Estilo de vida de adolescentes da rede de ensino em Petrolina de Goiás Lifestyle of adolescents teaching network in Petrolina in Goias Estilo de vida de adolescentes de la red educativa en Petrolina de Goiás |
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*Doutora em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília, Mestre em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília. Especialista em Fisiologia do Exercício pela Veiga de Almeida, Anápolis,GO **Graduanda em Educação de Física pela UniEVANGÉLICA-GO, Anápolis, GO ***Doutor em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília, Anápolis, GO ****Doutora e Mestre em Ciências da Saúde na Universidade Federal de Goiás (UFG) Especialista em Fisioterapia Cardiovascular e respiratória na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Goiânia, GO *****Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. (Brasil) |
Patricia Espíndola Mota Venâncio* Eliane Correa Lima Silva** Jéssica Maria Vieira Evangelista** Iransé Oliveira Silva*** Kelly Cristina Borges Tacon**** Grassyara Pino Tolentino***** |
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Resumo Este estudo teve como objetivo verificar o estilo de vida de adolescentes da rede de ensino de Petrolina de Goiás. Fizeram parte da amostra 117 adolescentes na faixa etária entre 10 e 19 anos. Os dados foram coletados por meio de um questionário modificado de estilo de vida o qual quantifica o nível de atividade física, os hábitos alimentares e o tempo fora da escola. No tratamento dos dados utilizou-se uma análise descritiva: porcentagem, média e desvio padrão. Para comparação dos dados foi usado o teste de Man Whitney, por meio do software SPSS versão 19.0. Quanto ao nível de atividade física a amostra foi classificada como insuficientemente ativo. Houve diferença significativa entre os sexos, com 27,5% dos meninos ativos, 37,5% das meninas inativas. Para os hábitos alimentares observou-se que a maioria 47,0% encontra-se com uma alimentação considerada insuficiente, segundo padrões estabelecidos por referencial da pirâmide alimentar. Fora da escola 42,7% dos adolescentes passam a maior parte do tempo assistindo TV. O estudo concluiu que o estilo de vida dos adolescentes está mais propenso ao sedentarismo. A maioria dos adolescentes são insuficientemente ativos, adotam hábitos alimentares insuficientes e passam a maior parte do tempo fora da escola assistindo televisão. Unitermos: Estilo de vida. Adolescentes. Atividade física. Hábitos alimentares.
Abstract This study aimed to verify Lifestyle of adolescents Teaching Network in Petrolina in Goias. The sample included 117 adolescents aged between 10 and 19 years. Data were collected through a questionnaire modified life style quantifies the level of physical activity, eating habits and the time off from school. In processing of data we used a descriptive analysis (percentage, mean and standard deviation). For comparison data was used Man Whitney test, using the SPSS software version 19.0. The level of physical activity the sample was classified insufficiently active. There was a significant difference between the sexes, with 27.5% of active boys, 37.5% of inactive girls. For dietary habits it was observed that most 47.0% meets a power insufficient, according to the standards set by the reference food pyramid. Out of school 42.7% of adolescents spend most of their time watching TV. The study concluded that the lifestyle of adolescents are more prone to physical inactivity. Most teens are insufficiently active, adopt inadequate eating habits and spend most of the time outside school watching television. Keywords: Lifestyle. Adolescents. Physical activity. Feeding habits.
Resumen Este estudio tuvo como objetivo verificar el estilo de vida de adolescentes de la red de enseñanza de Petrolina de Goiás. Fuero parte de la muestra 117 adolescentes en edades entre 10 y 19 años. Los datos fueron recogidos a través de un cuestionario modificado de estilo de vida que cuantifica el nivel de actividad física, los hábitos alimenticios y el tiempo fuera de la escuela. En el tratamiento de los datos se utilizó un análisis descriptivo: porcentaje, media y desviación estándar. Para la comparación de los datos se utilizó la prueba de Man Whitney, a través del software SPSS versión 19.0. En cuanto al nivel de actividad física la muestra fue clasificada como insuficientemente activa. Hubo diferencias significativas entre los sexos, con el 27,5% de los niños activos, el 37,5% de las niñas inactivas. Para los hábitos alimentarios se observó que la mayoría del 47,0% se encuentra con una alimentación considerada insuficiente, según patrones establecidos por referencial de la pirámide alimentaria. En el colegio, el 42,7% de los adolescentes pasan la mayor parte del tiempo viendo TV. El estudio concluyó que el estilo de vida de los adolescentes es más propenso al sedentarismo. La mayoría de los adolescentes son insuficientemente activos, adoptan hábitos alimentarios insuficientes y pasan la mayor parte del tiempo fuera de la escuela viendo la televisión. Palabras clave: Estilo de vida. Adolescentes. Actividad física. Hábitos alimenticios.
