industria Cultural, as ginásticas, as danças os jogos, os esportes e as lutas enquanto temas da cultura corporal acumulados pela humanidade, também, apresentam elementos populares e dessa maneira, se prestam a releituras, manipulações e adaptações regionais, locais, culturais econômicas, que atendam a todos os grupos, inclusive os marginalizados. Portanto, esses temas da cultura corporal se colocam como conteúdos da área acadêmica Educação Física devendo ser sistematizados, apreendidos e, democratizado para o maior número de pessoas sem distinção de raça, orientação sexual, diferença biológica, classe social e credo.

    As diferentes formas de manifestação da cultura corporal devem ser tratadas na escola como conteúdo válido, metodologicamente distribuído e avaliado, a partir da perspectiva que contempla uma pedagogia crítica construindo, assim, a possibilidade de um conhecimento contextualizado e transformador (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

    Vale a pena destacar que as diferentes mídias se apresentam como importantes veículos de difusão das variadas formas de manifestação da cultura corporal o que não pode ser totalmente desprezado em termos de conhecimento. No entanto, devemos refletir que a industria cultural e a mídia falada, escrita e televisada, servem a interesses que não contemplam a perspectiva da transformação social em que estamos empenhados.

    Então é fundamental que os cursos de formação de professores, instituições de ensino, entre outros, venham associar esforços para que se avance sobre o processo de conhecimento da realidade social sob uma ótica crítica e totalizante. Para tal faz-se urgente lançar sobre as multifacetas da cultura corporal e seus variados temas e modernizações, outros olhares perspectivando estabelecer inter-relações com o desenvolvimento da sociedade capitalista historicamente construída, ou seja, pensar no contexto amplo onde as relações sociais, econômicas e culturais ocorrem.

    Contextualizar os temas da cultura corporal enquanto conteúdo válido e necessário para a formação do indivíduo nos obriga, também, destacar a sua atualidade expressa nas inúmeras variações que atendem objetivos diversos, diferentes pessoas em distintos ambientes considerando a inegável quantidade de praticantes. Por sua vez, devem ser tratados na escola como conteúdos e não puramente enquanto atividades requerendo uma metodologia motivadora e criativa ao contrário do modelo punitivo como tradicionalmente é desenvolvido quando surgem apenas como reflexo da esportivização excessiva da Educação Física.

    De acordo com Oliveira (1999), desmistificar a utilização de tais temas da cultura corporal, e suas variações mais modernas, adaptando o conhecimento à realidade local, social, econômica, individual, aponta para uma possibilidade contra hegemônica em torno da temática. Evidenciando o sentido de objetivar a conquista de um trabalho educativo de qualidade social que inclua a diversidade humana e suas diferenças. Importante entender porque as modernas variações de distintos temas da cultura corporal podem ou devem ser praticados somente em espaços requintados, seletivos, envoltos em uma áurea de sofisticação que torna tal prática um privilegio de poucos e, mesmo assim, os conteúdos ainda são tratados de forma não crítica e descontextualizada da realidade, praticados por corpos aparentemente saudáveis, eficientes e normais onde se exclui a diferença e as necessidades especiais.


Referencias bibliograficas

  • OLIVEIRA, Cristina Borges. Semana de Ginástica: um olhar superador. In Revista Pensar a Prática 2, n. 1e 2, FEF/UFG Goiânia, jun/jun 1998/1999. pp 179-186

  • __________. Aproximações exploratórias sobre educação, educação física e sociedade: adversidades de um currículo. In Revista Pensar a Prática vol.4, FEF/UGF, jul/jun. 2000/2001. pp 99/114

  • _________. Políticas Educacionais Inclusiva para criança deficiente: Concepções e veiculações no Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte. 1978/1999. FEF/UNICAMP, 2003 (Dissertação de Mestrado)

  • SOARES, Carmen Lúcia, et al. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Ed Cortez, 1992.

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