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Concepções dos universitários sobre a sexualidade

a partir da diversidade sexual no Século XXI

Concepciones de los estudiantes universitarios sobre la sexualidad a partir de la diversidad sexual en el Siglo XXI

Concepts of university of sexuality from sexual diversity in XXI Century

 

Mestre em Saúde da Família

Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, Piauí

(Brasil)

Denilson Gomes Silva

dgsilva19@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A sexualidade é uma construção cultural e social, que depende de vivências, aprendizagem de regras, roteiros e cenários sexuais para ter um significado e ser exercida. Por isso, concepções sobre a sexualidade não podem ser generalizadas para toda a sociedade e tomadas como verdades imutáveis. A pesquisa teve como objetivo verificar as concepções dos universitários sobre a sexualidade a partir da diversidade sexual no século XXI. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, em que se trabalhou com informações subjetivas, amplas e com maior riqueza de detalhes. Foi desenvolvida em uma instituição de ensino superior da cidade de Teresina-PI, com a participação de 10 universitários do sexo masculino, com idade acima de 18 anos, regularmente matriculados e independente da orientação sexual. Para a coleta de dados, foi realizada uma entrevista semiestruturada para posterior análise de conteúdo. Explanaram-se os resultados, em que se expuseram os recortes das falas dos participantes da entrevista, que foram categorizadas e analisadas através da análise de conteúdo. Podem-se tecer algumas considerações sobre a multidimensionalidade da sexualidade, porém, alguns universitários caracterizam a mesma somente por meio da orientação sexual. Verificou-se que os universitários percebem que os homens ainda vivenciam a sexualidade de forma machista, envolvendo preconceito, repressão e mitos. No entanto, observaram-se conhecimentos acerca da diversidade sexual, repercutindo discussões na mídia e em estudos científicos, mas ainda causando discriminação na sociedade. Com o desenvolvimento dessa pesquisa, pode-se destacar a importância da relação da diversidade sexual com a sexualidade dos indivíduos, proporcionando esclarecimentos e visualizando meios para se vivenciar a sexualidade com mais qualidade.

          Unitermos: Sexualidade. Diversidade sexual. Universitários.

 

Resumen

          La sexualidad es una construcción cultural y social, que depende de las experiencias, aprendizaje de reglas, signos y escenarios para tener un significado sexual y ser ejercida. Por lo tanto, las concepciones de la sexualidad no se pueden generalizar para toda la sociedad y ser tomadas como verdades inmutables. La investigación tuvo como objetivo verificar las opiniones de los estudiantes sobre la sexualidad a partir de la diversidad sexual en el siglo XXI. Se utilizó un enfoque cualitativo, en el que se trabajó con información subjetiva, amplia y detallada. La investigación se desarrolló en una institución de educación superior en la ciudad de Teresina-PI, con la participación de 10 estudiantes universitarios de sexo masculino, de edad superior a 18 años, matriculados y con independencia de la orientación sexual. Para recopilar los datos, se realizó una entrevista semiestructurada para el posterior análisis de contenido. Se presentan los resultados, en los que se exponen los recortes de los discursos de los participantes en las entrevistas que se clasificaron y analizaron mediante análisis de contenido. Se pueden hacer algunas consideraciones acerca de la multidimensionalidad de la sexualidad, sin embargo, algunos estudiantes universitarios caracterizan a la misma únicamente por su orientación sexual. Se encontró que los estudiantes se dan cuenta de que los hombres aún viven la sexualidad de manera machista, que implica el prejuicio, la represión y los mitos. Sin embargo, se observaron conocimiento sobre la diversidad sexual, lo que refleja las discusiones en los medios y en los estudios científicos, pero todavía provoca discriminación en la sociedad. Con el desarrollo de esta investigación, podemos destacar la importancia de la relación de la diversidad sexual con la sexualidad de las personas, proporcionando esclarecimiento y visualizando los medios para experimentar la sexualidad con mayor calidad.

          Palabras clave: Sexualidad. Diversidad sexual. Universidad.

