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Motivos à prática regular do treinamento personalizado:

um estudo com alunos de personal trainer

Motivos para la práctica regular del entrenamiento personalizado: un estudio con alumnos de personal trainer

Reasons to regular practice of personalized training: a study with personal trainer practitioners

 

*Graduado em Educação Física pela UFRGS

**Mestre em Ciências do Movimento Humano - UFRGS

***Doutor em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto

Núcleo de Estudos e Pesquisa em Pedagogia e Psicologia

do Esporte (NP3 Esporte) da UFRGS, Porto Alegre, RS

(Brasil)

Prof. Jonatas Furtado Salcedo*

Ms. Roberto Tierling Klering**

Ms. Gabriel Henrique Treter Gonçalves**

Dr. Carlos Adelar Abaide Balbinotti***

robertoklering@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo aborda os motivos que levam à manutenção da prática do treinamento personalizado. O objetivo deste estudo foi verificar quais são os fatores motivacionais que levam à prática regular do treinamento personalizado. Para tanto, foi aplicado o Inventário de Motivos à Prática Regular de Atividades Físicas e/ou Esportivas – IMPRAFE-132. A amostra foi composta por 30 indivíduos, de ambos os sexos, na faixa-etária de 23 a 60 anos, praticantes do treinamento personalizado em diversas academias de Porto Alegre – RS, Brasil. Os resultados apontam a dimensão Saúde como a que mais incentiva à prática regular do treinamento personalizado. Em segundo lugar, encontra-se a dimensão Prazer, em terceiro as dimensões Estética e Controle de Estresse e, por fim, em quarto lugar, as dimensões Sociabilidade e Competitividade.

          Unitermos: Motivação. Treinamento. Personal trainer.

 

Abstract

          This study discusses the reasons that lead to maintaining the practice of personalized training. The objective of this study was to verify what are the motivational factors that lead to regular practice of personalized training. For this, the Inventory Reasons to Practice Regular Physical Activity and/or Sports (IMPRAFE-132) was applied. The sample consisted by 30 individuals of both sexes in the age group 23-60 years of various academies of Porto Alegre - RS, Brazil. The results show the health dimension as the one that encourages the most to regular practice of personalized training. Secondly, the Pleasure dimension, Aesthetic and stress control dimensions in third. And finally the dimensions of sociability and Competitiveness in fourthly.

          Keywords: Motivation. Training. Personal trainer.

 

Recepção: 31/01/2016 - Aceitação: 23/04/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 216 - Mayo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente artigo aborda os níveis gerais de motivação que levam indivíduos adultos à prática do treinamento físico personalizado. Com base nos pressupostos da Teoria da Autodeterminação (Deci; Ryan, 1985; Ryan; Deci, 2000), o estudo busca investigar quais são os níveis de motivação predominantes no treinamento físico personalizado para seis dimensões motivacionais: Saúde, Prazer, Estética, Sociabilidade, Competitividade e Controle de Estresse.

    A Teoria da Autodeterminação (TAD) elaborada por Deci e Ryan (1985, 2000) é formalmente compreendida por seis miniteorias (Teoria da Avaliação Cognitiva, Teoria da Integração Orgânica, Teoria da Orientação Causal, Teoria das Necessidades Básicas, Teoria de Orientação de Metas e Teoria da Motivação de Relacionamentos) que buscam explicar um conjunto de fenômenos motivacionais surgidos em pesquisas feitas no campo e em laboratórios. Cada uma destas miniteorias está relacionada ou a uma faceta da motivação ou ao funcionamento da personalidade. Assim, o presente estudo tem como base a Teoria de Orientação de Metas, a qual pressupõe que a orientação das metas pessoais em uma determinada atividade explica os níveis de motivação de um indivíduo.

