efdeportes.com

Motivos pela rejeição a Educação Física escolar: 

sob a luz de uma comunidade do Facebook

Reasons for the rejection of Physical Education school: in the light of a Facebook community

Motivos para el rechazo de la Educación Física escolar: al interior de una comunidad de Facebook

 

*Doutor em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). 

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

**Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Bauru)

Mestre em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Universidade Estadual

Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Rio Claro)

Membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte (LEPESPE)

***Licenciado em Educação Física pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Especialista em Educação Física escolar pela Faculdade Farias Brito e Avaliação em Educação Pública 

pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Universidade Federal de Juíz de Fora (CAEd/UFJF)

Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Professor da Secretaria Estadual de Educação do Ceará (SEDUC-CE)

Membro do Grupo de pesquisa Saberes em Ação (IEFES-UFC)

****Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC)

Mestrado em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutorado em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Professora Adjunta do Instituto de Educação Física e Esportes da Universidade Federal do Ceará (IEFES-UFC)

Professora do Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Membro do Grupo de pesquisa Saberes em Ação (IEFES-UFC)

Raphaell Moreira Martins*

Bruno Bember Lofiego**

José Ribamar Ferreira Júnior***

Maria Eleni Henrique da Silva****

raphaell_martins@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Nos últimos anos as relações humanas são construídas hora de forma real/virtual sem precedentes na história. Por este motivo, optou-se pelo Facebook como espelho das novas relações construídas pelos estudantes. Por seu caráter prático e funcional, essa rede social pode apontar indícios de como os estudantes observam a Educação Física escolar. A intenção desse estudo foi identificar os discursos presentes na comunidade virtual “Odeio Educação Física” do Facebook, desvelando os significados de como esses jovens representam as aulas de Educação Física.A perspectiva metodológica utilizada foi o enfoque qualitativo. A característica dessa pesquisa é descritiva e exploratória. A abordagem adotada para descrever e explorar objeto de estudo foi a netnografia. No planejamento do estudo, a metodologia foi dividida em quatro etapas: 1 – Identificação e seleção da comunidade; 2 – Observação participante da comunidade; 3 – Análise dos dados; 4 – Redação e apresentação dos resultados. A redação do texto de apresentação dos resultados foi dividas em três categorias temáticas: 1 – Dificuldades de interagir com os membros da comunidade “Odeio Educação Física”; 2 – Interpretação imagens de ódio pela Educação Física Escolar; 3 – Análise dos discursos de ódio pela Educação Física Escolar. Pode-se aparentemente citar que os discursos apontam para as aulas de Educação Física como: Um momento sem sentido e significado; de caráter pouco produtivo; com requintes de padronização entre os estudantes; e que deveria ser optativa. Ademais, existe uma forte indicação que o professor de Educação Física é supostamente o culpado por esse sentimento de ódio. Os principais achados do estudo colocam a Educação Física como um componente curricular mecanicista, reprodutivista, esportivista e voltado para valorização dos mais habilidosos. Isso sobre a ótica da comunidade virtual estudada. Esses argumentos compõem uma visão de ensino e professor que se busca na Educação Física superar, mas que persiste em alguns casos.

          Unitermos: Educação Física escolar. Facebook. Comunidade virtual.

 

Abstract

          In recent years human relationships are built time real/virtual way unprecedented in history. For this reason, we opted for Facebook as a mirror of the new relationships built by students. For its practical and functional character, this social network can point to evidence of how students observe the Physical Education. The aim of this study was to identify the discourses present in the virtual community "I hate Physical Education" on Facebook, revealing the meanings of how these young people represent the physical education classes. The methodological approach used was the qualitative approach. The feature of this research is descriptive and exploratory. The approach adopted to describe and explore the object of study was netnography. In the study design, methodology was divided into four stages: 1 - Identification and selection of the community; 2 - Participant observation of the community; 3 - Analysis of the data; 4 - Writing and presentation of results. The wording of the text presentation of the results was divided into three thematic categories: 1 - Difficulties to interact with members of the community "I hate Physical Education"; 2 - Interpretation hate images by Physical Education; 3 - Analysis of hate speech for physical education. apparently it can be mentioned that the discourses point to the physical education classes as: A time without meaning and significance; little productive character; with refinements of standardization among students; and should be optional. In addition, there is a strong indication that the physical education teacher is supposedly to blame for this feeling of hatred. The main findings of the study put Physical Education as a mechanist curricular component, reproductivist, sportivist and returned for recovery of the most skilled. This on the perspective of the virtual community studied. These arguments make up an educational vision and teacher who search in Physical Education overcome, but which persists in some cases.

          Keywords: Physical Education. Facebook. Virtual community.