 

Abstract

          Sexuality is a cultural and social construction that depends on experiences, learning rules, scripts and scenarios to have a sexual meaning and be exercised. Therefore, conceptions of sexuality can not be generalized to the whole society and taken as immutable truths. To investigate the conceptions of students about sexuality from sexual diversity in the XXI century. That research used a qualitative approach, in which we worked with subjective, broad and with greater detail information. Was developed in an institution of higher learning in the city of Teresina-PI, with the participation of 10 male college students, aged above 18 years, enrolled and regardless of sexual orientation. To collect data, a semi-structured interview later content analysis was performed. Expounded the results, in which it outlined the clippings of speeches of the interview participants who were categorized and analyzed using content analysis. You can make some observations about the multidimensionality of sexuality, however, some college characterize it only by sexual orientation. It was found that the students realize that men still experience macho sexuality, involving prejudice, repression and myths. However, there was knowledge about sexual diversity, reflecting discussions in the media and in scientific studies, but still causing discrimination in the society. With the development of this research, we can highlight the importance of the relationship of sexual diversity with the sexuality of individuals, providing clarifications and viewing means to experience sexuality with more quality.

          Keywords: Sexuality. Sexual Diversity. University.

 

Recepção: 18/02/2016 - Aceitação: 12/04/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 216 - Mayo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Considerações iniciais

    Nos últimos anos, as pesquisas vêm tentando entender a diversidade em todas as esferas sociais, e principalmente no âmbito da sexualidade. O controle sobre a liberdade sexual, ainda ocorre, e as possibilidades humanas de expressão sexual se chocam constantemente contra os limites colocados pelas concepções, visões e ideologias da sociedade.

    A sexualidade assume novas formas a cada passo do ciclo da vida ao transcorrer por todos os aspectos da existência humana. É vivenciada e expressada em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. Embora a sexualidade possa incluir todas essas dimensões, nem todas elas são sempre vivenciadas ou expressadas. É influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais (Wild, 2008).

    Vianna e Lacerda (2004) consideram a sexualidade como um aspecto central do ser humano durante sua vida e compreende o sexo, identidades e papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é vivenciada e expressada em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. Embora a sexualidade possa incluir todas essas dimensões, nem todas elas são sempre vivenciadas ou expressadas. É influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais.

    Ao enfocar a construção da sexualidade, Villela e Arilha (2003) fazem uma relação com as representações de gênero e afirmam que enquanto seres sexuados, percebemo-nos e situamo-nos no mundo como mulheres ou como homens. Tal percepção, embora tome como base a anatomia corporal visível, é mais prescritiva do que descritiva, pois o que é captado da corporeidade é o devo ser, sentir e me comportar deste ou daquele modo.

    Ao abordar esse tema, que de alguma forma escapa dos conceitos da chamada “normalidade”, do que se entende como “certo” e “errado” na sociedade, o cuidado com as palavras, com a linguagem utilizada e o respeito, devem estar sempre presentes. Trata-se de um assunto que envolve comportamentos, sentimentos, o jeito de ser, de viver e de amar de cada um, e tudo isso é “carregado” de uma história de vida, ocorrida dentro de um determinado contexto social, com laços familiares e afetivos específicos, recheada de crenças e valores peculiares.

    Para desenvolver este estudo, destacou-se como objetivo geral: verificar as concepções dos universitários sobre a sexualidade a partir da diversidade sexual no século XXI. E como objetivos específicos: descrever como os universitários caracterizam a sexualidade e identificar as concepções que estão relacionadas com a diversidade sexual no século XXI.

    Com base nesta proposição, a pesquisa apresentou um referencial teórico baseado nos seguintes capítulos: Sexualidade: conceitos e aspectos básicos; Constituição da Identidade Sexual e Diversidade Sexual.

    Para efetivação deste estudo, utilizou-se como procedimento investigativo a pesquisa de campo realizada em uma instituição de ensino superior da cidade de Teresina-PI e como instrumento de coleta de dados, uma entrevista semi-estruturada desenvolvida com os universitários. As informações colhidas foram examinadas numa abordagem qualitativa, tendo como base a análise de conteúdo.

    Dando continuidade, explanou-se os resultados, acrescentando os recortes das falas dos participantes da entrevista e discutindo de acordo com as categorias desenvolvidas por meio da análise de conteúdo.

    Encerrou-se, tecendo algumas considerações sobre a relação da sexualidade com a diversidade sexual dos indivíduos, adotando uma perspectiva holística que resulta em perceber a sexualidade como um dos elementos que compõem a identidade pessoal.

Metodologia

    Nesta pesquisa, utilizou-se a abordagem qualitativa, compreendendo o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (Minayo, 1994).

    A referida pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino superior da cidade de Teresina-PI. A escolha desta instituição justifica-se pelo fato de apresentar uma diversidade de alunos, estando acessível e estimulando a pesquisa de campo.

