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Estratégias e ações na prevenção da obesidade em escolares

Strategies and actions in preventing obesity in schoolchildren

Estrategias y acciones en la prevención de la obesidad en la escuela

 

*Licenciada em Educação Física, FACEM - MT

**Especialista em Avaliação e Prescrição de Exercícios Físicos

Docente na FACEM - MT

***Doutor e mestre em Educação, PUCRS

Professor na Unioeste

(Brasil)

Carla Mayelli Dias Amaral*

João Ricardo Gabriel de Oliveira**

jrgabriel2@yahoo.com.br

Adelar Aparecido Sampaio***

adelarsampaio@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O artigo apresenta resultados sobre estratégias de professores de Educação Física e coordenadores pedagógicos na questão da prevenção da obesidade em escolares. O estudo de caráter descritivo com abordagem quanti-qualitativa, contou com a participação de 34 professores de Educação Física e 13 coordenadores pedagógicos da Educação Básica do município de Sorriso-MT. As informações foram obtidas por questionário e tratados por unidades de significação e quantificação por percentis. Como resultados, os profissionais mostram-se facilitadores no processo de prevenção da obesidade e a necessidade de otimização de ações conjuntas entre profissionais da escola e famílias. Sugere-se, planejamentos no sentido da prevenção, de acordo com a realidade de cada contexto.

          Unitermos: Obesidade. Prevenção. Escola.

 

Abstract

          The article presents results on strategies from physical education teachers and coordinators on the issue of obesity prevention in schoolchildren. The descriptive study with quantitative and qualitative approach was done with the participation of 34 PE teachers and 13 coordinators form Basic Education in the city of Sorriso –MT. The information was obtained by questionnaire and processed by units of meaning and quantification by percentiles. As a result, the professionals show up as facilitators in the obesity prevention process and the need for optimization of joint actions between school personnel and families. Planning towards prevention, according to the reality of each context is suggested.

          Keywords: Obesity. Prevention. School.

 

Resumen

          Este artículo presenta los resultados sobre las estrategias adoptadas por profesores de educación física y coordinadores para la prevención de la obesidad en la escuela. El estudio descriptivo, con enfoque cuantitativo y cualitativo, contó con la participación de 34 profesores de educación física y 13 coordinadores de Educación Básica del municipio de Sorriso-MT. La información se obtuvo mediante un cuestionario y fue tratada de acuerdo con el análisis de unidades de significación y la cuantificación por percentiles. Como resultado, los profesionales demostraron ser facilitadores en el proceso de prevención de la obesidad y la necesidad de optimización de las acciones conjuntas entre el personal de la escuela y las familias. Se sugiere, la planificación de la prevención, de acuerdo con la realidad contextual.

          Unitermos: Obesidad. Prevención. Escuela.

 

Recepção: 10/11/2015 - Aceitação: 30/10/2016

 

1ª Revisão: 12/10/2016 - 2ª Revisão: 26/10/2016

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 222, Noviembre de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A obesidade se tornou um problema prevalente, ocorrendo tanto nos países desenvolvidos como subdesenvolvidos e sendo considerada como epidemia mundial, sendo um dos maiores desafios de saúde pública para o Século XXI. Esta realidade tem se acentuado nos últimos anos, incentivadas pela chegada da tecnologia, que proporcionou mais conforto e comodidade, inda mais com o aumento da violência e trânsito, o crescimento urbano com poucos espaços destinados para atividade física, provoca de forma crescente, a troca das brincadeiras de rua, parques e praças pelo refúgio das casas. Associado a uma alimentação pouco saudável, pobre em alimentos de alto valor nutritivo, provoca inúmeros problemas à saúde das pessoas, um deles é a obesidade, de acordo com Freitas (2010).

    De acordo com Santos, Vitola, Arrieira, Chagas, Gomes & Pereira (2014), com base em dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada três crianças no Brasil estão com peso acima do percentual recomendado pela e o alerta preocupante é que elas possuem apenas entre cinco e nove anos de idade. Segundo Nahas (2001) a Educação Física escolar deveria servir de base educacional para uma vida mais ativa, utilizando conteúdos crescentes e proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da aptidão física e da saúde. Para Guedes e Guedes (2006), a educação para a saúde deverá procurar privilegiar atitudes pedagógicas que visam mudanças quanto aos hábitos individuais.