 

Resumen

          En los últimos años las relaciones humanas se construyen de forma real/virtual sin que esto tenga precedentes en la historia. Por este motivo, se optó por Facebook como modelo de las nuevas relaciones construidas por los estudiantes. Por su carácter práctico y funcional, esa red social puede aportar indicadores de cómo los estudiantes consideran a la Educación Física escolar. El objetivo de este estudio fue identificar los discursos presentes en la comunidad virtual "Odio Educación Física" de Facebook, exponiendo los significados de cómo estos jóvenes se representan las clases de Educación Física. La perspectiva metodológica utilizada fue el enfoque cualitativo. La característica de esta investigación es descriptiva y exploratoria. El enfoque adoptado para describir y explorar el objeto de estudio fue la netnografía. En la planificación del estudio, la metodología se dividió en cuatro etapas: 1 - Identificación y selección de la comunidad; 2 - Observación participante de la comunidad; 3 - Análisis de los datos; 4 - Redacción y presentación de los resultados. La redacción del texto de presentación de los resultados fue dividida en tres categorías temáticas: 1 - Dificultades de interactuar con los miembros de la comunidad "Odio Educación Física"; 2 - Interpretación de las imágenes de odio por la Educación Física Escolar; 3 - Análisis de los discursos de odio por la Educación Física Escolar. Se puede aparentemente citar que los discursos apuntan a las clases de Educación Física como: Un momento sin sentido y significado; de carácter poco productivo; con refinamientos de estandarización entre los estudiantes; y que debería ser optativa. Además, existe una fuerte indicación que el profesor de Educación Física es supuestamente el culpable por ese sentimiento de odio. Los principales hallazgos del estudio colocan a la Educación Física como un componente curricular mecanicista, reproductivo, deportivo y orientado a la valorización de los más hábiles. Esto sobre la óptica de la comunidad virtual estudiada. Estos argumentos componen una visión de enseñanza y de profesor que se busca superar en la Educación Física, pero que persiste en algunos casos.

          Palabras clave: Educación Física escolar. Facebook. Comunidad virtual.

 

Recepção: 23/10/2016 - Aceitação: 22/09/2017

 

1ª Revisão: 02/09/2017- 2ª Revisão: 18/09/2017

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com), Revista Digital. Buenos Aires, Año 22, Nº 232, Septiembre de 2017. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos últimos anos as relações humanas são construídas hora de forma real/virtual sem precedentes na história. Dessa forma, a escola e seus componentes curriculares inclusive a Educação Física, atravessam por uma adequação difícil de acontecer até o presente momento, tomando como referência a cibercultura e as comunidades virtuais. Coloca-se a lupa na escola por reconhecer seu papel social nos períodos de transição conjuntural, em alguns momentos sendo subserviente a essas transformações e em outros sendo o lugar de denúncia e reflexão-crítica. No entanto, a sociedade como um todo, ainda está a pensar sobre o potencial e os limites que a cibercultura pode apresentar no compreender, agir e sentir o mundo.

    Sendo assim, ficar atento aos principais elementos dessa sociedade extremamente conectada, pode de alguma forma contribuir para o fazer pedagógico na escola. Por este motivo, opta-se pelo Facebook como espelho das novas relações construídas pelos estudantes. Por seu caráter prático e funcional, essa rede social pode apontar indícios de como os estudantes observam a Educação Física Escolar.

    O Facebook, segundo Kirkpatrick (2011), é o segundo site mais visitado do mundo, e já opera em 75 idiomas. Trata-se de uma nova forma de comunicação que dá prioridade as pessoas. “É uma plataforma para que elas obtenham mais da própria vida” (p. 25). De acordo com Recuero (2010), o site de relacionamentos Facebook (originalmente the facebook), foi criado no ano de 2004, por Mark Zuckerberg, estudante da universidade de Harvard.

    Conforme Fonseca (2010), inicialmente estava disponível apenas para estudantes da própria universidade, expandindo-se mais tarde para outras universidades americanas. Em 2005 com a empresa Facebook já constituída, foi possível disponibilizar o uso da rede ao público geral, estando hoje ao alcance de qualquer pessoa com acesso à internet.

    O Facebook é uma plataforma de comunicação on-line, caracterizada pela mídia como rede social, que tem como objetivo promover o contato entre os atores sociais nela inseridas. Por intermédio deste site, os atores podem partilhar mensagens com objetivos variados. O dispositivo tecnológico é caracterizado por uma multiplicidade de possibilidades de interação. Essas interações podem ser lúdicas, profissionais, políticas, de cidadania e até pedagógica (Maria Sobrinho, 2013).

