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Estrutura e planificação do treinamento desportivo
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 48 - Mayo de 2002 |
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Dois tipos de esporte que estabelecem diversos requisitos nas capacidades físicas, não é possível esperar um restabelecimento completo se as sessões de treinamento não se alternam uma com as outras com tarefas, meios e diversa dosificação dos exercícios. Neste caso, cada vez se sobrecarregam outros sistemas de órgãos e funções (Ozolin, 1989).
A construção racional das sessões de treinamento permitem realizar uma carga grande sem observar nenhum índice de fadiga dos sistemas funcionais do organismo. Por exemplo, podemos alternar a tendência predominante durante as sessões de treinamento na semana.
Preparação técnica e desenvolvimento das capacidades de velocidade.
Treinamento complementário com caráter de restabelecimento.
Preparação técnica e desenvolvimento das capacidades de velocidade-força.
Desenvolvimento de resistência da velocidade (anaeróbia lática)
Desenvolvimento da resistência aeróbia.
Este exemplo é típico dos primeiros momentos da preparação dos esportes de velocidade e força nos tipos de esportes que são de resistência muito especial, para os momentos de preparação especial se pode alternar da seguinte forma as sessões de treinamento:
Aperfeiçoamento das técnicas dos movimentos de acordo com o desenvolvimento das capacidades de velocidade.
Desenvolvimento da resistência especial (de força, velocidade, técnica, tática e etc) com a influência principal sobre seus componentes condicionais.
Desenvolvimento de resistência especial (força, velocidade, técnica, tática e etc) com a influência principal de seus diferentes componentes.
Treinamento complementário com caráter regenerativo.
Desenvolvimento da resistência especial (força, velocidade, técnico, tático, etc) conforme as condições da competição.
Desenvolvimento da resistência aeróbia.
(Bompa, 2001)
Até o momento a prática do esporte não conta com as fórmulas precisas para a construção do microciclo, a mesma se apoia na lógica de translação das sessões de treinamento em dependência com as tarefas do processo de treinamento e o momento de preparação. Por exemplo, é necessário não menos de três dias no microciclo semanal para influir de forma dirigida sobre a capacidade requerida.
Ao mesmo tempo, se esta capacidade é levada até a condição necessária e só tem que mantê-la então se requerem duas sessões na semana (Hettinger, 1980), se não os índices da capacidade dada começará a diminuir. Para manter qualquer capacidade não é conveniente passar ao desenvolvimento de outra por mais de três dias na semana. Na maioria dos casos o ciclo semanal não inicia com grandes cargas, se no ciclo semanal se apresentam dois treinamentos com grandes cargas será conveniente distribuí-las no tempo, se são mais de duas é possível realizá-los de forma seguida duas ou três dias.
Como é conhecido as cargas são menos efetivas quando existe um cansaço forte (no sentido do efeito somatório) que em estado de uma ótima capacidade de trabalho. É possível acelerar os processos de regeneração se for incluído diferentes sessões que construídas com exercícios de desenvolvimento geral os quais atuaram como mecanismos de descanso ativo.
Com o objetivo de construir corretamente os microciclos é necessário conhecer que influência exercem as cargas sobre o atleta, diferentes por sua magnitude e tendência assim como pela dinâmica e a duração dos processos de regeneração depois das mesmas.
Nesse sentido, são também importantes as informações sobre o efeito acumulativo de algumas cargas diferentes pela sua magnitude e tendência e sobre as possibilidades de utilização de cargas médias e pequenas com o objetivo de intensificar os processos de regeneração depois de stress físico considerável (Harre, 1988).
Ao mesmo tempo é conveniente conhecer as regularidades das oscilações na capacidade de trabalho durante o dia e seus mecanismos condicionantes.
São várias as investigações que tem demonstrado o caráter das fases dos processos de regeneração (Folbert, 1948; Vimo Grafo V., 1958; Chagovet, 1964; Yakolev, 1969).