    A educação é um dos instrumentos mais valiosos na prevenção da obesidade. Por esse motivo, procuramos reconhecer o trabalho nas escolas, juntamente com professores de Educação Física e pedagogos, já que é dever da escola a promoção da conscientização dos alunos, dando ênfase aos benefícios acerca da importância de atividades físicas associadas à alimentação dentro dos parâmetros nutricionais adequados (Franklin, 2012).

    A obesidade é considerada como a doença do século e já é vista também como um problema mundial e de saúde pública, haja vista o número de pessoas acima do peso em vários países do mundo e a cada ano a prevalência da obesidade só aumenta. Esse aumento ocorre devido fatores, como por exemplo, a taxa metabólica de cada indivíduo, sexo, idade, demanda de exercícios físicos, qualidade dos alimentos ingeridos, classe socioeconômica, fatores genéticos e ambientais, além de fatores comportamentais e psicológicos, entre outros (Franklin, 2012).

    Embora possa ocorrer em qualquer época da vida do ser humano, há períodos considerados críticos onde há uma maior probabilidade para o seu desenvolvimento. Os fatores ainda considerados determinantes são os aspectos genéticos e ambientais. Dentre os fatores ambientais, que mais influenciam na ocorrência da obesidade infantil, encontram-se o maior consumo de alimentos industrializados, o acesso é facilitado para adquirir alimentos doces e caloricamente densos, a inserção da mulher no mercado de trabalho, a falta de espaços apropriados para que as crianças possam movimentar-se ativamente (Filgueiras, 2010).

    É interessante ressaltar, que a desnutrição também pode contribuir para que posteriormente uma criança torne-se obesa. A explicação para este fato é que a criança com antecedentes de desnutrição está com organismo preparado para poupar energia, isso ocorre porque durante o período de escassez alimentar, seu corpo aprimorou os mecanismos de oxidação de gordura para serem menos eficazes (Santos, Carvalho & Junior, 2007).

    Sejam quais forem as causas da obesidade elas devem ser prevenidas, pois as consequências podem perdurar por toda a vida. Em longo prazo, tornam-se ainda mais graves, podendo surgir doenças coronárias e aumento da taxa de mortalidade. Buscar uma forma de vida mais saudável e estimular o convívio entre as crianças deixa de ser apenas responsabilidade dos pais, sendo também de toda sociedade (Filgueiras, 2010).

    Há alguns anos, a obesidade era um problema que atingia exclusivamente adultos, atualmente esse quadro foi modificado. Pelo fato de que há uma enorme chance de perpetuação na vida adulta, a obesidade na infância deve ser vista como um grande problema de saúde, pois suas consequências são inúmeras e, além de muito variadas, provocam alterações metabólicas que podem ser bastante extensas e intensas e atingir os sistemas orgânicos do indivíduo (Freitas, 2010). Dentre as consequências que a obesidade acarreta para o indivíduo, encontram-se o diabetes tipo dois, que tem como característica a resistência à insulina, hipertrigliceridemia, esteatose hepática, doença dos ovários policísticos, apneia do sono, hipertensão arterial cardíaca, morte súbita, osteoartrite, micoses, estrias, menarca precoce, idade óssea avançada, desgaste articular, desânimo, cansaço, isolamento, queda no rendimento escolar, auto exclusão social, abuso de substâncias, transtornos que levam à anorexia e bulimia nervosa, dificuldade em praticar exercícios, entre outros (Filgueiras, 2010).

    A família é sem sombra de dúvidas muito importante no processo de tratamento e prevenção da obesidade infantil, mas infelizmente, é um dos principais colaboradores no crescimento desse índice. Durante a infância, os pais devem fornecer aos seus filhos uma alimentação balanceada e saudável. O trabalho de tratamento da obesidade infantil no núcleo familiar é imprescindível, sendo de extrema importância que os pais e todo o restante da família estejam envolvidos com estilos de vida saudáveis, visto que as crianças têm a tendência de seguir os costumes familiares (Teixeira & Destro, 2010).