    Por conseguinte, a pesquisa utilizou a participação de 10 universitários, seguindo como critérios de inclusão: universitários do sexo masculino, com idade acima de 18 anos, regularmente matriculados e independente da orientação sexual. E como critérios de exclusão: professores, coordenadores, gestores e demais profissionais; universitários com idade abaixo de 18 anos e com pendências na matrícula.

    Para coleta dos dados, foi construída uma entrevista semi-estruturada. De acordo com Marconi e Lakatos (2007), esse tipo de entrevista permite o entrevistado ter liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considera adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal.

    Os participantes foram abordados no intervalo das aulas e antes da realização da entrevista semiestruturada, foram informados sobre a pesquisa, em que tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Brasil, 2012).

    A entrevista semiestruturada foi gravada para posterior análise. Os dados coletados foram investigados através da técnica de análise de conteúdo. A proposta que acompanha a análise de conteúdo se refere a uma decomposição do discurso e identificação de unidades de análise ou grupos de representações para uma categorização dos fenômenos, a partir da qual se torna possível uma reconstrução de significados que apresentem uma compreensão mais aprofundada da interpretação de realidade do grupo estudado (Laville; Dionne, 1999).

Resultados e discussão

    Os relatos foram obtidos dos 10 participantes, entre 19 e 41 anos, dos cursos de medicina, fisioterapia, psicologia, enfermagem e direito. Segue-se, então, de acordo com a tabela.

Tabela 1. Relatos obtidos dos 10 participantes

Fonte: Pesquisa direta, 2014

    Para efeito de estudo e análise, a pesquisa foi dividida em 04 categorias, as quais se encontram em seguida com suas respectivas discussões.

    De acordo com a categoria: Conceito de Sexualidade, 06 participantes afirmaram que a sexualidade é o modo como os homens e mulheres expressam seus pensamentos, sentimentos, desejos e práticas sexuais. Por conseguinte, a sexualidade é construída socialmente no contexto cultural em que está inscrita. No entanto, 04 participantes afirmaram que a sexualidade se caracteriza somente pelo sexo de cada indivíduo.

    Tendo em vista essas afirmações, na visão de Louro (2004), a sexualidade é vivenciada a partir dos desejos e escolhas afetivas, psicossociais e históricas. Assim, torna-se imprescindível reconhecê-la, pois como uma “força social” que no processo de socialização em que normas e regras são internalizadas.

    Sobre isso, Costa (1996) esclarece que a sexualidade humana contém a intencionalidade, no sentido da consciência e da experiência de sentido. É, portanto, dimensão existencial, original e criativa em sua expressão e vivência. E essa dimensão é dinâmica, dialética processual.

    Em outras palavras, a sexualidade transcende à consideração meramente biológica instintiva. Portanto, ele carrega a intencionalidade e a escolha, que a tornam uma dimensão humana, dialógica, cultural e está presente desde o surgimento ou organização da cultura humana, esta condição é intrínseca à sexualidade. Esta que será entendida como uma das dimensões do ser humano, considerando os seus diversos níveis e aspectos.

    Nesse sentido, pode-se compreender que as possibilidades, impossibilidades, os modos e alternativas da identidade humana decorrem de todos os aspectos do contexto histórico e social em que o homem está inserido. Assim sendo, a realização plena para a sexualidade humana requer uma relação recíproca entre o individual e o cultural, que não se limita apenas a um conjunto de atos e reflexos herdados ou adquiridos na convivência sexual, mas também inclui crenças, valores e emoções.

    Em relação à categoria: Vivência da Sexualidade, todos os participantes enfatizaram a manutenção do poder do homem machista nas relações entre os gêneros, utilizando padrões tradicionais de iniciativa, desempenho e sexualidade incontrolada para construir a sua identidade sexual.

    No entendimento de Giddens (2002), na instância ideológica do machismo, o homem é considerado possuidor de qualidades como coragem, audácia e retidão, próprias de seu sexo: “Repita, se é homem!”, “Palavra de homem não volta atrás”. Ser viril, ser macho, ser forte, vigoroso, não hesitante.

    Quando o poder se baseia na legitimidade, na noção de que o indivíduo tem o “direito” de impor seu desejo, a partir de uma hierarquização, ele é considerado como autoridade. Para Foucault (1985), o poder como objeto natural não existe. Há, sim, relações de poder como práticas sociais constituídas historicamente. Ele define, ainda, relações de poder como ações que não agem diretamente sobre as pessoas, mas sim sobre as ações, já existentes ou por existir, destas pessoas. Apesar destas relações de poder estarem por vezes ligadas a um consentimento social prévio, elas não são, por natureza, a manipulação de um consenso.

