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Para uma teoria e metodologia científica do treinamento esportivo. |
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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 6 - N° 32 - Marzo de 2001 |
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Além disso, é peremptoriamente afirmado que "todas as outras formas de organização do treinamento, ainda que possam parecer boas, se não têm relação com as leis objetivas deste processo, inevitavelmente falirão"(25). Porém, a subdivisão mecânica do processo de treinamento e a sucessiva reunificação de suas partes em um todo, antes de tudo tem pouco em comum com a real organização do processo de treinamento na maior parte dos esportes (2, 17, 41, 51, 54, 63, 92, 102). Em segundo lugar, por causa desta subdivisão, não só é perdida a integridade do processo de treinamento determinada objetivamente pela natureza biológica do processo de adaptação, como também é alterado o andamento natural deste processo, perdendo-se assim a possibilidade de controle ótimo do seu desenvolvimento, porque este controle se transfere no âmbito da escolha de variante diversas da organização do treinamento com base em ensaio e erro (4, 5, 8, 9, 32, 34, 40). Nesta situação praticamente são possíveis dezenas de variantes de solução, sem porém que a CPT proponha razões objetivas para a escolha da variante ótima.
Além disso, é peremptoriamente afirmado que "todas as outras formas de organização do treinamento, ainda que possam parecer boas, se não têm relação com as leis objetivas deste processo, inevitavelmente falirão"(25). Porém, a subdivisão mecânica do processo de treinamento e a sucessiva reunificação de suas partes em um todo, antes de tudo tem pouco em comum com a real organização do processo de treinamento na maior parte dos esportes (2, 17, 41, 51, 54, 63, 92, 102). Em segundo lugar, por causa desta subdivisão, não só é perdida a integridade do processo de treinamento determinada objetivamente pela natureza biológica do processo de adaptação, como também é alterado o andamento natural deste processo, perdendo-se assim a possibilidade de controle ótimo do seu desenvolvimento, porque este controle se transfere no âmbito da escolha de variante diversas da organização do treinamento com base em ensaio e erro (4, 5, 8, 9, 32, 34, 40). Nesta situação praticamente são possíveis dezenas de variantes de solução, sem porém que a CPT proponha razões objetivas para a escolha da variante ótima.
Seguir de modo formal "as leis da formação da forma esportiva "têm levado a idéias erradas sobre os objetivos e sobre os conteúdos do período preparatório e o de competição que são utilizados há muito tempo no desporto (12, 15, 19). A lógica linear da explicação dos seus objetivos ( primeiro a preparação e depois a competição) não correspondem à realidade dos dias de hoje, mas desorienta também treinadores e pesquisadores que trabalham no campo dos esportes.
Assim, o período preparatório é reduzido à construção e à verificação da forma esportiva através de um intenso trabalho puramente preparatório, enquanto o outro período, o de competição, é destinado às mesmas e à estabilização ou manutenção da forma esportiva e é composto pelos mesociclos de competição e pelos chamados mesociclos de transição (mesociclos recuperativos e de manutenção e mesociclos preparadores de recuperação) (25). Então, no período de competição o nível do treinamento dos atletas era somente mantido e não desenvolvido (17). Segundo os especialistas, uma interpretação assim primitiva da periodização não corresponde nem de longe à realidade (16, 32, 51, 63, 72). De fato na maior parte dos esportes cíclicos e dos jogos esportivos, o nível de treinamento precedentemente atingido não só é mantido, mas também desenvolvido no período competitivo.(9, 10, 17, 54, 113)E se é utilizada a teoria da adaptação, então o objetivo principal do período de competição consiste própriamente em concluir o ciclo atual de adaptação a longo prazo do organismo ao regime motor específico e em levar o organismo a um novo e estável nível de possibilidades funcionais específicas. (4, 5, 9, 10, 47, 113)
Aqui, ocorre também levar em consideração a tendência ao aumento de duração do período competitivo durante o ano de treinamento e a intensificação do calendário de competições típico do esporte moderno (16, 32, 54, 56, 69, 98, 109, 120). Por exemplo, no ciclismo de nível internacional a duração do período de competições é de oito a oito meses e meio por ano.
Naturalmente, o período preparatório não é suficientemente longo para realizar a chamada preparação de base. Pelo que o desenvolvimento principal do nível de treinamento acontece durante o longo período de competições (16, 17, 32, 33, 71, 98).
