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Condições cardiovasculares especiais no envelhecimento. Revisão sistemática

Cardiovascular conditions specials in aging. Systematic review

condiciones cardiovasculares especiales en el envejecimiento. Una revisión sistemática

 

*Mestrando do Programa de Pós Graduação em Educação Agrícola (PPGEA)

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Especialista em Programa de Saúde da Família

Universidade Gama Filho, Cirurgião Dentista pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro

**Doutorando em Epidemiologia em Saúde Pública (ENSP) pela Fundação Oswaldo Cruz, 

Mestre do Programa de Pós Graduação em Educação Agrícola (PPGEA) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 

Especialista em Programa de Saúde da Família - Universidade Gama Filho, Cirurgião Dentista 

pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro;

***Graduado em Medicina pela Unigranrio

****Graduada em Enfermagem pela Faculdade Bezerra de Araújo

*****Doutoranda em Ciências Médicas pela Universidade Federal de Santa Catarina

(Brasil)

Rocindes de Souza Berriel*

rcd.com@hotmail.com

Cláudio Oliveira da Gama**

claudiodagama@hotmail.com

Gláucio Oliveira da Gama***

glaucio_gama@hotmail.com

Julliane Sobral de Abreu****

jullianesobral@yahoo.com.br

Rafaela Liberali*****

rafaelametodologia@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo tem por objetivo demonstrar as condições cardiovasculares especiais no envelhecimento. Utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica, analisando-se referências teóricas. Inúmeros fatores irão contribuir para o envelhecimento do sistema cardiovascular. Deve-se estar atento as modificações e as distinções entre senilidade e senêscencia devido a grande incidência de comorbidades cardíacas.

          Unitermos: Idoso. Saúde do idoso. Fatores de risco. Alterações cardiovasculares.

 

Abstract

          This current article aims at demonstrating the special cardiovascular conditions in the act of aging. The methodology used was bibliographical review, analyzing theoretical references. Various factors will contribute to the aging of the cardiovascular system. One must attend the modifications and differences between senility and senescence due to the high incidence of cardiac comorbidity. 

          Keywords: Elderly. Elderly health. Risk factors. Cardiovascular alterations.

 

Resumen

          Este artículo tiene como objetivo demostrar las condiciones cardiovasculares especiales en el envejecimiento. Se utilizó como metodología la revisión de la literatura, analizando las referencias teóricas. Hay varios factores que contribuyen al envejecimiento del sistema cardiovascular. Se debe estar atento a las modificaciones y las distinciones entre la senilidad y la senescencia debido a la alta incidencia de comorbilidades cardíacas.

          Palabras clave: Persona mayor. Salud de las personas mayores. Factores de riesgo. Alteraciones cardiovasculares.

 

Recepção: 31/01/2016 - Aceitação: 22/03/2017

 

1ª Revisão: 03/03/2017 - 2ª Revisão: 18/03/2017

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 226, Marzo de 2017. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Envelhecimento é um processo acumulativo, sequencial, irreversível, individual, não patológico, marcado pela deterioração de um organismo maduro (Coviello, 2008), próprios a todos os membros de uma espécie (Gorz, 2007). É parte do ciclo de vida biológico humano (Amorim, 2006), que requer uma atenção diferenciada e deve ser estudado como uma fase especifica valorizando as suas limitações (Matsudo, 2002).

    Essa fase é marcada por diferenciações dos sistemas anatômicos funcionais. Fazendo-se a soma das alterações orgânicas, funcionais e psicológicas do envelhecimento normal tem-se como resultado a senescência (Cardoso, 2009), conhecer as modificações fisiológicas e anatômicas que ocorrem nessa fase torna-se algo importante (Maria, 2003) para que se possa distinguir o envelhecer com saúde, senescência, do envelhecer com doenças, senilidade (Freitas, 2006).

    Os idosos constituem-se um grupo de maior risco para adoecimento com características próprias na manifestação dessas afecções (Cardoso, 2006), possuem, em geral, uma maior probabilidade para o aparecimento de problemas degenerativos e cardiovasculares, em particular. O envelhecimento produz progressivas mudanças cardíacas estruturais (Frolkis, 2005), o sistema sofre significativa redução de sua capacidade funcional (Teixeira, 2008). Como consequência dessa diminuição têm- se o aumento da fase de ejeção sanguínea; a diminuição do consumo de oxigênio e do débito cardíaco e da freqüência cardíaca máxima (Tibo, 2006).

