Efeitos de um programa de exercícios resistidos em indivíduos adultos portadores de deficiência mental |
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* Departamento de Educação Física da UFRN ** Centro Universitário de Brasília - DF *** Faculdade de Educação Física, UnB (Brasil) |
Romilson de Lima Nunes* José Robeto Pimenta de Godoy** Jônatas de França Barros*** jonatas@unb.br |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 64 - Septiembre de 2003 |
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1. Introdução
De acordo com WILMOR & COSTILL (2001), p.626, vem havendo um interesse crescente em torno do treinamento de força como parte de um programa de exercício global para a saúde e para o condicionamento físico. Os autores esclarecem que muitos benefícios relacionados à saúde podem ser obtidos com o treinamento de força.
PINTO (1999) informa que em 1995, o NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH FOR DISEASES CONTROL AND PREVENTION e o AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE, promoveram discussão sobre atividade física, e consideraram as variáveis força e flexibilidade de fundamental importância para a qualidade de vida.
Entretanto, com relação aos portadores de deficiências mentais estudos revelam que essa população tem baixos níveis de força. FERNHALL (1994) e RIMMER (1996) comentam que pessoas com deficiência mental têm um nível de força e resistência muscular muito baixo, dificultando a realização de suas tarefas da vida diária. O baixo nível de força muscular dessa população pode ser devido ao estilo de vida.
PITETTI (1993) afirma que faltam estímulos que qualquer criança recebe comumente nas escolas, família e sociedade, e os deficientes mentais não, e por essa razão, esses indivíduos se tornam pessoas inativas e sedentárias, passando a serem visto pela sociedade dessa forma.
Nas últimas duas décadas surgiu um novo paradigma de inclusão social e uma maior preocupação com a qualidade de vida dos portadores de deficiência mental. No entanto WERNECK, (1997), p.21 comenta que o movimento pela sociedade inclusiva, tem uma abrangência internacional. Tem regras bem definidas que foram explicitadas pela primeira vez em 1990, pela resolução 45/91, da Assembléia Geral das Nações Unidas. Esta resolução defendia uma sociedade para todos.
Para WERNECK, (1997), p.21 a sociedade para todos, consciente da diversidade da raça humana, estaria estruturada para atender às necessidades de cada cidadão, das maiorias às minorias, dos privilegiados aos marginalizados, dessa forma, crianças, jovens e adultos com deficiência seriam naturalmente incorporados à sociedade inclusiva, definida pelo principio: "todas as pessoas tem o mesmo valor". E assim trabalhariam juntos, com papéis diferenciados, dividindo iguais responsabilidades por mudanças desejadas para atingir o bem comum.
Dentro dessa perspectiva de inclusão, o trabalho é uma meta a ser atingida por essa população. FERNHALL (1994) comenta que a força pode ser importante para as pessoas com deficiência mental, pois existe uma forte relação entre a performance no trabalho, nível de independência e força muscular nessa população.
SILVA (1999) p.327, afirma que indivíduos com deficiência mental apresentam, em geral, baixos níveis de aptidão física e diminuição da freqüência cardíaca máxima entre 8 e 20% abaixo do esperado. Essa redução da capacidade cardiorespiratória leva também a uma redução da sua capacidade produtiva muito cedo. PITETTI & CAMPBELL (1991) comentam que tem sido registrado que indivíduos deficientes mentais jovens adultos que vivem em moradias comunitárias, demonstraram níveis de aptidão cardiovascular indicativo de um estilo de vida sedentário.
BEASLAY (1982), FERNHALL (1988); e PITETTI (1991) mostram que pessoas com deficiência mental possuem freqüência cardíaca máxima de 8 a 30% abaixo do esperado, limitando assim o trabalho cardíaco. Os autores concluem destes resultados, que a principal causa é o estilo de vida sedentário, combinado com alto percentual de gordura, que se torna mais um fator de desenvolvimento prematuro das doenças cardíacas nessa população.
ROSADAS (1986) p.9 considera que sem um programa de atividade física cientificamente elaborado, a criança, com deficiência ou não, estará totalmente sujeita aos problemas da civilização moderna regida pelo sedentarismo.
Por outro lado, estudos demonstram que pessoas com deficiência mental, quando comparadas com a população em geral, apresentam limites mais baixos para o inicio da terceira idade. FRONTERA et al. (2000) estudaram durante 12 anos o comportamento e alterações no músculo esquelético de homens idosos com idade média de 65,4 e observaram uma redução significativa na força dos participantes do estudo.
BARROS (1998) e PITETTI & FERNHALL (1999) enfatizam a necessidade de desenvolver instrumentos pedagógicos e científicos relacionados com a aptidão física e qualidade de vida dessa população.
Assim, o problema para o desenvolvimento desta pesquisa está caracterizado da seguinte maneira: Quais os efeitos de um programa de exercícios resistidos prescritos e orientados em indivíduos adultos portadores de deficiência mental nas variáveis metabólicas e somáticas?
1.1. Objetivo GeralO objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos de exercícios resistidos nas variáveis metabólicas e somáticas de homens adultos portadores de deficiência mental, matriculados na Instituição Sociedade Pestalozzi de Brasília - DF.
1.2. Objetivos Específicos
Verificar os efeitos de exercícios resistidos sobre parâmetros de VO2 de pico, em homens adultos portadores de deficiência mental.
Verificar os efeitos de exercícios resistidos sobre o percentual de gordura corporal em homens adultos portadores de deficiência mental.
Verificar os efeitos de exercícios resistidos sobre massa magra, em homens adultos portadores de deficiência mental.
1.3. Relevância do EstudoDe acordo com PATE et al. (1995), a inatividade física tem levado a doenças por falta de movimentação adequada dos músculos e ossos. Essa adequação aos movimentos se faz tão necessária quanto a realização dos mesmos, e mais necessária ainda quando se trata de populações especiais. SILVA (1999), p.327 comenta que pessoas com deficiência mental em geral apresentam baixos níveis de aptidão física, principalmente no aspecto cardiorespiratório. Ainda que até o momento não se sabe, se é conseqüência da própria deficiência, que limitaria o débito cardíaco por redução das respostas simpáticas ao exercício, ou se por pouca motivação para prática de exercícios intensos ou até o sedentarismo exacerbado observada nesta população.
