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Análise das componentes técnico-tácticas em Rugby
Diferenciação e quantificação dos gestos técnicos e intenções tácticas, consoante diferentes posições específicas (avançados/linhas atrasadas)

   
Alunos da Opção II - Rugby. 4º Ano da
Licenciatura em Educação Física e Desporto
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal)
 
 
Amandine Esteves
Helder Fernandes
e Miguel Moreira
migas_utad@hotmail.com
 

 

 

 

 
  O presente trabalho tem como temática de estudo a Análise das Componentes Técnico-Tácticas em Rugby. Assim, visámos diferenciar e quantificar os gestos técnicos e intenções tácticas, consoante as diferentes posições específicas, de forma a podermos genericamente, determinar o nível de jogo actual, assim como as metodologias a utilizar futuramente para incrementar o rendimento desportivo das equipas.
 Os principais resultados permitiram-nos identificar dois tipos de diferenças: (i) diferenças significativas nas componentes específicas de cada uma das posições estudadas: avançados (formações ordenadas, formações espontâneas, alinhamentos e bolas ganhas); e linhas atrasadas (passe torpedo, pontapé livre, pontapé para alinhamento, pontapé a seguir, pontapé de penalidade), demonstrando a especificidade das acções técnico-tácticas desenvolvidas no desenrolar do jogo; e (ii) uma forte homogeneidade entre as equipas analisadas, pelo que a única componente que se diferenciou significativamente, foi as placagens, o que pode revelar diferentes metodologias de treino respeitantes a este construto ou pode ser um forte indicador do “gabarito” físico do pack de avançados da equipa em superioridade de acções técnico-tácticas deste tipo.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 45 - Febrero de 2002

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1. Introdução
     Actualmente, vários estudos tem sido desenvolvidos sobre a temática da análise de jogo, com o intuito de assim formular/planificar metodologias de treino, que visem o incremento do rendimento desportivo da modalidade em questão.

     No entanto, Rocha (1999) refere que na modalidade de Rugby, o objecto de estudo mais utilizado tem sido a análise de morfotipos, prestações motoras e capacidades funcionais. Assim, verifica-se uma enorme lacuna sobre a temática de análise de jogo em Rugby. Da vasta literatura consultada, apenas conhecemos um estudo que somente analisa o jogo ao pé nesta modalidade (Carreras & Sola, 1997).

     Estes mesmos autores, no entanto, referem que actualmente nos desportos colectivos a observação e análise do jogo possuem um papel preponderante como factor-chave na melhoria do rendimento.


2. Formulação do problema
     Segundo Castelo (1994: 3), “o jogo caracteriza-se pela relação dialéctica e contraditória do ataque versus defesa, consubstanciando modos de interacção no seio de redes de comunicação (cooperação) e de contra-comunicação (oposição), que se traduzem na aplicação de relações e inter-relações coerentes e consequentes, de ataque e defesa, tendo em vista o desequilíbrio do sistema opositor, na procura de uma meta comum. Esta aparente simplicidade da lógica interna do jogo contém em si, um quadro vastíssimo de variáveis físicas, técnico-tácticas, psicológicas e sociológicas que se expressam num grande espaço de jogo, interpenetrando-se e condicionando-se mutuamente.”

     Assim, torna-se necessário que estas variáveis sejam desenvolvidas tendo como pressuposto um correcto e coerente processo de observação e análise da modalidade em questão.

     Constantin (1999) refere que as diversas situações do jogo de Rugby exigem um enorme trabalho colectivo que além do desempenho das tarefas individuais específicas de cada um dos 15 jogadores, tornam esta modalidade rica em experiências passíveis de utilização pedagógica e como um meio de sublimação da agressividade dos jovens.

     Assim, podem-se delimitar três ideias chave, presentes nas afirmações anteriores, as quais vão de encontro à finalidade do nosso trabalho: i) diversidade de acções técnico-tácticas; ii) variedade de posições específicas no jogo de Rugby e iii) transição das tarefas individuais para um plano colectivo.