    As principais alterações que ocorrem são no miocárdio, no nó sino-atrial, nas valvas cardíacas e vasos sanguíneos, aumento de adiposidade e espessamento fibroso (Matsudo, 2000). Há uma estreita relação entre os fenômenos fisiológicos e patológicos o que dificulta a diferenciação clínica (Faria, 2008).

    O objetivo deste trabalho foi demonstrar através de uma revisão bibliográfica as condições cardiovasculares especiais no envelhecimento.

Metodologia

Tipo de pesquisa

    Utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica que consiste na procura de referências teóricas para análise do problema de pesquisa e a partir das referências publicadas fazer as contribuições cientificas ao assunto em questão (Liberali, 2011).

Revisão da literatura

Envelhecimento

    O envelhecimento é um período da vida de caráter universal, multifatorial e é inexorável, é um fenômeno que faz parte do ciclo de todos os seres vivo (Matsudo, 2002). Envelhecer é um processo e os idosos constituem-se os protagonistas deste processo que é demarcado por alterações biofisiológicas, psicológicas e sociais (Maria, 2003), apresentando nessa fase maior vulnerabilidade de incidência de patologias que podem acarretar a morte (Coviello, 2008).

    Para ser considerado idoso em países em desenvolvimento a pessoa tem que estar com 60 anos ou mais, enquanto em países desenvolvidos a população idosa é assim designada a partir de 65 anos de idade (Cardoso, 2009). Vários fatores irão influenciar a senescência, como a boa nutrição, a herança genética, a ocorrência de doenças e a prática de atividade física, assim como outras atitudes associadas ao estilo de vida (Brito, 2004).

    As alterações que ocorrem durante o envelhecimento fazem com que o organismo perca a sua capacidade de manter o equilíbrio homeostático e todas as suas funções fisiológicas começam a declinar gradualmente (Buzzini & Matsudo, 2009). Um organismo envelhecido, em condições normais, poderá sobreviver adequadamente, mas, se submetido a situações de stress emocional, físico, pode apresentar dificuldades em seu funcionamento podendo culminar em processos patológicos (Ferrigno, 2002).

Aspectos demográficos

    Os idosos representam a parcela da população com maior crescimento atualmente, esse fato tem ocorrência mundial (Gordilho & Sérgio, 2000), o Brasil não constitui uma exceção a regra, pois a expectativa de vida dobrou em nosso país no decorrer do século passado (Moreira, 2000). Espera- se que no ano de 2020 a população mundial com idade superior a 65 anos estará aumentada em 82%. A medida com que as sociedades se desenvolvem torna-se maior a probabilidade de existir um maior número de idosos na população (Carneiro, 2007).

    A mudança do perfil demográfico exige uma demanda de planejamento e estudos, pois o aumento da expectativa de vida da população impõe novos desafios de nível social, político e econômico (Souza, 2000), esse fator deve se tornar o foco da atenção para que problemas futuros sejam minimizados (Souza, Schroeder & Liberali, 2007).

Aspectos gerais do envelhecimento

    Os efeitos da idade avançada sobre o organismo resultam em uma série de alterações nas funções orgânicas e mentais, fazendo com que o mesmo perca a sua capacidade de manter o equilíbrio homeostático e levando assim a um declínio gradual de todas as suas funções fisiológicas (Corazza, 2001).

    Em condições normais um organismo envelhecido poderá sobreviver adequadamente, porém, se submetido a situações de stress poderá apresentar dificuldades em manter a sua homeostase e, dessa maneira, manifestar sobrecarga funcional, podendo culminar em processos patológicos (Matsudo & Matsudo, 2001).

    É de suma importância entender as peculiaridades anatômicas e fisiológicas do envelhecimento, conhecer a diferença entre senescência e senilidade dá subsídios para saber quando e como intervir no processo de envelhecimento (Frolkis, 2005). Dentre todos os declínios fisiológicos com características próprias dar-se-á enfoque as alterações cardíacas, visto que, o conhecimento do processo de envelhecimento do coração do idoso é importante para melhor compreensão dos processos patológicos que se instalam mais comumente no indivíduo senil (Costa et al, 1990).

