A relação entre ser humano, sociedade e a tecnologia mediante o avanço da tecnociência The human being relationship, society and technology at the advancement of technoscience La relación entre el ser humano, sociedad y la tecnología ante el avance de la tecnociencia |
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*Graduado em Educação Física Mestrado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Rio Claro **Graduado em Educação Física Doutorando em Desenvolvimento Humano e Tecnologias Docente do Centro Universitário UNIFAFIBE ***Docente Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP - Bauru |
Ms. Astor Reis Simionato* Ms. Leandro Oliveira da Cruz Siqueira** Dr. Dalton Müller Pessôa Filho*** (Brasil) |
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Resumo O avanço da tecnologia possibilita a evolução e o surgimento de novos meios de comunicação e métodos de produção, influenciando os processos de formação dos indivíduos na sociedade. A internet é capaz de diferenciar de maneira particular o processo de interação e sociabilidade por diferentes fatores, principalmente a ausência corporal. Tal fator interfere no processo de comunicação neste ambiente virtual, possibilitando a utilização de formas alternativas de representações das emoções e expressões corporais, produzindo recursos para modificação da auto-imagem da sociedade. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi apresentar a relação entre o avanço da tecnociência, sua influência no processo histórico de formação do ser humano e suas consequências na percepção da imagem corporal do indivíduo nas relações interpessoais. A imagem corporal engloba todas as representações que o ser humano vivencia e conceitua sobre o corpo. Em meio a uma sociedade que preza pela perfeita estética corporal, a tecnologia caminha no sentido de contribuir para a adequação da identidade, criando um ambiente de comunicação virtual com ausência de corpos, impedindo um julgamento estético entre os indivíduos, facilitando a aceitabilidade social. Nesta interface, o corpo age como ferramenta comunicativa e cultural, e relaciona-se diretamente com o avanço da tecnociência, principalmente nas relações interpessoais. A tecnologia além de já fazer parte da história da humanidade, está contribuindo para modificá-la, remodelando e ressignificando o modo do ser humano viver e interagir-se com sua sociedade e com a própria tecnologia. Unitermos: Tecnologias e sociedade. Tecnociência. Relação social.
Abstract The advancement of technology enables the evolution and emergence of new media and production methods, influencing the processes of formation of individuals in society. The Internet is able to differentiate in a particular way the process of interaction and sociability by different factors, mainly corporal absence. This factor interferes in the communication process in this virtual environment, making possible the use of alternative forms of representations of the emotions and corporal expressions, producing resources to modify the self-image of society. Thus, the objective of the present study was to present the relationship between the progress of technoscience, its influence on the historical process of human formation and its consequences on the perception of the body image of the individual in interpersonal relations. The body image encompasses all the representations that the human being experiences and conceptualizes on the body. In the midst of a society that values perfect body aesthetics, the technology moves in the sense of contributing to the adequacy of identity, creating an environment of virtual communication with absence of bodies, preventing an aesthetic judgment between individuals, facilitating social acceptability. In this interface, the body acts as a communicative and cultural tool, and is directly related to the advancement of technoscience, especially in interpersonal relations. Technology, as well as being part of the history of humanity, is contributing to modify it, remodeling and reaffirming the human being's way of living and interacting with his society and with the technology itself. Keywords: Technology and society. Technoscience. Social relationship.