    A TAD é utilizada em diversas áreas do conhecimento acadêmico (Deci; Ryan; Koestner, 1999). Dentre essas áreas estão inseridos o esporte e a atividade física (Deci; Olson, 1989; Frederick; Ryan, 1995; Juchem et al., 2007; Balbinotti; Capozzoli, 2008; Balbinotti; Saldanha; Balbinotti; 2009; Balbinotti et al., 2012; Balbinotti et al. 2015). Assim, de acordo com Balbinotti (2004), as dimensões motivacionais (motivos) mais utilizadas pela literatura especializada para entender o que leva os indivíduos à prática regular de atividade física e/ou esportiva são: Controle de estresse (CE), Saúde (Sa), Sociabilidade (So), Competitividade (Co), Estética (Es) e Prazer (Pr). O Quadro 1 apresenta em linhas gerais cada uma das dimensões.

Quadro 1. Dimensões motivacionais relacionadas à prática regular de atividades físicas ou esportivas, propostas por Balbinotti (2004)

Dimensão

Descrição

Controle

de Estresse

Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física regular e/ou esporte como forma de controlar a ansiedade e o estresse da vida cotidiana. Gould, Eklund e Jackson (1992) sugerem que a atividade física regular pode funcionar como vacina contra o estresse.

Saúde

Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física regular e/ou esporte como forma de manutenção da saúde geral e a prevenção de doenças associadas ao sedentarismo. Para Wankel (1993), índices apropriados de atividade física regular podem adicionar vida aos anos, e anos à vida. O sentir-se saudável pode levar pessoas a manterem uma atividade física regular.

Sociabilidade

Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física regular e/ou esporte como forma de fazer parte de um grupo, clube ou relacionar-se com outras pessoas. Segundo Gould, Eklund e Jackson (1992), a socialização se origina principalmente através dos fortes laços gerados pelos colegas de treino ou atividade, dos professores, técnicos e parentes. A socialização também é uma importante forma de desenvolvimento de outras valências psicológicas, tais como a sensação de aceitação, de pertença a um grupo e de autoestima. O sentir-se integrado em um grupo pode ser um agente motivador importante.

Competitividade

Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física regular e/ou esporte como forma de manifestação de aspectos relacionados ao vencer. Marques e Oliveira (2001) afirmam que não há esporte sem competição. Comparar o desempenho consigo mesmo e com os outros pode levar pessoas a manter-se em atividade.

Estética

Avalia em que nível as pessoas utilizam a atividade física regular e/ou esporte como forma de obter ou manter um corpo que seja considerado atraente e aprovado pela sociedade ou grupo em que o indivíduo está inserido. Segundo Capdevila, Niñerola e Pintanel (2004), os índices encontrados nesta dimensão sofrem grande influência do contexto social. A busca do corpo ideal preconizado pela cultura ocidental pode favorecer a procura por atividades físicas prolongadas.

Prazer

Dimensão relacionada à sensação de bem estar, de diversão e a satisfação que a prática regular de atividade física e/ou esporte proporciona. Supõe o interesse que se tem pela atividade assim como a necessidade e a importância acordada pelo sujeito. O prazer é uma dimensão chave para a compreensão da motivação no esporte.

    O treinamento físico personalizado cresceu consideravelmente nos últimos anos. A conscientização da população pela busca por uma melhor qualidade de vida contribui neste sentido. Conforme Monteiro (2006), a prescrição de exercícios pode variar de acordo com interesses, objetivos, experiências prévias e níveis iniciais de aptidão. De modo geral, a prescrição de exercícios tem o objetivo de melhorar o bem-estar geral dos praticantes.

    Neste contexto, formula-se a questão central desta pesquisa: “existem diferenças significativas nas médias dos escores dos níveis gerais de motivação à prática do treinamento físico personalizado nos sujeitos investigados?” Para responder adequadamente a essa questão foram empregados procedimentos metodológicos, éticos e estatísticos apresentados a seguir.

Método

População e amostra

    A população que compõe este estudo é de praticantes de treinamento personalizado de diversas academias de Porto Alegre/RS. A amostra total foi de 30 indivíduos, de ambos os sexos, com idades entre 23 e 60 anos, de classe média alta. Cabe salientar que se trata de um estudo exploratório de natureza descritiva (Thomas; Nelson; Silverman, 2012).

