Avaliação do desenvolvimento motor: investigação do conhecimento dos professores do Ensino Fundamental sobre o tema Motor development evaluation: investigation of the knowledge of elementary school teachers about the theme Evaluación del desarrollo motor: investigación sobre el conocimiento de los profesores de Educación Primaria sobre el tema |
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*Professor formado no curso de Lic. em Educação Física da Universidade da Região da Campanha – Bagé/RS **Professora Mestre do curso de Lic. em Educação Física da Universidade da Região da Campanha – Bagé/RS |
Aldo Cesar Luiz Alves* Camila Machado Miguel** (Brasil) |
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Resumo Procuramos neste trabalho fazer uma análise acerca do nível de conhecimento dos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental nas escolas municipais de Pinheiro Machado/RS sobre desenvolvimento motor, a importância e o modo como é trabalhado nas aulas de educação física pelos docentes. É importante salientar que o assunto Desenvolvimento Motor merece total atenção no contexto escolar, principalmente nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, onde os alunos devem ser trabalhados através de atividades práticas as suas habilidades motoras básicas, para que, posteriormente, desenvolva-as de maneira correta. Portanto, é imprescindível que o professor tenha um conhecimento amplo sobre o assunto para que possa desenvolver um trabalho de qualidade com seus alunos, tendo claro os objetivos à serem alcançados. Com este trabalho, pode-se concluir que os professores que fizeram parte desta pesquisa, acham importante trabalhar o Desenvolvimento Motor com seus alunos, porém, não desenvolvem um trabalho de qualidade em função da falta de conhecimento sobre o assunto. Unitermos: Desenvolvimento motor. Conhecimento sobre desenvolvimento motor. Anos iniciais do ensino fundamental.
Abstract We try to make this work an analysis of the level of teachers' knowledge of the first years of elementary school in the public schools of Pinheiro Machado on motor development, the importance and how it is worked in physical education classes for teachers. Importantly, the subject Motor Development deserves full attention in school, especially in the first years of elementary school, where students must be worked through practical activities their basic motor skills, so that subsequently develop them properly. Therefore, it is essential that teachers have a broad knowledge on the subject so you can develop a quality work with their students, with clear objectives to be achieved. With this work, we can conclude that teachers who took part in this research, find it important to work the Motor Development with their students, but do not develop a quality work due to lack of knowledge on the subject. Keywords: Motor development. Knowledge Development engine. First years of elementary school.
Resumen Buscamos en este trabajo estudiar el nivel de conocimientos que tienen los profesores de los primeros años de la enseñanza primaria en las escuelas públicas en Pinheiro Machado, RS sobre el desarrollo motor, la importancia y la forma en que se trabaja en las clases de educación física por parte de los profesores. Es importante tener en cuenta que el tema de desarrollo motor merece toda la atención en las escuelas, sobre todo en los primeros años de la escuela primaria, donde en los estudiantes se las debe trabajar a través de actividades prácticas de sus habilidades motrices básicas, para que, posteriormente, se desarrollen correctamente. Por lo tanto, es esencial que el maestro tenga un amplio conocimiento sobre el tema para que pueda desarrollar un trabajo de calidad con los estudiantes, teniendo claros los objetivos que se deben alcanzar. Con este trabajo, se puede concluir que los profesores que participaron en esta investigación, consideran importante trabajar el desarrollo motor con sus estudiantes, sin embargo, no desarrollan un trabajo de calidad, debido a la falta de conocimiento sobre el tema. Palabras clave: Desarrollo motor. Conocimiento del desarrollo motor. Primeros años de la escuela primaria.
Recepção: 18/02/2016 - Aceitação: 13/01/2017
1ª Revisão: 18/12/2016 - 2ª Revisão: 10/01/2017
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Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 224, Enero de 2017. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Para Getchell (2010) o desenvolvimento motor (DM) é um assunto que merece total atenção nas aulas de Educação Física e no Ensino Fundamental. É um processo contínuo de mudanças na capacidade funcional, à medida que a idade avança, o desenvolvimento acontece às vezes mais rápido, outras vezes nem tanto, varia de indivíduo para indivíduo.