Diante de tais afirmações e indagações, dois aspectos relacionados ao exercício físico são destacados: 1) motivação e 2) resposta ao exercício. Muitos estudos destacam a importância destes dois aspectos para a população em geral.
Nas populações especiais, e principalmente deficientes mentais, estes estudos são raros. A resposta a determinado exercício é muitas vezes uma incógnita para os profissionais de educação física que trabalham com esta clientela, principalmente pelo fato de que essas pessoas apresentam características próprias que devem ser consideradas quando da elaboração de um programa de exercício físico.
Finalizando, é fundamental dizer que tais estudos devem ser realizados com o intuito de esclarecer e elucidar dúvidas com relação a respostas metabólicas e somáticas de pessoas portadoras de deficiência mental ao exercício físico.
2. Revisão de literatura2.1. Deficiência Mental
De acordo com a AMERICAN ASSOCIATION OF MENTAL RETARDATION (1992), deficiência mental é definida como funcionamento intelectual geral significativamente inferior à média, que interfere nas atividades adaptativas e cognitivas. De acordo com essa entidade, o estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior a média, associa-se em dois ou mais aspectos do funcionamento adaptativo, tais como: comunicação, cuidado pessoal, competência doméstica, habilidades sociais, utilização de recursos comunitários, autonomia saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.
Essa nova conceituação empregada pela AAMR (1992) amplia os aspectos a serem avaliados quando do diagnóstico da deficiência mental, já que anteriormente, utilizava-se apenas o Quociente de Inteligência do indivíduo (QI), como referencial, classificando-o em leve, moderado, severo ou profundo, (LUCKASSON et al, 1992), p.55.
BALLONE (2001) diz que a classificação atual de deficiência mental, não mais aconselha que se considere o retardo leve, moderado, severo ou profundo, mais sim que seja especificado o grau de comprometimento funcional adaptativo, Além disso, estes critérios qualitativos (adaptativos) constituem descrições mais funcionais e relevantes que o sistema quantitativo de rótulos em uso até agora.
Para AAMR (1992), a deficiência mental é definida da seguinte forma:
Intermitente: apoio quando necessário. Caracteriza-se por sua forma episódica. Assim, a pessoa não precisa sempre de apoio ou requer apoio de curta duração durante momentos de transição em determinados ciclos da vida. Os apoios podem ser de alta ou baixa intensidade.
Limitado: apoios intensivos caracterizados por sua duração, por tempo limitado mas não intermitente. Podem requerer um numero menor de profissionais e um custo menor que outros níveis de apoio mais intensivo. (por exemplo, treinamento para o trabalho por tempo limitado ou apoio transitório entre a escola e a vida adulta).
Extenso: apoio caracterizado por sua regularidade em pelo menos uma das áreas e sem limitação temporal.
Generalizado: apoios caracterizados por sua constância e elevada intensidade, proporcionados em diferentes áreas e elevadas intensidade. Esses apoios generalizados exigem mais pessoal e intromissão que os apoios de tempo limitado.
Segundo critérios de classificação internacionais o inicio da deficiência mental deve ocorrer antes dos dezoito anos de idade, caracterizando assim um transtorno de desenvolvimento e não uma alteração cognitiva.
A classificação anterior publicada pela mesma AMERICAN ASSOCIATION OF MENTAL RETARDATION, em 1983, classificava os deficientes em função do coeficiente de inteligência (QI), da seguinte forma:
Deficiência Mental Leve Q.I. entre 50 e 70
Deficiência Mental Moderada Q.I. entre 35 e 55
Deficiência Mental Severa Q.I. entre 20 e 35
Deficiência Mental Profunda Q.I. menor que 20
A Organização Mundial de Saúde classifica os graus de deficiência da seguinte forma:
Profundo: São pessoas com incapacidade total de autonomia, os que têm um coeficiente intelectual inferior a 10, inclusive aqueles que vivem num nível vegetativo.
Agudo grave: Fundamentalmente necessitam que se trabalhe para se instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probabilidades de adquiri-los.
Moderados: São pessoas que podem assumir hábitos de autonomia e, inclusive, podem assumir certas atitudes elaboradas. Quando adultos, podem freqüentar lugares ocupacionais, mesmo que sempre estejam precisando de supervisão constante.
Leve: São perfeitamente educáveis. Podem chegar a realizar tarefas mais complexas com supervisão, sendo os casos mais favoráveis.
De acordo com o CEDIPOD (Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência), citando dados do IBGE do censo de 1991, no Brasil existem 658.917 deficientes mentais. Vale ressaltar que a entidade alerta para o fato de que, por metodologia, os dados foram colhidos em questionários que foram passados a cada dez domicílios visitados. Portanto, refletem uma amostragem da população do Brasil, e não a totalidade de pessoas portadoras de deficiência mental no país.
Segundo dados da OMS (1993), o Brasil tem 10% de sua população com algum tipo de deficiência, o que equivale a 14,6 milhões de deficientes, sendo que 5,8 milhões são deficientes mentais. Deste total 60% dos casos ocorrem por causas ambientais, e 40% por causas genético-hereditárias.
No Distrito Federal, segundo dados do IBGE citados pelo CEDIPOD, existem 5.827 deficientes mentais.
BALLOONE (2001) afirma que aproximadamente 87% dos acometidos tem limitações leves das capacidades cognitivas e adaptativas e a maioria pode levar vida independente integrando-se perfeitamente à sociedade. Os 13% restantes podem ter sérias limitações, mas em qualquer caso, com o devido apoio dos órgãos assistenciais, pode chegar a integrar-se perfeitamente à sociedade.
2.2. Importância do Trabalho de Força para Portadores de Deficiência MentalDenomina-se força à causa da modificação do estado de repouso ou de movimento de um corpo, ou de uma deformação.
De acordo com FLECK & KRAEMER (1999) p.20, força muscular é a quantidade de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão especifico de movimento, em uma determinada velocidade de movimento. Para que o músculo gere força, faz-se necessária uma serie de reações fisiológicas que FOSS & KETEYIAN, (2000), p.127 assim descrevem: a contração muscular acontece quando os filamentos de actina são projetados sobre os filamentos de miosina, produzindo assim tensão e encurtamento do músculo.
Tanto o encurtamento quanto a elaboração da tensão depende de (1) fracionamento do ATP para produção de energia; (2) ligação de C++ troponina para ativação dos filamentos de actina; e (3) acoplagem de miosina com actina (formação da actomiosina).