     Assim, os objectivos deste estudo são definir e esclarecer a utilização das acções técnico-tácticas, de modo a poder determinar o grau de efectividade dos factores que determinam a sua utilização durante o decorrer do jogo de Rugby, de modo a poderem-se criar novas tendências na planificação da estratégia e dos sistemas tácticos (Carreras & Sola, 1997).


3. Revisão bibliográfica
     Para Djatschkow (1974; cit. por Castelo, 1998: 143), a técnica deve-se entender como “um sistema especializado de acções motoras simultâneas e consequentes, orientadas para a cooperação racional das forças internas e externas (que participam no movimento), com o fim de as utilizar de uma forma completa e efectiva para a obtenção de (elevados) rendimentos desportivos”.

     Constantin (1999: 12) refere que a técnica básica do ataque e da defesa em Rugby, impõe uma atenta preocupação a todos níveis. Assim, “a grande velocidade de desenvolvimento das acções de ataque e uma pressão defensiva muito forte, provoca um sólido processo de aprendizagem e uma grande consolidação das habilidades técnicas, nos treinos dirigidos neste sentido, porque nas acções de ataque, a bola pode ser jogada com as mãos ou com os pés, o que implica que o número de elementos técnicos é muito maior no Rugby, do que nos outros jogos desportivos colectivos”.

     Por outro lado, o estudo do factor táctico desportivo é de pertinente interesse, na medida em que implica o desenvolvimento das qualidades motoras, a formação do “saber fazer” e a aquisição de conhecimentos que deveriam ser utilizados de maneira reflectida e sensata, para se poderem resolver os problemas que o jogo suscita (Mahlo, 1969).

     Castelo (1994: 77), afirma que ”toda a teorização da prática (conteúdo do jogo), consubstancia um sistema explicativo que engloba mesmo de forma provisória, o máximo de factos observados dentro do domínio da realidade que lhe é própria”.

     Assim, na definição de um modelo técnico-táctico, devemos delimitar a noção de organização de uma equipa, tendo em conta os comportamentos (meios) de base que os jogadores, quer individualmente como colectivamente, accionam na fase de ataque ou de defesa, por forma a resolucionarem as situações de jogo.


3.1. Princípios de jogo
     O jogo de Rugby tem como objectivo a marcação de pontos contra o adversário, recorrendo-se a variações técnico-tácticas enquadradas num sistema de jogo que tem como base a circulação da bola e a movimentação dos jogadores (Constantin, 1999).

     De forma a optimizar estas situações, devem-se respeitar os seguintes princípios de jogo (Biscombe & Drewett, 1998):

  • progressão na acção: o portador da bola deve exercer uma forte pressão sobre a defesa, manifestando vontade de ultrapassar rapidamente a linha de vantagem e de contacto com os defesas;

  • apoio: os jogadores não-portadores da bola devem desenvolver um conjunto de tarefas ofensivas, que visem a maximização do tempo de posse de bola, por parte da sua equipa;

  • continuidade: uma acção de ataque deve ser desenvolvida em fases prolongadas, recorrendo a várias formas de jogo. Este facto pressupõe um alto nível de preparação técnico-táctica e de capacidade física, conferindo uma certa beleza/espectacularidade ao jogo;

  • pressão/agressividade: os jogadores numa situação defensiva, devem ter uma postura activa e agressiva, de forma a recuperarem a posse de bola, ou evitarem que os adversários ultrapassem a linha de vantagem.


3.2. Factores de jogo
     Este item visa a definição das funções e tarefas de jogo existentes segundo posições específicas, no jogo de Rugby. Assim, para Rodrigues (2000) numa metodologia técnico-táctica, deve-se proporcionar a relação existente entre os factores de jogo: acções individuais, acções colectivas nas fases estáticas e nas fases dinâmicas (explicitamente para o caso da modalidade de Rugby).


3.2.1. Acções específicas dos avançados
     Os avançados são formados por 8 jogadores de maior “gabarito” físico com capacidade de desenvolver uma elevada taxa de produção de força em condições de contacto com o adversário, bem como uma boa capacidade de corrida (Biscombe & Drewett, 1998; Constantin, 1999). Estes são usualmente denominados de “pack”.