Portanto, a separação mecânica entre período preparatório e de competições e a correspondente interpretação dos seus objetivos têm seriamente desorientado a prática esportiva, não garantiu as condições otimais e a necessária sucessão na solução dos problemas da preparação no âmbito do ciclo anual, alterou toda a estratégia da organização do treinamento, e como conseqüência, alterou também o andamento do processo natural de adaptação que representa a base do progresso da maestria esportiva.
Atualmente, seguir os processos de uma similar periodização é como se na partitura de uma peça musical se transpusesse a parte do instrumento principal em uma tonalidade diversa. Se por hipótese nos dispuséssemos a escutar semelhante absurdo, o seu resultado pode ser considerado a "sonorização" do efeito da CPT sobre o esporte moderno.
7 A parte mais rudimentar da CPT é a tecnologia do processo do treinamento.
Segundo Matveev, a idéia da periodização consiste simplesmente no colocar em fila as partes do processo de treinamento em uma sucessão linear. A principal unidade estrutural (o tijolo) do treinamento é o microciclo. O processo de treinamento é representado como uma soma de microciclos colocados em fila formando uma cadeia. A lógica da sucessão linear desta cadeia é determinada de modo puramente especulativo (sobretudo porque segue o princípio de que se pode fazer assim ou assado) (sic) (25, 26). Servindo-se de vários microciclos standart com nomes diversos como em um jogo de construções, são construídos componentes diversos, maiores, do processo de treinamento, denominados mesociclos que, por sua vez, são reunidos (segundo o mesmo processo) em macrociclos (25, 26). Para a realização deste principio linear Matveev propõe "vários tipos" de mesociclos com nomes diversos, por exemplo: de base, preparatórios com caráter de controle, de polimento, preparatórios com caráter de recuperação, de recuperação e de manutenção, etc... Cada um destes mesociclos (não se sabe porque razão) compreende de 3 a 6 mesociclos. A variabilidade real da estrutura do treinamento se obtém através das combinações e deslocamentos diversos na sucessão linear dos mesociclos que citamos.
Por exemplo, nos esportes de resistência, no período preparatório é aconselhada esta cadeia de mesociclos: de adaptação, de base com caráter de desenvolvimento, de base com caráter de estabilização, de base com caráter de choque, preparatório com caráter de controle, polimento e pré-competição. Um dos exemplos de organizar o chamado "período preparatório reduzido" nos esportes de força rápida, assim se apresenta: mesociclo de adaptação, de base, preparatório com caráter de controle, de polimento com elementos de mesociclo de pre-competição. Nos períodos de competição as cadeias de mesociclos são construídas de modo análogo (26, 27)
Não vale a pena aprofundar o estudo destas cadeias com os seus exemplos evidentemente teóricos que não tem nenhum valor pratico. Porém, ocorre lembrar que Matveev jamais propôs, em nenhuma parte, alguma explicação, argumentação ou conselho para aquilo que diz respeito a "construção" de tais cadeias de mesociclo ou o seu tempo de duração ótima.
Porém, outras pesquisas (41) destinadas a confirmar a onipotência (sic) da CPT têm desiludido esta esperança, e têm revelado em toda a sua evidência quanto é primitiva esta tecnologia de planificação e, ao mesmo tempo, tem demonstrado de modo convincente que:
na prática, vêm utilizadas modalidades de organização de treinamento muito diversas dos conselhos especulativos de Matveev;
a interpretação do processo de treinamento como combinação linear de componentes standart é pouco seria;
se fossem seguidos os conceitos teóricos da CPT a probabilidade de êxito da preparação dos atletas não seria assim tão elevada como se pensa (e isto confirma a opinião dos especialistas) (16, 17, 19, 32, 34, 42, 46, 51, 68, 91, 102).
8 Os maiores defeitos da CPT, atualmente, diante das ciências biológicas, é representados pelo fato de que esta concepção prevê somente duas modalidades de regulação do efeito do treinamento, isto é, o volume e a intensidade da carga. Visto que esta concepção não prevê outras modalidades (salvo, talvez, o andamento a ondas do volume total da carga, interpretado de modo primitivo), em todos os anos em que predominou a CPT, o fator principal do aumento da eficácia do processo de treinamento foi uma orientação em direção ao incremento global do volume das cargas (12, 21, 32, 54, 61, 108) que, por sua vez, foi também a causa do desenvolvimento baseado no volume, não só da metodologia do treinamento, mas também do inteiro sistema de preparação dos atletas de elevada qualificação (15, 109, 110).
