efdeportes.com

Avaliação do ajuste cardiovascular após uma série 

de exercícios com diferentes repetições máximas

Evaluación de la adaptación cardiovascular después de una serie de ejercicios con diferentes repeticiones máximas

Evaluation of cardiovascular adjustment after a series of exercise with different maximum repetitions

 

*Universidade Federal de Goiás. Programa de Pós Graduação

em Ciências da Saúde/Faculdade de Medicina

**Universidade Federal de Goiás. Instituto de Ciências

Biológicas/Departamento de Morfologia

(Brasil)

Camila Grasiele Araújo de Oliveira*

Lucas Raphael Bento e Silva*

Arthur Ferreira do Vale**

Ana Cristina Silva Rebelo* **

camila_grasiele@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Os exercícios resistidos têm se tornado uma prática muito investigada e orientada para melhoria da saúde, para a prescrição destes exercícios algumas variáveis fisiológicas devem ser monitoradas, tais como a frequência cardíaca (FC) e a pressão arterial (PA) e como consequência o duplo produto (DP) e também a saturação de oxigênio (SO). A amostra do presente estudo foi composta por 10 homens com idade média de 25,5 ± 2,8 e índice de massa corpórea de 21,8 ± 2,4 kg/m², treinados e habituados ao exercício resistido. Os participantes realizaram três testes de exercício supino reto livre, considerando as diferentes formas de trabalho do treinamento de força (6 RM, 10 RM, 15 RM). Foram incrementadas sobrecargas equivalentes de forma aleatória ao número de repetições referidas, com intervalo de 3 min entre as mesmas. Para cada sobrecarga foi mensurado os níveis de SO, FC e a PAS, logo após o duplo produto e as medidas de repouso (R), no pico do exercício (tempo zero= T0), após 1 min (T1) e após 2 min (T2) utilizando sobrecarga correspondente a um esforço de 6 RM, 10 RM e 15 RM. A análise de dados foi realizada de forma descritiva, utilizando média e desvio padrão, além de um teste de medidas repetidas com ajuste de Bonferoni. Conclui-se que o número de RM influenciou o ajuste das variáveis cardiovasculares e que a utilização da sobrecarga de 6 RM promoveu um efeito agudo benéfico sobre os parâmetros cardiovasculares.

          Unitermos: Frequência cardíaca. Pressão arterial. Duplo produto. Saturação de oxigênio. Exercício resistido.

 

Abstract
         
Resistance exercises have become a very investigated and guided practice to improve health, for these exercises some physiological variables should be monitored, such as heart rate (HR) and blood pressure (BP) and consequently the double product (SD) as well as oxygen saturation (SO). The sample of this study consisted of 10 men with an average age of 25.5 ± 2.8 and body mass index 21.8 ± 2.4 kg/m², trained and accustomed to resistance exercise. Participants performed three straight free supine exercise tests, considering the different ways of working on strength training (6 RM, 10 RM, 15 RM). Overload incremented were equivalent to a random number of referred repetitions, with 3 min interval there between. For each overload was measured SO levels, FC and PAS, just after the double product and resting measurements (R), at peak exercise (time zero = T0), after 1 min (T1) and after 2 min (T2) using overload corresponding to an effort of 6 RM, 10 RM and 15 RM. Data analysis was performed descriptively, using average and standard deviation, as well as a test of repeated measures with Bonferoni adjustment. It concludes that the number of RM influenced the setting of cardiovascular variables and the use of overload 6 RM promoted a beneficial acute effect on cardiovascular parameters.

          Keywords: Heart rate. Blood pressure. Double product. Oxygen saturation. Resistance exercises.