     Participam na disputa da posse de bola nos momentos fixos de jogo (alinhamento e formação ordenada) e as principais tarefas são conquistar a posse de bola e oferecê-la para as fases de ataque em boas condições (Nerin & Peyresblanques, 1996). Após os movimentos fixos, os avançados podem iniciar acções individuais de ataque (ataque penetrante-agrupado) ou dobram em apoio às linhas atrasadas (jogo ao largo ou ao pontapé) (Constantin, 1999; Peys, 1991).

     Constantin (1999: 56) refere ainda que ”para estas importantes tarefas, os avançados deverão possuir boa técnica de passe (clássico/normal), boa recepção das bolas do solo e pelo ar e boa técnica de placagem”.


3.2.2. Acções específicas das linhas atrasadas
     As linhas atrasadas são formadas pelos atletas cujas principais capacidades são, desenvolver em velocidade (reacção e execução) e em esforço, um óptimo manuseamento da bola, bem como a capacidade de jogar ao pé (Constantin, 1999). Necessitam de possuir uma boa adaptabilidade física, técnico-táctica e psicológica, às situações impostas pelos companheiros, adversários e condições ambientais.

     A par de uma boa técnica individual (passe, recepção de bola, jogo ao pé, placagem, etc.), estes devem possuir excelentes níveis de tomada de decisão táctica, bem como de velocidade, dado que estes possuem um papel fundamental nas acções de finalização (Constantin, 1999; Corless, 1988).

     Outro aspecto a ter em conta, é que estes jogadores são responsáveis por conseguir obter superioridade numérica, no espaço não ocupado pelos packs de avançados da sua equipa e da equipa adversária (Biscombe & Drewett, 1998).


4. Métodos e procedimentos
     A amostra deste estudo é constituída por 4 (n=4) equipas participantes do Torneio das 6 Nações - edição 2001 (Escócia, França, Inglaterra e Itália). Estas equipas são na sua totalidade de jogadores, compostas por 8 jogadores avançados e 7 linhas atrasadas, perfazendo um total de 15 jogadores.

     Na concretização da ficha de observação por nós utilizada, seguimos os seguintes procedimentos (Aranha, 2000):

  • escolha de um domínio/objecto de análise (acções técnico-tácticas do jogo de Rugby);

  • utilização de categorias (as 17 componentes existentes na ficha de observação); e,

  • definição do processo de notação (registo por frequência de episódio).

     Assim e após a definição dos princípios da observação (objectividade, fidelidade e validade), obtivemos a ficha de observação, que visa observar as seguintes componentes técnico-tácticas: (i) passe normal; (ii) passe torpedo; (iii) pontapé livre; (iv) pontapé de ressalto; (v) pontapé para alinhamento; (vi) pontapé de ensaio; (vii) pontapé a seguir; (viii) pontapé de penalidade; (ix) formações ordenadas; (x) ensaios; (xi) formações espontâneas; (xii) alinhamentos; (xiii) foras de jogo; (xiv) placagens; (xv) bolas perdidas; (xvi) bolas ganhas e (xvii) avants.

     Após a definição da ficha de observação, com a qual analisamos os jogos por nós observados, remetemo-nos a aplicação prática desta mesma. Para tal, seguimos a metodologia de Carreras e Solà (1997) que se baseia no registro das condutas específicas dos jogadores, durante o desenrolar do jogo. O conhecimento teórico das diferentes variáveis que podem incidir sobre estas condutas (acções técnico-tácticas), permitem-nos através de uma observação não participante, registar as condutas práxicas (entre jogadores da mesma equipa e relacionadas com os adversários) e as espaciais (Carreras, Solà; 1997).