    Um conceito interessante para esse estudo é o de comunidade virtual. De acordo com Castells (2004) a noção de “comunidades virtuais” pelos pioneiros nos estudos de interação social na Internet tinha uma virtude: chamava a atenção para o surgimento de novos suportes tecnológicos para a sociabilidade, porém continha um equívoco: o termo comunidade confundia várias formas de relações sociais, principalmente em relação ao espaço limitado.

    As comunidades das redes sociais são espaços virtuais de encontros e trocas simbólicas acerca de um assunto de interesse de um determinado grupo. Esse fenômeno sugere novas possibilidades de interação e também implicações para a coletividade (Origuela; Lopes Da Silva, 2010).

    Lévy (1999) coloca que o desenvolvimento das comunidades virtuais se apoia na interconexão. Elas se constroem sobre afinidades de interesses, de conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação ou de troca, independente das proximidades geográficas e das filiações institucionais.

    Schlemmer (2005) define uma comunidade virtual como um coletivo mais ou menos permanente, dependendo dos interesses dos membros, que se organiza através de ferramentas oferecidas pelo ciberespaço. Essas comunidades, segundo a autora, alimentam-se do fluxo das interações, das relações humanas desterritorializadas, transversais e livres.

    Dentre as comunidades virtuais possíveis de observar no Facebook, acompanhou-se a comunidade intitulada: Odeio Educação Física. A escolha dessa comunidade foi por inicialmente buscar comunidades que apresentassem apelos sentimentais pela Educação Física Escolar. Existem várias comunidades com tendências ao apoio a Educação Física. Porém, somente uma surgiu com o sentido oposto no período da busca (levantamento e escolha da comunidade virtual foi do dia 24/03/2015 até o dia 27/03/2015). Por esse aspecto, se tornou relevante escolher essa comunidade virtual.

    Estudar comunidades que apresentam sentimentos sejam depreciativos ou de admiração a Educação Física não é uma proposta nova. Outra rede social conhecida como Orkut, caracterizado como uma rede social, foi criado por Orkut Buyukkokten, engenheiro do site de pesquisa mais utilizado no mundo, o Google, e tem como objetivo ajudar seus usuários a conhecer pessoas e manter relacionamentos através de uma lista de amigos e de comunidades virtuais das quais participam. “Para entrar nas comunidades, vale a afinidade e o interesse do usuário pelos temas, que são debatidos em fóruns.” (Pithan, 2004, p.2).

    Foi alvo de várias pesquisas com esse enfoque. No estudo de Pereira e Mendes (2006) observaram que os principais argumentos que sustentam a visão negativa da Educação Física estão relacionados com a experiência escolar dos participantes das comunidades e à influência da mídia. Eles questionam a sua utilidade e a sua obrigatoriedade como disciplina escolar, o seu papel excludente centrada no modelo esportivo que favorece os mais habilidosos e a busca pelo corpo perfeito ligado a um ideal de beleza e desempenho.

    Em outro trabalho usando a rede social Orkut, Origuela e Lopes da Silva (2010) comentam que nas comunidades “Eu odeio EF”, os participantes utilizam esse espaço como forma de denúncia das aulas de Educação Física que tiveram na escola.

    Outra pesquisa mapeando comunidades virtuais do Orkut com o enfoque de estudar o ódio e o amor pela Educação Física, identificou que em sua maioria quem odeia, têm suas frustrações e representações constituídas através da Educação Física escolar, âmbito pouco enfatizado nas comunidades que retratam o amor. A aptidão em algo, que justifica o amar, para os desprovidos de tal, sinaliza o ódio. O professor aparece constantemente como “vilão”, elemento chave neste processo (anti) educacional. A depreciação através da ênfase dos erros técnicos, a busca por uma competitividade exacerbada, o privilégio dado àquele que “sabe fazer” e o foco nas atividades escolares em conteúdos que prestigiam a dimensão “prática” (no seu sentido mais prático de fato, excluindo qualquer sustentabilidade teórica ou pedagógica) acabam por contribuir no ódio pela disciplina, somados a uma “inutilidade” constituída frente a uma concepção exclusivamente vivencial, que descaracteriza a relevância da disciplina Educação Física enquanto área do conhecimento (Farias, 2011).

    Similar com o estudo anterior foi o trabalho de Lopes da Silva e Daólio (2009). De modo geral, a tentativa de trabalho com dados da internet referentes às comunidades virtuais “Eu amo EF” e “Eu odeio EF” foi um mote para a discussão do problema da tradição cultural da área de Educação Física, fundamentada em uma concepção exclusivamente biológica de corpo. As reflexões compartilhadas com os estudantes expressam o exercício de superar esse problema, de modo a rever valores e o papel dos profissionais que atuam, ou melhor, que atuarão, futuramente, no âmbito escolar. Esse tipo de trabalho é uma contribuição para a formação de professores, pois viabiliza a construção de conhecimentos a partir de dados da realidade de vida, nesse caso, da realidade virtual. É também um tipo de trabalho que inova a construção de aulas na formação profissional, muitas vezes ainda refém de uma visão de educação centrada no professor e na transmissão de conhecimentos.