MONTEIRO (1998), p.78, descreve que a capacidade de o músculo gerar força depende de dois importantes processos que interagem, de modo a regular a produção da força. São eles, o código de freqüência e o recrutamento. Explica o autor que, quando realizamos um exercício, o sistema nervoso promove um aumento da freqüência de estímulos sobre as unidades motoras ativadas, aumentando, desta forma, a sua força de contração muscular e ativando outras unidades motoras até que não haja mais unidades disponíveis. A partir deste ponto o aumento da força será promovido exclusivamente pelo código de freqüência.
SANTARÉM (2000) por razões didáticas propõe que as sobrecargas funcionais que ocorrem no músculo esquelético em atividade sejam denominadas sobrecarga tensional e sobrecarga metabólica. Sobrecarga tensional refere-se ao aumento de tensão no músculo em atividade, que é diretamente proporcional à resistência oposta ao movimento e ao grau de ativação dos mecanismos contráteis. Sobrecarga metabólica, no caso do tipo energético, designa o aumento de atividade dos processos de produção de energia. Ambas as sobrecargas contribuem para o aumento de volume dos músculos esqueléticos, por diferentes mecanismos.
Explica o autor que, a adaptação do organismo estimulada pela sobrecarga tensional, é a síntese de proteína contrátil miofibrilar, sendo este o mecanismo mais importante para a hipertrofia do músculo esquelético. Do ponto de vista funcional, a qualidade de aptidão paralelamente estimulada é a força, ou seja, a capacidade contrátil dos músculos. A sobrecarga metabólica dos exercícios também contribui para a hipertrofia da fibra muscular, principalmente devido ao estimulo para o aumento do volume e número das mitocôndrias, e ao acúmulo de glicogênio e água. O maior estímulo à vascularização, próprio da sobrecarga metabólica, embora extracelular, também contribui para o volume dos músculos. Paralelamente, aumenta a resistência aeróbia ou anaeróbia, dependendo do tipo de esforço envolvido no treinamento.
A quantidade de glicogênio pode triplicar nos músculos adequadamente treinados e, considerando-se que por razões de hidratação molecular, cada grama de glicogênio carreia quase três gramas de água, compreende-se o grande aumento do conteúdo de água intracelular resultante do processo. Por razões diversas, a sobrecarga metabólica anaeróbia associa-se com maior grau de hipertrofia muscular do que a aeróbia. As mitocôndrias e a vascularização aumentam na sobrecarga metabólica anaeróbia em função da ativação paralela do metabolismo aeróbio. A consistência do músculo aumenta proporcionalmente ao grau de sobrecarga metabólica, em função da saturação de glicogênio e água. Este é um processo popularmente definido como "tonificação", mas que na verdade não apresenta aumento do grau de contração em repouso.
Para PIRES NETO et al. (1998), de uma maneira operacional pode se dizer que a aptidão física relacionada à saúde está vinculada aos componentes morfológicos, funcionais, motores fisiológicos e comportamentais.
Vale ressaltar que todos estes componentes formam as bases para um bom funcionamento orgânico nas tarefas dia a dia.
SANTARÉM (2000) comenta que, com os conceitos atuais, os exercícios com pesos são considerados os mais completos entre todas as formas de treinamento físico, embora não sejam ideais para aumentar a resistência para esforços contínuos de baixa intensidade. Por outro lado, eles aumentam a capacidade de trabalho físico estimulando a força e a resistência muscular, a flexibilidade e a capacidade de aceleração. Além disso, melhoram a forma do corpo, evitam a incapacidade física crônica tão bem, ou melhor, do que outros tipos de atividade física. Sabe-se que índices adequados de resistência e força previnem problemas posturais, articulares, e lesões músculo-esqueléticas. Percebe-se com isto a importância das tarefas motoras no dia a dia do ser humano destacando-se a necessidade de bons índices de força.
FLECK & KRAEMER (1999), p.69, afirmam que o treinamento de força é um método para atingir as necessidades de condicionamento físico do corpo. Acrescentam que sua eficiência como instrumento de treinamento varia de acordo com o componente especifico do condicionamento físico que se deseja desenvolver, uma vez que o treinamento de força normalmente aumenta a componente força muscular num grau maior do que a resistência cardiovascular e pode contribuir significativamente para a melhora do condicionamento físico.
Estudos demonstram que adultos com deficiência mental possuem aptidão cardiovascular e força muscular inferiores à média da população (BASSEY, 1988).
FERNHALL (1993) cita dados já pesquisados que sugerem que indivíduos com deficiência mental possuem baixo nível de aptidão física. PITETTI & FERNHALL (1993) comentam que estudos têm demonstrado: 1) força física é de valiosa importância para as atividades de recreação e atividades da vida diária; 2) níveis elevados de força nos membros superiores são um pré-requisito na avaliação das oportunidades vocacionais; 3) existe uma correlação positiva entre força muscular e performance no trabalho industrial em pessoas com deficiência mental, relação entre performance no trabalho, nível de independência e força muscular.
RIMMER (1996), comenta que pessoas com retardo mental têm níveis de força extremamente baixos, quando comparados com a população em geral, e que isso limita sua possibilidade de conseguir empregos que requeiram níveis elevados de força muscular. O autor acrescenta ainda que, baixos níveis de força e resistência muscular dificultam a performance em atividades como levantar e carregar objetos, caminhar e sentar.
2.2.1. Princípio do Treinamento de ForçaFLECK & KRAEMER (1999), p.20, afirmam que o treinamento de força pode produzir as mudanças desejadas na composição corporal, na força, no desempenho motor e na hipertrofia muscular. Para que essas alterações sejam otimizadas, é necessário manter-se fiel a alguns princípios básicos. Estes princípios aplicam-se independentemente da modalidade de força ou sistema de treinamento utilizado.
ZATSIORSKY (1999), p.22 também comenta que, se a rotina do treinamento é planejada e executado corretamente, o resultado dos exercícios sistemáticos e o desenvolvimento da capacidade física do praticante, particularmente da força. Tais efeitos aparecem tão logo o corpo se adapte a sobrecarga física. O maior objetivo em um treinamento é a indução à adaptação específica, com o intuito de melhorar os resultados da performance, o que requer a adoção de um programa de treinamento planejado e executado cuidadosamente. A partir deste ponto de vista prático, as quatro características seguintes assumem importância primária para o treinamento de força: 1. Sobrecarga, 2. Acomodação, 3. Especificidade e 4. Individualidade.