    A escola é um local onde as crianças passam grande parte do seu dia, brincando, alimentam-se, aprendem, relacionam-se e praticam variadas atividades físicas. Portanto, pressupõe-se que a escola, juntamente com a família, tem uma importante missão no trabalho integrado para tratar a obesidade e diminuir esses índices que insistem continuarem crescentes. Dentro dessa instituição todas as disciplinas devem abordar e trabalhar o tema da obesidade, visto que essa responsabilidade não cabe única e exclusivamente ao professor de Educação Física (Freitas, 2010). Através da interdisciplinaridade os alunos aprendem de maneira mais aprofundada, qual a importância de se praticar exercícios físicos e entendem qual a relação que existe entre essa prática e a ocorrência das doenças, como a obesidade. Uma das melhores opções é procurar incluir todas as crianças nas aulas de Educação Física e envolvê-las em atividades que sejam mais dinâmicas e exijam maior movimentação, como por exemplo, as brincadeiras lúdicas, pois esses tipos de exercícios quando inseridos de maneira mais prazerosa é mais convidativo e torna as crianças mais ativas de maneira indireta e gera-se como resultado uma efetivação desses hábitos durante a vida e uma melhora na saúde desses indivíduos (Freitas, 2010).

    No que tange à escola, mais especificamente, cabe ao professor de Educação Física, que é o profissional mais próximo da área da saúde, em conjunto com a equipe pedagógica, elaborar projetos que o foco seja corrigir a alimentação inadequada, além de encorajar os alunos a encarar uma postura de vida mais ativa e saudável dentro e fora da escola, fazendo com que eles entendam e percebam os efeitos em sua própria saúde causados pela mudança de alguns comportamentos (Franklin, 2010).

    Na Educação Física, segundo Baez, Sampaio, Mosquera & Stobäus (2012) evidencia-se também uma dificuldade de conseguir ajustes entre suas ações e o atendimento de objetivos relacionados à saúde da pessoa, principalmente quando suas práticas ainda encontram-se muito mais voltadas a um ensino de esportes competitivos, em detrimento a uma ação pedagógica voltada a uma formação educacional mais ampla e efetiva, que incentive hábitos saudáveis ao longo de toda a vida.

    Em torno dessas questões, o presente estudo apresenta as ações de professores de Educação Física e coordenadores pedagógicos na prevenção da obesidade em escolares das escolas públicas de Sorriso - MT.

Materiais e métodos

    Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa de campo transversal, com abordagem quanti-qualitativa. Os indivíduos escolhidos são professores de Educação Física e Coordenadores Pedagógicos de escolas públicas da cidade de Sorriso – MT, Brasil, sendo que todos trabalham com alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental ou Ensino Médio. Foram escolhidas, por conveniência, treze instituições de ensino da rede pública, incluindo creches, escolas municipais e estaduais. O total de participantes foi de 47 pessoas, sendo 34 professores de Educação Física, 08 do sexo feminino e 26 do sexo masculino. Outro grupo de participantes foi composto por 13 Coordenadores Pedagógicos, sendo 12 do sexo feminino e apenas 01 do sexo masculino.

    Como instrumento de coleta de dados foram aplicados questionários na abordagem de Franklin (2012), os quais são parcialmente diferentes, um direcionado aos professores de Educação Física, composto por 15 questões e aos coordenadores pedagógicos com 10 questões, as quais abordam o tema obesidade e também questionam informações gerais e a experiência profissional dos participantes. O tratamento dos resultados foi realizado através de descrição de unidades significativas, organizados conforme as respostas obtidas e, para análise dos mesmos foram utilizados procedimentos como média e porcentagem.

Resultados e discussões

    Em relação aos resultados analisados dos coordenadores pedagógicos, nas questões que se referem à preocupação constante em buscar informações referentes à obesidade e sua prevenção, apenas 08% dos profissionais confirmaram não pesquisar por esse tipo de assunto, enquanto todos os outros confirmaram sempre se manterem informados, o que representa 92% dos entrevistados preocupados com o tema.

    Sobre o principal meio para busca de informações sobre a temática, a alternativa que recebeu mais indicações, foi a internet, correspondendo a 38%. Na sequência a opção que ocupou a segunda posição é designada como “outros” com 31%, como por exemplo, contato direto com profissionais da saúde. Os artigos científicos foram apontados por 23%, enquanto a televisão, 08%. Os livros especializados não receberam nenhum apontamento.

    No que diz respeito à relação entre a Educação Física e a saúde dentro do processo educacional, obtivemos um resultado positivo, tendo 97% de concordância e apenas 03% contra. Em relação à saúde, cremos que as concepções que permeiam o ambiente escolar possibilitam o entendimento das ações que são desenvolvidas naquele ambiente, de acordo com a realidade da escola.

