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Acidentes de trânsito envolvendo motociclistas 

na zona rural de Porteirinha, Minas Gerais

Traffic accidents involving motorcyclists in the Porteirinha rural area, Minas Gerais

Accidentes de tránsito que involucra a motociclistas de la zona rural de Porteirinha, Minas Gerais

 

*Médico especialista em ginecologia

Pós-graduando Medicina do Tráfego da

Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

**Médico Mestre em Cirurgia Abdominal

Especialista em Medicina de Tráfego

Membro da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

***Enfermeiro mestrando do Programa de Inovação

e Tecnologia em Enfermagem da EERP-USP

Especialista em Enfermagem do Trabalho e em Docência na Saúde

Docente na Faculdade Presidente Antônio Carlos de Porteirinha

Antônio Carlos Mendes Silva*

Guilherme Durães Rabelo**

Ernandes Gonçalves Dias***

nandesenf@usp.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O estudo teve caráter exploratório, transversal, de análise documental e quantitativo, onde objetivou-se investigar os acidentes de trânsito envolvendo motociclistas na zona rural de do município de Porteirinha, Minas Gerais, atendidos na Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo. Os dados foram coletados no período de fevereiro a junho de 2013, em 85 prontuários de vítimas. Os resultados obtidos mostraram que o sexo masculino é o mais acometido pelos acidentes. Observou-se que a maioria dos acidentes se deu por queda da própria moto, colisões entre moto e animais ou cercas, colisões entre moto e carro e colisões entre moto e moto. As lesões ocorreram nos membros inferiores, membros superiores, face, tórax/abdome e traumatismos crânio encefálico. As consequências e condutas pós-acidente reforçam a ideia de elevados custos financeiros e sociais impostos pelos acidentes no trânsito, pois após a ocorrência as vítimas tiveram atendimento médico, uma parte necessitou de ser internada, afastada do trabalho, apresentaram sequelas temporárias, algumas precisaram ser transferidas para atendimento mais complexo em hospitais de outras cidades e ainda registrou-se óbitos. Evidenciou-se há necessidade de campanhas de educação para o trânsito e que atitudes sejam tomadas em parcerias entre os órgãos competentes e a sociedade a fim de mudar a realidade da ocorrência de acidentes no trânsito.

          Unitermos: Motocicletas. Capacete. Acidentes. Trânsito.

 

Abstract

          The study was exploratory, cross, document and quantitative analysis, which aimed to investigate traffic accidents involving motorcyclists in rural municipality of Porteirinha, Minas Gerais, attended at the Santa Casa de Misericordia Hospital e São Vincente de Paulo. Data were collected from February to June 2013 in 85 medical records of victims. The results showed that the male is the most affected by accidents. It was observed that most accidents occurred by falling of the bike itself, collisions between bike and animals or fences, collisions between bike and car and collisions between bike and motorcycle. The injury occurred in the lower limbs, upper limbs, face, chest / abdominal trauma and brain injury. The consequences and post-accident conducts reinforce the idea of ​​high financial and social costs imposed by traffic accidents because of the occurrence of the victims had medical care, some needed to be hospitalized, away from work, had temporary sequelae, some had to be transferred to more complex care in hospitals in other cities and even deaths was recorded. It showed no need for education campaigns for transit and attitudes are taken in partnership between the relevant bodies and society in order to change the reality of the occurrence of traffic accidents.

          Keywords: Motorcycles. Helmet. Accidents. Transit.

 

Resumen

          El presente estudio tuvo carácter exploratorio, transversal, de análisis documental y cuantitativo, donde se investigaron los accidentes de tránsito que involucran a los motociclistas en la zona rural del municipio de Porteirinha, Minas Gerais, atendidos en la Santa Casa de Misericordia y Hospital Sao Vicente de Paulo. Los datos fueron recolectados en el período de febrero a junio de 2013, en 85 historias clínicas de víctimas. Los resultados obtenidos mostraron que los motociclistas del sexo masculino son los más comprometidos por los accidentes. Se observó que la mayoría de los accidentes se produjo por caída de la propia moto, colisiones entre moto y animales o cercas, colisiones entre moto y carro y colisiones entre moto y moto. Las lesiones ocurrieron en los miembros inferiores, miembros superiores, cara, tórax/abdomen y traumatismos cráneo-encefálico. Las consecuencias y conductas post-accidentes refuerzan la idea de los elevados costos financieros y sociales que producen por los accidentes en el tránsito, pues después de la ocurrencia las víctimas tuvieron atención médica, una parte necesitó ser internada, alejada del trabajo, presentaron secuelas temporales, algunas precisaron de un traslado a una atención más compleja en hospitales de otras ciudades y también se registraron muertes. Se evidenció que existe la necesidad de campañas de educación para el tránsito y se deben tomar acciones en alianzas entre los órganos competentes y la sociedad a fin de cambiar la realidad del acontecimiento de accidentes en el tránsito.