    Como nos estudos utilizados para problematizar o tema de pesquisa, não serão estabelecidos aprofundamentos na dimensão dos sentimentos através das comunidades virtuais. A relevância desse estudo é transpor para o Facebook as atenções que outras pesquisas fizeram para o Orkut, utilizando as comunidades virtuais como objeto de estudo. A intenção desse estudo é identificar os discursos presentes na comunidade virtual “Odeio Educação Física” do Facebook, desvelando os significados de como representam as aulas de Educação Física.

Métodos

    Com base no objetivo proposto de identificar os discursos presentes na comunidade virtual “Odeio Educação Física” do Facebook, desvelando os significados de como representam as aulas de Educação Física, a perspectiva metodológica utilizada para o desenvolvimento dessa pesquisa, para melhor definição dos instrumentos de investigação, foi o enfoque qualitativo. O uso dos métodos qualitativos trouxe uma grande e variada contribuição ao avanço do conhecimento em Educação, permitindo melhor compreensão dos processos escolares, da aprendizagem, das relações humanas, dos processos institucionais e culturais, da socialização e sociabilidade (André; Gatti, 2010).

    Por esse motivo, a característica dessa pesquisa é descritiva e exploratória. Uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, possibilita familiarizar-se com as pessoas e suas preocupações. Uma pesquisa descritiva colocará a questão dos mecanismos e dos atores (o “como” e “o quê” dos fenômenos) por meio da precisão dos detalhes; ela fornecerá informações contextuais que poderão servir de base para pesquisas explicativas mais desenvolvidas (Poupart, 2008).

    Como o cenário do estudo é uma comunidade virtual a abordagem adotada para descrever e explorar objeto de estudo foi a netnografia. A netnografia é uma pesquisa observacional participante baseada em trabalho de campo online. Usa comunicações mediadas por computador como fonte de dados para chegar à compreensão e à representação etnográfica de um fenômeno cultural ou comunal (Kozinets, 2014, p. 62).

    Existem modelos distintos de estudos netnográficos, o acesso ao campo virtual é que melhor define esses modelos. Nesse estudo optou-se por estudar uma comunidade online intitulada: Odeio Educação Física. Para esse tipo de pesquisa existe um procedimento metodológico adequado. A pesquisa em “comunidades online” estuda alguns fenômenos diretamente relacionados às comunidades eletrônicas e a cultura online em si, uma determinada manifestação delas, ou um de seus elementos (Kozinets, 2014, p. 65).

    A netnografia, portanto, segue estes seis passos da etnografia: planejamento do estudo, entrada, coleta de dados, interpretação, garantia de padrões éticos e representação da pesquisa (Kozinets, 2014, p. 62). No planejamento do estudo foi dividido a metodologia em quatro etapas: 1 – Identificação e seleção da comunidade; 2 – Observação participante da comunidade; 3 – Análise dos dados; 4 – Redação e apresentação dos resultados.

1.    Identificação da comunidade

    Em meio as várias comunidades que apresentam representações das aulas de Educação Física, definir qual estudar levou um tempo. Esse período de identificação foi do dia 24/03/2015 até o dia 27/03/2015, compreendendo quatro dias. Um aspecto se destacou na escolha da comunidade virtual. As várias comunidades observadas apareciam professores e estudantes de Educação Física. Dessa forma, aparentava uma tendência pelo sentimento positivo. Aspecto diferente na comunidade “Odeio Educação Física”. Nos primeiros contatos, os membros aparentavam ser estudantes de Ensino Médio e pessoas que não optaram pela formação em Educação Física.

    Sendo assim, a comunidade virtual escolhida para o estudo foi a “Odeio Educação Física”, criada no dia 21 de dezembro de 2012. A informação que a comunidade virtual oferece para quem se interessa a participar é a seguinte: “Para quem odeia educação física e não consegue entender o porque de existir essa matéria e ser obrigatória na grade curricular, e também não consegue se dar bem nas aulas práticas de forma alguma, aqui é seu lugar”.

    No período de observação 109 pessoas tinham curtido a página da comunidade “Odeio Educação Física”. Na linha do tempo da comunidade virtual havia duas notícias do mesmo assunto, o corte das aulas de Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental pelo Governo de Minas Gerais. Na comunidade existe pouco diálogo, só dois membros expressaram algo referente à insatisfação com a Educação Física Escolar na linha do tempo.

