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Consumo de álcool em universitários

Consumo de alcohol en universitarios

Alcohol consumption in college

 

*Faculdades Integradas do Norte de Minas – Funorte, Brasil

**Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Brasil

***Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde – PPGC/Unimontes, Brasil

****Programa de Doctorado en Educación Universidad Católica de Santa Fe, Argentina

*****Programa de Pós-Graduação em Neonatologia

Instituto Fernandes Figueira – Fio Cruz, Brasil

(Brasil)

Márcia Cardoso de Souza*

Renata Gomes dos Santos*

Leonardo Augusto Couto Finelli*

Raquel Schwenck de Mello Vianna** ****

Priscilla Kálisy Duarte Soares*****

Fernando Bryan Duarte Soares**

Wellington Danilo Soares* ** ***

wdansoa@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O início precoce da ingestão de álcool é preocupante, uma vez que, quanto mais cedo se inicia o consumo, maiores são as chances de se estabelecer a dependência dessa substância. O objetivo desse estudo foi avaliar o uso de bebidas alcoólicas em acadêmicos do curso de Fisioterapia de uma instituição privada da cidade de Montes Claros – MG. Trata-se de um estudo de descritivo, com abordagem quantitativa e de corte transversal. A amostra foi composta de 165 indivíduos, ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 24 anos, selecionados aleatoriamente, matriculados e freqüentes no curso de Fisioterapia. Para aferição do consumo do álcool utilizamos o Audit, juntamente com o IECPA um questionário sócio-demográfico e também o ASSIST teste de triagem do álcool e outras substancias e o ESSS escala de satisfação com o suporte social. Os resultados apontaram que 66,1% dos respondentes são solteiros e 62,4% relataram estar satisfeitos na maior parte do tempo com suas relações sociais. Descobriu-se também que 98,2% bebem mensalmente ou menos, o que os enquadra na Zona I (Baixo Risco). Conclui-se que não houve quantidade significativa no que diz respeito à dependência do álcool. Ainda assim é relevante a realização de novas pesquisas nesta área com objetivo de conscientização dos acadêmicos.

          Unitermos: Consumo. Álcool. Acadêmicos. Fisioterapia.

 

Abstract

          Early initiation of alcohol intake is troubling since the sooner it begins the consumption, the higher the chances of establishing the dependence of this substance. The aim of this study was to evaluate the use of alcoholic beverages in physiotherapy students. This is a descriptive study with a quantitative approach and cross-sectional. The sample consisted of 165 individuals of both sexes, aged 18-24 years, were randomly selected, enrolled and frequent course of physiotherapy in a private institution in the city of Montes Claros-MG. To measure alcohol consumption used the Audit along with IECPA a socio-demographic questionnaire and also the ASSIST screening test for alcohol and other substances and ESSS scale of satisfaction with social support. The results showed that 66.1% of the respondents were single and 62.4% reported being satisfied most of the time with its social relationships. It was also found that 98.2% drink monthly or less, which fits in the Zone I (low risk). It was concluded that no significant amount with respect to alcohol dependence. However, it is important to conduct further research with the aim of raising awareness for academics.

          Keywords: Alcohol consumption. Academics. Physiotherapy.

 

Recepção: 22/10/2015 - Aceitação: 11/3/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 216 - Mayo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O álcool é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma substância psicoativa (SPA) sendo uma das mais utilizadas mundialmente, tornando-se um fenômeno pertencente à categoria de problema de saúde pública. Verifica-se que cerca de duas bilhões de pessoas em todo o mundo fazem uso de bebidas alcoólicas, sendo responsável por cerca de 4% de todas as mortes no mundo (Santos, Pereira & Siqueira, 2013).

    Cresce atualmente, no Brasil, as pesquisas com foco no consumo de SPAs. Tal crescimento tem como causa o aumento na preocupação com o consumo demasiado de drogas lícitas e ilícitas, e seus impactos sociais e econômicos, além das consequências geradas sobre a saúde da população (Lucas et al, 2006).

