Estudo eletromiografico do deltóide anterior em jogadoras de basquetebol durante o arremesso de lance livre |
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* Mestrando em Manuel Fajardo Havana Cuba , professor de biomecânica e medidas e avaliação no esporte na FFCL São Jose do Rio Pardo S.P. Brasil e professor de musculação na FAE São João da Boa Vista SP (Brasil) ** Doutor em Ciências pedagógicas, chefe do departamento de teoria desportiva do ISCF Manuel Fajardo Havana Cuba, coordenador geral do mestrado em Metodologia do Treinamento Desportivo do ISCF Manuel Fajardo Havana (Cuba) |
Luis Cláudio Paolinetti Bossi* luis.claudio@rantac.com.br (Brasil) Armando Forteza de La Rosa** forteza@inder.co.cu (Cuba) |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 9 - N° 61 - Junio de 2003 |
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Introdução
A eletromiografia tem se tornado um instrumento de pesquisa essencial, possibilitando aos médicos e fisiologistas calcular o papel dos músculos em determinados movimentos (Melo e Cafarelli, 1994/1995).
O método utilizado para medir a adaptação neural de um músculo ao treinamento de força é a eletromiografia (Sale 1992). Tal método consiste em registrar e medir, por meios de eletrodos colocados na superfície do músculo, a atividade elétrica produzida pelas fibras musculares das unidades motoras que foram ativadas durante a contração muscular.
Quando se realiza contração concêntrica submáxima á uma velocidade submáxima observa-se que a atividade elétrica produzida no músculo que se contrai é diretamente proporcional à força produzida. ( Hakkinen, 1987)
A melhor maneira de avaliar a evolução dos fatores nervosos do desenvolvimento da força é mediante o registro da atividade elétrica dos grupos musculares que intervêm no exercício, sendo que estes fatores são : unidade motora, coordenação intramuscular e intermuscular (Badillo 2001).
Material e métodosO estudo foi realizado com a Seleção Feminina de Basquete de Cuba em Havana durante o mês de julho de 2002, foram utilizadas cinco atletas da seleção principal.
A aparelhagem utilizada foi um eletromiografo compacto de dois canais da Chatanooga , de nome Retrainer IR os eletrodos de superfície com 6,35 cm de diâmetro com três canais do mesmo fabricante com o tempo de calibração de 0,200 microvolts/div ,utilizando como interface um receptor infravermelho XTNDA Access os dados foram registrados em um computador um notebook Toshiba celeron 1000 mhz no solfware da própria chatanugga group., para a limpeza da área utilizada foi utilizado álcool etílico hidratado 92,8o e para melhor condutibilidade foi o utilizado o gel Conductivity Gel Tyco healthcare.
Para a realização do exercício desenvolvimento anterior foi estipulado uma carga de 10kg para todas as jogadoras, para chegar a um resultado de maior credibilidade, pois a bola utilizada durante os arremessos era sempre a mesma pesando por volta de 600g e 76 cm de circunferência, e uma vez que o estimulo elétrico e diretamente proporcional a força não existiria a necessidade de utilizar carga diferenciadas.
Os arremessos foram realizados na marca do lance livre que fica a 5,8 metros da linha de fundo, em um aro com o diâmetro de 45 cm a 3,05 metro de altura, o centro do aro fica a 1,575 metros da linha de fundo, foram realizados os cinco lances livre.Depois de realizado todos os lances livres foram dando um intervalo 30 minutos para que não houvesse interferência de estimulação dos arremessos, depois deste foi realizado o exercício de força (desenvolvimento anterior), também em cinco repetições para por comparar com os arremessos.
Resultados e discussõesO propósito do estudo é determinar através da eletromiografia qual o estimulo elétrico no músculo deltóide anterior durante o arremesso de lance livre no basquete e comparar com o exercício de força desenvolvimento anterior e através deste quantificar os estímulos e a porcentagem de carga equivalente utilizada durante o arremesso.