Instrumento de coleta de dados

    Para a realização deste estudo foi utilizado o Inventário de Motivos à Prática Regular de Atividade Física e/ou Esportiva (IMPRAFE-132) (Balbinotti, 2009), o qual identifica seis dimensões motivacionais relacionadas à prática regular de atividades físicas e/ou esportivas. O inventário possui 132 itens agrupados em blocos de seis, conforme a sequência das dimensões a serem estudadas – no caso, Controle de Estresse (p.ex.: ficar mais tranquilo), Saúde (p.ex.: ficar livre de doenças), Sociabilidade (p.ex.: encontrar amigos), Competitividade (p.ex.: ser campeã no esporte), Estética (p.ex.: ficar com o corpo bonito) e Prazer (p.ex.: obter satisfação). Para cada um dos itens é dada uma resposta bidirecional graduada em sete pontos, de acordo com uma escala tipo Likert, que vai de “1 - Este item não representa um motivo que me levaria a realizar uma atividade física regular e/ou esportiva” até “7 – É por esse motivo que eu pratico atividade física e/ou esportiva”. Todas as dimensões possuem igual número de itens, possibilitando a análise de cada uma separadamente e também a comparação entre as mesmas.

Procedimentos de coleta de dados

    A coleta de dados teve como ponto de partida a procura, via internet, por locais de prática do treinamento personalizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. No decorrer da pesquisa, outros locais de treinamento foram indicados. Realizado o primeiro contato, foram esclarecidos os objetivos do estudo, bem como feito o convite para participação. Para os casos em que houve o aceite de participação, foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em muitos casos foi possível aplicar o IMPRAFE-132 já no primeiro contato. A aplicação do inventário foi realizada de maneira individual e o tempo de duração foi de aproximadamente quinze minutos para cada participante.

Procedimentos éticos

    O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul analisou e aprovou a pesquisa sob o número de protocolo 2007721, de forma que foram observadas as questões éticas inerentes à pesquisa com seres humanos conforme previsto na Resolução do Conselho Nacional de Saúde CNS 466/2012.

Resultados

    No intuito de responder adequadamente a questão norteadora do estudo foram efetuadas análises das estatísticas descritivas gerais (média, mediana, moda, média aparada 5%, assimetria e achatamento, dentre outros) segundo os princípios norteadores comumente encontrados na literatura especializada (Pestana; Gageiro, 2014). Para isso, utilizou-se o programa estatístico SPSS 17.0.

Estatísticas descritivas gerais

    Na tabela 1, verificam-se, a partir das estatísticas de tendência central e de dispersão da amostra, os valores nominais para cada dimensão analisada. A distribuição dos dados da amostra foi verificada por meio do cálculo de Shapiro-Wilk (p > 0,05).

Tabela 1. Estatísticas de Tendência Central, de Dispersão e Distribuição da amostra

Dimensões

Tendência Central e Não Central

Normalidade

Assimetria

Achatamento

X (DP)

Mínimo/

Máximo

Med

Trimed

5%

Mod

S-W

Gl

Sig

Skewness/EPs

Kurtosis/EPk

Controle de Estresse

92,76 (4,67)

33 – 139

95

93,72

95

0,936

30

0,071

-0,790

0,659

Saúde

115,53 (2,99)

68 – 148

116

116,31

114ª

0,946

30

0,130

-0,862

1,835

Sociabilidade

58,96 (4,59)

25 – 110

53,5

58,07

41

0,940

30

0,092

0,350

-0,985

Competitividade

58,36 (3,26)

23 – 92

56

58,42

56

0,959

30

0,297

0,156

-0,312

Estética

93,00 (3,82)

41 – 129

95

93,74

94b

0,966

30

0,437

-0,550

0,493

Prazer

108,57 (4,01)

48 –150

112,5

109,83

95c

0,904

30

0,011

-1,14

2,35

*Múltiplas Modas: a (128); b (97, 102, 107); c (112, 114).