     Inicialmente, estudámos a normalidade da amostra, segundo a metodologia de Sampaio (1999), que recorre a dois tipos de teste: (i) inspecção dos valores da assimetria e achatamento (skewness e kurtosis) e (ii) o teste de Kolmogorov-Smirnov (com a correção de Lillefors), o que para estudos com n<50, utiliza-se o teste de Shapiro-Wilk (como acontece neste trabalho). Posteriormente e para diferenciar a amostra recorremos a uma estatística descritiva, utilizando para descrever os dados, indicadores como: (i) frequências, (ii) média e (iii) desvio padrão. Por fim, na análise intra e inter-equipas, recorremos a uma estatística de tipo indutiva, que segundo Pestana e Gageiro (2000), “permite com base nos elementos observados ou experimentados, tirar conclusões para um domínio mais vasto de onde esses elementos provieram”, utilizando os seguintes testes : (i) teste de igualdade das médias para amostras independents (t-teste) e (ii) ANOVA one-way.


5. Apresentação e discussão dos resultados

5.1. Análise descritiva
     Através da figura seguinte, podemos observar que as acções mais registadas foram o passe torpedo, formações espontâneas e placagens. Este facto revela um enorme dinamismo nas acções desenroladas pelas equipas de Rugby, sempre com o intuito de através de diversas sequências de reagrupamentos e passes torpedo (permite maior amplitude das acções ofensivas), concretizar o objectivo do jogo.

Figura 1
Figura 1 - Quantificação total das componentes técnico-tácticas

     Os elevados valores de placagens observados, explicam-se pela única atitude defensiva possível para contrariar este tipo de jogo ofensivo. Rocha & Cordovil (1998) apresentam este facto, quando se remetem à definição desta modalidade, no plano técnico-táctico.

     Relativamente à análise descritiva da frequência das componentes técnico-tácticas, segundo as posições específicas (ver figura seguinte), observamos que existe uma discrepância de valores acentuada, pelo que as únicas situações que não ocorre essa discrepância são: (i) pontapé de ressalto; e (ii) ensaios. Estes valores, apesar de ainda não serem estatisticamente comprovados, dão-nos a conhecer as diferenças existentes entre os avançados e linhas atrasadas, como é citado por vários autores (Biscombe & Drewett, 1998; Constantin, 1999; Corless, 1988; Nerin & Peyresblanques, 1996; Peys, 1991).

Figura 2
Figura 2 - Quantificação total das componentes técnico-tácticas, segundo as posições específicas


5.2. Análise indutiva intra-equipas
     A través da observação realizada e fraccionando as equipas, segundo os 2 tipos gerais de posições específicas, realizámos um t-teste para amostras independentes, de modo a determinar diferenças estatisticamente significativas entre estes 2 grupos. O nível de significância foi mantido em 5% (p<.05).

     Analisando o seguinte quadro, obtivemos os seguintes resultados:

Quadro 1 - Análise das diferenças intra-equipas
Quadro 1

     Como podemos observar através da análise realizada, verificaram-se diferenças estatisticamente significativas, nas seguintes componentes: (i) passe torpedo; (ii) pontapé livre; (iii) pontapé para alinhamento; (iv) pontapé a seguir; (v) pontapé de penalidade; (vi) formações ordenadas; (vii) formações espontâneas; (viii) alinhamentos; e (ix) bolas ganhas.

     Em relação às formações ordenadas, formações espontâneas, alinhamentos e bolas ganhas, todas estas componentes são específicas da acção colectiva do pack de avançados, como referem Biscombe & Drewett (1998), Constantin (1999) e Nerin & Peyresblanques (1996).

     As outras componentes onde se verificaram diferenças significativas (passe torpedo, pontapé livre, pontapé para alinhamento, pontapé a seguir, pontapé de penalidade) são acções desenvolvidas quase especificamente pelo conjunto de jogadores constituintes das linhas atrasadas, em que mais especificamente o médio de abertura e o arrière, são os responsáveis pela execução dos vários tipos de pontapés (Constantin, 1999). Por outro lado, as diferenças ao nível da continuidade das acções (passe torpedo e pontapé a seguir), demonstram a utilização destas acções técnico-tácticas por parte das linhas atrasadas, com a intenção de conseguir superioridade numérica, como referem Biscombe & Drewett (1998).