          Palabras clave: Motocicletas. Casco. Accidentes. Tráfico.

 

Recepção: 24/03/2016 - Aceitação: 26/09/2017

 

1ª Revisão: 12/08/2017 - 2ª Revisão: 21/09/2017

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes (EFDeportes.com), Revista Digital. Buenos Aires, Año 22, Nº 232, Septiembre de 2017. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Acidente para Freitas, Mendes e Oliveira (2008) é um evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e/ou emocionais, ocasionam danos físicos, emocionais, morais e/ou espirituais a si próprio ou a outros.

    De acordo Juppa (2010) a Organização Mundial da Saúde define os acidentes como eventos independentes do desejo do homem, causados por forças externas, alheias, que atuam subitamente e deixam ferimentos no corpo e na mente. Podem ser classificados como acidentes com ou sem vítimas.

    De acordo Brasil (2011) no ano de 2010, ocorreu 145.920 internações por vítimas de acidentes de trânsito e que foram custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com um custo próximo de R$187 milhões. Os homens representaram 78,3% das vítimas (114.285), enquanto as mulheres representaram 21,7%.

    O número de internações hospitalares por acidentes de transporte em 2011 foi de 171.925, que corresponde a 17,92% da morbidade por causas externas e a mortalidade sofreu um aumento de 24,44% de 2000 a 2009 (Brasil, 2011).

    Para Andrade et al. (2009) com a expansão da motorização nos últimos anos, e principalmente as motocicletas e ciclomotores, que são modalidades de transporte muito vulneráveis, dificultam a redução das taxas de mortalidade provocadas pelo trânsito. As pesquisas revelam uma expansão no número de vítimas com motocicletas, sejam passageiros ou condutores.

    Dentre as causas mais comuns de acidentes de trânsito destaca-se o fato de “beber e dirigir”, fatores ligados às vias tais como o formato da pavimentação, conservação, iluminação e sinalização, os referentes aos veículos, o estado de conservação e a falta da manutenção preventiva, a ausência do uso do cinto de segurança, a velocidade excessiva, imprudência do condutor, dentre outros motivos (Canova et al., 2010).

    Segundo Brasil (2007) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2003 estimou os impactos sociais e econômicos deste tipo de acidente em 24,6 bilhões de reais, custos estes relacionados aos gastos com a saúde, à morte das pessoas, perda de produção e danos aos veículos.

    Apesar do esforço do estado brasileiro em reduzir a gravidade, as sequelas e as mortes decorrentes dos acidentes de transporte, as medidas punitivas, educativas e assistenciais parecem ter pouco efeito neste que se torna um problema de saúde pública grave tanto nas lesões que comumente são múltiplas, quanto no ônus social, com custo elevado pra os serviços de saúde e de concessão de benefícios aos portadores de sequelas físicas incapacitantes (Canova et al., 2010).

    Os acidentes de trânsito, de modo geral, representam um problema social de consideráveis repercussões no Brasil, pois revelam relevantes aspectos da violência e mortalidade, expressivamente presentes na sociedade brasileira (Diniz et al., 2008).

    Para Silva, Rodríguez e Pereira (2009) atualmente, o trânsito constitui-se num dos vilões do desenvolvimento nacional, pois os prejuízos causados à economia anualmente, em média, correspondem a cinco bilhões de reais, sem contar com as perdas de vidas e sequelas deixadas na sociedade.

    De acordo o IPEA (2003) o acidente de trânsito tem especial relevância entre as externalidades negativas produzidas pelo trânsito, não somente pelos custos econômicos provocados, mas, sobretudo, pela dor, sofrimento e perda de qualidade de vida imputada às vítimas, seus familiares e à sociedade como um todo.

    Diante dessa problemática, e levando-se em conta a magnitude dos acidentes de trânsito com motocicletas e as repercussões desse agravo para o indivíduo e para a sociedade, considera-se importante o estudo desse tipo de acidente. A relevância desta pesquisa é explicitada na abordagem dos acidentes ocorridos pelo não uso de capacete na zona rural, modalidade que é escassa de pesquisa. Assim, teve-se como objetivo investigar os acidentes de trânsito envolvendo motociclistas na zona rural de Porteirinha, Minas Gerais, atendidos no pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo.