No sentido geral seus resultados se baseiam no seguinte:
Durante o processo de trabalho muscular e depois do mesmo, sobre a capacidade de trabalho dos diferentes órgãos e sistemas se originam diversas fases: gasto, regeneração, supercompensação e volta ao início. Mas a regeneração depois das cargas físicas não significa só a volta ao nível inicial das funções do organismo, ao aparecer "marcas" não se eliminam completamente se não que se mantém e se asseguram. As variações das diferentes funções do organismo que surgem no período de regeneração servem de base para elevar o nível de treinamento.
No período de trabalho se diferenciam geralmente duas fases:
A fase das funções somáticas e vegetativas variáveis (antes do período de regeneração), no qual se pode prolongar desde alguns minutos até várias horas sobre cuja base se tenha a regeneração da homeostase do organismo.
A fase construtiva (período de regeneração) no qual se formam as variações funcionais e estruturais no organismo. Mas nos atletas qualificados esta fase se observa somente durante a utilização de cargas suficientemente grandes pelo seu volume.
O crescimento do nível de treinamento depende em grande medida da quantidade de sessões no microciclo com grandes cargas e o correspondente descanso entre elas durante no qual se leva a risca a homeostase do organismo (1ª Fase) e a formação das variações morfo funcionais (2ª Fase). A troca diversa das cargas e o descanso no microciclo pode levar a três tipos de reação.
Crescimento máximo do nível de treinamento.
Efeito insignificante do treinamento ou carência total do mesmo.
Overtraining nos atletas.
As reações no primeiro tipo se observam quando no microciclo se alternam otimamente as sessões com grandes cargas e o descanso ou com sessões com cargas pequenas.
O segundo tipo de reação se manifesta quando se utilizam cargas pequenas.
No terceiro tipo de reação se observa a inadequada utilização da sessões de treinamento com cargas grandes.
A concepção de Folbert se baseia na alternância das cargas e o descanso, consiste em que se a carga imediata se realiza na fase de supercompensação dará um efeito de treinamento maior e se for realizado depois esse efeito é insignificante. Na fase de regeneração insuficiente se observa esgotamento do organismo e excesso de treinamento. Tudo isso é muito mais complexo que o descrito, em realidade a regeneração e a supercompensação das diferentes funções do organismo ocorrem de maneira heterogênea.
Estrutura dos ciclos médios e suas condições.
Os mesociclos do treinamento desportivo representam a combinação de alguns microciclos incluindo dois como mínimo. Frequentemente os mesociclos incluem de 3 a 6 microciclos com uma duração aproximada de uma mês, representando etapas relativamente terminadas no processo de treinamento. A ordem de combinação dos microciclos e sua variabilidade depende da formação geral do processo de treinamento e das tarefas de um ou outra sessão.
Na estrutura do mesociclo influem principalmente os seguintes fatores:
O regime da atividade do atleta.
O conteúdo e a qualidade das sessões e a magnitude das cargas.
As particularidades individuais de reação do atleta diante das cargas de treinamento.
Os fatores biorítmicos
O lugar do mesociclo no sistema geral do processo de treinamento.
Na formação da estrutura dos mesociclos desempenha um papel fundamental as seguintes condições:
A necessidade dos mesociclos surge fundamentalmente devido que eles permitem dirigir racionalmente os efeitos acumulativos do treinamento da série de microciclos garantindo elevados ritmos de desenvolvimento do nível de treinamento e prevendo as trocas nos processos de adaptação que se dão origem no organismo do atleta sobre a influência das cargas de treinamento acumuladas.
As trocas de adaptação se dão origem no organismo de forma heterogênea e uma ou outra medida se atrasam em relação com a dinâmica das cargas de treinamento (Forteza, 1999).
No caráter e a duração dos mesociclos influem as oscilações biorítmicas (perto de um mês) da atividade vital do organismo do atleta.
Por exemplo, os biociclos físicos com uma duração de 23 dias possuem duas fases relacionadas com o aumento e a diminuição das possibilidades funcionais do organismo. Apesar que os resultados investigativos a respeito não se deu confirmações precisas sobre estes dados o próprio feito da existência dos biorítmos de quase um mês, faz que os mesmos não se podem negar (Recio e Ribas).
O lugar do mesociclo no sistema geral de construção do treinamento influi sobre a estrutura do maerociclo. Desse fator depende o conteúdo do mesociclo, a magnitude dos intervalos entre eles e as condições de regeneração.