    Estudo realizado por Santos et al (2013) sobre o uso de SPAs, envolvendo as 108 maiores cidades brasileiras revelou que o álcool e os produtos de tabaco, quando comparados às outras substâncias psicoativas, são superiormente utilizados. Sobre a prevalência de utilização ao longo da vida o tabaco representa 44% e o álcool 74,6, como relatado pelos entrevistados.

    O início precoce do consumo de álcool é preocupante uma vez que, quanto mais cedo se inicia o consumo, maiores são as chances de se estabelecer a dependência dessa substância (Rocha, Lopes, Marteli, Lima & Junior, 2011).

    O abuso do álcool, tanto em países desenvolvidos quanto naqueles ainda em ascensão, tem atingido grandes proporções, associando-se a diversas preocupantes consequências dentre as quais recebem destaque o surgimento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, gastrointestinais, hepáticas e mentais (Nunes, Campolina, Vieira & Caldeira, 2012).

    A ingestão abusiva do álcool entre a população jovem é considerada atualmente como um grave problema de saúde pública, quadro que inclui, principalmente, os universitários. Devido às características da vida social, carga horária extensa, independência financeira adiada ou mesmo o estresse vivido nessa fase da vida, os jovens acadêmicos são considerados um grupo vulnerável ao consumo exagerado de SPAs, ficando em destaque por maior uso o álcool (Nunes et al, 2012).

    Os estudantes da área da saúde merecem, sem dúvida, uma maior atenção no que diz respeito ao uso de SPAs, uma vez que, estes são detentores de maior conhecimento acerca de tais substâncias e seus efeitos maléficos sobre o organismo humano. Vale ressaltar ainda que, os acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas são os futuros profissionais responsáveis por prestar orientações fundamentais à saúde. Assim, se faz relevante o conhecimento a cerca dos saberes adquiridos por esses profissionais ao decorrer da formação acadêmica, em razão do seu efeito disseminador de boas práticas de vida sobre a população atendida (Teixeira, Souza, Buaiz & Siqueira, 2010).

    Ao decidir ingressar no universo acadêmico o jovem depara-se com diversas situações econômicas e psicossociais, muitas vezes distintas das situações vividas em seu cotidiano. Dentre estas recebem destaque o alto custo dos investimentos na formação acadêmica, juntamente com os custos gerados por necessidades essenciais como habitação; alimentação e transporte. Da perspectiva psicossocial, o progresso desse jovem parece estar sendo fragilizado como conseqüência das variadas pressões sofridas no processo de adaptação ao novo estilo de vida composto por novos padrões, papéis e responsabilidades. Nesse sentido, é comum o surgimento de ansiedade, depressão e estresse que os tornam suscetíveis ao consumo de SPAs lícitas e/ou ilícitas. Estas aparecem como método para amenizar os problemas psíquicos e sociais (Picoloto, Libardoni, Migott & Geibe, 2010).

    Estudos mostram que a população universitária possui alto risco para a dependência do álcool e boa parte desse grupo não admite que esteja em uma faixa de risco para o consumo de álcool. Situação esta digna de atenção especial já que a população em questão possui maior obtenção de informações teóricas e técnicas que o restante da população (Tockus & Gonçalves, 2008).

    Dentro deste contexto o presente estudo teve como objetivo avaliar o uso de bebidas alcoólicas em acadêmicos do curso de Fisioterapia de uma instituição privada de ensino superior da cidade de Montes Claros – MG.

    Torna-se evidente a importância dessa pesquisa como forma de expandir o conhecimento sobre este tema entre os estudantes do ensino superior da área da saúde. Acredita-se que o presente estudo possa ser utilizado como instrumento para melhor compreensão do assunto bem como para elaboração de futuras intervenções preventivas na população estudada.

Materiais e métodos

    A presente pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da Funorte / Soebras sob o protocolo nº 530.651/2014.

    O estudo foi de caráter descritivo, com abordagem quantitativa e de corte transversal (Thomas & Nelson, 2002).