Resumen El avance de la tecnología posibilita la evolución y el surgimiento de nuevos medios de comunicación y métodos de la producción, influenciando los procesos de formación de los individuos en la sociedad. Internet permite diferenciar de manera particular el proceso de interacción y sociabilidad por diferentes factores, principalmente la ausencia corporal. Este factor interfiere en el proceso de comunicación en este ambiente virtual, posibilitando la utilización de formas alternativas de representaciones de las emociones y expresiones corporales, produciendo recursos para la modificación de la auto-imagen de la sociedad. De este modo, el objetivo del presente estudio fue presentar la relación entre el avance de la tecnociencia, su influencia en el proceso histórico de formación del ser humano y sus consecuencias en la percepción de la imagen corporal del individuo en las relaciones interpersonales. La imagen corporal engloba todas las representaciones que el ser humano vive y conceptualiza sobre el cuerpo. En medio de una sociedad que aprecia la perfección en la estética corporal, la tecnología camina en el sentido de contribuir a la adecuación de la identidad, creando un ambiente de comunicación virtual con ausencia de cuerpos, impidiendo un juicio estético entre los individuos, facilitando la aceptabilidad social. En esta interfaz, el cuerpo actúa como herramienta comunicativa y cultural, y se relaciona directamente con el avance de la tecnociencia, principalmente en las relaciones interpersonales. La tecnología además de ya formar parte de la historia de la humanidad, está contribuyendo a modificarla, remodelando y resignificando el modo del ser humano de vivir e interactuar con su sociedad y con la propia tecnología Unitermos: Tecnología y sociedad. Tecnociencia. Relación social.
Recepção: 09/08/2016 - Aceitação: 15/10/2017
1ª Revisão: 11/09/2017 - 2ª Revisão: 09/10/2017
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Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 22, Nº 233, Octubre de 2017. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O avanço tecnológico possibilita a evolução e surgimento de novos meio de comunicação, assim na contemporaneidade é possível haver diferentes meios de interação e sociabilidade (Baldanza, 2006). A mesma autora ainda comenta que as novas tecnologias refiguram as experiências de corpo, isto por reinventam as relações sexuais, as formas do corpo, as experiências de identidade e de comunidade. Além disso, por meio da tecnologia, o corpo é capaz de atravessar fronteiras geográficas, culturais, profissionais e hierárquicas.
A internet por si é capaz de diferenciar de maneira particular o processo de interação e sociabilidade por diferentes fatores, como: fácil comunicação, ausência de censura, mobilidade territorial, liberdade de relacionamento de qualquer espécie, desbloqueio sociais ou preconceituosos, fantasias de identidades alternativas, descompromisso social e temporal para o processo comunicativo, e o anonimato (Baldanza, 2006). Cruz (2001) relata que o ciberespaço é famoso por sua capacidade de preservar a identidade, dando privacidade aos internautas que assim a desejam. Além de desafiar as fronteiras do tempo e do espaço, o processo de desmaterialização o corpo, provocado pela comunicação no ciberespaço ajuda a ultrapassar outras barreiras como a falta de mobilidade física ou econômica, aparência física inadequada ou fora dos padrões regidos/impostos socialmente, e, assim como comenta Martins (2005), possibilita a experimentação de diferentes opções e classes sociais, raças, nacionalidades e profissões, etc.
Baldanza (2006) comenta que a internet é tida como a potencializadora deste processo de comunicação no ciberespaço, uma vez que, além de apresentar interação e sociabilidade à distância, ela também criou maneiras para suprir as necessidades da mesma. Ou seja, a internet, assim como outros meios de comunicação – telefone e carta manuscrita – possui uma interação com ausência do corpo físico, entretanto ela também criou ferramentas que suprissem as demandas deste corpo (tonalidade de voz, emoções, gestos e expressões corporais) os quais são fundamentais para a comunicação face a face, e foram substituídos por recursos escritos e representações corporais (emoticons, smiles, e winks), também chamados de corpos virtuais.
Percebe-se que ausência do corpo físico interfere no processo de comunicação neste ambiente virtual, sendo assim, a internet possibilitou a utilização de formas alternativas de representações das emoções e expressões corporais, a fim de suprir a ausência do corpo na comunicação no ciberespaço. Desde modo, evidencia-se a importância do corpo e de suas expressões no processo de comunicação e sociabilidade.
Além dos quesitos relacionados ao processo de comunicação, o avanço tecnológico se reproduz como um importante fornecedor de recursos para modificação da auto-imagem da sociedade. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi apresentar a influência do avanço da tecnociência na modificação do processo histórico do ser humano e sua relação com a sociedade.
