Oferta de atividades recreativas em instituições de longa permanência para idosos da cidade de Ipatinga, Minas Gerais Recreational activities offered by long-term care institutions to elderly in Ipatinga city, Minas Gerais Oferta de actividades recreativas en instituciones de larga permanencia para personas mayores de la ciudad de Ipatinga, Minas Gerais |
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*Bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Unileste-MG **Mestre em Ciências do Esporte, UFMG (Brasil) |
Claudia Alvarenga Drummond Andrade* Iula Lamounier Lucca** |
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Resumo O estudo objetivou verificar se as instituições de longa permanência para idosos (ILPI) de Ipatinga-MG oferecem atividades recreativas aos internos, com qual frequência e por quem são ministradas. A amostra foi composta por quatro administradores (idade: 49,5 ± 9,11 anos) de três ILPI e uma instituição de amparo a deficientes mentais, que acolhia predominantemente idosos, em Ipatinga-MG. Realizou-se entrevistas semiestruturadas, com os responsáveis pelas instituições gravadas por Microcassette Recorder Panasonic® RN–102, e estatística descritiva através do programa Excel 2007. Resultados indicaram que duas instituições ofereciam atividades recreativas uma vez por semana, uma instituição as oferecia duas vezes por semana e uma ILPI as oferecia cinco vezes por semana. Somente uma instituição possuía profissional para ministrar as mesmas, as demais dependiam de voluntários. Conclui-se que estas instituições ofereciam atividades recreativas aos internos, de 1 a 5 vezes por semana, sendo estas ministradas predominantemente por voluntários. Unitermos: Recreação. Idoso. Lazer. Envelhecimento.
Abstract This research aimed to verify whether the long-term care institutions (LTCI) of Ipatinga city offer recreational activities to elderly, how often they offer such activities and by whom those activities are administered. The sample (n = 4) was compost by the managers (49,5 ± 9,11 years old) of the three LTCI and an institution for person with mental disorders, where the most of residents were elderly, in Ipatinga city-MG Were performed semi-structured interviews, which were recorded by Panasonic® Recorder RN–102 and descriptive statistics by Excel 2007. The results indicated that two institutions has offered recreational activities once a week, another institution has offered it two times a week and, only one ILPI has offered it five times a week. These activities used to be administered by volunteers, only one institution has had a professional doing the same. It is concluded that the institutions surveyed has offered recreational activities to elderly, from 1 to 5 times per week, such activities used to be administered by volunteers predominantly. Keywords: Recreation. Elderly. Leisure. Aging.
Resumen El presente estudio tuvo como objetivo verificar si las instituciones de larga permanencia para personas mayores de Ipatinga-MG ofrecen actividades recreativas a los internos, con qué frecuencia y quién se las imparte. La muestra fue compuesta por cuatro administradores (edad: 49,5 ± 9,11 años) de tres instituciones y una institución de ayuda a discapacitados mentales, que acogía predominantemente ancianos, en Ipatinga-MG. Se realizaron entrevistas semiestructuradas, con los responsables de las instituciones que fueron registradas por un mini-grabador Panasonic® RN-102, y estadística descriptiva a través del programa Excel 2007. Los resultados indicaron que dos instituciones ofrecían actividades recreativas una vez por semana, una institución las ofrecía dos veces por y una institución para personas mayores las ofrecía cinco veces por semana. Sólo una institución poseía un profesional para ministrar las mismas, las demás dependían de voluntarios. Se concluye que estas instituciones ofrecían actividades recreativas a los internos, de 1 a 5 veces por semana, siendo estas administradas predominantemente por voluntarios. Palabras clave: Recreación. Ancianos. Ocio. Envejecimiento.
Recepção: 06/04/2016 - Aceitação: 15/08/2017
1ª Revisão: 20/07/2017 - 2ª Revisão: 10/08/2017
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Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com), Revista Digital. Buenos Aires, Año 22, Nº 232, Septiembre de 2017. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A sociedade moderna valoriza o trabalho em detrimento do lazer, pois, embora a jornada de trabalho tenha diminuído nos últimos anos, o tempo dedicado ao lazer não aumentou, já que as pessoas tendem a ocupar tal tempo com atividades que possam contribuir para aumentar sua renda e padrão de vida (Werneck, 1998). Assim, a recreação tem perdido espaço na vida das pessoas.