2.     Observação participante da comunidade

    A observação-participante tem como pré-requisito a presença constante do observador/pesquisador no campo, convivendo com os informantes no seu ambiente durante algum tempo. A interação social produzida ocasiona modificações no contexto observado, ao mesmo tempo em que torna o observador receptáculo de influências do contexto (Gualda e Hoga, 1997).

    O período de observação e tentativa de interação com os membros da comunidade virtual “Odeio Educação Física” foi de 19/04/2015 até 19/05/2015. Nesse espaço de tempo consideram-se tentativas de interação uma postagem na linha do tempo da comunidade efetuada no dia 19/04/2015. A postagem foi a seguinte: “Em três palavras-chave quais motivos os levam a odiar as aulas de Educação Física”.

    Outras tentativas foram diretas nas notícias e comentários expostos na linha do tempo da comunidade virtual. Dentre todas as oportunidades de iniciar um diálogo sobre o ódio pela Educação Física, somente uma única vez obteve-se resposta. Essa dificuldade de interação será explorada nos resultados e discussões do estudo.

3.     Análise dos dados

    Como dados do estudo foram coletadas as imagens divulgadas na comunidade virtual, no total de duas. Das imagens, uma foi a que ilustra a comunidade “Odeio Educação Física” e a outra referente a notícia de exclusão das aulas de Educação Física das séries iniciais do Ensino Fundamental do Estado de Minas Gerais. A quantidade de curtidas nas imagens também foram analisadas.

    Os discursos postados na comunidade também foram extraídos para análise. Ao todo são seis comentários de pessoas distintas. A quantidade de curtidas nas mensagens também foi analisada no estudo. Sobre os sujeitos da pesquisa, para manter a descrição e ética para com a pesquisa foram definidos nomes fictícios para cada participante do estudo. Para dar sentido e significado as falas postadas na comunidade virtual “Odeio Educação Física” os autores dessas falas serão identificados pelos personagens da história literária de origem norte-americana: Divergente. História que ilustra uma Chicago futurista, a sociedade se divide em 5 facções: Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível (Roth, 2012). Um dos pontos que a história literária faz conexão com o estudo é a vida em comunidades. A análise dos resultados foi realizada com base na técnica de análise temática para determinação de categorias (Minayo, 2013).

4.    Redação e apresentação dos resultados

    A redação do texto de apresentação dos resultados foi dividas em três categorias temáticas: 1 – Dificuldades de interagir com os membros da comunidade “Odeio Educação Física”; 2 – Interpretando imagens de ódio pela Educação Física Escolar; 3 – Analisando os discursos de ódio pela Educação Física Escolar. Análise de discurso é o nome dado a uma variedade de diferentes enfoques no estudo de textos, desenvolvida a partir de diferentes tradições teóricas e diversos tratamentos em diferentes disciplinas (Bauer; Gaskell, 2011). Apesar de serem três categorias os tópicos não são dissonantes, pelo contrário, se intercruzam no sentido de apontar e desvelar o significado atribuído as aulas de Educação Física sobre a ótica da comunidade virtual “Odeio Educação Física.

Resultados e discussões

    Inicia-se o momento de analisar e discutir os resultados desse tempo de acompanhamento da comunidade virtual “Odeio Educação Física”. A seguir serão apresentadas três análises que merecem destaque por sua importância no trabalho. Ao final dos resultados será apresentada uma síntese desses enveredares virtual.

1.    Dificuldades de interagir com os membros da comunidade

    Considera-se pertinente iniciar a análise dos resultados por uma discussão dos obstáculos encontrados pela pesquisa em interagir com os membros da comunidade virtual. Primeiro aspecto a ser reconhecido é a entrada agressiva na comunidade. Após um período de observação e observar pouco movimento na comunidade, colocar na linha do tempo a seguinte inquietação: Em três palavras-chave quais motivos os levam a odiar as aulas de Educação Física.

    Somente o criador da comunidade virtual que chamaremos de Jeanine Matthews respondeu em tempo hábil. Mesmo indicando a necessidade de outros membros participarem da conversa, nesse período não ocorreu nenhuma evolução. Por não sentir contemplação com a pouca interação, outras tentativas foram oportunizadas.

    Na linha do tempo existia um comentário do dia 22/06/2014, de uma pessoa que se chama nesse estudo de Beatrice Prior. O comentário foi o seguinte: “Odeio educação física e principalmente o professor”. Foi solicitado para Beatrice Prior falar mais sobre seu ódio pelo professor de Educação Física. Mesmo explicando que esse comentário seria de utilidade para uma pesquisa não houve sucesso.