    Por essa posição, as sociedades têm dispositivos de poder informais, independentes da posição que ocupa uma pessoa. Isso faz com que um grupo ou um indivíduo possa, mesmo sem autoridade legitimada, ganhar o consentimento dos que a possuem ou tomar decisões.

    Na categoria: Percepção da Diversidade Sexual, todos os participantes relataram que a diversidade sexual engloba as diferentes expressões sexuais que o indivíduo pode vivenciar em suas relações. É um padrão peculiarmente humano, que é caracterizado pelo comportamento sexual e os aspectos cognitivos referentes à atração, fantasias e desejos sexuais.

    Não é possível definir a sexualidade humana sem deixar escapar algumas possibilidades de construções identitárias plurais e densas – afinal, definir é limitar. Há uma ampla variedade de práticas, condutas e procedimentos, tão vasta quanto às pulsões humanas. A vivência da diversidade sexual se inicia na mente, exterioriza-se no corpo, expressando desejos, condicionando comportamentos e relações sociais (Benedetti, 2005).

    Não se pode estabelecer uma relação de causa e efeito na sexualidade e/ou na orientação sexual. A identidade sexual dá as pistas do erotismo, que nem sempre se encaminha na direção do gênero ou do sexo biológico – as pessoas podem ser bi, hetero ou homorientadas, sejam em suas práticas, negociações ou trocas afetivas, independentemente de como se afirmem socialmente.

    Concernente à categoria: Sexualidade e Diversidade Sexual, todos os participantes revelaram que a sexualidade está relacionada com a diversidade sexual, pois possibilita o indivíduo conhecer outras expressões sexuais e, assim, vivenciar com mais qualidade a sua sexualidade. Através dos esclarecimentos e informações sobre a diversidade sexual, os universitários disseram que facilita e proporciona o homem exercer as representações da sexualidade de diferentes formas.

    A partir das informações supracitadas, vale enfatizar que Foucault (1985) visa uma superação do dispositivo da sexualidade na direção de uma multiplicidade e fluidez das identidades sexuais e de gênero, para evitar as armadilhas de novas normas identitárias que apenas ampliam os limites da tolerância. Assim, propõe a invenção de novos modos de vida que possam abrir para virtualidades relacionais e afetivas.

    Nesse sentido, é provável que o homem seja confrontado com a própria sexualidade. Assim, parece que a dificuldade em tematizar a diversidade sexual também possa ser uma dificuldade em lidar com a sua própria sexualidade e com as múltiplas possibilidades de obter prazer.

    Segundo Louro (2004), é comum os homens tratarem gênero e sexualidade como sendo sinônimos, padronizando um modo único e adequado do que é o masculino e o feminino e possibilitando, de uma única maneira apenas, a forma de viver a sexualidade. Tece-se uma complexa trama normativa que estabelece uma linha de continuidade entre o sexo (macho e fêmea), o gênero (masculino e feminino) e a orientação sexual que se direciona “naturalmente” para o sexo oposto.

    É nesse ponto que a diversidade sexual traz sua grande contribuição, pois o debate não está na oposição simples de categorias como homem-mulher, masculino-feminino, heterossexual-homossexual, mas na fábrica de identidades sexuais exercidas pelos indivíduos.

Considerações finais

    A presente pesquisa evidenciou concepções dos universitários sobre a sexualidade e a relação com a diversidade sexual, bem como ampliou olhares para distinguir que sexo é uma categoria que ilustra a diferença biológica entre homens e mulheres; que gênero é um conceito que remete à construção cultural coletiva dos atributos de masculinidade e feminilidade; que identidade de gênero é uma categoria pertinente para pensar o lugar do indivíduo no interior de uma cultura determinada e que sexualidade é um conceito contemporâneo para se referir ao campo das práticas e sentimentos ligados à atividade sexual dos indivíduos.

    É possível considerar a questão da diversidade sexual como um convite para que o homem possa olhar para sua própria sexualidade e pensar a construção histórico-cultural de conceitos como heterossexualidade, homossexualidade e homofobia.

    Cabe salientar, que este estudo não esgota o tema escolhido, pelo contrário, recomenda-se novas discussões com a finalidade de situar o escopo da sexualidade na sua multidimensionalidade biológica, social, política e, associá-la à vida, à saúde, ao bem-estar e ao prazer.

Bibliografia

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