Então, a característica mais importante do processo de adaptação que é a transformação das características qualitativas do estímulos externos que agem sobre o organismo em característica interna ao próprio organismo, resta fora da ótica da CPT (4, 5, 9, 10, 47). Ter ignorado (ou melhor dizendo, não ter entendido) o problema da especificidade das transformações de adaptação do organismo levou o autor da CPT a reflexões prolixas sobre o chamado "transfer" das habilidades e das capacidades motoras (28), isto é, sobre um fenômeno real, mas típico sobretudo da educação física, mas não do esporte de alto nível (4, 5). E se, por exemplo, durante um exame, um estudante de um instituto de educação física afirmasse que: "muitos exercícios cíclicos (locomoção), diversos pela sua forma (natação, corrida, ciclismo, etc...), podem, porém, ser muito vizinhos ao exercício de competição no que toca ao caráter da expressão da resistência e de outras qualidades físicas" (28), seguramente ele obteria uma nota baixa.
A CPT é impotente diante desses problemas, mas, bastaria consultar alguns livros para descobrir facilmente que o fenômeno do caráter seletivo, específico, das reações de adaptação do organismo segundo o regime do trabalho, é conhecido há tempo e representa um dos critérios mais importantes da escolha dos conteúdos e da organização das cargas de treinamento, dos fins prevalentes do seu efeito de treinamento e da sua composição geral (4, 5, 10, 11, 47, 48, 113).
Atualmente, quando a possibilidade de descobrir novos meios de preparação física especial é diminuída consideravelmente, pois os volumes de sobrecarga alcançaram um limite que é ainda razoável, mas dificilmente superável, o controle da especificidade do efeito de treinamento dos estímulos representa a única estrada para o aumento da eficácia do sistema de treinamento para atletas de alto nível. Em vez disso, as reflexões sobre o "transfer", como também aquelas sobre o papel da preparação física geral no treinamento, significa retornar aos anos 50.
Na literatura encontram-se muitos dados que dizem respeito aos mecanismos fisiológicos da especificidade dos efeitos de treinamento (4, 5, 10, 47, 53, 99, 106, 113, 119). Tê-los ignorado é um outro defeito muito serio da CPT que, na prática, é expresso em uma enorme, e quase sempre improdutiva, perda de tempo e de energia por parte dos atletas para realizar um trabalho global de treinamento caraterizado por uma eficácia escassa. Para terminar, na União Soviética e em outros países foi a causa da falência de muitos planos da preparação de muitos atletas destinados a alcançar o vértice da maestria esportiva. (32, 46, 67, 73, 108, 109, 120).
3. ConclusãoEstes são os quatro defeitos importantes que privaram de qualquer valor teórico e prático a CPT:
Uma idéia aproximativa sobre a atividade esportiva, sobre a tecnologia da preparação dos atletas de alto nível e sobre a especificidade da maestria profissional do treinador.
A primitividade da concepção metodológica; um aparato conceptual somente fruto de teoria, não fundado em bases objetivas; princípios metodológicos puramente especulativos, absoluta falta de conselhos práticos científicos fundados.
Ter ignorado o conhecimento biológico.
Não ter levado em consideração os progressos das ciências afins e dos resultados das pesquisas experimentais desenvolvidas no âmbito do treinamento esportivo.
A atividade esportiva leva o homem ao máximo nível das possibilidades funcionais previstas pela natureza. Isto demanda uma mudança radical de todos os sistemas fisiológicos do inteiro complexo das interações internas e externas do organismo. Por esse motivo, o treinador que organiza este processo, e controla o seu desenrolar tem uma grande responsabilidade moral no tocante à saúde e ao futuro do atleta. E se não dispõe de profundos conhecimentos sobre o que advém no organismo do atleta, e segue somente discursos pseudo-pedagógicos sobre a periodização do treinamento ou sobre as leis do controle da dinâmica da forma esportiva, o progresso do esporte de alto nível torna-se imprevisível.
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