Análise do processo ofensivo no voleibol de praia de elite em função da qualidade da recepção, do passe e do ataque |
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Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física Universidade do Porto (Portugal) |
Daniel Lacerda Isabel Mesquita imesquita@fcdef.up.pt |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 65 - Octubre de 2003 |
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1. IntroduçãoActualmente, a observação e análise do jogo apresenta-se como um factor altamente condicionante da prestação dos jogadores e das equipas. Através da análise dos comportamentos técnico-tácticos dos jogadores e das equipas em competição é possível aprofundar a concepção de jogo, regular o treino, promover o nível dos praticantes e do jogo, bem como melhorar a preparação das competições (Oliveira, 1993).
Neste contexto, Garganta (1997) refere que, actualmente, assume particular importância, para os treinadores e investigadores, as análises que enfatizam o comportamento das equipas e dos jogadores, tendentes a encontrar as regularidades e as variações das acções de jogo.
No caso do Voleibol de Praia (VP) a investigação realizada, até ao momento actual, é escassa, ao que não é indiferente o seu percurso histórico. De facto, de desporto de lazer a desporto de rendimento, o VP tem vindo a aumentar nos últimos anos a sua popularidade e consequentemente, o seu desenvolvimento. Todavia, a reduzida literatura dedicada a esta modalidade não tem permitido dar-lhe o enquadramento teórico por si reivindicado, para poder evoluir nomeadamente ao nível do aprofundamento do conhecimento e enquadramento teórico. A bibliografia existente assume um cariz de orientação técnica, na maioria dos casos, fruto da reflexão e análise de vivências de jogadores de elite. O impacto e notoriedade alcançada pelo VP tem vindo a despertar o interesse dos investigadores e especialistas a elevarem-no a objecto de estudo, pese embora o facto do suporte teórico ser insuficiente e o caminho a percorrer ser longo e moroso.
2. ObjectivosCom o presente estudo pretendemos caracterizar o processo ofensivo das equipas de VP, do mais elevado nível de rendimento mundial, em função da qualidade da recepção do serviço, do passe e do ataque, bem como da sua associação com o efeito do ataque.
Com base no objectivo geral constituem objectivos específicos: (1) Descrever e caracterizar os diferentes tipos de sequências ofensivas (efeito do ataque); (2) identificar a qualidade das acções de jogo, nomeadamente, da recepção do serviço, do passe e do ataque; (3) analisar a associação entre o efeito do ataque e a qualidade da recepção do serviço; (4) analisar a associação entre o efeito do ataque e a qualidade do passe; (5) analisar a associação entre o efeito do ataque e o tipo de ataque; (6) analisar a associação entre o efeito do ataque e a exploração do bloco adversário.
3. Metodologia3.1. Amostra
A amostra do presente estudo foi retirada de 10 jogos que colocaram em confronto as 24 melhores duplas Mundiais, segundo o Ranking da F.I.V.B. de 23 de Julho de 2001. Dos jogos observados foram seleccionadas 824 sequências ofensivas. No momento da recolha de dados, as equipas em questão encontravam-se a disputar uma Etapa do Circuito Mundial de Voleibol de Praia a decorrer em Espinho, Portugal, de 27 a 29 de Julho de 2001.
3.2. Variáveis de análise
Constituem variáveis do presente estudo:
a) Sequências de jogo ofensivas - conjunto de 3 acções que tem inicio num 1º toque (pela recepção do serviço adversário), dá seguimento a um 2º toque (realizado pelo jogador que realiza o passe) e termina num 3º toque (ataque). As acções de um toque e as sequências de dois toques foram excluídas.
a.1. Positivas - sequências que resultam em ganho de ponto
a.2. Neutras - sequências que permitem o ataque da equipa adversária
a.3. Negativas - sequências que resultam na perda de pontob) Avaliação das acções de jogo
b.1. Avaliação da Recepção do Serviço
A avaliação da qualidade da recepção teve como critério as condições de realização da acção subsequente (o passe) ao nível do espaço (zona onde é realizado o passe).