Recepção: 14/04/2016 - Aceitação: 12/08/2017
1ª Revisão: 20/07/2017 - 2ª Revisão: 09/08/2017
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Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com), Revista Digital. Buenos Aires, Año 22, Nº 232, Septiembre de 2017. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O termo estilo de vida compõe uma série de hábitos e ações conscientes, baseados em percepções intrínsecas, relacionados a valores pessoais e atividades cotidianas, o qual interfere diretamente sobre a qualidade de vida do indivíduo. Práticas saudáveis como consumir alimentos equilibrados e praticar regularmente exercícios físicos, desencadeiam uma qualidade de vida positiva (Nahas; Barros, Francalacci, 2000).
No adolescente, um estilo de vida fisicamente ativo está interligado a fatores socioculturais e geográficos. Isto de deve acrescente violência na sociedade, pais receosos pela segurança de seus filhos os proíbem de ausentar-se de suas residências desacompanhados, reduzindo assim as oportunidades para o ingresso em uma prática esportiva. Contudo, adolescentes do sexo masculino realizam um maior volume de atividades físicas se comparados a indivíduos do sexo oposto. Isso se deve a maior liberdade ir e vir que recebem dos seus progenitores, possibilitando a interação com seus amigos do ambiente escolar ou vizinhos (Gonçalves et al., 2007).
A adolescência é uma etapa da vida humana que compreende indivíduos entre 10 a 19 anos. Mudanças corpóreas drásticas são observadas nesta fase, principalmente na estatura e massa corporal, requerendo uma maior demanda nutricional e energética. Logo, visando um desenvolvimento pleno deste individuo, é essencial uma prática regular de atividades físicas associadas a uma alimentação saudável (Eisenstein, 2005).
Entretanto, adolescentes evitam o consumo de alimentos essenciais para a saúde, tais como vegetais e hortaliças. Além disso, seguindo a tendência da população brasileira, vem consumindo uma maior quantidade de alimentos industrializados com alto teor de gordura, açúcares e calorias (Moura, 2010). Este descontrole alimentar em conjunto a uma dieta insalubre ocasiona problemas à saúde, de forma imediata ou em longo prazo, sendo os mais frequentes: obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares (Triches; Guigliani, 2005).
Portanto, fazem-se aconselháveis intervenções voltadas para promoção da saúde do público adolescente, como a realização de atividades físicas e acompanhamento nutricional (Moura, 2010).
Sendo assim, o presente estudo traz a problemática: Como está estilo de vida de adolescentes da rede de ensino em Petrolina de Goiás?
No contexto atual, é de fácil observação mudanças negativas no estilo de vida, no qual hábitos destrutivos a saúde vêm sendo adotados pela população mundial. Adolescentes acompanham essa tendência, sendo influenciados por seus progenitores e pelo meio em que vivem, a fim de receber aceitação da sociedade. Logo, uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos vêm sendo deixadas em segundo plano, comprometendo a saúde desses indivíduos. É neste sentido que o estudo justifica-se, pois o mesmo visa conhecer o estilo de vida dos adolescentes, bem como sugerir ações para que eles conheçam as vantagens da manutenção de um estilo de vida saudável, com o objetivo oferecer uma vida plena fisicamente e emocionalmente para este grupo.
Logo, esta pesquisa tem como objetivo: Verificar o estilo de vida de adolescentes da rede de ensino em Petrolina de Goiás.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, descritivo. A população estudada foi composta por 117 escolares, sendo 69 do sexo masculino e 48 do sexo feminino, em unidades escolares da cidade de Petrolina-GO. Foram incluídos na amostra adolescentes matriculados no quinto ano do ensino fundamental, com idade entre 10 a 19 anos.
Primeiramente, o estudo foi apresentado e explanado às direções das escolas e, após o consentimento e autorização dos diretores, foi permitida, com aviso prévio à diretoria da instituição, a aplicação dos questionários em sala de aula.