De acordo com Barbanti (2003) a recreação consiste de atividades diversas e variadas que podem ser físicas ou mentais, apresentando como característica comum o fato de proporcionarem prazer, divertimento, entretenimento, assim, a recreação inclui os jogos, brincadeiras, as danças, cantos, esportes, entre outras práticas.
Considerando o caráter de diversão das atividades recreativas, percebe-se que estas podem diminuir o estresse, alegrar e melhorar o humor das pessoas que as praticam. O fato de existir um grande número de atividades recreativas permite que sejam vivenciadas por qualquer indivíduo, em qualquer faixa etária, inclusive durante o envelhecimento.
Nesse sentido, Assis e Rabelo (2006) afirmam que o envelhecimento é um processo natural e irreversível, cujas alterações fisiológicas determinam mudanças estruturais e o declínio de algumas funções, o que pode comprometer as atividades da vida diária (AVD). No entanto, embora o envelhecimento seja um processo biológico inevitável, a forma como a pessoa envelhece pode diferir de um indivíduo para outro. Dependendo do estilo de vida, o indivíduo pode apresentar idade avançada e bastante autonomia, enquanto outros podem apresentar grande comprometimento de suas funções fisiológicas passando a depender do cuidado de terceiros.
Devido a tal fato existem as instituições de longa permanência para idosos (ILPI) que abrigam idosos impossibilitados de viver sozinhos. Tais instituições, também chamadas de asilos, abrigam pessoas mais velhas, a partir de 60 anos de idade, tendo como responsabilidade acolher e cuidar dos seus internos, fornecendo-lhes cuidados com a higiene pessoal, saúde, alimentação, moradia e lazer (Pinheiro & Gomes, 2008; Anvisa, 2005). Se tais instituições devem proporcionar lazer aos residentes, poderiam, então, oferecer atividades recreativas para serem desenvolvidas no seu tempo livre, principalmente porque tais atividades podem trazer também benefícios à saúde do idoso.
Sob tal aspecto, Lorda e Sanches (1995) reforçam que a atividades físicas recreativas representam intervenções de saúde significativas na vida das pessoas de idade avançada. De acordo com Pires, Nogueira, Rodrigues, Amorim e Oliveira (2009) as atividades físicas recreativas para idosos devem ser: diversificadas, gerando autoconfiança, bem-estar, interação social.
Nesse contexto é importante ressaltar que jogos e brincadeiras, mesmo com pouca movimentação física, também são benéficos aos idosos, pois Lucca e Rabelo (2011) identificaram que apenas um mês de estímulo a esse tipo de atividade promoveu uma redução dos sintomas de depressão de idosos institucionalizados.
Então as atividades recreativas podem contribuir para a qualidade de vida do idoso institucionalizado. Pois, qualidade de vida está relacionada à sensação de bem estar, incluindo aspectos de saúde física, mental, as relações sociais, o entusiasmo pela vida, a capacidade de realizar as atividades do dia a dia (Barbanti, 2003). Assim, o indivíduo que pratica atividades recreativas, pode envelhecer mais alegre, feliz e mais saudável do que aquele que não pratica ou nunca praticou.
Diante do fato de que as atividades recreativas podem ser benéficas aos idosos, contribuindo para manutenção de uma boa qualidade de vida e para o atendimento de algumas de suas necessidades físicas, afetivas e cognitivas, e de que o idoso institucionalizado tem tempo livre, disponível, para tais atividades torna-se importante investigar se as ILPI oferecem atividades recreativas aos idosos.
Assim, o presente estudo teve como objetivos verificar se as ILPI da cidade de Ipatinga- MG oferecem atividades recreativas aos internos, com qual frequência e por quem estas atividades são ministradas.
Métodos
Trata-se de uma pesquisa transversal, de caráter descritivo, com abordagem quantitativa e coleta realizada em campo, na cidade de Ipatinga, Minas Gerais.