Quadro 1- Avaliação da qualidade da recepção do serviço (adaptado de Mesquita, 1998)
Figura 1 - Zonas ideais de passe
A elaboração desta proposta de modelo teve por base o campograma apresentado por Homberg & Papageorgiou (1994), complementada pela opinião de peritos. Desta forma, o modelo topográfico para o passe, é composto por seis zonas sendo estas as situadas no plano próximo e médio em relação à rede (Figura 1). Cada zona apontada (ZA, ZB, ZC, ZD, ZE, ZF) formam um quadrado de 2,6 metros.
b.2. Avaliação do Passe
A avaliação do passe teve como critério as condições de realização da acção subsequente (o ataque) ao nível do espaço (zona onde é realizado o ataque).
Quadro 2- Avaliação da qualidade do passe (adaptado de Mesquita, 1998)
A elaboração desta proposta de modelo teve por base o campograma apresentado por Homberg & Papageorgiou (1994), completado pela opinião dos peritos. Para o efeito, elaboramos um modelo topográfico de referência com três zonas de ataque (ZD; ZC; ZB), todas elas com as mesmas dimensões (Figura 2). As zonas indicadas possuem dimensões idênticas, formando um quadrado de 2,6 metros.
b.3. Avaliação do Ataque
a) Caracterização dos diferentes tipos de ataque
No VP podemos diferenciar dois grandes tipos de ataque, o forte (AF) e o ataque colocado (AC). No ataque colocado foram consideradas as seguintes variantes (Verdejo et al., 1994):
o ataque cortado (ACT) é caracterizado pela parte final do gesto ser um movimento de finta de pulso, sendo a bola contactada lateralmente. A trajectória da bola normalmente é diagonal e curta, adquirindo ângulos fechados;
o ataque escondido ou arco-íris (AE) é caracterizado pelo "timming" de contacto com a bola. O atacante atrasa o momento de contacto com a bola enganando assim o blocador. A trajectória da bola é caracterizada pela parábola que efectua, cruzando o campo e dirigindo-se para um dos vértices do campo. Este ataque pode-se executar na diagonal ou na paralela;
o ataque de gancho (AG) é realizado quando a bola se encontra numa posição posterior ao corpo do atacante;
o ataque de pulso (AP) é caracterizado pelo impulso dado à bola, a partir do movimento de pulso. A trajectória da bola é uma parábola mas de curta distância, não tão longa como o arco-íris;
o ataque poki (APK), no qual o contacto com a bola é realizado através da articulação dos dedos (FIBV, 1997).
b) Exploração do bloco pelo ataque
Esta variável foi analisada com base na relação estabelecida entre o ataque e o bloco, ao nível da existência ao não de contacto da bola com o bloco em consequência do ataque (Guerra, 2000):
Toque da bola no bloco: (1) o toque do bloco dá continuidade à jogada; (2) o toque de bloco dá ponto ao adversário; (3) Block-out, o toque do bloco que ressalta contactando o solo e que, imediatamente, dá ponto ao atacante.
Sem toque da bola no bloco: Situação na qual o atacante consegue rematar, sem que haja toque no bloco, isto é, ataque em que a bola é enviada directamente para o campo adversário, para fora ou para a rede.
3.3. Metodologia de observação
Todas as sequências ofensivas estudadas foram digitalizadas, directamente de um vídeo para um computador, de forma a possibilitar uma observação mais detalhada e mais rigorosa; tal permitiu o controlo e a visualização de cada frame, ao milésimo de segundo. O programa utilizado para visualizar as sequências no computador foi o MainActor v3.6 video editor.
Cada sequência foi observada três vezes de forma a registar todos os dados propostos para este estudo, com os seguintes momentos de observação: (1) avaliação da recepção; (2) avaliação do passe;(3) tipo de ataque; (4) exploração do bloco adversário; (5) efeito no ataque (tipo de sequência).
3.4. Procedimentos estatísticos
Recorremos à estatística descritiva habitual para obter as frequências e respectivas percentagens. Para testar a associação entre os diferentes parâmetros de análise utilizamos o qui-quadrado (c²) em tabelas de contingência e o V de Cramer; o nível de significância foi mantido em 5%.