Os dados foram coletados por meio de um questionário adaptado de estilo de vida (Barros; Nahas, 2003), o qual quantifica o nível de atividade física dos adolescentes, os hábitos alimentares e o tempo fora da escola. O questionário permite levantar informações sobre: a) aspectos demográficos (sexo e idade), b) percepção da atividade física, c) distância de casa até a escola, d) transporte utilizado para ir à escola, e) atividades esportivas, f) tarefas domésticas e atividades de lazer do avaliado, por meio de informações retrospectivas de auto-recordação.
Para conversão das informações obtidas na atividade física em valores estimados de dispêndio energético, recorreu-se ao compêndio de atividades físicas proposto por Ainsworth et al. (2000), que oferece informações sobre o gasto energético, em unidades do equivalente metabólico de trabalho para uma atividade particular (MET) para quase quinhentas formas de atividades físicas.
Foi feito a somatória e multiplicação das atividades físicas e frequência semanal, conforme equação abaixo:
[(transporte*distância)*2*5) + (dança*frequência semanal) + (futebol*frequência semanal) + (ciclismo*frequência semanal) + (tarefas domésticas*frequência semanal) + (lazer1*frequência semanal) + (lazer2*frequência semanal) + (lazer3*frequência semanal)].
Na sequência, estabeleceu-se o ponto de cortes por meio do escore geral obtido na soma das atividades físicas, usando a classificação de quartis, sendo consideradas inativas fisicamente as crianças com escore abaixo do percentil 25; insuficientemente ativas (percentil entre 25 e 50); moderadamente ativas (percentil entre 50 e 75) e ativas para valores acima do percentil 75.
Para os hábitos alimentares das crianças, utilizou como referência a nova pirâmide alimentar, conforme mostra o Quadro 01.
Quadro 01. Referência de nutrientes da pirâmide alimentar.
Nutrientes |
Porções |
Açúcares |
1 a 2 |
Carboidratos |
5 a 9 |
Proteínas |
3 |
Lipídeos |
1 a 2 |
Fibras, vitaminas e minerais |
3 a 5 |
Barbosa; Salles-Costa, Soares (2006)
Para analisar os hábitos alimentares contou-se com a ajuda de uma nutricionista, que adotou os seguintes critérios para classificação como mostra o Quadro 02.
Quadro 02. Classificação dos gêneros alimentícios do questionário estilo de vida
Nº |
Produtos |
Classificação |
1 |
Café, leite, queijo, iogurte |
Proteínas |
2 |
Cachorro quente, salgados, maionese, batata frita |
Carboidratos e lipídeos |
3 |
Pão, cuscuz, biscoito, pizza, sopa, mingau |
Carboidratos |
4 |
Carne, frango, ovos e peixe |
Proteínas |
5 |
Doces, refrigerante, mel, sorvete |
Açucares |
6 |
Frutas |
Fibras, vitaminas e sais minerais |
7 |
Mandioca, inhame, sopa, batata, cuscuz e angu |
Carboidratos |
8 |
Arroz, feijão, soja e macarrão |
Carboidratos e proteínas |
Venâncio; Silva (2006)
Depois de somar as porções classificou-se a alimentação em: adequada = 03 nutrientes dentro das porções da pirâmide, insuficiente= 03 nutrientes abaixo das porções desejáveis da pirâmide, e com uma alimentação excessiva= 03 nutrientes acima das porções desejáveis da pirâmide.
Foi utilizada uma análise descritiva dos dados (porcentagem, média e desvio padrão).
Para comparação dos dados foi usado o teste de Man Whitney, por meio de software SPSS versão 19.0 adotando o nível de significância de p≤ 0,05.
Resultados
A Tabela 1 apresenta a classificação do nível de atividade física e compara a diferença entre os sexos. No geral, foram classificados 25,6% insuficientemente ativos, 24,8% como inativos moderadamente ativos e ativos. Quando comparados entre os sexos, o masculino obteve 29% insuficientemente ativo, 27,5% ativos e moderadamente ativos e 15,9% inativos. Já o sexo feminino 37,5% está inativo e 20,85% estão ativas, insuficientemente ativas e moderadamente ativas. Com uma diferença significativa de p≤0,047.
