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Dinamometria isocinética lombar

   
Mestrando em Educação Física - FEF/UNICAMP
Técnico da Equipe Paraolímpica de Judô - ABDC;.
Bolsista do CNPq - Proceso 130694/2002-9
Instituto Latinoamericano de Actividad Física Terapéutica
 
 
Prof. Leonardo J. Mataruna dos Santos
mataruna@fef.unicamp.br
(Brasil)
 

 

 

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 49 - Junio de 2002

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A Dinamometria

    Designa-se como qualquer tipo de controle de força ou alargamento por uma tração, extensão ou compressão podendo ser construído um instrumento por diferentes tipos de produto (FENOLL, 2002).

    O dinamômetro é um tipo de equipamento que mensura o comportamento da carga alargada ou tensão por deformação, de uma mola, deslocamento do ar, ou extensão de ligas metálicas, que compreenderá em determinar o coeficiente de fricção entre os materiais, Idem.

    A dinamometria refere-se a todo o tipo de processos que tem em vista a medição de forças, bem como, a medição da distribuição de pressões (Adrian e Cooper, 1995; Amadio, 1996).

    Esta metodologia mede a força isocinética de um determinado segmento ou porção por intermédio de aparelhagem mecânica, eletrônica, digital, e computadorizada, conhecida como dinamômetro.

    O teste de força dinamométrica serve para avaliarmos a força isométrica (estática) do indivíduo, podendo ser realizados os testes de dinamometria manual, do tórax, lombar e dos membros inferiores. Sua realização necessita de aparelhos especiais, os dinamômetros (KIOSHIYA, 2002).


Medidas isocinéticas lombar

    Segundo Garhammer apud Hall (1993, p.233), os aparelhos isocinéticos representam uma capacidade de gerar torque com a resistência. Estes aparelhos são geralmente projetados de tal forma que uma força individual aplicada a um braço de alavanca, provoca um movimento de velocidade angular constante. Se o centro articular está alinhado com o centro de rotação do braço de alavanca, o segmento corporal rodará com a mesma velocidade angular (constante) do braço de alavanca. Se o torque voluntário produzido para o grupo muscular envolvido for máximo em todo o arco de movimento, teoricamente obtém-se uma resistência correspondente máxima. Entretanto, quando se aplica inicialmente uma força ao braço de alavanca do aparelho isocinético, ocorre uma aceleração e a velocidade angular do braço oscila até que a velocidade rotacional fixa seja alcançada.

    O dinamômetro mede a força muscular lombar e a capacidade estática de oposição do tronco. Utiliza-se o dinamômetro lombar, que é constituído por um mostrador e um sistema de molas fixo em uma base. Pode ser feito também confeccionado por um cilindro de ar.

    O sistema de molas é movimentado por uma haste que, ao ser tracionada, faz girar um ponteiro e um cursor diante do mostrador, graduado de 0 a 17. Quando é composto pelo cilindro, o ar deslocado traciona uma haste que movimenta o ponteiro marcador. Este, ao ser acionado, registra a força muscular lombar despendida ao se efetuar um movimento de flexão e extensão do tronco. O valor obtido deve ser multiplicado por 10 para obter como resultado um registro em quilograma-força (NASSER, 2002).

    Os valores das medidas são enviados para um processador, no qual através de um pacote-programa informatizado, registra esses dados, os quais serão tratados e analisados, devendo em seguida serem tabulados e analisados estatisticamente.

    Marins & Giannichi (1996, p.79), cita para a predição da força dorsal e dos membros inferiores o teste Back and Leg Dinamometer (Johnson & Nelson, 1979)1, que pode ser aplicado à mulheres e homens, e tem como fidedignidade “r” entre 0,86 e 0,90. Segundo os autores o dinamômetro possui uma escala gradual em quilos, que mede de 0 a 1.120 quilos. O instrumento deve ser ajustado de acordo com a altura do avaliado e deve estar preso ao solo. Os membros inferiores devem estar semi flexionados para o inicio do teste. A força máxima exercida pelo testado (músculos posteriores das costas e membros inferiores), é lida no aparelho, sendo computado o melhor valor entre duas tentativas executadas, Idem.

    Os dinamômetros possuem uma leitura direta, acoplados a registradores digitais, elétricos, mecânicos ou informatizados. De acordo Serttineri (1988, p.7), a força de tração executada com o apoio da coluna vertebral na extensão, deve ser medida na posição vertical e com as pernas estendidas. O autor também relata que “pode ser medida a força desenvolvida pelos músculos da coxa (...)” em conjunto com a musculatura lombar, quando se semi-flexiona os joelhos. Importante ressaltar que desta maneira estar-se-á realizando o teste proposto por Johnson & Nelson (1979) apud MARINS & GIANNICHI (1996).