    Em outra postagem na linha do tempo foi descrito o seguinte comentário pelo sujeito que se identifica nesse de estudo de Tobias Eaton no dia 23/11/2013: “Eu odeio e fujo o dia dessa física”. Foi sugerida para o Tobias Eaton detalhar melhor seu ódio pela Educação Física. Como no caso anterior da Beatrice Prior não ocorreu êxito na interação via comunidade virtual.

    Mesmo no reconhecimento da inabilidade de acessar com dignidade a comunidade virtual “Odeio Educação Física”, um dado deve ser levado em consideração sobre essa comunidade estudada: antes de iniciar a pesquisa e as observações de estudo o histórico da comunidade virtual já apontava que o grupo se relacionava pouquíssimo. Sendo assim, curtir a comunidade não expressa a disponibilidade para dialogar sobre o ódio pela Educação Física.

    Então, mesmo ampliando o tempo de observação-participante e tentando criar novos laços de interação, talvez sobre o ódio pela Educação Física não seria um assunto que rendesse tanto com esse grupo. O histórico do grupo comprovou que a interação não é uma característica marcante dessa comunidade virtual estudada.

2.     Interpretando imagens de ódio pela Educação Física Escolar

    Um aspecto forte das redes sociais é a possibilidade de interagir entre seus pares com diferentes recursos, textos, imagens, vídeos, sons, entre outros. Na comunidade virtual “Eu odeio Educação Física”, somente duas imagens foram disponibilizadas. Uma é referente a própria capa da comunidade. A outra figura é sobre a situação da Educação Física nas séries inicias no Estado de Minas Gerais.

Figura 1. Capa da comunidade virtual “Odeio Educação Física”

Fonte: Comunidade Virtual “Odeio Educação Física” (Facebook)

    Nessa primeira figura fica explicito que as experiências negativas nas práticas corporais proporcionadas pelas aulas de Educação Física reforçam o caráter aversivo e de ódio. Traduzindo a frase do inglês, seria “tiro na cabeça”. Passar por situações de desconforto e de vergonha não é peculiar a Educação Física. Porém, as experiências corporais coletivas expõem situações que podem ser cruéis para os estudantes.

    Essa figura corrobora com os achados de Pereira e Mendes (2006) ao alertar que os principais argumentos que sustentam a visão negativa da Educação Física estão relacionados ao seu papel excludente centrada no modelo esportivo que favorece os mais habilidosos. Quando a Educação Física assume um caráter esportivista, não necessariamente está defendendo o alto rendimento. Democratizar os esportes é uma das funções da Educação Física que tem nessa prática corporal um conteúdo de ensino relevante. No entanto, as aulas de Educação Física se tornaram-se aulas de formação esportiva pode gerar uma insatisfação para os estudantes que não apresentam desenvoltura nessas práticas corporais.

    Acrescenta-se que o problema não está no conteúdo esporte. A transposição didática exitosa desse conteúdo é atribuição do professor de Educação Física. O refletir a própria prática pedagógica pode contribuir na percepção dos limites de suas aulas perante os grupos que ensina.

    Ao mesmo tempo, deve-se considerar que não existe componente curricular adorado por todos os estudantes. Não gostar da Educação Física é um direito dos estudantes. Seja por qual motivo for, o elemento a ser tematizado nesse estudo é compreender o que leva para o ódio e fazer as devidas análises para evitar o máximo possível esse sentimento nos estudantes.

    Na figura seguinte a imagem ilustra uma discussão efervescente na área da Educação Física. No caso o descumprimento na Lei de Diretrizes e Bases 93943/96, sobre a obrigatoriedade da Educação Física em todas as séries da Educação Básica por um profissional especialista da área.

Figura 2. Situação da Educação Física em Minas Gerais

Fonte: Comunidade virtual “Odeio Educação Física” (FACEBOOK)

    Essa imagem foi postada na comunidade em 16/12/2013, dez pessoas curtiram e três pessoas compartilharam a figura. Três pessoas comentaram na foto, os comentários serão explorados no próximo tópico. Não é o foco principal do estudo discutir sobre a importância da Educação Física nas séries iniciais da Educação Básica. Defende-se com veemência que a LDB seja respeitada por todas as Secretarias de Educação. O descumprimento da lei impossibilita qualquer tipo de análise nesse estudo.

    Retorna-se a analisar a imagem em si, no texto da figura é estabelecido menção aos gastos referente a Copa do Mundo no Brasil em 2014 por parte do Governo de Minas Gerais. Outro texto na imagem cita que foi a melhor feitura do Governo até então, a redução da Educação Física das séries iniciais do Ensino Fundamental. O texto vai além, propondo que a Educação Física seja excluída das séries posteriores, solicitando aos membros da comunidade curtir, compartilhar e comentar na figura.