Corpo, imagem corporal e tecnologia
A imagem corporal engloba todas as representações que o ser humano vivencia e conceitua seu próprio corpo (Albuquerque; Falkenbach, 2009). Autores relatam que estas representações envolvem aspectos cognitivos, afetivos, sociais, culturais, motores (Adami et al., 2005), sendo baseado em vários dados sensoriais proprioceptivos e exteroceptivos e está integrada a uma organização cerebral e influenciada por fatores sensoriais, processos de desenvolvimento e aspectos psicodinâmicos (Alves, 2005; Tavares, 2003). Nesse processo de construção da Imagem do corpo, afirma Adami et al. (2005), os sentidos humanos (principalmente visão, tato e propriocepção) dão informações importantes sobre o desenho, a silhueta corporal.
A aparência corporal carrega consigo significados que são culturalmente construídos (Sant’anna, 2001). Assim, algumas marcas corporais são interpretadas como sinais de beleza, de saúde e de perfeição, enquanto outras são vistas como sinal de feiúra, de doença ou de deficiência (Sfez, 1996; Tucherman, 1999 apud Paiva; Goellner, 2008), como no caso do indivíduo amputado.
Em meio uma sociedade a qual preza pela perfeita estética corporal, o sujeito amputado de um membro, ou parte dele, passa a ser um corpo fora dos padrões funcionais e morfológicos mediante uma visão socialmente construída. Inclusive muitas das pessoas não amputadas acabam por tratar os amputados com inferioridade por “pré-conceituá-las” como menos eficientes, gerando a nomenclatura “deficiente” ou “pessoa com deficiência”. Feitos estes tendem a trazer sentimentos de incapacidade e inutilidade por parte dos sujeitos amputados, agravando ainda mais suas relações de pertencimento a um grupo social.
Perder parte do corpo é doloroso e necessita um novo modo de viver, de estar no mundo, e as relações com o corpo em um indivíduo amputado é alterada, modificando inclusive a forma de olhar o mundo e as pessoas (Chini, Boemer, 2007). Os mesmo autores ainda afirmam que perder parte do corpo altera toda uma existência, tendo de se adaptar, readaptar, aprender a viver novamente assumindo uma nova perspectiva do mundo para si, para os outros e para os objetos (Chini, Boemer, 2007).
A tecnologia caminha no sentido de contribuir para a readaptação da identidade do sujeito amputado. A protetização permite uma releitura do trauma de amputação, oferece subsídios para ajudar o amputado, juntamente com seu aceite e enfrentamento, a adaptar-se a esta situação, passando a viver seu cotidiano normalmente em condições funcionais e de satisfação corporal (Paiva; Goellner, 2008).
As autoras (Paiva; Goellner, 2008) ainda comentam que a protetização aliada a aceitação da amputação, gera uma construção de um sentimento de evolução, o qual contribui para o superação do indivíduo. Entretanto esta deve ser feita dentro de uma realidade para assim não gerar mais frustrações, caso haja possibilidade de ocorrer.
Muitos dos indivíduos amputados possuem um sentimento de incompletude e de imperfeição, sentindo-se estrangeiros aos olhos da sociedade. Situação a qual faz com que os mesmos não se sintam pertencentes a nenhum grupo social. Desse modo, muitos não aceitam a amputação, passando um momento de “luto” (Paiva; Goellner, 2008). Porém, a protetização é capaz de mudar o “olhar sobre si mesmo” do indivíduo amputado, muitos deles tratam a prótese como mecanismos para reconstrução do corpo, ferramenta ou meio para dar-lhes a normalidade a qual a sociedade lhes pregam.
Porém, algo faz-se necessário potencializar a recuperação e a vida cotidiana do amputado, isso se dá em focar o olhar nas potencialidades do indivíduo e não apenas em suas limitações. E para o “eu próprio” do amputado, deve haver uma ressignificação da vida por completo, entender que a vida não acabou no momento do acidente ou da amputação, e que houve apenas uma transformação a qual deve ser seguida de uma significação da vida e dos prazeres desta.