 

Recepção: 16/11/2015 - Aceitação: 13/07/2016

 

1ª Revisão: 26/06/2016 - 2ª Revisão: 07/07/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 218 - Julio de 2016. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Os exercícios resistidos têm-se tornado uma prática muito investigada e orientada para melhoria da saúde, sendo recomendada pelas principais agências normativas da atividade física, devido a sua relativa segurança. No entanto, para a prescrição destes exercícios, algumas variáveis fisiológicas devem ser monitoradas, tais como a frequência cardíaca (FC) e a pressão arterial (PA), pois são parâmetros que mostram aumento mais significativo durante um treinamento de força, além de consequentemente o duplo produto (DP) (Castinheiras-Neto, Costa-Filho, & Farinatti, 2010). A observação isolada dessas variáveis não garante um nível significativo de segurança, porém, a associação entre elas pode fornecer dado que se correlacionam com o consumo de oxigênio pelo miocárdio (Miranda et al., 2005). Assim, os indicadores de estresse cardiovascular podem fornecer importantes subsídios para monitorar o esforço nos exercícios resistidos (D’Assunção, Daltro, Simão, Polito, & Monteiro, 2007; Rodrigues et al., 2012)

    A magnitude do ajuste cardiovascular depende do tipo de exercício, duração e sua intensidade (Miranda et al., 2005). Durante o exercício físico, ocorrem ajustes rápidos no sistema cardiovascular para manter a homeostase circulatória (Williamson, 2010). A FC varia com intensidade do exercício físico uma vez que está relacionada com a estimulação ou inibição do sistema nervoso autonômico, a partir do sistema nervoso parassimpático e simpático (Brum, Forjaz, Tinucci, & Negrão, 2004). O estudo do ajuste das variáveis cardiovasculares durante o exercício físico fornece parâmetros seguros para se prescrever a intensidade de treino para pessoas de diferentes idades e condições físicas (Castinheiras-Neto et al., 2010; Costa et al., 2008).

    Outra variável utilizada para verificar as respostas agudas do sistema cardiovascular em diferentes exercícios e treinamentos físicos é o duplo-produto (DP) (Zanetti, Gonçalves, Ferreira, Haddad, & Lopes, 2012) que consiste em um método não invasivo (indireto), e fornecido a partir dos valores da frequência cardíaca (FC) e da pressão arterial sistólica (PAS), sendo definido como o produto entre frequência cardíaca e pressão arterial sistólica (R. Simão, Polito, & Lemos, 2003).

    A importância em se medir a pressão arterial reside no fato de averiguar o relativo estresse cardiovascular, através do consumo de oxigênio do miocárdio estimado pelo duplo-produto. Constitui-se por uma forma segura de conduzir o treinamento, dando subsídios adicionais à manipulação de variáveis associadas à sua intensidade (tipo de exercício, intervalo de recuperação, número de repetições e séries, carga mobilizada e velocidade de execução) (Polito & Farinatti, 2003).

    A saturação (SO2) refere-se à porcentagem que expressa à relação entre a hemoglobina oxigenada e a quantidade total de hemoglobina no sangue, sendo medida pelo oxímetro. Pode-se então, definir como uma grandeza que exprime o grau de oxigenação da hemoglobina presente na corrente sanguínea, ou seja, retrata o resultado da medida do conteúdo de oxigênio, após deduzir o oxigênio fisicamente dissolvido, em relação à capacidade de oxigênio (Nunes & Terzi, 1999).

    Durante a prática do exercício anaeróbio, em especial, o treinamento com pesos, a ação mecânica da musculatura promove aumento da pressão intramuscular e comprime os vasos arteriais dentro do músculo que esta sendo ativado. Nery e Andrella (2012) revelam que a partir da intensidade de 15% de 1repetição máxima (RM) já é possível verificar impedimento progressivo do fluxo sanguíneo muscular e, em intensidades superiores a 70% de 1 RM, ocorre à oclusão vascular completa, impedindo a saída de metabolitos produzidos durante o exercício, fazendo-os acumular no músculo, o que estimula os quimiorreceptores musculares e resulta no aumento da atividade nervosa simpática, levando ao aumento da frequência cardíaca e da contratilidade do coração.

    A hipótese do presente estudo é que o número de RM influencia no ajuste das variáveis cardiovasculares. Estudos consideram que a periodização linear com número pré- estabelecido de repetições e cargas, promove um maior ganho muscular e maior controle cardiovascular, ou seja, tabelar um número fixo de repetições e séries mantêm a integridade cardiovascular ao analisar a FC, duplo-produto e PA. Outros estudos revelam que a periodização ondulatória a longo prazo promove maior ganho de massa, melhor adaptação neuromuscular e acomodação reduzida. No entanto, não existem estudos que avaliem os ajustes cardiovasculares a partir da periodização ondulatória com diferentes números de cargas e repetições a curto prazo.