    Questionados sobre a Educação Física como um atrativo para estimular uma vida mais saudável, o resultado teve 100% de concordância. Na questão que diz respeito às principais causas da obesidade, é possível observar com certa vantagem de apontamentos sobre o principal causador, na opinião dos entrevistados, o aspecto multifatorial, com 46% das indicações, o qual inclui diferentes causas em conjunto, como por exemplo, os maus hábitos alimentares, aspectos genéticos, etc. O sedentarismo, com 31%, foi escolhido como o segundo maior causador da obesidade e os maus hábitos alimentares, com 23% das indicações. Todos os sujeitos, coordenadores pedagógicos, compreendem que a Educação Física pode ser uma aliada na prevenção de doenças relacionadas à obesidade e por esse motivo deve estar presente no currículo escolar.

    No que diz respeito às interferências causadas pela obesidade na Educação Física, das alternativas fornecidas, a que obteve maior porcentagem, de 39%, foi o fator limitação física. Em seguida aparece a opção desânimo/cansaço como o segundo mais indicado, representando 31% e posteriormente a auto exclusão social, com 15% e o preconceito/discriminação também com 15% das indicações.

    Com relação a quanto aos resultados levantados com professores de Educação Física na temática obesidade em escolares, 94% afirmam sua preocupação pela busca de informações referentes ao tema, bem como, sua prevenção, enquanto 06% não se preocupam em buscar informações sobre o tema. Sobre os principais meios de busca de informações sobre a obesidade, foram: a internet, com 56%, os artigos científicos, com 29% e os livros especializados com 15%. Referente à busca de informações sobre a prevenção da obesidade com outros profissionais, como por exemplo, médicos, nutricionistas, enfermeiros, não houve uma diferença notável entre aqueles que buscam e os que não buscam essas informações, pois os percentuais foram de 56% e 44%, respectivamente. Cremos que intervenções sobre a temática, além do próprio envolvimento interdisciplinar na escola, a busca por outros profissionais, como da medicina, nutrição, é saudável para o enriquecimento, suporte e otimização das ações na escola.

    Com relação ao planejamento voltado à prática preventiva, apenas 26% dos professores responderam que sempre pensam em fazer algo relacionado à prevenção, enquanto 65% planejam algo, às vezes. De acordo com esses professores, isso ocorre devido à dificuldade de não conseguir incluir todos os alunos nas atividades ou por não possuírem espaço e materiais suficientes para elaboração das aulas. Dentre todos, somente 09% dos professores confirmaram nunca planejarem aulas relacionadas à prevenção da obesidade para seus alunos.

    Também é possível analisar a participação de professores de outras disciplinas nas atividades relacionadas à prevenção da obesidade juntamente com os professores de Educação Física, em projetos interdisciplinares. Dos sujeitos, 35% responderam que os professores de outras disciplinas nunca participam em atividades relacionadas à prática preventiva da obesidade, enquanto que 56% às vezes e somente 09% sempre participam. Os resultados também indicaram que 97% dos professores de Educação Física consideram a Educação Física como disciplina que relaciona-se com a saúde, enquanto que 03%, não a consideram relacionar-se com a saúde.

    Um estudo feito no Canadá constatou que 21,5% das crianças entre dois e cinco anos estão com sobrepeso e enfrentam consequências físicas e psicológicas. Além disso, sobram para a sociedade as consequências econômicas. Na Europa, cerca de 20% das crianças estão com acima do peso (Santos, Vitola, Arrieira, Chagas, Gomes & Pereira, 2014).

    Na opinião da maioria, 59% dos participantes deste estudo, as causas da obesidade em crianças e adolescentes é um problema multifatorial, ou seja, engloba diversos aspectos. Alguns professores optaram por causas isoladas, como por exemplo, o sedentarismo que recebeu 23% dos apontamentos e os maus hábitos alimentares com 18%.

    Quando indagados sobre os métodos utilizados por eles para avaliar o nível de adiposidade dos alunos 88% responderam IMC (Índice de Massa Corporal). De acordo com Junior & Lopes (2003) o IMC tem sido usado pela maioria dos professores e foi largamente aceito como indicador para estimar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes nas escolas. Dentre os outros profissionais apenas 03 confirmou fazer a avaliação completa com seus alunos, enquanto 09% disseram não realizar.