Tabela 01. Nível de atividade física
Classificação |
Geral % |
Masculino % |
Feminino % |
Inativas |
24,8 |
15,9 |
37,5* |
Insuficientemente ativa |
25,6 |
29,0 |
20,8 |
Moderadamente ativa |
24,8 |
27,5 |
20,8 |
Ativas |
24,8 |
27,5 |
20,8 |
Total |
100,0 |
100,0 |
100,0 |
p≤0, 047
A Tabela 2 refere-se à classificação dos hábitos alimentares, no qual, de acordo com a classificação da pirâmide alimentar, 47% dos adolescentes encontra-se com uma alimentação insuficiente, 39,3% adequada e 13,7% excessiva. Quando comparada a alimentação entre os sexos, 47,8% do sexo masculino e 45,8% do sexo feminino tinham uma alimentação insuficiente. Já 33,3% do sexo masculino e 47,9% do sexo feminino tinham uma alimentação adequada, nesse caso houve diferença significativa entre meninos e meninas. Na proporção de alimentação excessiva os meninos se destacam com 18,8% enquanto as meninas 6,3%.
Tabela 02. Classificação dos Hábitos Alimentares
Classificação |
Geral % |
Masculino % |
Feminino % |
Adequada |
39,3 |
33,3 |
47,9* |
Insuficiente |
47,0 |
47,8 |
45,8 |
Excessiva |
13,7 |
18,8 |
6,3 |
Total |
100,0 |
100,0 |
100,0 |
p≤0,042
A Tabela 3 classifica as atividades realizadas por adolescentes fora do ambiente escolar. Na maior parte do tempo 42,7% dos adolescentes ficam assistindo televisão, 24,8% praticam esportes, 19,7% ficam brincando e 12,8% ajudam em casa. Esses dados vêm ao encontro com o resultado da classificação geral do nível de atividades físicas no qual 25,6% dos adolescentes são insuficientemente ativos. Quando comparados entre os sexos, 37,7% do sexo masculino praticam esportes, 33,3% assistem TV, 21,7% brincam e 7,2% ajudam em casa. Já 56,3% do sexo feminino assistem TV, 20,8% ajudam em casa, 16,7% brincam e 6,3% praticam esportes. Com estes resultados intui-se que o tempo que as meninas passam ajudando em casa influencia de forma significativa na dieta nutricional.
Tabela 03. Classificação do Tempo fora da escola
Classificação |
Geral % |
Masculino % |
Feminino % |
Ajudando em casa |
12,8 |
7,2 |
20,8 |
Assistindo TV |
42,7 |
33,3 |
56,3* |
Brincando |
19,7 |
21,7 |
16,7 |
Praticando Esportes |
24,8 |
37,7 |
6,3 |
Total |
100,0 |
100,0 |
100,0 |
p≤0,000.
Discussão
Mudanças no estilo de vida vêm favorecendo a consolidação de hábitos sedentários, fator este que pode vir a trazer problemas de saúde imediatos e em longo prazo. Um estudo desenvolvido por Farias et al. (2009) com adolescentes com idade entre 15 e 19 do estado de Santa Catarina, relatou que em 36,5% (1/3) da amostra pesquisada o volume de atividades físicas realizadas era insuficiente, corroborando com o presente estudo, no qual 25,6% dos alunos foram classificados como insuficientemente ativos.
Os dados coletados apresentaram uma forte inclinação ao sedentarismo, no qual 75,2% dos indivíduos variaram entre inativos à moderadamente ativos, porém abaixo do esperado. O estudo realizado por Lima et al. (2014) com 59 alunos de ambos os sexos com idade entre 13 e 19 anos do 9º ano do Ensino Fundamental, matriculados em três escolas da rede municipal de ensino de Paulista-PE, obteve resultados similares aos encontrados na presente pesquisa. O estudo mostrou que a grande maioria dos alunos pesquisados, 72,7% dos meninos e 83,8% das meninas são fisicamente inativos. Os resultados similares entre este e o atual estudo podem ser explicados pela semelhança das características socioeconômicas dos dois municípios, além da faixa etária dos alunos pesquisados serem similares.
Entretanto, os resultados do presente estudo contradizem os dados relatados pelo estudo de Ribeiro et al. (2013), realizado com 40 alunos de ambos os sexos da cidade de Pelotas, RS, no qual a grande maioria, 92,3% dos adolescentes do sexo masculino e 87,5% do feminino pratica algum tipo de atividade física.