5.3. Análise indutiva inter-equipas
     De modo a podermos analisar e identificar possíveis diferenças estatisticamente significativas, entre as 4 equipas observadas, recorremos ao procedimento estatístico ANOVA one-way, utilizando o teste “Post Hoc Bonferroni” para descortinar entre que equipas ocorreram essas discrepâncias. O nível de significância foi mantido em 5% (p<0,05).

     De entre as 17 componentes observadas, apenas se verificaram diferenças estatisticamente significativas apenas em relação à componente placagens. Assim, as diferenças obtidas dizem respeito às seguintes equipas:

(i) Escócia x Inglaterra (p= .012); e,
(ii) Escócia x Itália (p= .031).

     Em relação às médias, a equipa da Escócia possui os valores mais elevados, o que pode ser um forte indicador da metodologia de treino adoptada por esta mesma equipa, em relação à forma como interpreta o quarto princípio de jogo (Biscombe & Drewett, 1998) e consequente oposição ao plano táctico adversário.

     Por outro lado, também pode ser um forte indicador do “gabarito” físico do seu pack de avançados, como refere Constantin (1999), isto é, a supremacia física de uma equipa no jogo de Rugby, provoca desequilíbrios espaciais constantes, além de ser um factor perturbador psicologicamente. No entanto, este construto necessita de comprovação futura, pelo que apenas ficamos pela suposição neste estudo.


6. Conclusões
     Após a análise e discussão dos resultados e remetendo-nos aos propósitos deste estudo, foi-nos possível tirar as seguintes conclusões:

     1. Foi-nos possível concretizar um instrumento com validade interna e objectividade, que servisse os propósitos do nosso trabalho, no que respeita à quantificação das componentes técnico-tácticas nos jogo de Rugby;

     2. Recorrendo a processos estatísticos para determinar a normalidade da amostra (skewness e teste K-S), obtivemos uma distribuição normal em 14 das 17 componentes observadas, pelo que as restantes, podem-se ter devido à ausência de registos de frequência dessas mesmas;

     3. Através de uma análise descritiva, foi-nos possível observar de uma forma genérica diferenças em relação às componentes passe torpedo, formações espontâneas e placagens, o que revela um enorme dinamismo nas acções desenroladas pelas equipas de Rugby, sempre com o intuito de através de diversas sequências de reagrupamentos e passes torpedo concretizar o objectivo do jogo. O elevado valor de placagens, diz respeito à única atitude defensiva possível para contrariar este tipo de jogo ofensivo;

     4. Recorrendo a processos de análise indutiva (t-teste para amostras independentes), para identificar diferenças entre os avançados e as linhas atrasadas, foi-nos possível averiguar diferenças significativas nas componentes específicas de cada uma das posições estudadas: (i) avançados (formações ordenadas, formações espontâneas, alinhamentos e bolas ganhas); e (ii) linhas atrasadas (passe torpedo, pontapé livre, pontapé para alinhamento, pontapé a seguir, pontapé de penalidade). Este facto demonstra a especificidade das acções técnico-tácticas desenvolvidas no desenrolar do jogo (o que vai de encontro à literatura consultada) e é um forte indicador da individualidade/especificidade, que se deve ter em conta nas novas metodologias de treino a adoptar na prática desta modalidade;

     5. Os valores encontrados na análise indutiva inter-equipas, revelou-nos uma forte homogeneidade entre estas, pelo que a única componente que se diferenciou significativamente, foi as placagens, o que pode revelar diferentes metodologias de treino respeitantes a este construto ou pode ser um forte indicador do “gabarito” físico do pack de avançados da equipa em superioridade de acções técnico-tácticas deste tipo (neste caso, Escócia). O intuito deste facto pode ser criar uma supremacia física em relação ao adversário, provocando desequilíbrios espaciais constantes (além de ser um factor perturbador psicologicamente); e,

     6. Em suma, pensamos ser importante direccionar as novas metodologias de treino desta área para os aspectos salientados neste estudo, de forma a que paralelamente ao desenvolvimento geral da equipa, ocorra um processo de treino específico e individualizado, tendo em conta as posições específicas desta modalidade.


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