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O leg press 45 graus

El leg press 45 grados

The leg press 45 degrees

 

*Bacharelanda em Educação Física

pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais

Licenciada em Artes e Mestre em Educação

**Profissional de Educação Física, pesquisador e membro do PROASE – USP

Profa. Ms. Paula Figueiredo Pereira*

Prof. Dr. José Eduardo Costa de Oliveira**

prof.zedu@usp.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo intenciona realizar uma breve análise, envolvendo alguns parâmetros anatômicos, biomecânicos e cinesiológicos do movimento de musculação conhecido como “Leg Press”, que se configura como um dos mais relevantes e diferenciados, quando se objetiva o trabalho dos quadríceps, que são músculos da região anterior da coxa. Em termos cinesiológicos, tem-se um movimento do tipo biarticular, de joelhos e quadris que estendem/flexionam-se no plano e eixo sagital de movimento, onde o quadríceps é o músculo motor primário, auxiliado secundariamente pelo glúteo máximo. Em termos anatômicos, considera-se a origem do reto femoral na espinha ilíaca ântero-inferior e no contorno posterossuperior do acetábulo; o vasto medial na linha intertrocantéria e no lábio medial da linha áspera; o vasto lateral na face anterior do trocanter maior e no lábio lateral da linha áspera; o vasto intermédio na linha anterior e lateral do corpo do fêmur, e, a inserção de todas essas quatro origens na patela, e esta na tuberosidade da tíbia, via tendão patelar. Em termos biomecânicos, o sistema de alavancas envolvido é o de terceira classe ou a interpotente, e a cadeia cinética de movimento a do tipo fechada, Por fim, adenda-se que, apesar de a musculação apresentar algumas “leis” que devem ser respeitadas, entre elas a da - amplitude de movimento - no caso do Leg Press, deve-se interromper a extensão dos joelhos alguns graus antes do “completo bloqueio” (extensão de joelhos) na fase final do movimento, evitando-se que a sobrecarga recaia em demasia sobre a articulação dos joelhos, mantendo-se o quadríceps contraído, bem como, também, deve-se evitar a completa flexão dos joelhos, para que os quadris também não flexionem-se em excesso, o que levaria à supracitada retroversão pélvica, e a conseqüente alteração das curvas anatômicas da coluna vertebral e a possibilidade de lesões.

          Unitermos: Leg press. Cinesiologia. Biomecânica. Anatomia.

 

Resumen

          Este artículo intenta hacer un breve análisis de la participación de algunos parámetros anatómicos, biomecánicos y kinesiológicos del movimiento físico conocido como "Leg Press", que se constituye como uno de los más relevantes y diferenciados de los cuádriceps, que son los músculos la cara anterior del muslo. En términos de kinesiología, es un movimiento de tipo biarticular, las rodillas y las caderas que se extienden/flexionan en el plano y el movimiento del eje sagital donde el músculo cuádriceps es el motor primario, ayudado por glúteo mayor secundaria. En términos anatómicos, se considera el origen del recto femoral en la espina ilíaca inferior y posterior-contorno del acetábulo; el vasto acorde intertrocantérica y el labio medial de la línea áspera; el vasto lateral en la cara anterior del trocánter mayor y el labio lateral de la línea áspera; el vasto intermedio en la línea anterior y el cuerpo femoral lateral, y la inclusión de todas estas cuatro fuentes en la rótula, y está en la tuberosidad tibial a través del tendón rotuliano. En términos biomecánicos del sistema de palancas involucrado es de tercera clase o interpotente y el movimiento de la cadena cinética de tipo cerrado. Finalmente, se agrega que, si bien la musculación presenta algunas "leyes" que deben ser respetadas -entre ellas la amplitud de movimientos- en el caso del Leg Press, hay que detener la extensión de las rodillas unos grados antes del "bloqueo completo" (extensión de la rodilla) en la fase final del movimiento, evitando la sobrecarga caiga demasiado en la articulación de las rodillas, manteniendo los cuádriceps contraídos, y también se debe evitar la flexión completa de las rodillas a las caderas, para no se flexione en exceso, lo que conduce a la inclinación de la pelvis antes mencionada y la resultante el cambio de las curvas anatómicas de la columna vertebral y la posibilidad de lesiones.

          Palabras clave: Leg press. Kinesiología. Biomecánica. Anatomía.