    A amostra foi constituída de 165 indivíduos, ambos os sexos (33 masculino e 132 feminino), na faixa etária de 18 a 24 anos, selecionados de forma aleatória, todos matriculados e freqüentes no curso de Fisioterapia das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte na cidade de Montes Claros – MG. O instrumento utilizado para a aferição do consumo do álcool foi o AUDIT - Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool, desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde – OMS, e foi utilizada a versão adaptada para o Brasil por Bezerra-Ribeiro (2007). O Audit apresenta as chamadas “zonas de risco”, de acordo com o intervalo de pontuação. O padrão de beber de baixo risco, zona I, refere-se àqueles que pontuam de 0 a 7 e que podem se beneficiar com informações sobre consumo do álcool (Moretti, 2011).

    O padrão de médio risco, zona II, refere-se àqueles que pontuam de 8 a 15. Estes, mesmo que não estejam apresentando problemas, correm o risco de, em futuro próximo, ter problemas de saúde e sofrer ou causar ferimentos, violências, problemas legais ou sociais e/ou ter baixo desempenho nos estudos devido a episódios de intoxicação aguda. Estes se beneficiariam de orientações sobre a educação para o uso de álcool e a proposta de estabelecimento de metas para a abstinência ou a adequação do padrão de beber aos limites considerados de baixo risco (Moretti, 2011). O padrão de alto risco ou uso nocivo, zona III, inclui os que pontuam entre 16 e 19. Estes, provavelmente, já apresentam problemas e mantêm uso regular, excedendo os limites, e se beneficiariam de educação para o uso de álcool, aconselhamento para a mudança do padrão de beber, análise dos fatores que contribuem para o beber excessivo e treinamento de habilidades para lidar com estes fatores. A chamada zona IV inclui os que obtiveram pontuação igual ou superior a 20. Estes são prováveis portadores de síndrome de dependência do álcool e deveriam ser encaminhados a uma avaliação especializada para confirmação diagnóstica e possibilidade de tratamento específico (Lopes, 2009).

    Também foi usado como instrumento o questionário sociodemográfico, visando obter as características gerais da amostra, como grau de instrução, estado civil, sexo, idade, renda familiar; IECPA (Inventário de Expectativas e Crenças Pessoais acerca do álcool) que visa conhecer o que as pessoas pensam sobre os efeitos do álcool (Gouveia et al., 1996). Na presente pesquisa será considerada adaptação brasileira do instrumento proposta por Werlang e Oliveira (1996). O ASSIST (Teste de Triagem do Envolvimento com Álcool, Cigarro e Outras Substância) produzido para detecção do uso de álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas que foi produzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Construído no intuito de complementar o já padronizado AUDIT (também em uso nesse estudo) para detecção do uso abusivo ou dependência de outras substâncias além do álcool, por considerar a abordagem simultânea de várias classes de substâncias, assim como a facilidade de interpretação e a possibilidade de ser utilizado por profissionais de saúde de formações diversas. A pesquisa utilizou a versão validada para o Brasil por Henrique, Micheli, Lacerda, Lacerda e Formigoni (2004). Outro questionário aplicado foi o ESSS – (Escala de Satisfação com o Suporte Social) utilizado para avaliar um conjunto de medidas que expressam saúde, bem-estar ou mal estar ou que estão intimamente ligadas a essas variáveis. As medidas utilizadas para validação do ESSS derivaram da adaptação da escala portuguesa do Self perception profile for college students (Ribeiro, 1994). Sua proposta é investigar a gravidade que o indivíduo atribui aos acontecimentos de vida, a partir da intensidade que considera que o acontecimento de vida que mais afetou a sua vida no último ano. Todo sujeito que aceitou participar de forma voluntária, assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) consentindo sua participação, respondendo em seguida, ao questionário autoaplicável. Os dados foram coletados pelas próprias pesquisadoras nos meses de março e abril de 2014, sempre nos horários extra aulas. Todos os dados foram apresentados de forma descritiva, com valores em porcentagem. O procedimento estatístico foi feito no programa SPSS (Statistical Pachage for Social Sciences) 19.0 para Windows.

