Fases para a planificação do treino | |||
Aluno UTAD - Lic. Educação Física e Desporto (Portugal) |
Luís Filipe Silva Cerqueira
chapas@net.sapo.pt |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 39 - Agosto de 2001 |
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Quando se pensa em realizar um planeamento para uma determinada temporada, os princípios a seguir podem ser muitos e os mais variados. Estes dependerão na sua maior magnitude, com factores relacionados com as características da modalidade, com o nível dos atletas, com os objectivos a alcançar e do próprio treinador que a realiza.
A sua finalidade é de ser um meio indispensável para a consecução do processo de treino, na medida que se deslumbra como um guia prático para o treinador. Na sua elaboração deve-se ter em conta os princípios da clareza, simplicidade e exequibilidade.
Assim a planificação é definida como um método que aborda e organiza as diferentes operações inerentes ao desenvolvimento de uma equipa, através do processo de treino.
Muitas são as formas de realizar uma planificação, basta para tal consultar a literatura. Destas maneiras todas encontradas de a realizar, optei por neste artigo descrever uma que é conseguida através da simplificação das mesmas. Favorecendo quanto a mim os princípios orientadores de uma planificação: a clareza, a simplicidade e a sua execução.
Assim, as fases fundamentais por mim propostas do planeamento são: a caracterização, a definição de objectivos, a programação e a avaliação.
CaracterizaçãoA caracterização não é mais do que o levantamento da realidade em que iremos intervir. Assim temos vários aspectos a serem estudados, análise da época anterior, as condições de trabalho, o tempo de preparação e os próprios atletas.
Análise da época anterior
História do clube na modalidade
Análise da situação na época passada (classificação, ...)
Caracterização das condições de trabalho
Recursos humanos (jogadores, treinador adjunto, médico, ...)
Recursos materiais (infraestruturas, bolas, ...)
Recursos económicos (orçamento, transportes, refeições)
Tempo de preparação
Nº de sessões / semanas / mês / ano
Caracterização dos atletas
Nível geral dos atletas
Nível por sectores dos atletas (ex.: defesa, ataque, ...)
Definição de objectivosDepois de realizada a análise da situação podemos definir os objectivos do treino. Estes representam aquilo que pretendemos atingir através dele, ou seja incrementar o domínio cognitivo, sócio afectivo e psicomotor. È evidente que se dá primazia ao factor psicomotor em detrimento dos restantes, porém nos nossos dias os treinadores têm observado o valor do treino psicológico e já começam a utilizar certas técnicas no treino. Isto porque o valor das equipas em certas modalidades estão mais parecidos, o que implica mais trabalho para ver quem é melhor. Os objectivos podem ser finais ou intermédios. Os finais visam a concretização ou não do objectivo a longo prazo, os intermédios visam a consecução de um objectivo no fim de, por exemplo, um mesociclo.
Esta definição de objectivos deverá ser concordante, como é óbvio, com o tipo de atletas possuídos como dos meios disponíveis.
ProgramaçãoA programação não é mais do que ordenar de forma racional, os meios de intervenção apropriados no tempo disponível para obtermos os resultados pretendidos que foram salientados na definição dos objectivos.
Dentro desta fase é de extrema importância termos em conta uma profusão de factores tais como a ordenação dos conteúdos de treino de acordo com cada período de treino correspondente, repercutindo-se este facto na determinação dos meios de treino, nos valores das cargas a vencer e etc.
Devemos então organizar esta programação partindo do principio hierárquico, começando pelos macrociclos, dentro destes os mesociclos, passando para os microciclos e por fim para as unidades de treino. Em anexo podemos observar um plano de estruturação de uma unidade de treino.
AvaliaçãoA avaliação não é mais do que o processo de controlo de treino, que permite verificar se os objectivos delineados foram ou não conseguidos.
É realizada através da recolha de dados de testes validados, fiáveis e objectivos. Mais tarde após ordenação dos dados faz-se a sua análise e as devidas tomadas de decisão que nos podem transmitir se os meios utilizados têm sido os mais adequados ou não, assim como nos alertar para possíveis reajustamentos no plano de treino
Esta avaliação pode ser efectuada no fim de cada microciclo, mesociclo ou macrociclo tendo em conta que não deverá ultrapassar os 10 % do tempo disponível para um treino.
Bibliografia
Barbanti, Valdir (1988). Treinamento Físico - Bases científicas. CLRBalieiro. São Paulo
Fraga, António (s.d.). Voleibol - A formação de jovens praticantes. Desporto Escolar
Manso, Juan; Valdivielso, Manuel; Caballero, José (1996). Planificación del Entrenamiento Deportivo. Gymnos. Editorial. Madrid
Thill, Edgar; Thomas, Raymond; Caja, José (1989) Manual do Educador Desportivo - Ciências biológicas aplicadas ao desporto. Dinalivro
revista
digital · Año 7 · N° 39 | Buenos Aires, Agosto de 2001 |