Além disso, COUTINHO (2001) recomenda sempre iniciar dos exercícios mais simples para os mais complexos, ou os de pré-exaustão, dos grandes para os pequenos, estruturais para mono-sem exaustão, mono para estruturais-com exaustão.
a) Sobrecarga
Segundo ZATSIORSKY (1999) p.22, para induzir mudanças positivas no estado de um atleta é necessário aplicar uma sobrecarga. A adaptação ao treinamento só acontece se a magnitude da sobrecarga de treinamento for maior que a de nível habitual.
WATSON (1986) p.53 fala que um efeito do treinamento normalmente ocorre quando uma parte do corpo trabalha mais que o habitual. Tal situação costuma ser designada sobrecarga. Ocorrem então mudanças biológicas e aumenta a capacidade de endurance ou de força. Em geral, a intensidade desse efeito do treinamento depende do grau de sobrecarga.
MONTEIRO (1997) p.55 comenta que, para que haja adaptações fisiológicas provenientes do trabalho de força, o músculo deve ser submetido a uma sobrecarga de esforço acima da que ele habitualmente está acostumado a suportar.
b) Acomodação
Segundo ZATSIORSKY, (1999), p.25 o emprego de um mesmo exercício, com a mesma sobrecarga de treinamento, em um período muito longo propiciam um decréscimo dos ganhos de desempenho. Trata-se de uma manifestação da lei biológica da acomodação, freqüentemente considerada uma lei geral da biologia. De acordo com esta lei, a resposta de um determinado objeto biológico a um dado estimulo constante diminui através do tempo.
c) Especificidade
As adaptações no treinamento são altamente específicas. É duplamente conhecido que o trabalho contra resistência promove tanto o aumento da força quanto o aumento da massa muscular. O treinamento aeróbio de corrida induz a elevação da capacidade aeróbica, sendo assim, conclui-se que devido à especificidade, os exercícios de treinamento em várias modalidades devem ser diferentes.
ZATSIORSKY (1999) p.26 define especificidade como uma forma de transferência de treinamento.
DANTAS (1995) p. 49 define especificidade como adequação do treinamento ao segmento corporal, sistema energético e gesto desportivo.
Para MONTEIRO (1997) p.56 o principio da especificidade constitui o primeiro ponto a ser considerado para elaboração do treinamento de força. A especificidade pode variar em função do grupamento muscular trabalhado, do ângulo articular em que o movimento é conduzido, do tipo de contração muscular a que os músculos são submetidos, da velocidade de contração e do padrão motor desempenhado.
FOSS & KATEYIAN (2000) p.316 afirmam que os programas de treinamento com pesos devem ser relevantes para as demandas do evento para o qual o atleta esta sendo treinado.
d) Individualidade
Levando-se em consideração as diferenças individuais, conclui-se que no treinamento, os mesmos exercícios ou métodos de treinamento permitem um efeito maior ou menor nas pessoas. De acordo com ZATSIORSKY (1999) p.31 apenas as idéias gerais são válidas para os programas de treinamentos e não todo protocolo de treinamento. Além disso, tais protocolos devem ser entendidos e empregados com criatividade.
2.3. Exercícios Resistidos e o Comportamento da Composição CorporalSANTARÉN (2000) afirma que os exercícios resistidos são reconhecidamente os mais favoráveis para modificar a composição corporal. Para DINIZ (2000) os exercícios resistidos contribuem para o processo, aumentando o gasto calórico imediato e em longo prazo, aumentando a taxa metabólica basal devido ao aumento da massa muscular. Como todo tipo de atividade física, os exercícios com pesos contribuem para a redução do tecido adiposo. Entretanto a condição indispensável para que ocorra a mobilização da gordura corporal é o balanço calórico negativo, cujo principal mecanismo é a redução da ingestão alimentar (SANTAREM, 1999, p.43.)
WESTCOTT (1999) relata estudo realizado com mais de 1100 pessoas adultas sedentárias, que participaram de um programa de treinamento de força por oito semanas e tiveram um aumento de massa magra de 1,2 kg e uma diminuição de gordura de 2,3 kg em média.
FLECK & KRAEMER (1999) p.144 falam que as mudanças na composição corporal ocorrem em programas de treinamento de curta duração, entre 6 (seis) e 24 (vinte quatro) semanas.
COSTILL & WILMORE (2001) p.627 afirmam que o treinamento de força reduz o risco de obesidade. Para estes autores, existem evidências de que um programa de treinamento de força aumenta a massa isenta de gordura e diminui a massa gorda do praticante.
PITETTI (1993) comenta que a maioria dos portadores de deficiência mental é considerada obesa. O problema de obesidade é maior nas mulheres que nos homens.
RIMMER (1996) acrescenta que, comparada com a população em geral, as pessoas com deficiência mental são obesas e o excesso de gordura prejudica a participação nas atividades do cotidiano, causando um efeito negativo na qualidade de vida.
FERNHALL (1993) cita alguns estudos onde pessoas com deficiência mental participaram de programas de atividade física e ocorreu diminuição no percentual de gordura. Afirma ainda que a atividade física pode promover um aumento na capacidade de trabalho, diminuição do percentual de gordura e melhoria do risco de lipidimia.
Dessa forma, o exercício físico se torna essencial para a saúde dessa população (FERNHALL, 1989).
2.4. Exercícios Resistidos e o Comportamento do VO2 de picoVO2, segundo o manual da (ACMS, 2000), é volume de oxigênio consumido por minuto. POWERS (2000) p.273 define como VO2 máximo a capacidade máxima de transporte e utilização de oxigênio durante o exercício, sendo considerada como a medida mais válida do condicionamento cardiovascular. BARROS NETO (1999) P.16 o define como o maior volume de oxigênio por unidade de tempo que um individuo consegue captar respirando ar atmosférico durante o exercício.
Para FOSS & KATYIAN (2000) p.164 O VO2 máximo depende da idade, sexo, dimensão e composição corporal. E acrescenta que, tanto homens como mulheres, atingem o auge da potência aeróbia por volta dos 15 e 20 anos de idade. A partir daí ela declina em torno de 10% por década. Entretanto, estudos comprovam que esse declínio pode ser reduzido acentuadamente com a prática de exercícios.