Metodologia

    Com base no objetivo proposto o estudo teve caráter exploratório, transversal com análise documental e abordagem quantitativa. Os dados foram coletados entre fevereiro e junho de 2013 em 85 prontuários de vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motocicleta na zona rural do município de Porteirinha, Minas Gerais, atendidos no pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo.

    Mediante abordagem quantitativa os dados foram organizados e submetidos ao programa de computador da Microsoft, o Excel, versão 2010 para análise estatística e apresentados em forma de tabelas.

Resultados e discussão

    Na análise documental foram consultados 85 (100%) prontuários de pacientes atendidos no pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo, vítimas de acidentes de trânsito na zona rural de Porteirinha. Nos dados levantados observou-se que 74 (87%) eram do sexo masculino e 07 (13%) do sexo feminino.

    O fato dos homens serem as vítimas mais frequentes no trânsito se assemelha a diversos estudos como os de Oliveira e Sousa (2006) e Oliveira (2008). Para esses autores provavelmente, esse perfil é consequência da maior exposição masculina e de jovens no trânsito, e de comportamentos determinados social e culturalmente, que os fazem assumir maiores riscos na condução de veículos, como maiores velocidades, manobras mais arriscadas e uso de álcool. É possível, entretanto, que esse quadro se altere num futuro próximo, por estar ocorrendo uma clara tendência de aumento da participação feminina na condução de veículos automotores, devido à sua crescente inserção no mercado de trabalho, maior independência e consequente maior exposição ao tráfego das cidades.

    Andrade et al. (2009) realizaram um estudo retrospectivo, qualitativo a fim de abordar as características epidemiológicas dos acidentes de trânsito, no grupo analisado, os acidentados eram majoritariamente do sexo masculino, e pessoas jovens, em fase produtiva.

    A Tabela 1 relaciona as causas dos acidentes de trânsito na zona rural de Porteirinha. Conforme mostra a tabela, 53 (62%) ocorrências foram de queda de moto, 13 (15%) de colisão entre moto e animais ou cercas, 10 (12%) devido à colisão entre moto e carro e 09 (11%) ocorrências foram colisão entre moto e moto.

    Segundo Queiroz e Oliveira (2003) a gravidade dos acidentes de trânsito está relacionada à causa, que em grande parte está relacionada à imperícia ou falha humana; condições das vias e dos veículos e nestas condições de maiores gravidades os acidentes ocorridos em regiões interioranas precisam buscar suporte avançados em cidades próximas.

Tabela 1. Causas dos acidentes de trânsito na zona rural de Porteirinha, 2013

    Em estudo realizado por Cabral, Souza e Lima (2011) a fim de conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes de trânsito, reconheceram que os motociclistas se destacaram como vítimas e causadores de acidentes. Esse grupo é mais vulnerável quando comparado aos usuários de outros veículos automotores. Por outro lado, cabe a reflexão de que os motociclistas comumente colocam em risco a integridade de outros usuários, principalmente pedestres.

    Segundo Oliveira (2008) a motocicleta se tornou viável no trânsito lento e congestionado, sendo econômica, de custo bem inferior quando comparada aos automóveis, de fácil aquisição e manejo. Apesar da frota de automóveis serem superior à frota de motocicletas, essas facilidades têm levado a uma inversão nos padrões de acidentes de trânsito: as vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas (motociclistas e pedestres) predominam em relação àquelas envolvendo os ocupantes de automóveis.

    De acordo Malvestio e Sousa (2008) nas publicações nacionais e internacionais, a maior parte das vítimas de acidentes de trânsito é resultante de colisões. Na colisão, considerada um dos tipos de acidentes de motocicleta mais usuais, o motociclista absorve em sua superfície corpórea toda a energia gerada no impacto, seja indo de encontro à via pública, seja com os objetos desta ou outros veículos a motor. Consequentemente, há ocorrência de vítimas politraumatizadas com as lesões mais graves localizando-se na cabeça e nas extremidades.

    A Tabela 2 apresenta os tipos e localização das lesões sofridas pelas vítimas dos acidentes de trânsito atendidos no pronto atendimento da Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo de Porteirinha. Os dados mostram que 33% (46) das lesões ocorreram nos membros inferiores, 26% (37) ocorreram nos membros superiores, 16% (22) foram lesões na face, 14% (19) foram lesões no tórax/abdome e 11% (15) foram traumatismos crânio encefálico.