E no caso da pessoa com deficiência, a comunicação virtual permite um diálogo sem um pré-julgamento, permitindo aprofundar na personalidade do sujeito sem o preconceito e afastamento que ocorre com certa frequência na comunicação face a face (Bassani; Heidrich, 2008). Ou seja, a comunicação virtual facilita a inclusão por meio de não tornar público sua deficiência. Entretanto, este fato também ocorre com as pessoas sem deficiência, as quais expõem em redes sociais apenas as características que elas mesmas desejam expor, ocultando as que não lhes são agradáveis. Estas atitudes de não deixar público as características do corpo e da personalidade levam a refletir questões de aceitabilidade. Para demonstrar aceitabilidade parte-se do pressuposto das afinidades que o usuário possui. O processo de aceitabilidade possui uma direção para com o outro, mas este processo começa interiormente, um processo individual e particular.
Como relatado anteriormente, o corpo possui importante função no processo de comunicação, isto pelo fato dos corpos comunicam em seus movimentos, emoções, sentimentos e afetividade, onde os seres humanos são seus próprios criadores de cultura nos mais diversos domínios e extensões (Gaya, 2005). O mesmo autor ainda comenta que a cultura é oriunda nas ricas e múltiplas expressões as quais (re)significam e (re)simbolizam o movimento, promovendo assim uma relação de um corpo vivido, de um corpo espaço, de um corpo experiência, e assim, de um corpo sujeito.
As autoras Domingues; Silva (2008) comentam que para analisar o corpo, deve haver uma atenção para as informações “entrelaçadas” à imagem e expressão corporal, uma vez que no corpo estão inseridas as marcas bio-histórico-culturais, sendo este dotado de uma linguagem. Para alguns o corpo é visto como uma “vitrine humana”, o sujeito utiliza de uma transformação corporal como ferramenta para construção de identidades apoiado em signos, símbolos, desgastando seus corpos em exercício físicos e modificações corporais (Domingues; Silva, 2008). Alguns grupos utilizam as transformações corporais ou body modification para produção do gênero, onde algumas técnicas são tradicionalmente utilizadas por homens com intuito de demonstração de coragem, resistência e virilidade, e por mulheres para demonstrar delicadeza e sensualidade. Além disso, há o contexto da dor, como forma de resignificar a vida cotidiana (Domingues; Silva, 2008).
A imagem corporal mantém semelhanças entre indivíduos, auxiliando a delimitar tribos ou grupos sociais. Ainda há os adeptos dos body modification que desejam atrair os olhares do mundo, com intuito de reforçar uma existência no mundo, “tornarem-se visíveis” (Domingues; Silva, 2008). Porém estas artes remetem a uma época em que se cultua o corpo em alguns padrões de modernidades, quando na verdade estas artes são antigas, chamas de “nova arte velha” (Machado; Zanetti; Moioli, 2011), como no caso de civilizações primitivas, Egito antigo, culturas indígenas, entre outras. Machado; Zanetti; Moioli, (2011) ainda relatam que esta é uma característica atemporal, onde homem recria e remodela seu corpo como um modelo comunicacional artístico.
Porém, ontem e hoje, deve-se atentar a ideia que estas body modification estão além das transformações corporais, as modificações estão mais que no aparente, elas são também internas. A incorporação da idéia de modificação independe da transformação corporal, há transformação apenas para “patenteá-las”. Há outra questão relacionada ao avanço tecnológico a qual possibilita a superação do corpo biológico, por meio de corpos biônicos, um corpo concebido pela tecnociência, exibindo um sistema cerebral baseado na nanotecnologia, não envelhecendo, impermeável e órgãos substituíveis, sensível a texturas controláveis, espinha dorsal com fibras com melhores condutibilidade elétrica, enfim com objetivo de superar todos os defeitos do corpo biológico (Gaya, 2005).
Situações como estas trazem indagações quando a valorização do corpo humano como algo a ser ultrapassado, sem uso, arcaico, rudimentar, sem grande desenvolvimento. Porém numa visão pós-humanista, a qual o corpo seria substituído progressivamente por uma máquina artificial, interroga-se a possibilidade de transportar o “espírito” humano para uma máquina superior ao corpo biológico (Gaya, 2005). Alguns autores ainda se questionam se este processo de desenvolvimento das máquinas poderá ser a salvação da humanidade.