Com relação ao sexo, os autores citados falam que o VO2 máximo das mulheres é entre 15% e 25% abaixo do dos homens, e as razões para isso são duplas: mais gordura corporal essencial e a concentração de hemoglobina entre 5% e 20% mais baixa que a dos homens. Como a hemoglobina é um composto encontrado nas hemácias, que transportam o O2 para os músculos esqueléticos, a sua baixa concentração contribui para um VO2 máximo baixo.
Segundo PITANGA (1998), p.165, estudos indicam que apesar do forte componente genético associado aos níveis de VO2 máximo, o nível de prática de atividade física parece ter influência bastante significativa na capacidade aeróbia, demonstrando que, quanto maior a prática de atividade física, maior serão os valores do VO2 máximo. De acordo com SANTAREM (2000), o aspecto da condição física que parece ter mais relação com a qualidade de vida é a capacidade aeróbia, medida pelos limiares anaeróbios (lactato, ventilatório, ou freqüência cardíaca). Estes parâmetros estão diretamente relacionados com a capacidade de prolongar o esforço em estado estável, bem como a possibilidade de realizar, aeróbiamente, as diversas atividades físicas.
FLECK & KRAEMER (1999) p.144 falam que o treinamento de força pode levar a um aumento do VO2, mas esse aumento não é obtido por todos os programas de treinamento.
No que tange ao VO2 de pessoas com deficiência mental, sabe-se que seus valores são relativamente baixos quando comparados com a população em geral. BARROS (1998) em estudo realizado com deficientes mentais conclui, que a aptidão cardiorespiratória medida através do consumo máximo de oxigênio, apresenta-se reduzida em relação aos padrões populacionais, merecendo especial ênfase nos programas de atividade física.
PITETTI & CAMPBELL (1991) afirmam que esses resultados são causados pelo estilo de vida sedentária.
FERNHALL (1989) cita investigações que indicam que indivíduos com retardo mental possuem FC máxima entre 8- 30% abaixo do esperado, limitando o trabalho cardíaco e o VO2 máximo. SCHURRER & WELTMAN (1985) relatam a aplicação de um treinamento de 23 semanas para deficientes mentais, após o qual ocorreu uma diminuição na média do peso corporal e melhora no VO2 máximo.
BARROS (1998) afirma que a falta de força dos membros inferiores nessa população é responsável pelo baixo VO2 alcançado.
3. Material e métodos3.1. Caracterização do Estudo
Este estudo utilizou o método experimental de acordo com RUDIO (1986) p. 57, PEREIRA, (1997) p. 284, onde a análise dos dados permitiu identificar no grupo experimental os efeitos dos exercícios resistidos nas variáveis metabólica e somática.
3.2. População de Estudo Composta por portadores de deficiência mental, todos matriculados na instituição filantrópica Sociedade Pestalozzi de Brasília - DF (N=120)
3.3. Amostra de Estudo
Trata-se de uma amostra de conveniência, composta por homens adultos com idade entre 20 a 40 anos. Foram selecionados de forma não aleatória,
Os critérios de inclusão foram: individuo adulto, portador de deficiência mental leve e moderada com etiologia esclarecida.
Os critérios de exclusão foram respeitados em sujeitos com limitações associadas ao quadro de deficiência (mental e física) através de uma avaliação clínica prévia, afim de que os procedimentos da pesquisa não comprometessem a integridade física dos participantes.
Foram fatores de exclusão: indivíduos adultos, com lesão cerebral lesão medular (tetraplegias, paraplegias), miopatias (distrofias musculares) patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica), amputações, seqüelas de politraumismo, mal formações congênitas, distúrbios posturais da coluna, artropatias, reumatismo inflamatório da coluna e das articulações, deficiência múltipla (mais de uma deficiência mental, pode ser associada deficiência física, auditiva e visual), portador de deficiência mental severa e profunda (não compreendem e assimilam os testes de aptidão física), síndromes genéticas: trissomia 21 (Down, mosaico, translocação), desordem do x frágil (Martin Bell), desordem psíquica (autismo e esquizofrenia) e ser do sexo feminino. As etiologias citadas acima foram identificadas através dos prontuários clínicos individuais com o parecer de profissionais da instituição Pestalozzi de Brasília/ DF.
3.4. Tratamento ExperimentalA amostra foi dividida em dois grupos experimental (n= 10) e controle (n= 10). Ambos foram avaliados nas variáveis cardiorespiratória e composição corporal. Após a avaliação funcional e mensuração das dobras cutâneas o grupo experimental participou de um programa de exercícios resistidos, que deu ênfase à resistência muscular localizada (RML). A periodização abrangeu um macrociclo de (3) três meses, perfazendo (3) três mesociclos com (24 sessões). Cada mesociclo correspondeu a (4) quatro microciclos progressivos, observando-se parâmetros de freqüência (2 x semana), duração (30 a 50 minutos), intensidade (50 a 70%). Esta progressão ocorreu de acordo com a resposta do indivíduo dentro do circuito proposto. O grupo experimental e controle foram avaliados após 12 (doze) semanas do programa de exercícios resistidos. A adesão ao estudo foi mediante a total e irrestrita aprovação, consentimento e conhecimento dos pais e responsáveis.
3.4.1. Programa através de exercícios resistidosO programa de exercícios resistidos compreendeu 28 sessões, sendo 4 sessões de adaptação. O macrociclo foi dividido em 3 mesociclos, com freqüência de 2 sessões semanais. Ressalte-se que a freqüência semanal foi adotada em razão da disponibilidade de tempo da amostra, em conformidade com a organização da instituição na qual foi à pesquisa foi desenvolvida. POLLOCK e WILMORE (1993) p.99 citam estudos que relatam que programas compostos por exercícios aeróbios duas vezes por semana, os quais apresentaram melhora no VO2 máximo de até 15%. Por outro lado FLECK e KRAMER (1999) p. 29 citam que a maioria dos estudos na variável força aponta para três sessões semanais. Quadro 01 - Programa de Exercícios Resistidos para Homens Portadores de Deficiência Mental no Grupo Experimental.
3.5. Variáveis de Estudo3.5.1. Índice do Percentual de Gordura Corporal
A) Determinação da densidade e gordura corporal
Optou-se pela equação de predição de densidade corporal proposta por GUEDES (1994) p.96, que o utilizou como método de referência à pesagem hidrostática que segundo FOSS & KETEYIAN (2000) p. 400, é considerado padrão ouro na estimativa de gordura corporal.