Tabela 2. Tipo/Local das lesões sofridas pelas vítimas de acidentes de trânsito atendidas

na Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo, Porteirinha, 2013

    No estudo realizado por Andrade et al. (2009) a fim de abordar as características epidemiológicas dos acidentes de trânsito os tipos de lesão corresponderam em 69,5% dos casos a ferimentos; em 51,4% a fraturas; em 27,44% a hematomas; e em 20,7% a TCE.

    Dalmina (2005) verificou em seu estudo que a distribuição de acordo com a topografia da lesão, houve uma maior incidência nos membros inferiores das vítimas (38,90%), seguido de cabeça com (27,90%), membros superiores com (16,70%) e tronco, com (15,15%). De acordo Benincasa e Rezende (2006), a cabeça, os membros inferiores e os membros superiores são as regiões corpóreas mais atingidas nos acidentes de trânsito, já Oliveira e Sousa (2006) evidenciaram em seu estudo com um número de 67 vítimas analisadas que os membros inferiores são os mais gravemente lesados seguidos dos traumas de cabeça.

    A Tabela 3 mostra as consequências e condutas pós-acidente. Observa-se que todas as vítimas (85 – 100%) tiveram atendimento médico, 32 (36%) foram internadas, 28 (33%) foram afastadas do trabalho, 13 (15%) tiveram sequelas temporárias, 11 (13%) precisaram ser transferidas para atendimento em hospitais de outras cidades e 03 (4%) vieram a óbito. Diante da tabela, percebe-se que os custos financeiros com os acidentes de trânsito são elevados quando se observa as condutas e consequências adotadas em relação aos acidentes.

Tabela 3. Conduta/Consequências pós-acidentes no atendimento às vítimas de acidentes de trânsito

na Santa Casa de Misericórdia e Hospital São Vicente de Paulo, Porteirinha, 2013

    De acordo Santos et al. (2008) o atendimento médico de saúde das vítimas de acidente de trânsito geram elevado ônus aos cofres públicos, mais precisamente às instituições que atendem essas vítimas pelo SUS. Relatam ainda que os custos de um acidente estão implicados em todo o processo, desde sua ocorrência até a reabilitação ou óbito, envolvendo neste percurso despesas com tratamento médico, afastamento do trabalho, internações, entre outras implicações.

    Em relação às sequelas dos acidentes, Marin e Queiroz (2000) relatam que o número de incapacitados por acidentes de trânsito vem aumentando significativamente. Entre as explicações para esse fenômeno está o fato do maior número de acidentes entre jovens, que apresentam melhores condições de saúde para sobreviver aos acidentes graves; maior velocidade dos veículos; aumento do número de veículos pesados; e avanços nas técnicas médicas de ressuscitação.

Conclusões

    Os acidentados estão majoritariamente do sexo masculino, esse fato pode estar relacionado ao homem se expor com maior frequência ao perigo. Observou-se que na ocorrência do acidente, a maioria se deu por queda da própria moto, colisões entre moto e animais ou cercas, colisões entre moto e carro e colisões entre moto e moto. As lesões ocorreram nos membros inferiores, membros superiores, face, tórax/abdome e traumatismos crânio encefálico.

    As consequências e condutas pós-acidente reforçam a ideia de elevados custos financeiros e sociais impostos pelos acidentes no trânsito, pois após a ocorrência as vítimas tiveram atendimento médico, uma parte necessitou de ser internada, afastada do trabalho, apresentaram sequelas temporárias, algumas precisaram ser transferidas para atendimento mais complexo em hospitais de outras cidades e ainda registrou-se óbitos.

    Este estudo teve como limitação a escassez de informações nos prontuários do pronto atendimento, observou-se que muitos dados são ignorados, isto pode ocorrer na hipótese do funcionário que preenche o prontuário não considerar importante algumas informações, o que revelaria uma necessidade de capacitações ou está ligado à dificuldade de coletar as informações em virtude dos acidentes acontecerem em regime de urgência ou emergência.

    Nesse sentido outros estudos podem ser realizados a fim de estudar a rotina dos profissionais que trabalham nessas circunstâncias para evidenciar o caráter desse trabalho e poder esclarecer os fatos que levam à carência de informações nos prontuários.

    Acredita-se que pode haver uma subnotificação dos acidentes de trânsito na zona rural devido a pouca fiscalização e nem sempre a vítima procura tratamento médico por considerar ter sofrido pequenas lesões e soma-se a isso o comportamento dos hospitais que nem sempre notifica à polícia quando a vítima busca tratamento sem ter registrado o boletim de ocorrências.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 22 · N° 232 | Buenos Aires, Septiembre de 2017
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