3.5. Fiabilidade da Observação
De forma a verificar a consistência das observações, realizamos duas observações intra-observador do mesmo jogo, com um espaço de intervalo de 20 dias. Perante os dados recolhidos, verificamos a percentagem de acordos e desacordos registados, segundo a fórmula utilizada por Bellack et al. (1966) (apud, Van Der Mars, 1989). Os resultados obtidos mostram percentagens de acordos dentro dos limites estipulados pela literatura da especialidade, isto é, iguais ou superiores a 80%. O valor mínimo foi de 90% e o valor máximo de 100%, respectivamente, para as variáveis tipo de ataque e avaliação do efeito do ataque.
4. Apresentação e discussão dos resultados
4.1. Análise das sequências ofensivas em função do efeito do ataque
Dos resultados apresentados no quadro 3 podemos constatar que 59,1% das sequências ofensivas resultam em ganho de ponto; 26,1% permitem a continuidade do jogo (sequências neutras) por parte da equipa adversária; e 14,8% resultam em perda imediata de ponto (sequências negativas).
Quadro 3 - Frequências de ocorrência e respectivas e percentagens das sequências ofensivas: positivas; neutras; negativas.
Estes valores vão de encontro aos resultados apresentados por Homberg & Papageorgiou (1994), num estudo realizado no Campeonato Nacional Alemão de VP, onde os autores constataram que 56% dos ataques realizados culminam em sucesso, 29% correspondem a ataques com efeito neutro e 15% correspondem a ataques com efeito negativo.
A convergência entre os resultados encontrados em equipas de alto nível de VP são elucidativos da importância da eficácia do ataque neste nível de jogo.
4.2. Análise da associação entre o efeito do ataque e a qualidade da recepção do serviço
O quadro 4 apresenta os valores da frequência de ocorrência e respectivas percentagens da avaliação da qualidade da recepção e associação com o efeito do ataque (sequências ofensivas).
Quadro 4- Tabela de contingência das sequências ofensivas (positivas, negativas e neutras)
em função da avaliação da recepção (Fraca: valoração 1 e Boa: valoração 2).
Da leitura do quadro 4 podemos referir que as recepções de boa qualidade são as mais frequentes (693, o que corresponde a 84,1%) em relação às de fraca qualidade (131, o que corresponde a 15,9%), sendo esta constatação extensiva a todos os tipos de sequências. Num estudo realizado no VI de alto nível (Sousa, 2000), os valores da recepção de melhor qualidade foram de 68,9%; por sua vez, Santos (2000) num estudo realizado em escalões de formação no VI, refere que a recepção de melhor qualidade registou o valor de 39,1%. Sem deixar de ter em conta as diferenças de contexto entre o VP e o VI, no VP a qualidade da recepção mostrou ser superior no presente estudo, o que pode encontrar justificação no facto do serviço no VP não ser tão agressivo e ser mais dirigido para o adversário que se pretende atacar, assumindo, predominantemente, um cunho táctico (Verdejo et al. 1994).
Em termos estatísticos podemos referir que pelos valores obtidos (c²= 3,338, p=0,188, V de Cramer=0,064) existe uma relação de independência entre a qualidade da recepção e o efeito do ataque, em virtude dos resíduos ajustados serem superiores a -2 e inferiores a 2. Estes resultados mostram que no VP de elite a recepção do serviço não se associa significativamente ao efeito do ataque sendo este, talvez, mais determinado pela qualidade do passe e pela capacidade táctico-técnica do atacante. Todavia, no Voleibol Indoor (VI) Santos (2000) num estudo aplicado nos escalões de formação encontrou associação entre o efeito do ataque e a qualidade da recepção, onde se salientou a associação entre as recepções de fraca qualidade e o efeito de continuidade no ataque. De facto, diferentes autores (Pelletier, 1986; Selinger, 1986; Fraser, 1988; Eom & Schutz, 1992; Cunha, 1996) em referência ao VI advogam que a qualidade da recepção, associa-se, inquestionavelmente, ao efeito do ataque, estando a organização ofensiva de uma equipa e particularmente a eficácia do ataque dependente da qualidade da recepção.