Quadro 02 - Equação de Regressão para Estimativa da Densidade Corporal do Sexo Masculino.
Retirado de GUEDES 1994. p.96
Onde:
DENS: Valor predito da densidade corporal(g.ml-1)
TR: Espessura da dobra cutânea tricipital (mm)
SI: Espessura da dobra cutânea supra-ilíaca (mm)
AB: Espessura da dobra cutânea abdominal (mm)Para transformar os valores de densidade corporal em quantidades relativas de gordura no peso corporal, utilizando-se da formula de SIRI (1961), percentual de gordura: (4,95 / d - 4,5) x 100, o autor elaborou tabelas onde é representada a predição dos valores para densidade corporal simultaneamente com suas conversões em quantidades percentuais de gordura.
De acordo com GUEDES (1994) p 99, para a utilização dessas tabelas, o primeiro passo será a realização do somatório das espessuras das três dobras cutâneas. Posteriormente deve-se consultar a tabela para converter o valor da soma em quantidade relativa de gordura. De posse do valor da gordura percentual, determina-se a gordura corporal em termos absolutos, a massa magra e o peso ideal através dos seguintes cálculos:
1) Gordura Absoluta = Peso Corporal (%Gordura) / 100
2) Massa Magra = Peso Corporal - Gordura Absoluta
3) Peso Ideal = Massa Magra / 0,85
3.5.2. Peso CorporalO peso corporal foi determinado em uma balança filizzola, com precisão de cinqüenta (50g), onde o avaliado se posicionou no centro da plataforma da balança, e com olhar fixo num ponto à frente, de modo a evitar oscilações na leitura, com a menor quantidade de roupas possível.
3.5.3. Consumo de Oxigênio (VO2 de pico)A capacidade funcional do sistema cardiorespiratório é considerada uma das mais valiosas funções do corpo humano, significando a capacidade do sistema circulatório fornecer oxigênio para a célula. Segundo POLLOCK & WILMORE (1993), p.87 a função cardiorespiratória depende da presença de um aparelho respiratório e cardiovascular eficientes, e de componentes sangüíneos adequados. A capacidade funcional do sistema cardiorespiratório representa um grau de aptidão física que pode ser mensurado através do consumo máximo de oxigênio, do limiar anaeróbio e da cinética do aumento do consumo de oxigênio (BARROS NETO, 1996).
1) Equipamentos utilizados para determinação das variáveis cardiorespiratória:
Bicicleta ergométrica Caloi;
Teen-100 (INBRASPORT-USA);
Máscara: máscara facial média e grande;
Pneumo-Tacômetro: Aerosport Inc. USA;
Software: (Teen-100/1997, USA).
2) Protocolo:
Estágio inicial 25 watts.
Duração: 3 minutos.Estágios subseqüentes Incremento de 25 watts
Duração: 2 minutos.Foi exigido que a freqüência da pedalada fosse ajustada a 50 rotações por minuto, segundo recomendações de Cláudio Gil Soares de Araújo, obtidas no Manual do Colégio Americano de Medicina Esportiva para Teste de Esforço e Prescrição de Exercício (1996), p.46.
3.5.4. Freqüência Cardíaca - FCA freqüência cardíaca deverá ser monitorada desde o repouso até o término da recuperação, e a pressão arterial mensurada no final de cada estágio.
1) Critérios para interrupção do teste
Alcance de 70% da freqüência máxima prevista para a idade do individuo:
Falha em adaptar-se ao protocolo do teste.
Apresentar sinais de desconforto excessivo.
Início de angina ou sinais semelhantes à angina.
Queda significativa (20 mm Hg) na pressão sistólica ou uma incapacidade de elevação da pressão sistólica, com o aumento da intensidade do exercício;
Elevação excessiva na pressão arterial: Pressão sistólica se iguala a 260 mm Hg ou pressão diastólica se iguala 115 mm Hg.
Sinais de pouca perfusão: aturdimento, confusão, ataxia, palidez, cianose, náusea, ou pele fria e viscosa.
Incapacidade da freqüência cardíaca aumentar com o aumento da intensidade do exercício.
Alteração notável do ritmo cardíaco.
Manifestações físicas ou mentais de fadiga grave.
Falha do equipamento do teste.
3.6. Método EstatísticoPara análise estatística foram calculadas as medias e desvio padrão (descritiva), normalidade através dos testes de Kolmogorov-Sminorv e Shapiro-Wilk, teste t de student para amostras independentes e correlação de Pearson.
4. Resultados e discussão4.1. Resultados
Os valores médios e desvios padrões de índice de percentual de gordura corporal, peso, massa magra e VO2 de pico em homens adulto portadores de deficiência mental na Instituição Filantrópica de Ensino Pestalozzi - DF são apresentados nos Gráficos 01 e 02.
Gráfico 01- Média das variáveis estudadas em homens adultos portadores de deficiência mental no pré-teste e pós-teste (grupo experimental).
Gráfico 02- Média das variáveis estudadas em homens adultos portadores de deficiência mental no Pré-Teste e Pós-Teste (grupo controle).
Os resultados encontrados nota-se que o percentual de gordura corporal no grupo experimental e controle assemelham-se aos achados por RODRIGUES (2001) para população com características idênticas. A média encontrada no estudo citado foi 16.51% de gordura corporal, para 16,25% do grupo experimental e 16,80 no grupo controle ambos no pré-teste do presente estudo. Porém comparando o grupo experimental os resultados do pré-teste e pós-teste nota-se uma tendência de diminuição neste percentual como mostra os resultados referentes a percentual de gordura do Gráfico 1. Com relação as variáveis VO2 de pico e massa magra observa-se também uma tendência de aumento de valores encontrados nesta população entre o pré-teste e pós-testes no grupo experimental. No que se refere ao grupo controle percebe-se uma tendência de nulidade em seus valores encontrados.
O teste de normalidade como pressuposto para estatística paramétrica, apresentou os resultados normais não significativos para os dois grupos. Os Quadros 5 e 6 do teste de normalidade dos grupos experimental e controle (pré-teste) das variáveis de estudo: Percentual de Gordura Corporal e Massa Magra e VO2 de Pico em homens adulto portadores de deficiência mental na instituição de Ensino Pestalozzi.