Sistema cardiovascular

    O sistema cardiovascular compreende um órgão propulsor, o coração, e uma série de condutos de diversos tipos e calibres (vasos arteriais, capilares, venosos e linfáticos), nos quais circulam o sangue impulsionado pelas contrações rítmicas do coração, fazendo com que todas as partes do corpo se comuniquem (Wojcik & Kristin, 2001).

    Tem por função conduzir a todos os órgãos e tecidos o sangue, realizando o transporte de gases, hormônios, nutrientes, calor, o intercâmbio de materiais e também recolher os resíduos metabólicos (Cohen, 2001).

    O sistema cardiovascular constitui-se de diversos componentes e possui uma interação dinâmica, o que dificulta delimitar as alterações decorrentes do envelhecimento das alterações patológicas, principalmente pelo fato de que mais de 50% dos idosos com 60 anos ou mais apresentam cardiopatias (Ferrigno, 2002).

Alterações morfológicas

    Ao contrário do que ocorre com outros órgãos o coração aumenta seu peso com a idade, aumenta em massa, aproximadamente, 1 g/ano em homens e 1,5 g/ano em mulheres (Cardoso, 2006). É o único órgão que com o envelhecimento não só se atrofia mas, pelo contrário, se hipertrofia, que é decorrente do aumento da pós carga associada ao envelhecimento, decorrente primordialmente do enrijecimento arterial (Souza, 2000). Verifica-se também o aumento da espessura do septo interventricular maior quando comparado ao da parede do ventrículo esquerdo (Cohen, 2001).

    No miocárdio, nota-se o acúmulo de gordura nos átrios e no septo interventricular, além de degeneração muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso, aumento do colágeno, hipertrofia do ventrículo esquerdo, depósitos intracelulares de lipofuscina (pigmento resultante da digestão incompleta dos restos celulares) e de substâncias amiloide (amiloidose senil) (Affiune, 2002).

    No pericárdio as modificações são decorrentes do desgaste progressivo, ocorre um espessamento difuso, mais acentuado nas cavidades esquerdas e aumento da taxa de gordura (Corazza, 2001). Já no endocárdio ocorre um espessamento e opacidade, que são mais evidentes nas câmaras esquerdas, com proliferação de fibras colágenas e elásticas, fragmentação e desorganização acompanhadas da perda da disposição uniforme habitual, resultado da hiperplasia irritativa resultante da longa turbulência sanguínea (Gus, 1999).

Alterações valvares

    O tecido valvar é composto, preponderantemente, por colágeno, e por isso, está sujeito a grandes pressões. Com o envelhecimento há a degeneração, espessamente e calcificação dessas estruturas, mais frequentes na aorta e na mitral (Carneiro, 2007). Primeiramente ocorre uma redução do conteúdo de mucopolissacarídeos e aumento de lípides; com o aumento da idade pode haver moderados processos de espessamento, esclerose direta, fragmentação colágena e formação de nódulos no bordo de fechamento das cúspides (Affiune, 2002).

    A calcificação pode estender-se até o feixe de his na valva aórtica, com áreas fibróticas nas bordas das cúspides formando as excrescências de lambia. Calcificação na valva aórtica é mais comum em homens. As artérias coronárias sofrem alterações semelhantes (Cardoso, 2006).

Alterações vasculares

    As alterações vasculares podem ser dividas em estruturais que são espessamento endotelial; calcificação da musculatura lisa; aumento do teor de colágeno; teor reduzido de fibras elásticas; perda da integridade das válvulas venosas (Gus, 1999); e fisiológicas que são menor retração elástica; resistência periférica total aumentada; tendência para comprometimento da difusão; complacência reduzida e por fim tendência para acúmulo venoso (Costa et al, 1990).

Alterações funcionais

    Os sistemas respiratório, cardíaco e vascular reduzem a capacidade do coração em realizar suas funções (Teixeira, 2008). As alterações relacionadas a idade afeta diretamente a função cardíaca. A função cardíaca no idoso sadio em repouso, em especial a função sistólica, não apresenta queda de frequência cardíaca, volume cardíaco, débito cardíaco, a fração de ejeção é similar a dos jovens, porém a reserva cardíaca diminui o que resulta em dois processos ligados ao envelhecimento, elevação progressiva da pós-carga ou impedância à ejeção ventricular e a redução da resposta cardiovascular à estimulação beta-adrenérgica que se manifesta através da resposta cronotrópica, inotrópica e vasodilatadora (Faria, 2008).