A tecnologia oferta a possibilidade de uma imortalidade, entretanto esta tecnociência está tomando em uma direção para a supervalorização da mente e uma desvalorização/menosprezo do corpo. Uma vez que sempre há a proposta para substituição do corpo biológico pelo corpo mecânico, ou alguma maneira de transmitir o conteúdo da mente para um novo corpo, alguma maneira para perpetuar a vida humana.
Porém, deve-se olhar para além do corpo externo, e sim na cultura corporal de movimento, ou para o histórico-motor-social, presente no corpo. Além disso, há outro problema relacionado à tecnologia, ela não é humanitária, restringida seu usufruto a uma minoria, prioritariamente regida por requisitos financeiros e sociais.
Além das questões anteriormente abordadas sobre a relação do corpo com a comunicação mediante o desenvolvimento da tecnociência e da tecnologia comunicativa, autores comentam que mediante o desenvolvimento das novas tecnologias é possível classificar a sociedade contemporânea como uma sociedade da informação pela centralidade que a informação tem assumido. Principalmente a partir da difusão da internet que vem despertando mudanças de várias ordens, não só na relação do corpo propriamente dita, mas também em suas relações econômicas, sociais, políticas, culturais e filosóficas (Pinho, 2011). O mesmo autor ainda comenta que a internet tem o potencial de quebrar estruturas de poder convencionais ao democratizar o acesso à informação.
Pinho (2011) alerta ainda que a internet comporta um paradoxo da contradição já que por um lado, parece ser um território de liberdade e igualdade, e por outro, aponta um risco de aprofundamento do individualismo convivendo com uma agregação de interesses de grupos, o que geraria guetos de interesses e não um ambiente de ampla democratização.
Mediante o que já foi apresentado e discutido anteriormente é possível evidenciar a importância do corpo no processo comunicativo, principalmente quando se refere ao ciberespaço, local onde há a ausência do corpo físico, entretanto há substituições por expressões linguísticas e corpos virtuais. Além disso, em questões envolvendo indivíduos amputados ou com deficiência, a tecnologia favorece na readaptação, superação e melhora da auto-imagem como também em questões de aceitabilidade e ressifignicação do viver de todas as pessoas.
Quando se interroga das transformações externa ou internamente corporais e também sobre se o corpo humano seria um corpo obsoleto, faz-se importante promover a releitura do corpo humano como sendo por si comunicativo em seus movimentos, gestos, expressões, sentimentos e emoções. Desse como, as transformações refiguram a imagem do corpo, porém refiguram segundo os interesses e sentimentos do próprio indivíduo, assim as transformações externas são apenas para fortalecer as internas.
Atualmente a relação do homem com a tecnologia tomou proporções que são irreversíveis, numa visão voltada ao sócio-cultural da sociedade Machado, Zanetti e Moioli, (2011) comentam que é preciso compreender que a tecnologia faz parte da cultura humana e não sendo mais possível acreditar no homem sem uma dimensão da tecnicidade. Ainda assim, a dinâmica social nos leva a buscar sempre novas perspectivas de pensarmos o ciberespaço e a cibercultura, principalmente quando referimos ao corpo do homem contemporâneo.
Conclusão
O corpo humano em termos de representatividade vai além do ser biológico, já que expressa emoções, sentimentos, religiosidade, e todos resultantes de um processo histórico de construção humana. Nesta interface, o corpo é uma ferramenta comunicativa e cultural, portanto relaciona-se diretamente com o avanço da tecnociência, e ambos caminham juntos, estão fortemente interlaçados a tal modo que não podem ser dissipados. A tecnologia além de já fazer parte da história da humanidade, está contribuindo para modificá-la, remodelando e ressignificando o modo do ser humano viver e interagir-se com sua sociedade e com a própria tecnologia.
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Digital · Año 22 · N° 233 | Buenos Aires,
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