Amostra
O estudo foi realizado após contato com o Conselho Municipal do Idoso que indicou a existência na cidade de três ILPI e um centro de amparo para maiores de 18 anos com deficiência mental, onde 50% dos internos eram idosos. A pesquisa foi realizada com os gerentes ou coordenadores destas instituições, sendo adotados como critérios de inclusão: exercer a função de administrador em tais instituições e ter idade mínima de 18 anos. A amostra foi composta por quatro voluntários que administravam tais entidades, sendo dois coordenadores e dois gerentes administrativos, com média de idade de 49,5 ± 9,11 anos, dois destes indivíduos eram graduados em administração de empresas, um estava cursando o quarto período de serviço social e o outro formou-se em magistério no segundo grau. Todos conheciam a infraestrutura e rotina das instituições, estando aptos a fornecer informações sobre as mesmas.
Os responsáveis por cada uma das instituições pesquisadas assinaram um termo de compromisso livre e esclarecido (TCLE), para participar do estudo sendo garantido total anonimato aos mesmos, bem como às instituições onde trabalhavam.
Instrumentos
Foi elaborado pelas pesquisadoras um roteiro para entrevista semiestruturada contendo perguntas sobre o funcionamento das instituições, a estrutura, a rotina e os horários da mesma, o número de residentes e suas características, se são oferecidas atividades recreativas, a frequência destas, quem as orienta. Tais entrevistas foram gravadas por um minigravador microcassette recorder Panasonic® modelo RN 102.
Procedimentos
Foi realizado contato por telefone com o responsável pela instituição para agendamento de data e horário para primeira visita, na qual a pesquisadora conheceu as instalações, o funcionamento, a rotina e conversou pessoalmente com o responsável sobre o estudo em questão, explicando detalhes do mesmo e agendando data e horário para entrevista que foi gravada e posteriormente transcrita e analisada.
Análise dos dados
Os dados foram agrupados conforme o padrão de respostas e apresentados em quadros e gráficos. Quando possível, foram calculadas frequência absoluta e relativa, valores mínimos e máximos através do programa Excel 2007.
Resultados
Evidenciou-se predominância feminina entre os residentes, sendo variável o número de idosos atendidos por cada instituição (Quadro 1). De acordo com seus responsáveis tais abrigos dependiam das pensões e aposentadorias dos próprios residentes, bem como, do apoio financeiro de instituições religiosas, da prefeitura municipal e de doações da comunidade.
A Figura 1 ilustra a quantidade de instituições que possuem áreas de lazer disponíveis para uso dos idosos e que áreas são estas. Todas as instituições pesquisadas possuem pátio e sala para televisão, as instituições A e B também possuem varanda, e somente a instituição A tem sala de informática e brinquedoteca.
Já o Quadro 2 evidencia que todas as instituições oferecem alguma atividade recreativa aos idosos, no entanto, com frequência variada. Na instituição A eram ofertadas quatro atividades diferentes em cinco dias da semana e passeios esporádicos nos fins de semana. A instituição C possibilitava duas opções de atividade dois dias da semana e passeios todos os domingos. As instituições B e D ofereciam atividades apenas uma vez por semana.
Enquanto o Quadro 3 destaca que em todas as instituições, as atividades recreativas eram ministradas por voluntários, somente a instituição D contava com uma fisioterapeuta contratada que também conduzia estas atividades, além disso apenas na instituição D as atividades não eram realizadas por todos os idosos.
Discussão
O presente estudo evidenciou nas instituições pesquisadas (Quadro 1) uma predominância feminina entre os residentes, o que vem de encontro com achados de Chaimowicz e Greco (1999), que também encontraram maior número de mulheres residindo nas ILPI da cidade de Belo Horizonte, tais autores relataram que existem mais mulheres nas instituições por eles pesquisadas devido ao número de viúvas ou separadas da cidade. Neste sentido Parahyba (2006) afirma que a expectativa de vida do sexo feminino é maior em relação à dos homens, o que contribui para a maior proporção das mulheres idosas, em relação aos homens.