Quando falamos em desenvolvimento motor estamos nos referindo ao movimento, que está ligado diretamente ao exercício físico seja na sala de aula, ginásio ou no campo de esportes. Daí a necessidade do profundo conhecimento sobre o assunto para que os professores/educadores possam supor técnicas educacionais e procedimentos apropriados à faixa etária em que o aluno se encontra.
A partir desses fatos, o presente trabalho justifica-se pela importância em ter profissionais que conheçam o assunto e que sejam capazes de elaborar atividades de acordo com a faixa etária e necessidade motora de seus alunos colaborando com o DM dos mesmos. Portanto, o foco principal desse trabalho é investigar o conhecimento dos professores dos Anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como os métodos e técnicas utilizadas para trabalhar esse assunto com os alunos.
Compreendendo o desenvolvimento motor (DM)
De acordo com Shepherd (1998) o desenvolvimento motor é dependente da biologia, do comportamento e do ambiente e não apenas da maturação do sistema nervoso. É importante considerar dois princípios que permeiam o DM: o princípio da continuidade e o princípio da progressividade, onde o primeiro refere-se ao fato do DM acontecer de forma contínua, sem pausas. O segundo princípio sugere a ordem da aquisição de determinados marcos motores, independente das características individuais do indivíduo, podendo haver variação apenas no tempo de aquisição de tal aperfeiçoamento (Schmidt, 2001). O autor ainda coloca que o desenvolvimento motor envolve uma mudança seqüencial, na qual um passo leva ao passo seguinte de maneira irreversível e ordenada. Essa mudança é o resultado de interações dentro do indivíduo e de interações entre o indivíduo e o ambiente.
Cada criança apresenta seu padrão característico de desenvolvimento, visto que suas características inerentes sofrem a influência constante de uma cadeia de transações que se passam entre a criança e seu ambiente. Ou seja, à medida que a idade avança, o desenvolvimento acontece, portanto, ele pode ser mais rápido ou mais lento em diferentes períodos e suas taxas podem diferir entre indivíduos da mesma idade.
Mesmo assim, existem características particulares que permitem uma avaliação grosseira do nível e da qualidade do desempenho de algumas habilidades motoras (Silva e Gaetan, 2004). A definição sobre o que são habilidades motoras, torna-se pertinente neste momento em função da importância que tem as mesmas no ambiente escolar, sobretudo nas aulas de Educação Física.
Para Schmidt (2010), habilidade motora é uma habilidade para a qual o principal determinante do sucesso é a qualidade do movimento que o executante produz.
Segundo o mesmo autor, há duas maneiras de conceituar o termo habilidade motora. Uma delas é pensar como uma tarefa, como por exemplo, uma cortada no vôlei. Outra forma de conceituar habilidade motora é em relação à eficiência do movimento demonstrado pelo executante.
Para Gallahue (2005), as habilidades motoras são entendidas como um padrão de movimento fundamental realizado com precisão, exatidão e controles maiores.
Deve-se atentar ao fato de que existe uma diferença significativa entre habilidade motora e capacidade motora. Schmidt (2001) nos explica que as capacidades motoras referem-se em geral às qualidades físicas como força, agilidade ou equilíbrio entre outras enquanto a habilidade sugere uma tarefa a ser atingida.
Com relação à tarefa a ser atingida, chamamos a atenção para o entendimento das fases que compõem o DM. Tais fases demonstram de forma clara a progressão vivenciada por todos nós durante nosso amadurecimento motor. Assim, o desenvolvimento motor é dividido em 4 fases, sendo elas:
Fase dos movimentos reflexos (do útero até 4 meses) – Esta fase é caracterizada por movimentos involuntários, formando a base para as demais. Os reflexos são importantes na formação da postura e também para a criança ter informações sobre o meio que o cerca. Autores como Gallahue (2005) e Schmidt (2001) explicando esta fase, apontam ainda dois tipos de reflexos:
Reflexos Primitivos – são aqueles que agrupam informações, buscam alimentos e reações protetoras. Ex: sugar, pesquisar pelo olfato.