Em relação à alimentação,uma alimentação que atenda as necessidades nutricionais de cada faixa etária, com equilíbrio e regularidade de acordo com as orientações da pirâmide alimentar, evita danos à saúde de imediatos a longo prazo, tais como a desnutrição e obesidade. Os resultados deste estudo, quanto à alimentação, denota que a maior parte dos alunos pesquisados possuía uma alimentação insuficiente. Quando separados por sexo, constatou-se que a maior parte das adolescentes do sexo feminino alimentava-se adequadamente, ao contrário dos indivíduos do sexo oposto. Resultados semelhantes foram descritos no estudo realizado por Carvalho et al. (2001), envolvendo adolescentes com idade entre 10 e 19 anos de Teresina, PI. Ficou constatado um hábito alimentar inadequado dos adolescentes, os quais consumiam alimentos essenciais para a saúde e de consumo diário, acarretando um déficit semanal nutricional.
O estudo de Toral et al. (2006), que visava verificar o consumo de frutas e verduras em adolescentes, descobriu que a grande maioria, tanto dos meninos quanto das meninas, possuía um consumo insuficiente desses itens em relação às recomendações da Pirâmide Alimentar. Igualmente estudo de França; Kneube e Souza (2006), os adolescentes não consomem a quantidade necessária de alimentos reguladores, como frutas e hortaliças, afetando negativamente sua qualidade de vida. Esses resultados se divergem do presente estudo, em que 18,8% dos meninos estão com alimentação excessiva e 47,9% das meninas com alimentação adequada.
Todavia, se somados a classificação insuficiente e excessiva de ambos os sexos deste estudo, a maior parte da amostra apresentou hábitos alimentares inadequados, corroborando com o estudo de Silva et al. (2009), realizado com 720 adolescentes de 14 a 19 anos de escolas públicas de Fortaleza, no qual sua amostra apresentou um desequilíbrio na ingesta dos nutrientes adequados para a adolescência, o qual pode vir a comprometer o desenvolvimento e saúde destes indivíduos.
As consequências de uma dieta insalubre podem ser observadas no estudo de Nunes, Figueiroa e Alves (2007), no qual apresentou correlação entre maus hábitos alimentares e elevadas frequências de sobrepeso e obesidade entre adolescentes em Campina Grande-PB. Além disso, constataram maior predominância desta situação em adolescentes pertencentes às classes economicamente favorecidas.
Ao classificar o tempo fora da escola o presente estudo verificou que 42,7% dos adolescentes assistem televisão, 24,8% praticam esportes, 19,7% brincam e 12,8% ajudam em casa. Os achados a respeito da preferência por assistir televisão em ambientes não escolares vão de encontro a um estudo realizado por Rodrigues e Fiates (2012) com alunos de uma escola pública e de uma escola particular da cidade de Florianópolis-SC. Os autores constataram que o hábito de assistir televisão é excessivo entre os estudantes das duas escolas.
O problema deste excesso é ser encontrado no estudo desenvolvido por Ceschini, Florindo e Benício (2007), no qual comparou o nível de atividade física com variáveis sócio-demográficas e variáveis associadas ao estilo de vida em 775 adolescentes do distrito de Vila Nova Cachoeirinha. Os resultados indicaram que o maior percentil de inatividade física associou-se significativamente a maior quantidade de horas diárias em frente à TV. Logo, devido ao resultado similar ao presente estudo, este hábito pode tornar-se um problema a qualidade de vida, sendo que os adolescentes predominantemente assistem TV no tempo fora do ambiente escolar.
Conclusão
Os resultados encontrados no presente estudo revelaram que os adolescentes da amostra apresentam um estilo de vida com comportamentos sedentários.
Quanto ao nível de atividade física os adolescentes são insuficientemente ativos. No entanto, os gêneros se diferem significativamente. Os resultados mostram que os adolescentes do sexo masculino são mais ativos do que os do sexo oposto.
Quanto aos hábitos alimentares, pode-se concluir que os adolescentes estudados nesta pesquisa adotam hábitos alimentares insuficientes em relação ao que é sugerido pela nova pirâmide alimentar. Quando comparados os gêneros pode-se identificar que os meninos apresentaram uma alimentação excessiva e as meninas uma alimentação adequada.
No tempo gasto fora do ambiente escolar os adolescentes passam a maior parte do tempo assistindo TV. Já comparando entre os sexos o resultado difere nas atividades. Os meninos praticam esportes e as meninas assistem TV.
Bibliografia
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Venâncio, P.E.M. (2006). Obesidade, atividade física e hábitos alimentares em escolares da cidade de Anápolis-GO. 2006. Dissertação Mestrado. Universidade Católica de Brasília-UCB, Brasília.
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