2.3. A estrutura pendular do treinamento desportivo
O russo Arosiev, conjuntamente com Kalinin, em um artigo publicado em 1991 foram os primeiros autores em propor a "Estruturação Pendular" do treinamento desportivo. Posteriormente alguns outros seguidores deste tema Forteza com Gaberna, 1987 e Forteza 1988, fazem algumas considerações a respeito desta forma de estruturar o treinamento desportivo do atleta.
Esta proposta (estruturação pendular) se baseia em primeiro lugar no caso de que os atletas tinham que entrar e sair de sua melhor forma competitiva várias vezes no decorrer do ano desportivo. Ademais é importante para a alternância sistemática de cargas gerais e específicas de treinamento não podendo existir a separação entre a predominância de cargas gerais em uma primeira fase de treinamento e de carga específica em uma segunda fase.
Esta alternância sistemática forma o que se chama "pêndulo de treinamento" já que as cargas específicas crescem em cada ciclo de treinamento ao contrário das cargas gerais que decrescem em cada ciclo até praticamente desaparecer na busca de uma melhor transferência dos efeitos das cargas gerais para as cargas específicas de competição.
O pêndulo de treinamento é responsável das alternâncias sistemática que ocorrem no decorrer do processo de treinamento de forma generalizada e que sustentam a possibilidade dos atletas para participar em várias competições ao largo de grandes ciclos anuais de treinamento.
Quando menores são os pêndulos durante o processo de treinamento maior será em condições de competir eficazmente, mas se os pêndulos são maiores, maior será a possibilidade de sustentar a forma desportiva por um tempo maior por parte do atleta.
A estruturação do treinamento desportivo sobre esta forma utiliza os ciclos de treinamento propostos por Matveiev (1981-1986) que é seguido por vários autores posteriormente (Berger e Minow, 1984, Forteza e Ribas 1988, Ushiko e Volbov 1991, Viru 1991) para a formação dos pêndulos de treinamento o que se torna ainda dependente dos ciclos gerais de trabalho que servem de base para os ciclos específicos e competitivos formulados por Matveiev.
Se pode notar que, nesta forma de estruturar o treinamento desportivo se mantém a importância das cargas gerais de treinamento e existe a relativa separação igual mais em menor escala que na periodização de Matveiev entre a preparação geral e a específica. Esta separação em torno a esta forma de estruturar o treinamento ainda é um pouco problemática no que se diz respeito justamente a obrigatoriedade ou não das cargas gerais de treinamento, assunto este que vem sendo trabalhado especificamente por outros autores (Marques 1989, 1990, Tschiene, 1985, Satori e Tschiene 1987, Forteza 1993).
Observe o gráfico, o esquema estrutural do pêndulo.
Gráfico 2
2.4. A estruturação do treinamento em bloco
A estruturação do treinamento em bloco apresentada pelo russo
Verjoshansky no início dos anos 80 propõem grandes alterações na periodização do treinamento desportivo. Esta forma de estruturar o treinamento dos atletas foi proposta principalmente para os esportes característicos de força.
Verjoshansky 1990, apresentou suas idéias principalmente no livro planificação e organização do treinamento desportivo publicado originalmente em Moscov 1985 e traduzido posteriormente por vários idiomas e também em alguns artigos publicados em revistas especializadas (1983 a 1990).
Esta forma de estruturação de treinamento em atletas de alto nível é também chamada pelo autor como Estruturação de sucessões interconexas. Se fundamenta basicamente no caso de que no trabalho de força deve ser "concentrado" em um bloco de treinamento (ver capítulo de carga, organização da carga de treinamento) para criar condições de uma melhoria posterior nos conteúdos do treinamento relacionados com o desenvolvimento técnico e das qualidades de velocidade do atleta. Estas condições são dadas pelo chamado efeito de acumulação retardado do treinamento (EART).
Este conceito é fundamental para esta teoria, pois se constitui no que se refere a estruturação do treinamento "em blocos". O efeito do treinamento retardado a largo prazo coloca a respeito o que os efeitos obtidos depois de sucessivas sessões de aplicação de cargas de força em uma bloco concentrado que pode durar várias semanas cria as bases condicionantes para o treinamento das demais capacidades dos atletas e para o aperfeiçoamento da técnica.