A idade mínima de 60 anos identificada no presente estudo (Quadro 1) em todas as ILPI pesquisadas, é coerente com a legislação atual, pois a resolução 283 de 2005 da agência nacional de vigilância sanitária (Anvisa, 2005) exige que o indivíduo tenha completado 60 anos para que seja institucionalizado. A instituição D apresenta residentes com idade inferior por não tratar-se de ILPI, embora 50% dos seus residentes sejam idosos, pois abriga adultos com deficiência mental que uma vez internados em tal instituição, permanecem na mesma ao longo de sua vida. Assim a deficiência mental apresentada por todos os residentes desta instituição (Quadro 1) não está relacionada ao processo de envelhecimento dos mesmos, mas sim ao fato de que esta entidade é específica para estes indivíduos.
No entanto, detectou-se que nas demais ILPI muitos residentes também apresentavam comprometimentos de saúde, vários deles eram cadeirantes, hipertensos e diabéticos (Quadro 1). Em consonância com tais resultados, estudo sobre os níveis de capacidade funcional de idosos realizado por Pelegrin, Araújo, Costa, Cyrillo e Rosset (2008) nas ILPI da cidade de Ribeirão Preto, também encontrou um grande número de idosos que precisavam de cadeira de rodas para se locomover e que também tinham doenças como diabetes e hipertensão, doenças crônicas típicas do processo de envelhecimento.
De acordo com os responsáveis as quatro instituições pesquisadas se mantinham com as pensões e aposentadorias dos residentes e apoio financeiro de instituições religiosas e de terceiros, o que vem de encontro com as características das instituições pesquisadas por Yamamoto e Diogo, (2002) na cidade de Campinas, nas quais as fontes de renda também envolviam as aposentadorias, igrejas e doações, inclusive via telemarketing.
Este estudo verificou que as instituições para idosos da cidade de Ipatinga, contam com algumas áreas de lazer (Gráfico 1), pátios e sala para televisão existem em todas, sendo que duas ILPI têm varanda. Nas áreas livres os idosos podem conversar, receber visitas e também praticar diversas atividades recreativas, enquanto as salas de televisão permitem que o idoso realize tal atividade sempre que desejar. Tal fato é importante, pois Araújo, Onofre, Silva e Pena (2010) pesquisaram o perfil de idosos institucionalizados em três ILPI do estado de São Paulo e encontraram o ato de assistir televisão como atividade de lazer preferida pelos idosos.
Somente a instituição A tinha sala de informática e brinquedoteca (Gráfico 1), estes espaços foram criados na ILPI durante a realização de uma pesquisa científica que avaliou a influência das atividades recreativas nos níveis de depressão dos residentes (Lucca & Rabelo, 2011) identificando redução dos sintomas depressivos nos idosos após um mês de estímulo às atividades recreativas, demonstrando a importância da recreação para a saúde e qualidade de vida dos residentes. Por isso os materiais foram doados à instituição para que os idosos pudessem continuar desfrutando dos mesmos.
A importância da brinquedoteca para os idosos também é salientada por Rodrigues, Caldas, Santos Jr, Azevedo e Rangel (2010) que a evidenciaram como estratégia para saúde mental de tais indivíduos, comentando que devem ser ofertadas com intuito de estimular o autoconhecimento, a autoestima, a troca de experiências, contribuindo para minimizar as perdas naturais do envelhecimento.
Quanto à sala de informática, Pasqualotti, Barone e Doll (2007), afirmam que ao operar o computador o idoso desenvolve habilidade e destreza e que o uso da internet possibilita contatos, experiências e relacionamentos que beneficiam os idosos com sintomas de depressão.
Todas as instituições ofereciam alguma atividade recreativa aos idosos (Quadro 2). Destaca-se a instituição A que preencheu quase todos os dias da semana com atividades variadas: jogos, ginástica, dança sênior e passeios esporádicos, a instituição C oferecia dois tipos de atividade: sessões de louvor e canto e de alongamento em dia diferentes, enquanto as instituições B e C ofereciam a recreação apenas uma vez por semana: alongamento, ou danças, ou artesanato. Percebe-se que as atividades físicas de caráter recreativo predominaram nas instituições pesquisadas, seja na forma de ginástica, de alongamento ou de dança.