Resultados e discussão

    Os resultados encontrados estão apresentados nas tabelas abaixo.

Tabela 1. Apresenta os dados de caracterização do grupo amostral

Variável

 

N

%

Sexo

Masculino

Feminino

33

132

20,0

80,0

Etnia

Asiático

Branco

Índio

Negro

Pardo

0

30

0

38

97

0

18,2

0

23,0

58,8

Estado civil

Solteiro

Casado

Separado

Viúvo

Namoro

109

32

3

0

21

66,1

19,4

1,8

0

12,7

    Do total de 243 alunos matriculados no curso de fisioterapia da instituição pesquisada 165 participaram desse estudo o que representa 68%. Deste total, 132 eram mulheres (80,0%) e 33 homens (20,0%). Foi verificada uma maioria (80%) do sexo feminino, fato que pode ser justificado por as mulheres representarem a maior parte dos matriculados em fisioterapia.

    Os solteiros também foram maioria com um total de 109 (66,1%), sendo o restante 32 casados (19,4%), 21 (12,7%) estão em um relacionamento estável e 3 (1,8%) divorciados. Destes, fazem uso de bebidas alcoólicas 55,0%; 46,8%; 47,6% e 33,3%, respectivamente. Observou-se assim, uma prevalência dos solteiros entre os que ingerem esse tipo de substância. Resultados similares foram encontrados em estudo realizado por Rocha et al. (2011) com acadêmicos de medicina, onde 93,9% eram solteiros e faziam uso de álcool 72% destes.

Tabela 2. Resultados a partir dos dados dos questionários

Questionário

Nível

N

%

Classificação

AUDIT

1

2

3

4

162

3

0

0

98,2

1,8

0

0

Baixo Risco

Médio Risco

Alto Risco

Dependência Álcool

ASSIST

1

2

165

0

100

0

Uso Ocasional

Uso Abusivo

IECPA

1

 

2

154

 

11

93,3

 

6,7

Baixa Expectativa – Baixa Vulnerabilidade

Alta Expectativa – Alta Vulnerabilidade

ESS

1

2

3

0

103

62

0

62,4

37,6

Baixo Suporte Social

Médio Suporte Social

Alto Suporte Social

    Do total de 72 mulheres que responderam ao questionário (55,3%) relataram fazer uso de bebidas alcoólicas com alguma freqüência, já entre os homens os que fazem uso dessa substância corresponde a 21 acadêmicos (63,6%). Percebe-se assim que apesar da predominância do sexo feminino na pesquisa o uso do álcool foi maior entre os homens.

    Resultado semelhante foi encontrado em pesquisa realizada com universitários de uma instituição pública de Maceió em que 92% dos homens entrevistados ingeriam bebidas alcoólicas, enquanto as mulheres correspondiam a 87%. É possível notar nos dois estudos mencionados a aproximação no número de homens e mulheres que fazem uso do álcool, confirmando a tendência atual em igualar essa proporção entre os sexos (Carvalho, Gomes, Sousa, Sardinha & Filho, 2011).

    Para Chiapetti e Serbena (2007), os motivos para o uso do álcool entre acadêmicos são principalmente a “quebra da rotina” e para “curtir” os efeitos da substância que os levam à diminuição da ansiedade, stress e solidão. Esta última se faz mais comum entre os alunos que residem longe de seus familiares em prol dos estudos.

    Sobre a freqüência com que os acadêmicos fazem uso de bebidas alcoólicas o presente estudo evidenciou que em 98,2% dos entrevistados bebem mensalmente ou menos, o que os enquadra na Zona I (Baixo Risco) de acordo com o instrumento utilizado (AUDIT), enquanto 1,8% deles estão na Zona II (Médio Risco). Assim, não houve quantidade correspondente às Zonas III e IV.