Reflexos Posturais – estes reflexos servem como equipamentos de teste neuromotores para os mecanismos estabilizadores, locomotores e manipulativos. Ex. reflexo primário de pisar, arrastar. Estes reflexos estão intimamente ligados ao comportamento voluntário, mais tarde serão conscientes. A seguir, com um amadurecimento do Sistema Nervoso Central (SNC) passamos a fase de aquisição de marcos motores e abandona das características involuntárias dos reflexos. Abaixo, descrevemos a fase dos movimentos rudimentares, de acordo com Gallahue (2005):
Fase dos movimentos rudimentares (dos 4 meses aos 2 anos) - Nesta fase surge os movimentos voluntários, caracterizados por uma sequencia previsível e maturacional, onde envolvem habilidades de estabilidade básicas, como ter o controle dos músculos da cabeça; habilidades manipulativas, como alcançar, pegar e habilidades locomotoras como rastejar , engatinhar e andar. Além disso, aqui o controle dos movimentos é em direção encéfalo caudal, onde a criança sustenta a cabeça e levanta os pés, depois passa para o estágio do pré-controle, com a preensão intencional, o gatinhar e o andar. Esta fase envolve movimentos estabilizadores como o controle da cabeça, pescoço bem como tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar e movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e andar. Esta fase pode ser dividida em dois estágios:
Estágio de inibição de reflexos - inicia-se com o nascimento, a partir daí os movimentos do bebe começam a ser influenciado pelo córtex. Então os reflexos começam a ser inibido gradativamente até que sejam substituídos por movimentos voluntários, mas descontrolados e grosseiros (o processo de movimentar-se é voluntário, mas apresenta falta de controle). (Gallahue, 2005)
Estágio de pré-controle – por volta de 1 ano de idade, a criança começa a ter maior precisão e controle de seus movimentos, com isso, a criança aprende a obter e manter seu equilíbrio, manipular objetos e locomover-se com maior eficiência e controle. (Gallahue, 2005)
A fase de movimentos rudimentares desempenha um importante papel na vida da criança, pois prepara a criança para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais.
Neste momento, chegamos a um ponto importante de nosso estudo. A fase descrita por Schmidt (2001) exige entendimento principalmente por parte dos profissionais da área do movimento.
Fase dos movimentos fundamentais (dos 2 anos aos 7 anos) - São as atividades rudimentares dominadas na infância. É o período mais crítico, onde as formas motoras básicas devem ser desenvolvidas corretamente e para isso é necessário respeitar os limites de cada criança e jamais forçá-las a realizar alguma atividade sem que estejam preparadas para tal. Nesse sentido, temos a descrição de Gallahue (2005):
“As habilidades motoras fundamentais da primeira infância são consequências da fase de movimentos rudimentares do período neonatal. Esta fase do desenvolvimento motor representa um período no qual as crianças pequenas estão ativamente envolvidas na exploração e na experimentação das capacidades motoras de seus corpos. É um período para descobrir como desempenhar uma variedade de movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos, primeiro isoladamente e, então, de modo combinado.” (p.60)
É interessante respeitar os limites das crianças e jamais forçá-las a fazer alguma atividade sem que estejam preparadas para isso. Um ambiente planejado adequadamente seja no lar, num centro de aprendizagem infantil ou na escola, podem assegurar o domínio das habilidades motoras fundamentais num estágio ótimo. Esta aprendizagem de novas habilidades poderá acontecer em função de atividades que se enquadrem nos seguintes padrões:
Os padrões de locomoção - incluem atividades como andar, correr, saltar e suas variações, além de todos os movimentos que deslocam o corpo no espaço. (Gallahue, 2005)
Os padrões de manipulação - Envolvem o relacionamento do indivíduo com os objetos que estão à sua volta. Estão incluídas nesse grupo as atividades como receber, pegar, arremessar, rebater, chutar, entre outras. (Gallahue, 2005)
Os padrões de equilíbrio - Permitem às pessoas manter a postura do corpo no espaço e estão relacionados com as forças que a gravidade exerce sobre o corpo. Como exemplos de padrões de equilíbrio, podemos citar ficar em pé, sentar, equilibrar-se, etc. (Gallahue, 2005)
Estes padrões ainda podem ser descritos de acordo com a organização do movimento, classificando esta como:
Inicial – representa as primeiras tentativas da criança orientadas para o objetivo de desempenhar uma habilidade fundamental. O movimento é caracterizado por elementos que faltam ou que são sequenciados e restritos, pelo uso exagerado do corpo e por falhas na coordenação e no ritmo. Os movimentos locomotores, manipulativos e estabilizadores da maioria das crianças de 2 anos, estão nos níveis iniciais.