    Este trabalho teve como objetivo comparar o ajuste das variáveis cardiovasculares após uma série de exercício supino reto livre com cargas de 6 RM, 10 RM e 15 RM.

Metodologia

    A amostra do estudo foi composta por 10 homens saudáveis com idade média de 25,5 ± 2,8 e índice de massa corpórea de 21,8 ± 2,4 kg/m², treinados e habituados ao exercício resistido.

    Os experimentos foram realizados em uma sala climatizada, sendo a temperatura e a umidade relativa do ar mantida a 22-23°C e 50-60%, respectivamente. Os pacientes foram previamente familiarizados com os procedimentos e os equipamentos a serem utilizados no estudo. Cada um foi orientado a evitar cafeína, bebidas alcoólicas e exercício físico e a manter a medicação em uso no dia antecedente e no dia dos experimentos. Antes do início dos testes, os indivíduos foram questionados sobre a ocorrência de uma noite normal de sono e, ainda, examinados para certificar-se de que as condições basais estavam dentro de limites de normalidade (PA≤130/85 mmHg; FC: 60-80 bpm). A FC foi captada pelo cardiofrequencímetro Polar™ S810 (Kempele, Finland) e a PA foi aferida com um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio Heidji™ (São Paulo, Brazil a partir do método auscultatório indireto).

    Os participantes realizaram três testes de exercício supino reto livre, considerando as diferentes formas de trabalho do treinamento de força (6 RM, 10 RM, 15 RM). Antes do teste, os participantes fizeram um aquecimento específico, executando de 10 a 15 repetições com uma sobrecarga leve. Foram incrementadas de forma aleatória, as sobrecargas equivalentes a 6 RM, 10 RM e 15 RM com intervalo de 3 min entre as mesmas. Para cada sobrecarga foi mensurado os níveis de SO, FC e a PAS e as medidas de repouso (R), no pico do exercício (tempo zero= T0), após 1 min (T1) e após 2 min (T2)utilizando sobrecarga correspondente a um esforço de 6 RM, 10 RM e 15 RM.

    Análise estatística: A análise de dados foi realizada de forma descritiva, utilizando média e desvio padrão, além de um teste de medidas repetidas com ajuste de Bonferoni. Para tanto, utilizou-se o software Statistical Package for the Social Sciences, para Windows, versão 17.0.

Resultados

    A tabela 1 expressa os valores referentes aos valores relativos à FC (bpm), PAS (mmHg) e SpO2 (%) a partir das sobrecargas de 6 RM, 10 RM e 15 RM considerando os valores em repouso de FC = 82,2 ± 6,5 bpm; PAS=12,0 ± 1,1 mmHg e SpO2= 97,0 ± 1,8%.

Tabela 1. Valores das variáveis cardiovasculares nas sobrecargas de 6 RM, 10 RM e 15 RM em diferentes intervalos de tempo

FC: frequência cardíaca; PAS: pressão arterial sistólica; SpO2: saturação do oxigênio; T0: pico do exercício; T1: tempo após um minuto;

 T2: tempo após dois minutos. ∞* p<0,05 na comparação entre repouso e o pico; p<0,05 na comparação entre T0 e T1; # p<0,05 na comparação entre T0 e T2.

    Houve diferença estatisticamente significante para os resultados de FC durante a sobrecarga de 6 RM na comparação entre T0 e T1 e T0 e T2. Os valores elevaram significativamente em relação ao repouso (p<0,05). No segundo momento com 10 RM, com aumento no número de repetições e redução da carga para realização do supino reto livre, não ocorreram diferenças significativas. Houve manutenção nos valores de FC que apresentaram uma pequena reação logo após a primeira execução, sustentou estável após o primeiro minuto de recuperação e novamente volta a cair após três minutos (p>0,05). No terceiro momento com 15 RM, também com aumento no número de repetições e diminuição da carga, houve redução significativa intercalada por uma elevação no primeiro minuto da terceira série.