    Os resultados mencionados contrariam pesquisa realizada por Formiga, Galdinho, Ribeiro e Souza (2013) com universitários da Faculdade Maurício de Nassau em João Pessoa, onde a maioria dos entrevistados (95 em 201) se encaixam na Zona II, enquanto 37 estão na Zona III e 69 na Zona IV, sendo estas últimas indicadoras de possível dependência de álcool. Logo, mesmo com grande parte dos universitários nas zonas de médio risco, a situação merece atenção, pois comprova o fato de que mesmo estando na universidade ou, em alguns casos, estando matriculados em cursos da área da saúde, não é suficiente para inibir ou minimizar o problema do álcool.

    Sobre os tipos de substâncias mais utilizadas as mencionadas foram cerveja, vinho e destiladas como pinga, vodka e whisky. Esse resultado corrobora com estudo realizado com universitários da área da saúde do Rio Grande do Sul no qual a cerveja e o vinho são a preferência entre homens e mulheres respectivamente. Os motivos que podem possivelmente influenciar tal preferência são o clima, o preço e fatores culturais (Baumgarten, Fonseca & Gomes, 2012).

    Sobre a expectativa em relação aos efeitos que álcool causará sobre seu comportamento, 93,3% dos universitários não concordam que após beber se sentirão menos sozinhos, mais dispostos, mais desinibidos, confiantes, inspirados e corajosos; o que segundo o (IECPA) representa Baixa Vulnerabilidade. Já para 6,7% dos respondentes esses efeitos são esperados e obtidos ao ingerir as bebidas em questão, o que representa Alta Vulnerabilidade e Expectativa.

    Em contra partida, estudo realizado por Fachini e Furtado (2013) com universitários do curso de Medicina e Fisioterapia em Ribeirão Preto, evidenciou que os homens apresentaram maior expectativa de que o consumo de álcool promova transformações globais positivas (54,6%) e de que proporcione melhora no desempenho sexual em comparação com o grupo de mulheres (50,9%). A divergência entre os dois estudos pode está apenas refletindo o status social e a cultura dos jovens desta última região, além do que, tratando-se de um grande centro, verifica-se maior empenho da publicidade em propagandas que incentivam o consumo de álcool (Rocha et al, 2009).

    No que diz respeito à satisfação dos alunos com suas relações sociais (família, amigos, trabalho, etc.), 62,4% relataram estar satisfeitos na maior parte do tempo com suas relações sócias o que corresponde ao Médio Suporte Social de acordo com o instrumento utilizado (ESS), já 37,6 dos acadêmicos estão totalmente satisfeitos, o que se enquadra em Alto Suporte Social.

    Estes resultados são satisfatórios se levarmos em consideração o fato de que o cotidiano acadêmico-profissional dos universitários os expõem a situação de maior vulnerabilidade ao sofrimento psíquico, aumentando assim as chances de uso de drogas lícitas e ilícitas. Tal fato nos sugere a importância da satisfação social como forma de fortalecimento psicológico, em especial nessa fase da vida (Soares, Luis & Web-Seter, 2011).

Conclusão

    Os resultados apresentado permitem concluir que a maioria dos respondentes é do sexo feminino e fazem uso de bebidas alcoólicas menos de uma vez por mês. Descobriu-se que, mesmo após a ingestão do álcool, a população estudada não se sente mais vulnerável psicologicamente, conseguindo estabelecer um limite para essa ingestão. De acordo com o estudo não foi encontrada quantidade significativa de alunos que deixam de cumprir algum compromisso programado em decorrência da ingestão de álcool.

    Os resultados relacionados à dependência do álcool também não expressaram grande significado uma vez que, esses acadêmicos não se enquadram no perfil de vulnerabilidades para a substância.

    Ainda assim, é relevante a realização de novas pesquisas nesta área com o objetivo de conscientização dos acadêmicos em relação às consequências do uso exacerbado do álcool, uma vez que, estes são os detentores de maior conhecimento sobre o assunto e responsáveis pela disseminação de práticas para uma vida saudável.

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