As atletas foram submetidas a uma analise eletromiografica criteriosa do músculo deltóide anterior, este é localizado com a origem na borda anterior, superfície superior do terço lateral da clavícula e sua inserção na tuberosidade deltóide do úmero tem como ação isolada: abdução do ombro, adução horizontal do ombro, rotação interna, flexão do ombro que estará sendo analisado ( Cutter 2000), depois foi analisado qual o exercício de musculação onde o deltóide anterior teria uma grande participação e que estive-se dentro da especificidade do arremesso de lance livre, o exercício escolhido foi o desenvolvimento anterior, que consiste em realizar uma pegada pronada na largura dos ombros, iniciar o movimento com a barra na altura da porção anterior do músculo deltóide, e realizar um movimento entre a flexão e abdução dos braços e extensão do antebraço até o final do movimento. Retornar à posição inicial ( Román 2001, Bossi 2001).
Depois de escolhido o movimento foi analisado a carga máxima de cada jogadora que é classificada por Uchida 2002 em realizar uma repetição máxima (ou maior peso) que pode ser levantada ou vencida, em alternâncias de entre as contrações concêntricas e excêntricas.
Foram analisados nos gráficos do solfware os pontos máximos de força dos cinco arremessos de lance.
Gráfico de analise eletromiografica do músculo deltóide anterior de uma
das jogadoras da seleção de cubana (tabela 1)
Os valores adquiridos e a média de cada jogadora no estimulo do músculo deltóide anterior
durante o lance livre ( em microvolts/div)(tabela 2)
Os valores máximos adquiridos durante o exercício de musculação para o músculo deltóide anterior,
desenvolvimento anterior (em microvolts/div)(tabela 3)
A carga máxima de cada atleta no exercício de musculação para o músculo deltóide,
desenvolvimento anterior ( em Kg) (tabela 4)
Para analisar os estímulos foi necessário equivaler o estimulo em microvolts/div do lance livre em carga (Kg), foi utilizado os cálculos de derivadas de Fhoriee onde foi possível quantificar a carga utilizada nos arremessos.
Estimulo do músculo deltóide durante lance livre convertido para carga
( em Kg)(Tabela 5).
Após a realização dos cálculos, foi utilizado os valores de carga máxima (tabela 4), com estes dados foi utilizado os cálculos de derivadas de Fhoriee onde foi possível quantificar a porcentagem de carga utilizada nos arremessos
Porcentagem de carga equivalente ao estimulo utilizado
no lance livre no músculo deltóide (Tabela 6).
Através dos resultados obtidos foram analisados os extremos onde foram considerados os valores médios que o desvio padrão eram bem próximos concluindo assim que a população estudada estavam dentro dos seus limites de força e carga. Com este percentuais foi realizado uma média onde chegamos em um resultado de 23,02% este valor é o que representa a porcentagem de carga utilizado durante o lance livre de basquete, mantendo se entre 19,4% e 27% no músculo deltóide anterior
ConclusãoPode-se observar que a quantidade de força utilizada em um lance livre no músculo deltóide anterior e de 23,02 % da carga máxima com uma variável de +/- 4% para mais e para menos, uma carga relativamente pequena que pode no decorrer do jogo que esta se torne grande se o treinamento não for adequado, e também que este serve como base para a quantidade de carga a ser utilizada durante o período de treinamento competitivo, mostrando que não é necessária a utilização de grandes e médias cargas.
Referencias
Badillo J.J.G; Ayestarán E.G.; Fundamentos do treinamento de força, aplicação ao alto rendimento desportivo 2a ed. ; Artmed Porto Alegre 2001.
Bossi, L.C.P. , Ensinando musculação Ed. Ícone São Paulo 2001
Cutter, N.C. , Kevorkian, C.G., Provas funcionais musculares , ed. Manole São Paulo 2000
Hakknen , K Komi, P.V. y Kauhanen H.: Scientific Evaluation of Specific Loanding of knee Extensors with Variable resistance , isokinetic and barbell exercises. In Med Sport Sci. (Karger,Basel) 26: 224- 237, 1987.
Melo, G.L. and E.Cafarelli Exercise physiology laboratory manual 25. (1994-1995)
Romám, I.S.; Fuerza entrenamiento zona 3 , Editorial Científico-Técnico Havana Cuba 2001
Uchida, M.C.;Chiarro, M.A., Bacuaru, R. F.; Pontes Júnior, F.L.; Manual de musculação; Phorte São Paulo 2002.
Sale D.G. Neural adaptation to strength training. In: Strength and power in sport . Edited by P.Komi. Blackweil Scientfic publicacion, London, 249-266 1992
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digital · Año 9 · N° 61 | Buenos Aires, Junio 2003 |