    No que se refere aos dados de PAS e SpO2 não houve diferença estatisticamente significante quando comparamos as sobrecargas de 6 RM, 10 RM e 15 RM entre o repouso, T0, T1 e T2.

    Os dados obtidos do duplo produto se comportaram de forma linear (Figura 1).

Figura 1. Curva de variação do duplo-produto de acordo com as intensidades de esforço preconizadas

Discussão

    No presente estudo comprovou-se a hipótese de que o número de RM influencia no ajuste das variáveis cardiovasculares. Foi observado que do repouso para o 1º min de descanso, após 6 RM, há uma sustentação mínima na tendência de queda que aproxima dos valores normais, demonstrando uma rápida recuperação cardiovascular. Nesse aspecto, Farinatti e Assis (2012) já indicavam que o trabalho com cargas altas e poucas repetições implicaria em uma menor sobrecarga cardíaca do que exercícios envolvendo cargas menores, com maior número de repetições.

    A estabilidade da frequência cardíaca ocorrida entre o 1º e o 2º min pode estar associada aos ajustes cardiovasculares rápidos que ocorrem no início dos exercícios, como a vasodilatação das arteríolas no músculo esquelético e também pode ser associada até mesmo a forma de recuperação feita após a primeira sessão de exercício. Esta resposta pode estar associada à entrada em ação de estímulos simpáticos em consequência do aumento da taxa de trabalho (Ribeiro, 2005). Sendo desta vez ocasionada por uma mudança da resposta fisiológica do exercício caracterizada pelo aumento do número de repetição e redução da carga, apresentando uma resposta de esforço aeróbico que segundo relatos de Polito e Farinatti (2003), o VO2 no exercício é diretamente relacionado com a frequência cardíaca.

    Diferentes mecanismos operam para ajustar a FC nos distintos momentos de um exercício físico. Assim, para a elevação inicial da FC há uma redução do tônus vagal e predomínio da atividade simpática, além de outros estímulos reflexos originados em outras partes do organismo. Numa análise geral de todo resultado, considerando seus estímulos e respostas é preciso levar em consideração, também a liberação constante de neurotransmissores, com respostas simpáticas aceleradoras e parassimpáticas frenadoras, que atua por intermédio dos centros cardioinibidores (Brum et al., 2004). Como a norepinefrina que causa o aumento da FC durante o exercício e acetilcolina, que tende a reduzir a frequência cardíaca (Williamson, 2010).

    Com relação à pressão arterial (PA) algumas evidências mostram reduções significativas da pressão arterial nos momentos subsequências ao término do exercício de força. Intensidade elevada do treinamento de força parece não se associar a maiores reduções na pressão arterial pós-exercício que solicitações relativamente menores, com maior número de repetições (Polito, Simão, Senna, & Farinatti, 2003). Porém nossos dados corroboram com outros estudos que afirmam que o exercício de força provoca uma redução aguda da pressão arterial. Observando os resultados dos três momentos e comparando a pressão arterial pré-teste, percebe-se que na maioria dos momentos a pressão esteve abaixo do normal (Tibana et al., 2015).

    Nos resultados encontrados, imediatamente após a primeira série de 6RM, obteve-se um aumento significativo da PAS. Estes resultados corroboram com os encontrados por Simão et al. (2005), quando analisou a resposta aguda do exercício resistido sobre a PA. Justificando que isso pode ser explicado pelas variáveis que concorrem para a variação da PA, como a ativação dos quimiorreceptores por fadiga periférica. Com relação a isso, a elevação aguda da pressão arterial perante o exercício é regulado pelo sistema nervoso simpático, sendo influenciado pelos aumentos da frequência cardíaca, volume sanguíneo, volume de ejeção e aumento da resistência periférica (M. Polito & P. Farinatti, 2003).