Quadro 5 - Teste de normalidade das variáveis de estudo no grupo experimental (Pré-Teste).
Quadro 6 - Teste de normalidade das variáveis de estudo no grupo controle (Pré-Teste).
Após verificar se as variáveis tinham distribuição normal, aplicou-se o teste t de student para amostras independentes, para verificar os efeitos dos exercícios resistidos nas variáveis estudadas. Os resultado são apresentados nos Quadros de 07 a 14.
Quadro 07 - Teste t de Student para amostras independentes da variável VO2 de Pico do grupo experimental e controle (pré-teste).
Quadro 08 - Teste t de Student para amostras independentes da variável VO2 de Pico do grupo experimental e controle (pós-teste).
Quadro 09 - Teste t de Student para amostras independentes da variável percentual de gordura do grupo experimental e controle (pré-teste).
Quadro 10 - Teste t de Student para amostras independentes da variável percentual de gordura do grupo experimental e controle (pós-teste).
Quadro 11 - Teste t de Student para amostras independentes da variável massa magra do grupo experimental e controle (pré-teste).
Quadro 12 - Teste t de Student para amostras independentes da variável massa magra do grupo experimental e controle (pós-teste).
Quadro 13 - Teste t de Student para amostras independentes da variável peso corporal do grupo experimental e controle (pré-teste).
Quadro 14 - Teste t de Student para amostras independentes da variável peso corporal do grupo experimental e controle (pós-teste).
Após a aplicação do teste t de Student, aplicou-se o teste de coeficiente de correlação de PEARSON, na qual comparou-se a relação entre as variáveis Massa Magra e Percentual de Gordura. Os resultados não apresentam uma correlação significativa entre essas variáveis no pós-teste conforme resultados os Quadros 15 e 16.
Quadro 15 - Teste de Coeficiente de Correlação de Pearson entre as Variáveis: Massa Magra e Percentual de Gordura (Grupo Experimental).
Quadro 16 - Teste de coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis Massa Magra e Percentual de Gordura (Grupo Controle).
4.2 DISCUSSÃO
4.2.1. Efeitos sobre a Composição Corporal
Exercícios resistidos são reconhecidos como os mais eficientes para modificar favoravelmente a composição corporal. Para esse efeito, contribuem o aumento de massa muscular, o aumento da massa óssea calcificada e a redução da gordura corporal. O principal determinante do processo de mobilização da gordura corporal é o balanço calórico negativo (BARBOSA et al., 2001).
Gráfico 03 - Média do percentual gordura corporal no grupo experimental e controle no pré-teste e pós-teste.
Na análise dos resultados obtidos observou-se uma tendência de diminuição da gordura corporal no grupo experimental entre pré-teste e pós-teste como demonstra o Gráfico 3 acima citado. Estes resultados assemelham-se aos achados por RODRIGUES (2001) para população com características idênticas.
Gráfico 04 - Média do peso corporal no grupo experimental e controle no pré-teste e pós-teste.
Ainda analisando os resultados apresentados nos Gráficos 4 e 5, nota-se aumento no peso corporal, bem como na massa magra no grupo experimental em função do grupo controle. Neste sentido, um aspecto que pode ser mal interpretado quando se comparam os efeitos dos exercícios com pesos e dos exercícios aeróbios na redução da gordura corporal, é que o aumento de massa muscular pode compensar em peso a diminuição do tecido adiposo.
Os autores concluem que um programa de exercícios conduzidos duas vezes por semana sem as técnicas de modificação de hábitos alimentares não foi suficiente para reduzir o excesso de adiposidade nos participantes do programa, conforme se observa nos Quadros 7 a 14, que demonstra resultados não significativos quando se aplica o teste t de Student para amostras independentes, para verificar os efeitos dos exercícios resistidos nas variáveis estudadas. Estes resultados além de serem parecidos com os do presente estudo, apontam para uma limitação que é o não controle dos hábitos alimentares da amostra.
SANTARÉM (1999) afirma que todo tipo de atividade física, no que diz respeito a exercícios resistidos contribui para a redução do tecido adiposo. A contribuição dos exercícios físicos em geral para o processo de emagrecimento decorre do aumento no gasto calórico diário, e do estímulo ao metabolismo, cujos níveis de atividade tendem à redução durante dietas hipocalóricas. No caso dos exercícios resistidos, além desses efeitos, ocorre o aumento da taxa metabólica basal devido ao aumento da massa muscular.
Entretanto, para que ocorra mobilização da gordura corporal é indispensável o balanço calórico cujo principal mecanismo é a redução da ingestão alimentar. PITETTI (1993), após avaliar vários estudos sobre os efeitos do exercício na redução de peso de deficientes mentais, concluiu fatores tais como que amostra pequena, a uma grande variabilidade nos graus de deficiência mental e falta de controle sobre os hábitos alimentares e de atividade física extra programa, levam a uma grande variabilidade de resultados nestas pesquisas.
Para GRUNDY (2001), um aspecto importante do emagrecimento é que a taxa metabólica basal pode ser aumentada com os exercícios, mas apenas se ocorrer aumento da massa muscular. Para esse efeito, os exercícios com pesos são os mais eficientes.
Do ponto de vista estatístico, de acordo com REIS (2001), mesmo que a amostra seja de fato "perfeitamente representativa" da população, o efeito não será estatisticamente significante se a amostra for pequena. Conforme o referido autor, a significância depende especificamente do tamanho da amostra. Em amostras grandes, mesmo correlações muito pequenas entre variáveis serão significantes, enquanto que em amostras muito pequenas, mesmo correlações muito grandes não poderão ser consideradas confiáveis (significantes).
Diante das circunstâncias, podemos considerar a amostra estudada relativamente pequena.
Para SANTARÉM (2001), o fato de que apenas os exercícios aeróbios utilizam ácido graxo livre proveniente do tecido adiposo como substrato energético nada tem a haver com emagrecimento. Os exercícios anaeróbios, como por exemplo os exercícios com pesos, que utilizam grandes quantidades de glicogênio e não mobilizam gordura durante a sua execução, emagrecem igual aos aeróbios. A explicação é que após os exercícios, todo o glicogênio gasto tem que ser reposto no músculo, e para tanto, é utilizado o carboidrato alimentar. Esse carboidrato portanto não fornece calorias para o metabolismo basal, pois foi "desviado" para o músculo, e tudo se passa como se a pessoa não o tivesse ingerido. Assim sendo, as calorias que faltaram na alimentação para manter a vida, serão obtidas do tecido adiposo, em repouso. Caso a pessoa não restrinja a ingestão calórica, os exercícios serão menos eficientes ou inúteis para o emagrecimento. Esses conceitos foram bem estabelecidos em revisões de literatura sobre obesidade e atualmente são consensuais.