4.3. Análise da associação entre o efeito do ataque e a qualidade do passe
O quadro 5 apresenta os valores da frequência de ocorrência e respectivas percentagens da avaliação do passe e sua associação com o efeito do ataque.
Quadro 5- Tabela de contingência das sequências ofensivas (positivas, negativas e neutras)
em função da avaliação do passe (Fraca: valoração 1 e Boa: valoração 2).
A análise do quadro 5 mostra que os passes de boa qualidade (768, o que corresponde a 93,2%) superam de forma substantiva os de fraca qualidade (56, o que corresponde a 6,8%), sendo esta constatação extensiva a todos os tipos de sequências. Em termos estatísticos verifica-se a existência de uma associação significativa entre o efeito do ataque e a qualidade do passe (c²= 29,036, p=0,00, V de Cramer=0,188), tendo todas as células contribuído para esta associação. A célula que possui maior poder explicativo na associação encontrada é a que resulta de sequências positivas (efeito de ponto no ataque) a partir de passes de boa qualidade, ascendendo o valor da frequência de passes a 473 (97,1%) em oposição aos de fraca qualidade, 14 (2,9%). À semelhança do verificado no nosso estudo, também Santos (2000) no VI verificou a existência de uma associação significativa entre a qualidade do passe e o efeito do ataque, evidenciando-se todavia, nesse caso a associação de passes de boa qualidade com o efeito de continuidade no ataque.
No nosso estudo, a associação de passes de boa qualidade com o efeito de ponto é elucidativa da importância do passe no resultado do ataque, no VP. Na medida em que a zona para onde é dirigida a bola foi o critério utilizado na avaliação do passe, torna-se inequívoca a importância do ataque ser realizado em determinado espaço do campo. Se nos debruçarmos sobre a estrutura do VP denotamos que a construção de uma sequência ofensiva depende apenas de dois jogadores, que estão limitados por factores regulamentares e físicos; parece assim ser claro que o sucesso do ataque depende da zona para onde o passe é executado, na medida em que os reajustamentos são muito difíceis face às características físicas e ambientais em que o jogo decorre. Daí que quanto mais elevado for o nível técnico dos jogadores, mais condições lhes são criadas para colocarem em prática as estratégias decisionais (Mesquita, 1998), adaptando-as ao contexto e potenciando os sistemas de comunicação intra-equipa e da contra-comunicação com o adversário (Wells, 1996).
4.4. Análise do efeito do ataque em função do tipo de ataque
O quadro 6 apresenta os valores da frequência de ocorrência e respectivas percentagens do efeito do ataque e sua associação com o tipo de ataque.
Quadro 6 - Tabela de contingência das sequências ofensivas (positivas, negativas e neutras) em função do tipo de ataque (act-ataque cortado; ae-ataque escondido ou arco-íris; ag- ataque de gancho; ap- ataque de pulso; apk- ataque poki; af- ataque forte).
Da leitura do quadro 6 é evidente o ascendente do ataque forte (af) (492, o que corresponde a 59,7%) em relação às diferentes variantes do ataque colocado, destacando-se neste, a variante do ataque de pulso (170, o que corresponde a 20,6%). Também Santos (2000) verificou, no VI, que o tipo de ataque mais solicitado foi o remate potente (66,1%), seguido do remate colocado (24,8%) e por fim do amortie (9%). Estes resultados, corroboram o apontado pelos especialistas (Fröhner & Zimmermann, 1996) os quais advogam que o remate potente é o mais solicitado no Voleibol.