    Os idosos, em razão da menor resposta cronotrópica, demonstram aumento no volume sistólico (Matsudo, 2002). Acredita-se que a diferença na frequência cardíaca esteja relacionada com uma diminuição na resposta simpática em pessoas com a idade avançada, secundários às alterações do envelhecimento (Guyton & Hall, 2006). A resposta diminuída do sistema nervoso simpático afeta a contratilidade miocárdica e reatividade vasomotora em pessoas idosas (Sobotta, 1993).

    O ventrículo tende a hipertrofia, devido ao aumento da pós- carga, juntamente a redução da complacência ventricular, ao prolongamento do relaxamento ventricular e ao aumento da pós-carga contribui para a diminuição da fase de enchimento rápido do ventrículo no início da diástole (Dangelo & Fattini, 1988). Dessa maneira o coração do idoso torna-se dependente da fase final do enchimento ventricular (Faria, 2008).

    A complacência ventricular menor deixa o idoso sensível as elevações da pré-carga, e dessa forma pequenos aumentos de volume podem determinar elevação da pressão de enchimento ventricular até o edema agudo de pulmão, a perda de contração atrial devido a fibrilação atrial pode causar queda importante do débito cardíaco (Guyton & Hall, 2006). No idoso saudável o débito cardíaco pode ser mantido se o volume de ejeção ou sistólico for capaz de aumentar e compensar qualquer resposta reduzida da frequência cardíaca.

Alteração do sistema de condução

    O envelhecimento altera a condução cardíaca das células marcapasso no nó sinoatrial, ainda que no coração em repouso a função cardíaca não pereça ser afetada (Gus, 1999). O número de células do nó sinoatrial reduz-se acentuadamente e podem comprometer o nó atrioventricular e o feixe de his. A degeneração do sistema de condução predispõe ao aparecimentode arritmias, principalmente a doença do nó sinusal (Matsudo & Matsudo, 2001).

    A infiltração gordurosa separando nó sinusal da musculatura subjacente contribui para o aparecimento de arritmia sinusal, sendo mais frequente a fibrilação atrial. Distúrbios do ritmo variam de arritmias benignas até bloqueios de ramos que evoluem para bloqueios atrioventriculares (Wojcik & Kristin, 2001).

    A estimulação do sistema nervoso simpático, especificadamente pelos receptores beta-adrenérgicos, afeta diretamente a contratilidade miocárdica. Mesmo com os níveis de catecolaminas aumentado, principalmente durante o esforço, ocorre a diminuição da eficácia da modulação beta-adrenérgica (Sobotta, 1993).

    A diminuição da influência simpática sobre o coração e os vasos do idoso são observadas principalmente durante o exercício (Guyton & Hall, 2006). Devido a isso, a medida em que se envelhece, a obtenção do aumento do débito cardíaco durante esforço ocorre com maior uso da lei de Frank- Starling (define que o coração possui uma capacidade intrínseca de se adaptar a volumes crescentes de afluxo sanguíneo, ou seja, quanto mais o miocárdio for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta) (Guyton, 1988). Havendo dilatação cardíaca e aumento de volume sistólico para compensar a resposta atenuada da frequência cardíaca (Dangelo & Fattini, 1988).

    O efeito vasodilatador dos agonistas beta-adrenérgicos sobre a aorta e grande vasos também diminui com a idade, bem como a resposta inatrópica do miocárdio às catecolaminas e a capacidade de resposta dos barorreceptores às mudanças de posição (Matsudo & Matsudo, 2001).

Qualidade de vida para o idoso

    Entre todas as definições do termo qualidade de vida destaca-se a que define qualidade de vida como: a percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores em que vive, e também em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente (Ballone, 2002).

    Qualidade de vida na velhice é uma avaliação multidimensional referenciada a critérios socionormativos e intrapessoais (Gus, 1999), a avaliação da qualidade de vida dá-se sobre quatro dimensões sobrepostas e interelacionadas, são elas: condições ambientais (o ambiente deve favorecer as condições adequadas à vida das pessoas), competência comportamental (traduz o desempenho do idoso frente as diferentes situações de sua vida), qualidade de vida percebida (reflete a avaliação da própria vida) e, por fim, bem-estar psicológico (traduz a satisfação com a própria vida, satisfação global e satisfação específica em relação a determinados aspectos da vida) (Nahas, 2003).