WILMORE (1974), num estudo em homens e mulheres que participaram de um programa de exercícios de força em forma de circuito, durante 20 semanas com uma freqüência semanal de duas vezes com 40 minutos diários, não observou alterações significativas no peso corporal, sendo que somente as mulheres apresentaram redução no percentual de gordura (18%). A amostra deste estudo foi composta apenas por homens.
ALVES (2001), analisando os proveitos do exercício físico na prevenção e tratamento da obesidade infanto - juvenil e justificando resultados não significativos, aponta para a freqüência dos participantes da amostra como causa.
FOSS & KATEYIAN (2000), p.315, comentam que em estudos realizados com homens e mulheres comuns em idade universitária, após um treinamento com pesos, pouca ou nenhuma modificação no peso corporal e redução significativa na gordura corporal relativa e absoluta e aumento significativo no peso corporal magro (presumivelmente massa muscular). No presente estudo o programa de exercícios resistidos não teve por objetivo a obtenção hipertrofia muscular. Apesar disso, houve aumento da massa muscular no grupo experimental.
Teste de normalidade foi aplicado como pressuposto para estatística paramétrica e apresentou resultados normais não significativos para os dois grupos (experimental e controle), conforme se observa nos Quadros 5 e 6.
4.1.2. Efeitos sobre o VO2 de pico
Para SANTARÉM (2001), os exercícios com pesos têm pouco efeito no VO2 máximo, mas estimulam bastante o limiar anaeróbio. Isto ocorre porque o fortalecimento dos músculos permite que as tarefas sejam realizadas com menor número de fibras. Assim sendo, o nível de produção energética que se atinge com 30 % das fibras aumenta após o treinamento.
Na presente pesquisa observa-se uma tendência de crescimento do VO2 de Pico como demonstra o gráfico 06. Poucos estudos abordam este parâmetro porém, vários autores relatam sobre os efeitos crônicos do exercício físico sobre o VO2 máximo.
Gráfico 06 - Média do VO2 de Pico no grupo experimental e controle no pré-teste e pós-teste.
Neste estudo optou-se pelo parâmetro VO2 de pico por metodologia estabelecida em uma porcentagem de 70% da freqüência cardíaca máxima, mas que expressa os valores no estudo da variável metabólica.
SANTARÉM (2001) afirma que até mesmo a resistência aeróbia aumenta com a pratica exercícios resistidos, embora não ocorra aumento significativo no VO2. O VO2 máximo alto é uma necessidade para alguns atletas, mas na vida diária da maioria das pessoas o VO2 não é utilizado no seu limite máximo. Ao contrário, o limiar anaeróbio tem nítida relação com qualidade de vida, pois as pessoas com baixo limiar fazem a maioria das tarefas laborativas anaerobiamente, portanto com fadiga e desconforto.
PITETTI (1993), comenta resultados de pesquisas e conclui que os efeitos de um programa de exercícios sobre o VO2 máximo do portador de deficiência mental são conflitantes. Entretanto, em estudo realizado pelo autor com deficientes mentais em 23 semanas de exercícios aeróbios houve uma melhora de 43% no VO2.
BARROS (1993) verificando efeitos da sobrecarga entre as etapas de um programa de reabilitação cardíaca em pacientes do sexo masculino encontrou mudança significativa no VO2 entre o pré-teste e pós-teste, entretanto, o programa incluía caminhada além de exercícios de força. No presente estudo não se utilizou caminhada como parte do programa.
FLECK & KRAEMER (1999) p. 144 comentam que é possível que o treinamento de força leve a um aumento do pico de VO2, mas esse aumento não é obtido por todos os tipos de programas. Afirmam ainda, que embora o treinamento de força possa aumentar o pico de VO2, é possível também aumentá-lo em uma extensão maior com um programa de treinamento aeróbio tradicional.
ALVAREZ e CARDOZO (1991), em estudo sobre a adaptação cardiocirculatória de sedentários do sexo masculino após programa de condicionamento físico de média duração aplicado 3 vezes por semana e composto de corridas e exercícios de força, verificou uma redução na freqüência cardíaca máxima que é indicativo de aumento no VO2 máximo.
POLLOCK & WILMORE (1993) P. 102 citam estudos em que homens de meia idade, treinando em média 5 km por sessão 2 vezes por semana apresentaram uma melhora no VO2 máx de 15% , sem contudo vir a perder o mínimo de peso ou gordura corporal. No presente estudo além do programa não ter dado ênfase ao trabalho aeróbio, foram de apenas duas sessões semanais.
Ocorreram mudanças no percentual de gordura corporal, massa magra e peso corporal, entretanto, não foram estatisticamente significativas (Quadros 7 a 14), provavelmente em função da freqüência da atividade física, pois estudos comprovam que exercícios resistidos com a freqüência de dois dias semanais não alteram a composição corporal.
Os exercícios resistidos podem modificar a composição corporal e o VO2 de pico de pessoas com deficiência mental quando associado com trabalho especifico.
Diante dos resultados e da importância de estudos como esse se recomenda à realização de novos estudos onde sejam controlados os problemas aqui detectados e discutidos.
Os resultados obtidos sugerem que a prática de exercícios resistidos conduzidos duas vezes por semana, pode gerar pequenas mudanças na composição corporal e no VO2 de pico de homens adultos portadores de deficiência mental, porém, para que os resultados sejam estatisticamente significativos, estudos recomendam uma amostra maior.
A situação atual do conhecimento científico permite afirmar que qualquer tipo de atividade física tem efeitos semelhantes e importantes para a promoção da saúde geral e cardiovascular. Indicar apenas um tipo de atividade, como exercícios aeróbios, certamente não é o caminho para a generalização do hábito do exercício, mesmo porque, se compararmos a segurança e os benefícios dos diversos tipos de atividade física, veremos que a melhor associação de qualidades será apresentada pelos exercícios com pesos.
5. Conclusões e sugestões
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