Na prática esta estrutura de treinamento toma forma quando se concentra em diferentes blocos os aspectos físicos e técnicos-táticos. Em um primeiro bloco se trabalha determinantemente as capacidades físicas, predominantemente a força e em um segundo bloco se trabalha as questões técnicas e táticas.
Este modelo de estruturação causa uma relativa divisão do treinamento a respeito das capacidades físicas e a técnica desportiva. Agora, Verjoshansky deixa claro que existe em cada bloco um predominante de vários conteúdos sem que a separação seja estática ou absoluta.
Segundo Tschiene, 1985 e Satori com Tschiene 1987, o modelo da dinâmica de blocos deverá ser precedido por uma dinâmica de alto nível, principalmente pelo caso de que o próprio autor refere de maneira clara a importância da unilateralidade das cargas específicas de trabalho, o qual constitui um avance significativo da teoria do treinamento desportivo.
Observem no gráfico o esquema estrutural do bloco
Gráfico 3
2.5. O esquema estrutural de Tschiene
Com o objetivo de conseguir que o atleta mantenha um nível de rendimento durante todo o ciclo anual de competições, o autor alemão Peter Tschiene, organizou o que ele mesmo considera chamar o Esquema Estrutural de Treinamento de Altos Rendimentos.
Neste modelo, tanto o volume de trabalho como a intensidade do mesmo são altos durante o ano todo.
Baseado na experiência com atletas alemães este autor sistematiza a estruturação do treinamento desportivo como uma acentuada forma ondulatória das cargas de treinamento em fases breves com trocas tanto quantitativas como qualitativas dos conteúdos de preparação.
Ao contrário das variações do volume e intensidade as cargas tal como o propôs Matveiev, Tschiene 1988, procurou estabelecer um esquema estrutural no qual estes parâmetros estiveram sempre em altos índices de graduação onde o princípio de globalidade dos atletas se integre perfeitamente em uma forma de organização incompatível com a periodização proposta pelo autor russo.
A existência de várias competições no decorrer do processo de treinamento é para Tschiene um fator fundamental na construção de um alto resultado nos atletas.
A existência de uma elevada intensidade das cargas de trabalho de uma unidade de treinamento relativamente breve e um caráter dominantemente específico objetivado pelas competições mais importantes que o atleta será submetido, são pontos a destacar nesta forma de organizar o treinamento de alto nível.
Isto se baseia no caso de que o atleta deva manter ao largo do ano esportivo uma alta capacidade de rendimento e não construi-la para depois mantê-la conforme a teoria de Matveiev.
Sendo está forma de organizar o treinamento bastante desgastante, o autor introduziu a necessidade de intervalos profiláticos entre as altas intensidade de trabalho como meio de recuperação ativa e manutenção das capacidades de rendimento aumentadas durante todo o desenvolvimento do processo de treinamento.
Se pode perceber um avance desta teoria principalmente no que se coloca a respeito a relativa eliminação de fases gerais do treinamento, aonde os resultados não constituem em objetivos específicos. Aqui pelo contrário se estabelece que o atleta deve estar o ano inteiro apto à competir em boas condições para o melhor rendimento.
Observe no gráfico o esquema estrutural de Tschiene.
Gráfico 4
2.6. As Campanas Estruturais de Forteza
As campanas estruturais seguem o mesmo princípio da diferenciação entre as cargas gerais e especiais, quer dizer, sempre e em todo momento da macroestrutura as cargas de preparação especial estarão por cima das cargas gerais, isto traz como consequência uma ruptura do processo de qualificação desportiva para as competições que se vão desenvolvendo no plano.
Durante um ano de treinamento é possível identificar várias campanas estruturais dependendo do calendário competitivo. Se identificamos cada campana estrutural com um macrociclo, então será admissível ter em um ano vários macrociclos.
Vejamos o anterior com alguns exemplos:
Gráfico 5
Mostramos dois exemplos através dos quais explicaremos a essência deste trabalho: As Campanas Estruturais.
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