    Dentre os determinantes da qualidade de vida do idoso está o fator atividade física, a prática de atividade moderada e regular contribui para preservar as estruturas orgânicas e bem-estar físico e mental (Affiune, 2002), além de impedir que as alterações decorrentes da idade se acentuem uma vez que através do exercício acontece uma maior exigência do sistema cardíaco, fundamental para a terceira idade (Meirelles, 1997).

    Exercitar-se é importante pois controla o peso e a gordura corporal, podendo dessa maneira contribuir na prevenção e controle de algumas condições clínicas como doenças cardiovasculares (Meirelles, 1997).

    A atividade física é um meio de alcançar uma qualidade de vida melhor pois, as experiências e as evidências demonstram que o exercício é parte integrante da vida humana, e o homem precisa de pelo menos um pouco de atividade para manter-se ôrganica e emocionalmente sadio (Ballone, 2002).

    É incontestável a associação da atividade física com as melhorias significativas na parte funcional e na condição de saúde. Para evitar problemas a saúde devido a uma vida sedentária alguns profissionais aconselham que todo idoso realize 30 minutos de atividade física moderada quase todos os dias da semana. Enquanto exercícios aeróbicos são mais benéficos a saúde, a manutenção do tônus, a funcionalidade dos sistemas cardíaco e respiratório, a capacidade de realizar as tarefas rotineiras na velhice (Moreira, 2001).

    O envelhecimento e as mudanças ocorridas durante essa fase no sistema cardiovascular, que não levam à ocorrência de patologia, geram uma diminuição da função do referido sistema que implica na redução da capacidade do coração em adaptar-se ao estresse imposto pelas doenças cardiovasculares. Quando há o hábito de exercitar-se observa-se que as atividades aeróbicas melhoram a função cardiovascular (Affiune, 2002).

Nutrição na terceira idade

    A alimentação adequada contribui para o bem estar geral, cada fase merece um cuidade específico, a alimentação da terceira idade não difere muito da alimentação de um adulto, porém deve ser direcionada em função da diminuição das atividades do organismo em geral (Ferreira et al, 2004).

    Há uma diminuição global da atividade das células no idoso, o que leva a modificação das necessidades nutricionais (Moreira, 2001).

    Uma dieta adequada é a que assegura a ingestão equilibrada de açúcares, gorduras, proteínas, vitaminas e sais minerais, além de água (Tavares & Anjos, 1999).

    Ou seja a que fornece ao organismo os nutrientes necessários para a manutenção, reparo e crescimento dos tecidos sem que haja excesso no consumo alimentar (Ferreira et al, 2004).

    Apesar do avanço nos conhecimentos sobre fisiologia e o metabolismo orgânico, relacionado a idade, ainda há poucas definições a respeito das necessidades nutricionais quando se trata de pessoas idosas (Tavares & Anjos, 1999).

    Para o idoso, a nutrição é especialmente importante devido as mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento (Ferreira et al, 2004).

    Para os indivíduos que praticam atividade física, possuem uma dieta balanceada que atenda a população em questão, é o suficiente para a manutenção da saúde e para possibilitar um bom desempenho dos sistemas orgânicos (Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2003).

    Os benefícios gerados pela soma da alimentação adequada e realização de uma atividade física abrange do campo físico ao social promovendo aumento da capacidade aeróbica, aumento da ventilação voluntária, melhora da flexibilidade, da tolerância a glicose, redução da concentração de lipídios, diminuição da resistência vascular (Moreira, 1998).

Conclusão

    Diversos fatores irão contribuir para o envelhecimento do sistema cardiovascular desde alterações estruturais, por desgaste dos órgãos que compões esse sistema até modificações para mante a integridade do mesmo.

    Ao se avaliar, através da presente revisão bibliográfica, as modificações provenientes do processo do envelhecimento, deve-se estar atento as distinções da senilidade e da senêscencia, pois nessa faixa etária existe uma grande incidência de comorbidades cardíacas e há uma notável dificuldade na diferenciação do envelhecimento saudável e do patológico.

Bibliografia

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