    Nessa imagem é possível reconhecer um sentimento de ódio para com a Educação Física. Além de não questionar os gastos públicos voltados para a Copa do Mundo que na teoria não beneficia toda a população e deixando um legado discutível para o Estado de Minas Gerais. Solicitar a retirada completa de um componente curricular é negar um direito da população em fase escolar acessar os conhecimentos da cultura corporal.

3.     Analisando os discursos de ódio pela Educação Física Escolar

    Posicionou-se a análise dos discursos extraídos da comunidade virtual “Odeio Educação Física” para o último tópico dos resultados com o sentido de sintetizar as principais considerações do estudo. É oportuno destacar que por falta de proximidade com os interlocutores das frases, não será possível indicar contundência nas afirmações. A intenção é trilhar pelos caminhos mais sólidos que o estudo pode explorar. Essa foi a condição inicial de observar as representações sobre a Educação Física Escolar.

    O primeiro discurso a ser analisado foi o de Jeanine Matthews ao criar a comunidade virtual e descrever a seguinte frase para os interessados em participar da comunidade: “Para quem odeia educação física e não consegue entender o porquê de existir essa matéria e ser obrigatória na grade curricular, e também não consegue se der bem nas aulas práticas de forma alguma, aqui é seu lugar”.

    A mensagem é clara e objetiva, traz alguns pontos que devem ser esmiuçado vagarosamente. Porém, sente-se falta de uma chamada para algo mais interativo. Citar que a comunidade virtual é o local para os que odeiam Educação Física deixa muito a desejar tomando como referência o potencial que essas comunidades apresentam. Poderia ter sugerido que nessa comunidade seria o ambiente ideal para dialogar e partilhar as situações e emoções vividas na Educação Física Escolar. O critério da interatividade é um dos aspectos que colocam o Facebook como um objeto da vida diária. Sendo assim, uma comunidade que não apresenta interações entre seus pares, não acompanha os pressupostos mais evidentes das redes sociais.

    Retornando a frase de apresentação da comunidade virtual, como já se mencionou em outra parte do estudo, comentar sobre a obrigatoriedade ou não da Educação Física Escolar é tema distante do foco do estudo. A segunda parte do parágrafo cita o caso das frustrações das aulas práticas nas aulas de Educação Física. A exposição que a Educação Física provoca leva alguns estudantes que por algum motivo não se sentem à vontade com as práticas corporais ao sentimento de desinteresse e até ao ódio. Qualquer componente curricular em situação de aplicabilidade pode proporcionar o mesmo caso. A Educação Física supostamente promove essas situações de exposição por mais vezes.

    Essa situação já foi identificada em outro momento por Farias (2011) o foco nas atividades escolares em conteúdos que prestigiam a dimensão “prática” acaba por contribuir no ódio pela disciplina, somados a uma “inutilidade” constituída frente a uma concepção exclusivamente vivencial, que descaracteriza a relevância da disciplina Educação Física enquanto área do conhecimento.

    Vale ressaltar que a solução não é o aumento na dimensão conceitual das aulas de Educação Física. O saber Educação Física é um saber que não pode ser alcançado pelo que não pode ser alcançado pelo puro pensamento; é um saber orgânico, só possível com atividades corporais, não é um saber que se esgota num discurso sobre o corpo/movimento. O papel do profissional de Educação Física é ajudar a fazer a mediação deste saber orgânico para a consciência, através da linguagem e dos signos. É um saber que leva o sujeito à autonomia no usufruto da cultura corporal (Betti, 1994).

    Na comunidade virtual foi publicada uma figura citando o caso da Educação Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental no Estado de Minas Gerais. Essa figura já foi estudada em outra parte do estudo. Vinculado a imagem estava o seguinte comentário de Jeanine Matthews no dia 16/02/2013: “Tudo bem que também não dou a mínima para copa, mais pelo menos foi tirada uma matéria inútil da grade curricular dessas turmas, dando a elas, mais tempo pra aprender o que realmente importa para o futuro delas”.

    No dia 25/03/2014, outro comentário foi estabelecido na notícia por Caleb Prior: “Nunca gostei de educação física, a escola já padroniza tanto os alunos, nada pior do que fazer algo à contra gosto, deveria ser opcional”. No dia 05/01/2015, Max da vazão a imagem e aos comentários anteriores e escreve: “Exatamente”. A última mensagem relacionada a figura é de Eric que faz a seguinte consideração: “A professora é legal o problema e que ela só passa atividades que eu não sei”.