0,200* = Nível mais baixo da real significância.

    Os valores nominais das dimensões do estudo apresentaram a seguinte ordem: (1º) Saúde; (2º) Prazer; (3º) Estética; (4º) Controle de Estresse; (5º) Sociabilidade; e (6º) Competitividade. Analisando os valores da Moda, as dimensões Controle de Estresse, Competitividade e Sociabilidade não apresentaram múltiplas Modas. As dimensões Sociabilidade e Prazer apresentaram a Moda mais distante dos valores das médias. Os valores Mínimo e Máximo ficaram entre 23 e 150 pontos. Quanto ao desvio padrão, observa-se que nenhuma das dimensões ultrapassou a metade do valor da média.

    A seguir, apresenta-se a comparação das médias por meio do Teste t Pareado.

Comparações das médias

    Na Tabela 2, apresentam-se as comparações entre os escores das dimensões motivacionais dos alunos de personal trainer investigados. Neste sentido, as dimensões que mais motivam os praticantes do treinamento personalizado investigados são: (1º) Saúde; (2º) Prazer; (3º) Estética e Controle de Estresse; (4º) Sociabilidade e Competitividade.

Tabela 2. Comparações entre os escores das dimensões motivacionais

Dimensões Pareadas

t

gl

p

Controle do Estresse – Saúde

-8,190

29

,000

Controle do_Estresse – Sociabilidade

6,765

29

,000

Controle do_Estresse – Competitividade_

10,070

29

,000

Controle do_Estresse – Estética_

-,056

29

,956

Controle do_Estresse – Prazer

-5,716

29

,000

Saúde – Sociabilidade_

13,917

29

,000

Saúde – Competitividade_

22,136

29

,000

Saúde – Estética_

7,219

29

,000

Saúde – Prazer

3,237

29

,003

Sociabilidade – Competitividade

,189

29

,851

Sociabilidade – Estética

-6,821

29

,000

Sociabilidade – Prazer

-14,082

29

,000

Competitividade - Estética_

-9,333

29

,000

Competitividade – Prazer

-19,411

29

,000

Estética – Prazer

-4,759

29

,000

Discussão dos resultados

    Com base nos resultados apresentados, observa-se que a Saúde é a dimensão que mais motiva os alunos de personal trainer investigados à prática regular de atividade física. O conceito de saúde está fortemente ligado à busca de qualidade de vida (Amorin, 2010). Para Pitanga (2008), a saúde tem sido definida não apenas como a ausência de doenças, mas como uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Esta concepção faz da prática de atividade física um dos comportamentos relativos à saúde que as pessoas procuram frequentemente incorporar (Cossenza, 1996). Além disso, sabe-se que, com níveis adequados de atividade física regular, é possível envelhecer com níveis ótimos de saúde (Wankel, 1993). Assim, tem-se a Saúde como um fator motivacional fortemente relacionado ao aluno de personal trainer.

    Com a segunda maior média encontra-se a dimensão Prazer. Os indivíduos mais motivados pelo Prazer possuem uma elevada motivação intrínseca para treinar. Tendem a estabelecer suas próprias metas e não percebem desconforto ou inconveniência nos exercícios (Nunomura, 1998). Para Sampedro et al. (2014), o Prazer está ligado à sensação de competência e autonomia na realização da atividade física. Sarkis (2009) afirma que pessoas motivadas pelo prazer praticam o exercício físico, no mínimo, quatro vezes por semana, sem finalidade esportiva, e não pensam em desistir. Com isso, as pessoas motivadas pelo Prazer, além de treinarem regularmente, buscam adequar a atividade física ao seu tempo disponível.