O estudo estatístico mostra que existe uma associação significativa entre o efeito do ataque e o tipo de ataque (X2= 49,769, p=0,00, V de Cramer=0,174). Várias foram as células que contribuíram significativamente para a associação encontrada. O efeito de ponto teve associado a todos os tipos de ataque excepto o ataque cortado e o ataque de gancho. De destacar, de forma significativa e pela positiva, o ascendente dos ataques fortes que culminaram em ponto. De facto, o maior número de sequências positivas registadas derivam de ataques fortes (64,7%) correspondendo a 315 ataques, seguido pelo ataque colocado na variante de pulso (78) com 16% de solicitação. A importância do ataque forte no VP, é reforçada pelo presente estudo, o que mais uma vez demonstra o elevado nível técnico-táctico dos jogadores da presente amostra. Todavia, o ataque colocado apresenta valores de ocorrência substancialmente elevados (332 ataques que corresponde a 40,3% da totalidade dos ataques colocados) comparativamente com o VI, onde as percentagens de solicitação no alto rendimento são claramente inferiores (8,7%) (Sousa, 2000).
4.5. Análise do efeito do ataque em função da exploração do bloco
O quadro 7 apresenta os valores da frequência de ocorrência e respectivas percentagens do efeito do ataque e sua associação com a exploração do bloco adversário
Quadro 7- Tabela de contingência das sequências ofensivas (positivas, negativas e neutras)
em função da exploração do bloco (Sem toque no bloco e Com toque no bloco).
A leitura do quadro 7 evidencia a supremacia dos ataques realizados sem toque no bloco (587, o que corresponde a 71,2%) em relação aos que foram sujeitos ao toque do bloco (237 o que corresponde a 28,8%), com ascendente no efeito de ponto (380, o que corresponde a 64,7%). Guerra (2000), num estudo aplicado no Campeonato do Mundo de Cadetes femininos de VI em 1999, registou a percentagem de 31,1% de ataques sem toque de bloco que culminaram em ponto, sendo estes valores substancialmente inferiores aos registados por nós. Esta divergência pode encontrar justificação no facto de no VP a situação ataque/bloco ser circunscrita ao 1x1, o que facilita ao atacante a acção de transpor as dificuldades colocadas pelo blocador.
O estudo estatístico mostra que existe uma associação significativa entre o efeito do ataque e a exploração do bloco adversário (X2=35,737, p=0,00, do V de Cramer=0,208). Contribuíram para esta associação todas as células relativas aos ataques com e sem toque no bloco que culminaram em efeito de ponto ou de perda de ponto.
De destacar, pela positiva, os ataques sem toque no bloco e que culminaram em ponto e pela negativa os ataques com toque no bloco e que culminaram em perda de ponto. Tal é demonstrativo do papel importante que o bloco possui no VP. O blocador deve "fechar" uma área do campo, aumentando desta forma a possibilidade da recuperação por parte da equipa que defende (Tanner, 1998). Por sua vez a capacidade do atacante transpor com efectividade o bloco, contribui decisivamente para a obtenção de ponto (Verdejo, et al., 1994).
5. Conclusões
Os resultados no presente estudo permitem-nos destacar as seguintes conclusões:
Predominam de forma substancial as sequências ofensivas positivas (59,1%) seguidas das sequências neutras (26,1%) e por fim das sequências negativas (14,8).
As recepções de boa qualidade prevalecem, de forma substantiva, sobre as de fraca qualidade, 84,1% e 15,9%, respectivamente.
Não existe associação significativa entre a qualidade da recepção do serviço e o efeito do ataque.
Os passes de boa qualidade prevalecem, de forma substantiva, sobre os de fraca qualidade, 93,2% e 6,8%, respectivamente.
Existe uma associação significativa entre a qualidade de passe e o tipo de ataque realizado, destacando-se os ataques de boa qualidade que culminaram em ponto no ataque.
O ataque forte é mais utilizado do que o ataque colocado (no conjunto das diferentes variantes), 59,7% e 40,3%, respectivamente.
Existe uma associação significativa entre o tipo de ataque e o efeito do mesmo, destacando-se os ataques fortes que culminaram em ponto.
Os ataques realizados sem toque no bloco predominam sobre os ataques com toque no bloco, 71,2 % e 28,8%, respectivamente.
Existe uma associação significativa entre o efeito de passe no ataque e a exploração do bloco adversário, onde se destacam os ataques sem toque no bloco que resultaram em ponto.
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digital · Año 9 · N° 65 | Buenos Aires, Octubre 2003 |