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Valores da pressão arterial e da frequência
cardíaca, após 18 meses de atividade física

   
* Faculdades Integradas Toledo de Araçatuba
Educação Física - Araçatuba - SP
** Cetro Universitário Moura Lacerda
Curso de Educação Física - Ribeirão Preto -
(Brasil)
 
 
Alessandro Teruo Takatsuji, Laurenice Bonifácio da Silva
Waldirene de Souza Nunes, Cristiane Christófalo
Aixi Husni Choucair, Thais Cândida de Almeida
Andréa Maria Véra, Evandra Cristina Leite Santana*
Orientador: Prof. Ms. Sérgio Tumelero**

tumelero.prof@toledo.br
 

 

 

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 66 - Noviembre de 2003

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Introdução

    A simples prática da atividade física reduz o risco de doença arterial coronária, provocada pela melhora da capacidade cardiorrespiratória e também por diminuir os fatores de risco para a incidência de doença arterial coronária (hipertensão arterial), dos níveis plasmáticos alterados de glicose e insulina (diabetes), obesidade e anormalidade no perfil lipoproteico (FALUDI, 1996).

    Exercícios regulares são recomendados, atualmente, na prevenção e no tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial. A prática regular de exercícios moderados ajuda a manter a pressão arterial sob controle, reduz os níveis de açúcar no sangue, melhora a circulação sangüínea, controla o peso e melhora o bem-estar geral. Os exercícios realizados deverão ser do tipo aeróbio, que venham utilizar grande quantidade de oxigênio, que coloquem em ação grandes grupos musculares e que sejam realizados periodicamente, numa freqüência de pelo menos 3 vezes semanais, com duração de 15 a 60 minutos por sessão, devem ser realizados de forma cíclica, com intensidade moderada. São exemplos de exercícios aeróbios: a corrida, a dança, a caminhada, a natação, o andar de bicicleta. Exercícios de respiração lenta e profunda, técnicas de relaxamento e de alongamento muscular ajudam a relaxar e são capazes de baixar a pressão não muito alta (GALLO Jr. 1997).

    Melhor condição física, em pessoas que não apresentem riscos cardiovasculares, tem grande associação com menor risco de mortalidade, já que, na maioria dos estudos realizados, o exercício físico diminui a pressão arterial de hipertensos, em média de 10 mm Hg, tanto na pressão sistólica quanto na diastólica. Estes valores foram analisados depois de os indivíduos serem submetidos a treinamento do tipo aeróbio e em repouso. Durante a realização do exercício, principalmente em níveis submáximos, também foi observada queda nos valores de pressão arterial (BROWN, 1994), (GALLO Jr. 1997).

    Os benefícios da prática de exercício físico podem ser associados com a redução da ansiedade, da tensão muscular, no controle da pressão alta, no controle de peso e, principalmente, na redução do risco de complicações cardiovasculares. Ao enfrentar situação de estresse psicológico, a pessoa que faz exercícios regularmente responde com menor aumento da pressão e da freqüência cardíaca do que quem não faz (SIMÕES, 1996).

    Uma boa sugestão é que se inicie a atividade física gradualmente, principalmente em indivíduos na faixa etária acima de 40 anos ou se estiver inativo por um período de tempo prolongado.

    O programa de atividade física deve ser associado com uma dieta adequada e, nos casos onde a hipertensão não é muito intensa, deve-se sempre ser tentado por aproximadamente 6 meses antes de se entrar com medicação anti-hipertensiva.

    Devemos sempre levar em consideração que não há idade apropriada para iniciar um programa de atividade física. Nunca é tarde para se aproveitar dos benefícios do exercício. Porém, é necessário lembrar que um programa de atividade física deve ser indicado por pessoa especializada, sendo que somente este profissional é capaz de adequar exercícios físicos às necessidades individuais.


Objetivos

    Durante um período de 18 meses, estudar as variáveis de pressão arterial e freqüência cardíaca em homens e mulheres com diferentes faixas etárias.

    Verificar a eficácia de programas de treinamento com exercícios aeróbios sobre os valores de pressão arterial e freqüência cardíaca. Incentivar a prática do exercício físico para pessoas de todas as faixas etárias.

    Desenvolver um programa de rotina e acompanhamento de exercícios físicos que possa ser aplicado para melhorias nos níveis de pressão arterial e de freqüência cardíaca.


Metodologia

    100 voluntários de ambos os sexos, divididos em grupos por faixa etária (30 a 70 anos), foram submetidos a caminhada de 3 a 5x por semana. Semanalmente eram aferidos os valores de PA e da FC, no mesmo horário e após uma caminhada de 1500m, realizada na Pista de Atletismo do Estádio Adhemar de Barros.

    Estes valores eram anotados em fichas individuais para posteriores avaliações.


Resultados

    Aos 6 meses de treinamento, após avaliação, constatamos diferenças estatisticamente significantes (*=p<0.05) em todos os grupos, quando comparados ao início do programa.

    Em outra ocasião, aos 18 meses de treinamento, verificamos que os valores de PA e FC eram, ainda menores, comparados aos valores de 6 meses de treinamento, porém, estas diferenças não foram estatisticamente significantes em todos os casos, conforme mostram os gráficos.







Conclusões

    A realização do exercício físico de longa duração contribuiu para a diminuição dos valores da FC e da PA nos indivíduos dos diferentes grupos, contribuiu, também, para uma melhora na auto estima destes voluntários.

    Quanto maior o período de exercício, maiores são os benefícios conseguidos com a prática deste exercício, pois além da diminuição dos valores de PA e FC, os voluntários relataram que melhorou a disposição e o ânimo, diminuindo a depressão.

    A grande maioria dos indivíduos hipertensos tem muitos benefícios quando da prática regular de atividade física do tipo aeróbio, desde que estas atividades envolvam grandes grupos musculares. Tais benefícios decorrem da redução direta dos valores pressóricos, bem como do impacto positivo dessa prática sobre outros fatores de risco cardiovasculares. Os exercícios do tipo isométrico (força) não devem ser realizados, devido aos picos pressóricos que acarretam, bem como a possibilidade de causarem complicações sobre o sistema cardiovascular.

    Para obter os benefícios decorrentes da prática de exercícios físicos, a freqüência mínima de treinamento deverá ser de três sessões semanais, com duração entre quinze e sessenta minutos e que tenham intensidade moderada (caminhada, corrida, ciclismo, natação).

    A associação da prática regular do exercício físico, dieta balanceada e a melhoria na qualidade de vida, certamente são a melhor receita na prevenção de doenças cardiovasculares.


Bibliografia

  • BROWN. M.A. Measuring blood pressure in pregnant women: a comparasion of direct and indirect methods. Am. J. Obstet. Gynecol., v. 171, nº3, 1994.

  • FALUDI, A. A., MASTROCOLLA, L.E., BERTOLAMI, M.C. Atuação do exercício físico sobre os fatores de risco para doenças cardiovasculares. . Ver. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo. V.6, nº 1, jan/fev 1996.

  • GALLO JR, L., CASTRO R.B.P., MACIEL, B.C. Exercício físico e hipertensão. Em "Hipertensão Arterial". Editores: Amodeo, C., Lima, E.G., Vazquez, E.C. Publicação oficial do departamento de Hipertensão oficial do departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Editora Saraiva - SP: SARVIER, p. 175-186, 1997.

  • SIMÕES, M.V. & SCHMIDT, A. Arterial hypertension as a risk factor for cardiovascular diseases. Medicina, Ribeirão Preto, nº.29, 1996.

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