    Resumindo as três posições anteriores sobre a Educação Física Escolar, três palavras podem ser consideradas fundantes no sentimento de ódio. A inutilidade, padronização e o não saber. Essas três dimensões que fazem parte da sociedade e a escola como aparelho ideológico reproduz. Pode ser apontada para qualquer componente curricular. O que sobra dos posicionamentos como ponto a ser levado como discutível é o caso de Max. Mesmo observando que “a professora é legal”, a forma como dinamiza as aulas faz com que se sinta perdido e deslocado.

    Os professores se tornam modelos de conduta por meio de vários tipos de processos de identificação, nos dias de hoje os alunos encontraram meios mais eficientes e rápidos para poder manifestar publicamente o amor e ódio em relação aos seus mestres. De fato, há uma diferença decisiva em comparação com os períodos que antecedem a revolução microeletrônica. Anteriormente a tal revolução, o estudante teria que esperar pacientemente ser professor para poder se desforrar da dor e das humilhações que tivera de suportar tacitamente nas salas de aula. Ou, aguardar pelo menos um ano para, na condição de veterano, admoestar sadicamente seus calouros nos trotes. Já nos dias de hoje, o mesmo estudante pode criar uma comunidade virtual que entrelaça seus protestos e homenagens a seus mestres com as respectivas representações aversivas e afetuosas de outros alunos. O rompimento deste silêncio pode ser nitidamente observado nas comunidades virtuais concernentes ao tema: professor. Paradoxalmente, no “espaço” virtual, os estudantes massacram ou enaltecem seus professores das mais variadas formas porque sentem que assim se aproximam deles mais concretamente. Ou seja, por detrás de toda reclamação exposta nos dizeres sarcásticos dos títulos das comunidades virtuais pulsa o desejo de uma aproximação real e efetiva: “Não temos nada contra o nosso professor querido, mas se ele fosse mais humano talvez nós fôssemos gostar mais dele!” (Zuin, 2009).

    Outros comentários interessantes e retirados para análise foram o de Beatrice Prior no dia 22/06/2014: “Odeio educação física e principalmente o professor”. Em seguida, no dia 25/06/2014 Jeanine Matthews argumenta: “Era do mesmo jeito comigo antes de me formar”. O último comentário destacado para estudo foi o de Tobias Eaton no dia 23/11/2013: “Eu odeio e fujo o dia dessa física”.

    Os inúmeros registros que revelam este desgostar das aulas apontam os professores de Educação Física como os principais responsáveis por isso, seguido da falta de habilidade/não saber jogar, da obrigatoriedade e da exclusão/bullying. Há com isso uma necessidade emergente de reconfiguração deste campo, se a Educação Física quiser, de fato, contribuir com a formação humana destes sujeitos, sinalizando para mudanças que vão desde a formação do professor, estratégias de ensino, conteúdo desenvolvido, o respeito ao outro e as suas diferenças, dentre outros aspectos (Monteiro; Ferreira, 2011).

    Para Pereira e Mendes (2006) esses dados evidenciam a dificuldade que a Educação Física apresenta em se legitimar como uma disciplina escolar, a sua forte associação com a instituição esportiva e a influência da mídia que veicula padrões de corpo e comportamento estereotipados.

    Portanto, ao alcançar o objetivo de identificar os discursos presentes na comunidade virtual “Odeio Educação Física” do Facebook, desvelando os significados de como representam as aulas de Educação Física, pode-se aparentemente citar que os discursos apontam para as aulas de Educação Física como: Um momento sem sentido e significado; de caráter pouco produtivo; com requintes de padronização entre os estudantes e deveria ser optativa. Também existe uma forte indicação que o professor de Educação Física é supostamente o culpado por esse sentimento de ódio.

Conclusões

    Acompanhar uma comunidade virtual que verse sobre o ódio pela Educação Física deve ser um exercício para professores e estudantes de Educação Física que reconhece o potencial das redes sociais atualmente. Mesmo havendo exageros e fluidez nos discursos e imagens vinculadas nessas comunidades, ainda é um interessante exercício de reflexão e análise crítica da formação de professores e atuação docente.

    Sobre a ótica da comunidade virtual estudada, os principais achados do estudo colocam a Educação Física como um componente curricular mecanicista, reprodutivista, esportivista, voltado para valorização dos mais habilidosos. Isso sobre a ótica da comunidade virtual estudada. Porém, esses argumentos são as correntes que anos a Educação Física tenta romper e ainda persistem em alguns casos. A figura do professor não passou despercebida pela comunidade virtual observada e em alguns discursos foi o elemento disparador para o sentimento de ódio.

    Recomenda-se para futuros estudos, um maior tempo de observação-participante, efetiva interação com os membros da comunidade virtual e abertura para laços afetivos que possam reconfigurar esse ódio pela Educação Física.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 22 · N° 232 | Buenos Aires, Septiembre de 2017
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