    Outro detalhe que não foi encontrado na literatura consultada, mas que se utiliza como senso comum no âmbito da avaliação da força, é a disposição das pernas que devem estar aduzidas com uma mínima abertura, não calculada goniométricamente, uma vez que pode variar em detrimento da composição anatômica dos segmentos dos membros inferiores do avaliado. As pernas devem se dispor, uma de cada lado do dinamômetro de tronco, onde o aparelho deve estar entre as pernas do avaliado. Se desenvolve desta maneira, de acordo com o que se predispõe a avaliar, as disposições dos membros, que podem estar estendidos ou flexionados.


Conclusão

    A dinamometria de tronco é utilizada em exames médicos, exames funcionais, seleção de pessoal em empresas, exames militares, escolas, clubes, academias, avaliação de desenvolvimento físico, avaliação de recuperação motora, sendo aplicada a indivíduos em estado normal de saúde, em processo reabilitação, ou de treinamento desportivo.

    Detalhes sobre os procedimentos de coletas de dados devem ser especificados na descrição metodológica das pesquisas científicas, com o intuito de esclarecer se os dados coletados foram conseguidos a partir da extensão completa dos membros inferiores ou com a disposição dos joelhos semi-flexionados. Isso faz-se necessário para aumentar o poder de reprodutividade e conseqüentemente de fidedignidade do estudo, para que não haja uma interpretação equivocada de dados.

    Recomenda-se a realização de teste eletromiográficos para que se possa observar os músculos envolvidos nas duas maneiras de executar os movimentos. Outros estudos devem ser realizados no sentido de se comparar a diferença entre os valores de cargas das duas técnicas executadas.

    Uma outra técnica existente para a medição da força, consiste na utilização de plataformas de pressão, também conhecida como plataformas de força. Estes são dispositivos que fornecem mapas gráficos e digitais das pressões. Os equipamentos mais freqüentes são os sistemas de medição das pressões plantares. O referido mede a pressão nas diversas regiões da planta do pé. São dispositivos que registram a força de reação do solo, nas suas diversas componentes (vertical, lateral e, antero-posterior) em relação à plataforma (BARBOSA, 2002). Este instrumento se baseia na piezoeletricidade, propriedade que apresenta certos cristais que produzem eletricidade quando submetidos a uma pressão em determinadas direções. Entretanto há uma limitação quanto a sua utilização, em se tratando das suas dimensões, que só registram os movimentos realizados sobre a sua superfície (SERTTINERI, 1988, p.8).

    Na dinamometria se mede as forças de reação (externas) e as forças produzidas pela ação de grupos musculares. Os principais sistemas usados são as plataformas de forças (KISTLER, AMTI,...), as células de cargas, ou ainda a transformação de componentes dos materiais esportivos em transdutores de carga. Como exemplo, cita-se as esteiras instrumentalizadas, onde é possível medir vários ciclos da marcha, por um período de tempo, continuamente, com variações de velocidades, de nivelamento do solo, entre outros. Durante os procedimentos pode-se obter dados como: força de reação do solo, pico máximo da força, trajetória do centro de pressão, níveis de assimetria, tempo de apoio, e algumas outras variáveis. As vantagens das esteiras instrumentalizadas com plataformas de força (no mínimo duas plataformas) são: análise de múltiplas passadas em um período de tempo; obtenção de médias e desvio padrão dos parâmetros relacionados com a marcha; capacidade de usar mais de 20 diferentes parâmetros da marcha (incluindo simetria), analise de desvios com diferentes técnicas e atletas; utilização da capacidade de gerenciamento da base de dados internos para comparar várias tentativas obtidas com o mesmo atleta ou comparando tentativas de amostras específicas de atletas; habilidade para exportar, copiar, colar dados ou gráficos em outros bancos de dados, facilitando a realização dos relatórios; e, acesso a seis canais auxiliares da esteira para coletar dados de EMG ou aceleração simultaneamente. O sistema de esteira instrumentalizada possui três componentes principais: esteira; placa A/D com cabos, e o software de aquisição dos dados e análise (ÁVILA, 1999).

    Conclui-se que mais estudos devem ser desenvolvidos para o aprimoramento do protocolo, que há muitos anos vêm sendo usado na avaliação da força, sem que se observe esta diferença entre as disposições dos membros inferiores. Este fator pode alterar todo o resultado de uma coleta de dados.

Fonte: Kratos, 2002.

Figura 1. Modelo de Dinamômetro e Aplicabilidade

Fonte: Aromed, 2002.

Figura 2. Modelo de Dinamômetro e Aplicabilidade


Notas

  1. JOHNSON, B.L.; NELSON, J.K. Practical Measurements for Evaluation in Physical Education. Minnesota: Burgess Publishing Company, 1979, p.470.


Referências bilbliográficas


Outro artigos
do Leonardo José Mataruna dos Santos
em Portugués

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