Elementar – envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais. Melhora a sincronia espaço-temporal, mas os movimentos ainda são restritos ou exagerados, embora mais coordenados. Muitas crianças de 3 a 4 anos de idade apresentam movimentos no estágio elementar. Muitos adultos e crianças não vão além do estágio elementar em muitos padrões de movimento. (Gallahue, 2005)
Maduro – é caracterizado por desempenhos eficientes, coordenados e controlados. A literatura sugere que as crianças atinjam o estágio maduro por volta de 5/6 anos. As habilidades manipulativas desenvolvem um pouco mais tarde em função das exigências visuais e motoras mais sofisticadas. Todas as alterações ocorridas nesses estágios serão no sentido de um refinamento das habilidades básicas para que o desenvolvimento seja mais eficiente e para que a criança consiga combinar estas habilidades da forma mais variada possível, o que irá marcar a passagem para a fase seguinte, a fase dos movimentos especializados. (Gallahue, 2005)
Fase dos movimentos especializados ( a partir dos 7 anos em diante) - essa fase é o aprimoramento dos movimentos fundamentais, ou seja, os movimentos fundamentais foram aprimorados, combinados com outros movimentos e formaram habilidades mais complexas.
Gallahue afirma que:
“As habilidades motoras especializadas são resultados da fase de movimentos fundamentais. Na fase especializada, o movimento torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas atividades motoras complexas presentes na vida diária, na recreação e nos objetivos esportivos. Este é um período em que as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para uso em situações crescentemente exigentes.” (2005, p.61)
É importante conhecer o processo de DM para que os educadores possam supor técnicas educacionais e procedimentos de intervenção apropriados, sobretudo na infância.
Desenvolvimento motor na escola: considerações sobre o tema nas séries iniciais
Para os autores Santos, Dantas e Oliveira (2004) o DM na infância caracteriza-se pela aquisição de uma variedade de habilidades motoras, o que possibilita a criança um amplo domínio do seu corpo em diferentes posturas (estáticas e dinâmicas), locomover-se pelo meio ambiente de variadas formas (andar, correr, saltar, etc.) e manipular objetos e instrumentos diversos (receber uma bola, arremessar uma pedra, chutar, escrever, etc.).
Todas estas habilidades básicas são necessárias à manutenção de rotinas diárias em casa e na escola, como também para ações lúdicas existentes na infância.
Para isto é importante que a criança tenha experiências motoras diversificadas, formando assim uma base para o aprendizado de habilidades mais complexas (Miranda, 2010). De acordo com isto, o autor sugere que o processo de DM progrida a partir de mudanças contínuas nos movimentos e na aquisição dos mesmos.
Para o mesmo autor, há algum tempo atrás as crianças adquiriam as habilidades motoras formando uma base para as habilidades mais complexas através de experiências vivenciadas espontaneamente em suas atividades diárias. Entretanto, durante as duas últimas décadas, com as mudanças sociais ocorridas, como processos de modernização, urbanização e inovações tecnológicas estas vivências motoras têm sido trocadas por inatividade motora e pobre repertório motor (Miranda, 2010).
Na idade escolar, durante o processo de escolarização existem grandes possibilidades de incremento das habilidades motoras, possibilitando à criança um amplo domínio corporal em atividades como: chutar, rolar, saltar entre outras. Estas possibilidades de acordo com Rosa Neto (2010a) estão intimamente ligadas à capacidade de percepção corporal, bem como às noções de espaço e tempo necessárias ao movimento. Além disso, o trabalho direcionado ao aperfeiçoamento destas habilidades sugere a constituição de noções básicas ao desenvolvimento intelectual.
Para Rosa Neto (2010b) no contexto escolar, a prática da educação motora tem influência no desenvolvimento de crianças com dificuldades escolares, como problema de atenção, leitura, escrita, cálculo e socialização, o que nos leva a crer, que considerar o acompanhamento da aptidão motora de nossos alunos em idade escolar, constitui uma atitude preventiva com relação á saúde e ao progresso destas crianças.