    Imediatamente após 10 RM, a resposta já foi inversa ao observado no primeiro momento de 6 RM, pois agora ocorre uma redução significativa da PAS. Esta resposta é sustentada após um e três minutos de repouso. Neste momento, também se observa um detalhe interessante nesta resposta, pois o estímulo com 15 RM, a PAS permanece estável, sugerindo um possível ponto de estabilização fisiológica da hipotensão. A partir deste momento as duas últimas respostas em repouso apresentam elevação e normatização dos valores.

    Fazendo uma relação previa entre os resultados das duas variáveis (FC e PAS), até agora discutida e levando em consideração as relações fisiológicas que as duas possuem, é possível utilizar afirmação de Forjaz e Tinucci (Forjaz & Tinucci, 2000), onde quanto maior é a massa muscular exercitada de forma dinâmica, maior é o aumento da frequência cardíaca, mas menor é o aumento da pressão arterial. Soma-se as estes dois fatores a questão do modelo de estudo ser uma avaliação estatística com uma amostra de 10 pessoas, no qual não foi levada em consideração a forma de descanso pós-execução dos exercícios, pois no caso da PAS pode sugerir uma possível hipotensão ortostática.

    Fisiologicamente, a saturação durante o exercício sofre interferência de alguns fatores que determina sua concentração, principalmente se esta for mensurada nas extremidades do corpo, como nos dedos. Esta interferência começa pela diminuição da pressão de oxigênio (PO2) nos tecidos. Resultante do aumento da demanda de oxigênio pelas células para a síntese de ATP e aumento da temperatura corporal que promove uma vasodilatação periférica, além do aumento da pressão do dióxido de carbono, resultante do metabolismo celular (Neto et al., 2014).

    O duplo-produto é uma variável de análise de segurança para a aplicação segura de exercícios. Envolvendo a FC e PAS, reflete o esforço realizado pelo coração durante o exercício físico. Os valores elevados do DP durante um exercício são sinônimos de aumento na FC, no volume sistólico, no débito cardíaco e, em alguns casos, na resistência sistêmica (Leite & Farinatti, 2003). Leite e Farinatti (2003), afirmam que o comportamento do DP não depende apenas da intensidade, mas também do tipo e da duração da solicitação. E, ainda afirmam, que em estudos atuais o valor do duplo-produto dos exercícios com pesos costumam ser menores do que os observados em atividades aeróbias de intensidade moderada.

    Em relação à segurança da aplicabilidade das diferentes formas de trabalho do exercício resistido (6 RM, 10 RM e 12 RM) das quais foram averiguadas neste estudo, e considerando o tempo de descanso em que foram avaliadas as variáveis cardiovasculares, pode-se afirmar a segurança para um determinado intervalo de descanso entre as séries. Para tanto, Castinheiras-Neto, Costa-Filho e Farinatti (2010) em seu artigo, afirmam que o maior intervalo de recuperação também se associou a uma menor elevação da FC e PAS, por consequência o duplo produto, no decorrer das séries, assim o exercício realizado com maior intervalo de recuperação ocasionou menor estresse cardiovascular nas intensidades testadas (6 RM e 12 RM). Desse modo, o planejamento dos intervalos de recuperação no contexto da elaboração de sessões de treinamento resistido parece ser um aspecto importante para o aumento da segurança em sua prática, especialmente em populações com maior risco cardiovascular.

    Alguns estudos que compararam os efeitos da periodização livre e periodização ondulatória demonstraram maiores ganhos de força, potência muscular e resistência muscular localizada, em programas de PO quando comparados a programas de Kok, Hamer e Bishop (2009), porém, outros estudos não demonstraram diferenças significativas entre os dois sistemas (Monteiro et al., 2009). No presente estudo a partir da análise dos resultados podemos inferir que dentre as sobrecargas avaliadas, a de 6 RM promoveu maiores ajustes cardiovasculares durante o exercício resistido.

Conclusão

    Conclui-se que o número de RM influenciou o ajuste das variáveis cardiovasculares e que a utilização da sobrecarga de 6 RM promoveu um efeito agudo benéfico sobre os parâmetros cardiovasculares sendo um método mais eficaz e seguro de avaliação e de treinamento físico.

Bibliografia

Outros artigos em Portugués

www.efdeportes.com/

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 218 | Buenos Aires, Julio de 2016  
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2016 Derechos reservados