    Quando questionados sobre o método considerado mais viável para trabalhar o tema obesidade com os alunos, é possível verificar grande variedade nas respostas, pois os profissionais entrevistados atendem públicos de diferentes faixas etárias. A grande maioria dos professores que ministram aulas para a Educação Infantil optou pela utilização de argumentos lúdicos para abordagem do tema com seus discentes, isto representa 26%. A opção mais escolhida foi a contextualização das aulas práticas e teóricas, com 44%, pois acreditam que a criança ou o adolescente pode fazer uma associação do que foi dito em sala de aula e posteriormente vivenciar na prática, facilitando o aprendizado. As palestras de reeducação alimentar com um profissional qualificado, ou seja, um nutricionista obteve 9% das indicações. Isso também se explica pelo fato de muitos alunos que são atendidos por esses professores não possuírem idade capaz de compreender certos tipos de palestras, e por muitas vezes ser mais viável direcioná-las aos pais dessas crianças. A opção debates, vídeos e aulas foi a estratégia apontada por 21% dos professores.

    Sobre a influência da obesidade na participação das aulas de Educação Física, de acordo com os resultados obtidos nessa pesquisa a principal interferência observada pelos professores foi o desânimo/cansaço dos alunos, com 35% dos apontamentos. A limitação física aparece com 20% das indicações e as alternativas de auto exclusão social e preconceito/discriminação, com 18%. A queda no rendimento durante as aulas foi acusada como interferente apenas por 9% das respostas. De uma maneira geral, de acordo com Gaspar & Kogut (2008) a exclusão ainda tem sido uma consequência relevante quando uma criança ou adolescente está abaixo ou acima do peso considerado adequado.

    Dentro do ambiente escolar é comum a cobrança sobre o professor de Educação Física com relação aos assuntos de saúde, bem-estar, etc. Com base nesses tipos de questionamentos procuramos verificar o que os professores de Educação Física podem fazer para contribuir para auxiliar na prevenção da obesidade dentro das escolas. A opção mais escolhida foi encorajar os alunos a encarar uma postura de vida ativa, fora e dentro da escola, com 44%, as aulas mais dinâmicas que envolvam todos os alunos, com 32%. Com 09% dos apontamentos temos as opções como a elaboração de projetos que corrijam a alimentação inadequada, bem como, o desenvolvimento de projetos esportivos no contra turno para os alunos e 6%, que indicaram o levantamento dos índices de adiposidade e conscientização.

    Além de poderem contribuir na prevenção, os professores de Educação Física deram sua opinião sobre qual o tratamento mais eficaz para controle da obesidade em escolares. A opção mais escolhida foi o trabalhado integrado entre família e escola com 55% dos apontamentos, alteração dos hábitos alimentares no núcleo familiar com 18%, a prática regular de atividade física, com 15%, trabalho com estratégias preventivas de acordo com a faixa etária dos alunos com 12% As opções que descreviam sobre medicamentos/cirurgia e a orientação nutricional diferenciada e prazerosa, ada e prazerosa como meios de tratamento não pontuaram.

Conclusões

    No contexto estudado é possível observar que professores de Educação Física e coordenadores pedagógicos reconhecem a importância da Educação Física na escola, bem como, sua importância para uma vida saudável. No entanto, os processos que procuram compreender e prevenir a obesidade, no contexto pesquisado, ainda necessitam que sejam otimizados visando a prevenção, que deve ser desenvolvida de forma conjunta entre escola, família e comunidade social, com planejamentos e ações interdisciplinares.

    Reiteramos a necessidade de a escola enriquecer suas intervenções de modo a contemplar com mais efetividade aspectos de Educação e de Saúde. Em especial, a intervenção do professor de Educação Física em parceria com outros profissionais, deve desenvolver programas e ações com o objetivo de incentivar o estilo de vida saudável e ativo, motivando seus alunos à vivência de posturas e atitudes positivas em favor de sua saúde. Enfatizamos a necessidade de mais estudos sobre o tema, avaliando outras realidades e, da mesma forma, chamamos atenção das entidades governamentais, para o desencadeamento de políticas públicas para promoção da saúde e prevenção de doenças atreladas à obesidade.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 222 | Buenos Aires, Noviembre de 2016
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