Portanto, isto demonstra a importância de atitudes educativas na evolução da motricidade infantil mostrando a necessidade de estruturar, no período da infância um ambiente adequado à aprendizagem de habilidades motrizes (Bouche, 1995). Ainda, nesse sentido Gallahue e Ozmun (2002) afirmam que o desenvolvimento motor sofre grande influência do meio social e biológico e a escola é um dos locais mais adequados para o desenvolvimento da criança, pois brincar é o meio mais importante para as aprendizagens dos pequenos.
A partir destas afirmações, refletimos sobre a importância da inclusão de atividades motoras específicas nas aulas de Educação Física escolar, bem como sobre o conhecimento de métodos existentes para avaliar nossos alunos nas aulas práticas.
Realizar uma aula de Educação Física, que atenda aos objetivos sugeridos por estudiosos da área do DM, depende basicamente de um planejamento adequado às necessidades dos alunos. Estas necessidades são analisadas em função das idades, experiências, cultura e outros aspectos possam afetar a aquisição motora. (Libâneo, 1994).
Corroborando com isso, Luckesi (1998) afirma que planejar representa uma escolha e envolve juízos e valores sobre uma determinada realidade, onde se esperam do professor o conhecimento técnico adequado, e a busca por metodologias e estratégias capazes de intermediar o aprimoramento corporal.
Ao encontro dessas afirmações Rodrigues (2012) nos remete à importância da escolha destes conteúdos, referentes ao DM trabalhados em cada série. Afinal a escolha adequada das atividades a serem trabalhadas em aula tornam-se tão relevantes quanto aos conteúdos tidos como objetivos das mesmas.
Metodologia
Em função da abordagem do problema, este trabalho representa uma pesquisa quantitativa, o que para Diehl e Tatim (2004) descreve o uso de quantificação tanto na coleta quanto no tratamento das informações, com objetivos de garantir resultados e evitar a distorção dos mesmos. Quanto aos seus fins, este trabalho representa uma pesquisa descritiva, a qual visa descrever as características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de relação entre variáveis assumindo em geral, a forma de levantamento (Silva e Menezes, 2000). Quanto aos meios, é um trabalho de campo, caracterizado de acordo com os mesmos autores pela utilização de instrumentos como questionários e entrevistas para obtenção dos resultados. A população deste estudo foi composta por professores da rede municipal da cidade de Pinheiro Machado/RS, sendo que participaram da amostra quinze professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, de ambos os sexos da mesma cidade. Utilizamos como instrumento um questionário, adaptado do estudo de Denise Cristina Mazia Facio Pires com dez questões de múltipla escolha.
O questionário foi validado por três professores de Educação Física, sendo que os mesmos não fizeram parte da amostra.
O questionário foi entregue pessoalmente a cada um dos professores em suas respectivas escolas de atuação, sendo os mesmos, orientados sobre o correto preenchimento. Posteriormente foi recolhido pelo pesquisador.
A coleta de dados foi realizada de 03 e 10 do mês de maio do corrente ano, através de visitas às escolas no período que estavam acontecendo as aulas.
Conclusão
O trabalho realizado demonstrou que os professores acham muito importante o trabalho com as habilidades motoras nas aulas de Educação Física, portanto, somente a metade deles utiliza algum instrumento de avaliação motora com seus alunos.
Um aspecto que chamou bastante a atenção em relação a essa questão é que os que não utilizam nenhum instrumento de avaliação motora, não o fazem por falta de conhecimento sobre o assunto. No caso da Educação Física, o entendimento do DM, sobretudo nas fases que correspondem á idade dos alunos nas séries iniciais corresponde boa parte da compreensão técnica sugerida pelo autor.
Logo, o professor é fundamental nesse processo de aquisição motora, pois precisa estar apto para entender o desenvolvimento de seus alunos bem como propiciar uma aula estimulante e eficaz.
Um aspecto a ser considerado no trabalho é em relação à carga horária de Educação Física nos Anos Inicias do Ensino Fundamental, onde foi respondido pela maioria dos professores que os alunos têm apenas uma hora/aula por semana, o que dificulta o desenvolvimento de um trabalho de qualidade. Portanto, fica evidente que são necessários mais estudos e discussões sobre o assunto, uma vez que o nível de conhecimento dos professores entrevistados não pareceu satisfatório.
Bibliografia
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