    A terceira dimensão que obteve a maior média foi a Estética. A busca do exercício físico para a obtenção de um corpo em forma e bonito está muito presente na sociedade. Para Amorin (2010), a sociedade atual possui grande influência da mídia, e a busca de um corpo magro e definido parece ser o sonho de consumo de muitas pessoas. Além disso, o discurso da beleza parece estar revestido pela prática da atividade física, influenciando as pessoas a buscarem aquelas práticas corporais que são mais adequadas para si na busca por seus objetivos estéticos.

    Também em terceiro lugar, a dimensão Controle de Estresse mostrou-se indissociável (p > 0,05) da dimensão Estética. Possivelmente, este fato ocorra em função de que o exercício físico estimula a liberação de hormônios, como a b-endorfina e a dopamina, propiciando um efeito tranquilizante e analgésico após o atividade (Cheik et al., 2003). Com isso, o praticante do treinamento personalizado, motivado por esses benefícios que o exercício físico oferece, consegue manter-se em um estado de equilíbrio frente às dificuldades que o dia a dia apresenta. Grande parte da amostra selecionada no presente faz parte da população economicamente ativa, o que ajuda a explicar o fato do Controle de Estresse ter tido uma média alta. Indivíduos economicamente ativos geralmente passam por grandes exigências, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Esses fatores, quando desequilibrados, podem aumentar o nível de estresse das pessoas. Estudos com adolescentes, por exemplo, apresentam resultados bastante diferentes com relação ao controle de estresse (Balbinotti et al., 2012; Fontana et al., 2013).

    Em quarto lugar encontra-se a dimensão Sociabilidade. Este fator motivacional obteve uma média baixa (58,96). A Sociabilidade relaciona-se fortemente com o nível que se utiliza a atividade física regular como forma de fazer parte de um grupo, clube ou relacionar-se com outras pessoas (Balbinotti; Saldanha; Balbinotti, 2009). Porém, a atividade física atrelada ao personal trainer consiste em um atendimento individual. O que pode fazer com que a procura pelo treinamento personalizado seja justamente para reduzir a interação interpessoal. Outro exemplo é a prática do treinamento personalizado em casa ou em condomínios, que ilustra a busca por práticas que restrinjam o contato com outras pessoas.

    Com valores sem diferenças estatisticamente significativas (p > 0,05) com a Sociabilidade, segue a dimensão Competitividade. No presente estudo a dimensão Competitividade obteve uma média baixa comparada as outras dimensões. Na prática do treinamento individualizado esse fator motivacional é comum para pessoas que procuram o treinador para conseguir alcançar objetivos de competição. Muitos atletas procuram o treinamento personalizado para melhorar suas capacidades físicas de dentro de suas modalidades esportivas. Neste caso, a pesquisa se justifica pelo fato da amostra ser composta por indivíduos não atletas, apenas praticantes de musculação e treino aeróbico, sem fins de competição esportiva. A prática esportiva exerce um papel maior sobre competitividade para os praticantes de atividade física regular. Um estudo realizado por Juchem et al. (2007), com tenistas de 13 a 16 anos, a dimensão Competitividade ficou em segundo lugar, mostrando que, quando se trata de uma modalidade esportiva, há uma maior tendência à competição. O mesmo resultado foi observado no estudo de Gonçalves et al. (2015), porém, realizado com garotos praticantes de futebol e futsal.

Conclusão

    De acordo com os dados observados pelo estudo, as dimensões com maiores níveis gerais de motivação para os praticantes regulares do treinamento físico personalizado investigados são: Saúde em primeiro lugar; Prazer em segundo; Estética e Controle de Estresse em terceiro; e Sociabilidade e Competitividade em quarto lugar. A partir destes dados, espera-se um melhor entendimento sobre os motivos que levam as pessoas a praticarem o treinamento físico personalizado de maneira regular. Com este entendimento, além de fomentar hábitos de vida mais saudáveis, o personal trainer estará mais bem preparado para o mercado de trabalho. Ainda assim, sugerem-se novos estudos, com maiores amostras e diferentes públicos a fim de produzir novos dados, com conhecimentos mais específicos para a área.

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