Os benefícios da atividade física para a saúde e bem estar dos idosos é bastante evidenciado na literatura (Toscano & Oliveira, 2009; Matsuo, Verlardi, Brandão & Miranda, 2007; Barbosa & Rabelo, 2007). Conforme Barbanti (2003), as atividades físicas são recreativas quando praticadas de forma agradável, divertida e prazerosa. No presente estudo as atividades físicas citadas foram consideradas como recreativas pelos administradores das instituições, no entanto, não foram realizadas observações para confirmar tais características.
Neste contexto, Takahashi e Tumelero (2004) concordam que um programa de atividades físicas é importante para os idosos, por prevenir perdas naturais do processo de envelhecimento, devendo incluir treino de força, capacidade aeróbia, mas também alongamentos para melhorar a flexibilidade e a mobilidade e atividades de sociabilização e recreativas para aumentar o bem estar.
No que se refere à dança, Amaral (2010) relata que a dança sênior baseia-se no folclore de diversos povos estimulando a expressão corporal e a integração. Já Garcia, Antunes e Maia (2014) estudaram os benefícios da dança de salão para idosos percebendo que além de melhorias físicas na composição corporal, mobilidade articular e redução de quedas, ela estimula o convívio social.
Nesse aspecto, esta pesquisa identificou que a grande maioria das atividades ofertadas nas instituições são realizadas em grupo, o que propicia a integração e o convívio social. Nesse sentido, Ferraz e Peixoto (1997) salientam que a qualidade de vida dos idosos depende do convívio e integração dos mesmos em ambientes onde sintam-se úteis, amados e respeitados. Pesquisadores comentam a eficácia das atividades recreativas para a saúde das pessoas idosas, quando realizada coletivamente, pois a recreação estimula o contato, a solidariedade, assim pode reduzir as tensões do idoso, contribuindo para que estabeleça laços de amizade e para que se divirta (Pinto et al, 2008).
O presente estudo também identificou que as atividades recreativas são conduzidas por voluntários na maioria das instituições pesquisadas, apenas em uma instituição uma fisioterapeuta contratada também faz recreação com os idosos (Quadro 3). Sobre tal aspecto, Pinheiro e Gomes (2008) pesquisaram o lazer em instituições asilares concluindo que apesar da realidade das instituições não serem iguais, ainda destaca-se a falta de profissionais qualificados para atividades recreativas nas mesmas.
Nesta pesquisa, na maioria das instituições todos os idosos participavam das atividades recreativas oferecidas (Quadro 3) indicando que gostam das mesmas. Tal fato é condizente com o estudo de Lucca e Rabelo (2011), durante o qual os idosos procuravam as atividades recreativas espontaneamente. Contudo, em uma das instituições, nem todos os idosos participavam (Quadro 3), o que, talvez, seja decorrente da limitação física e/ou cognitiva dos mesmos, visto que todos apresentavam deficiência mental, no entanto, tais motivos devem ser melhor investigados.
Em conjunto os dados indicam que as ILPI oferecem atividades recreativas aos idosos, no entanto, tal oferta é pequena diante do tempo disponível que os residentes têm para as mesmas. Acredita-se que poderiam ser mais estimuladas, principalmente por que a recreação pode melhorar a qualidade de vida e o bem estar dos idosos, além de estimular cognitiva, afetiva e socialmente (Lucca & Rabelo, 2011). Seria de fundamental importância que estes idosos pudessem desfrutar dos benefícios de tais atividades, porém nem sempre isso é possível devido à carência de profissionais, falta de espaços adequados e por questões financeiras destas instituições.
Tal estudo apresentou como limitação o fato de que não foram realizadas observações das atividades ofertadas para confirmação de seu caráter recreativo.
Conclusão
Conclui-se que as instituições investigadas da cidade de Ipatinga oferecem atividades recreativas aos internos, com frequência bastante variável: de 1 a 5 vezes por semana, sendo mais citadas as danças, o alongamento e os passeios, atividades estas ministradas predominantemente por voluntários.
Contudo, sugerem-se maiores investigações com intuito de verificar os motivos da não contratação de profissionais especializados, da oferta de tão poucas atividades por algumas instituições e também se estas atividades ofertadas por voluntários têm continuidade.
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