 

Abstract

          This article intends to make a brief analysis involving some anatomical parameters, biomechanics and kinesiology of the fitness movement known as "Leg Press," which constitutes one of the most relevant and differentiated when objective work of the quadriceps, which are muscles the anterior thigh. In kinesiology terms, there is a movement of biarticular type, knees and hips that extend/flex in the plane and sagittal axis motion where the quadriceps muscle is the prime mover, aided by secondary gluteus maximus. In anatomical terms, it is considered the origin of the rectus femoris in the anterior inferior iliac spine and posterior-contour of the acetabulum; the vastus in intertrocanter line and the medial lip of the rough line; the vastus lateralis on the anterior aspect of the greater trochanter and the lateral lip of the rough line; the vast intermediate in the previous line and lateral femoral body, and the inclusion of all these four sources in the patella, and is in the tibial tuberosity via the patellar tendon. In biomechanical terms the involved lever system is the third class or interpotente and motion kinetic chain of closed type. Finally, addendum that, although the weight present some "laws" that must be respected, between them the range of motion in the case of the leg press, one must stop the extension of the knees few degrees before the "complete blockage" (knee extension) in the final phase of the movement, avoiding the overhead falls too heavily on the articulation of the knees, keeping the contracted quadriceps, and also must prevent complete flexion of the knees to the hips does not flex in excess, which leads to the aforementioned pelvic tilt and the resultant changing the anatomical curves of the spine and the possibility of injury.

          Keywords: Leg press. Kinesiology. Biomechanics. Anatomy.

 

Recepção: 10/10/2015 - Aceitação: 19/02/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O presente artigo intenciona realizar uma breve análise, envolvendo alguns parâmetros anatômicos, biomecânicos e cinesiológicos do movimento de musculação conhecido como “Leg Press”, que se configura como um dos mais relevantes e diferenciados, quando se objetiva o trabalho dos quadríceps, que são músculos da região anterior da coxa; e que como produto final, que o mesmo sirva enquanto material de apoio, consulta e orientação a profissionais de Educação Física, atuantes no mercado de academias de ginástica na área de musculação e demais extensões afins.

O Leg Press 45°

    O nome - Leg Press - traduzido do inglês ao pé da letra significa “pressão nas pernas”, mas, seu sobrenome - quarenta e cinco graus (45°) - está ligado ao fato do ângulo formado entre a linha do solo e o eixo da resultante do deslocamento do peso no aparelho formar uma angulação exata de quarenta e cinco graus (45°) de inclinação (vide setas brancas nas Figuras 1 e 2).

    O exercício também perfaz um dos mais populares para a musculatura do quadríceps, pelo fato de ser o responsável em propiciar a possibilidade do maior uso quantitativo de cargas, quando comparado a outros equipamentos para o mesmo músculo alvo; apresentando algumas dissidências, tais como as variações proporcionadas por diferentes tipos de aparelhos, a exemplo dos Leg Press Lineares e dos Leg Press Angulares.

    Dentro da categoria – linear – encontram-se o Leg Press Horizontal, o Leg Press 90° (vertical) e o Leg Press 45° (que aqui será objeto de análise).

    Assim, os chamados de lineares, assim são pelo fato do torque de força de descarga do peso não sofrer qualquer alteração angular durante o curso de movimento, o que faz como que as articulações dos joelhos e quadris sejam compelidas a trabalharem em um padrão classificado como 1/1, ou seja: para cada um grau (1°) de flexão/extensão dos joelhos, equivaler-se-á a outro um grau (1°) de flexão/extensão dos quadris (quando se usa a posição neutra dos pés na plataforma de apoio).

    De tal modo, a partir da posição inicial (Figura 1), verifica-se um ângulo de flexão de quadril de aproximadamente noventa graus (90°), o que leva a musculatura dos ísquios-tibiais e dos glúteos a um grau exponencial de estiramento, forçando-os a trabalharem com maior intensidade, o que não seria problema, se a maioria dos executantes (clientes comerciais de academias) não possuíssem níveis consideráveis de encurtamento dessa musculatura, impondo-lhes uma conseqüente retroversão pélvica exacerbada e um aumento na pressão de carga na região lombar, comprometendo a integridade dos discos intervertebrais dessa região da coluna vertebral.

    Portanto, deve-se preferir equipamentos que propiciem a regulagem dos encostos, o que não é possível nas variações do Leg Press vertical e horizontal, pois, ao se reclinar o encosto, reduz-se a tensão sobre os ísquios-tibiais e evita-se seu conseqüente encurtamento em demasia (Da Silva et al., 2008).

    Já no que tange a categoria – angular – encontram-se o Leg Press 45° de plataforma móvel e o Leg Press 45° de “carrinho móvel”, que viabilizam um maior envolvimento da musculatura posterior de coxa e dos glúteos, mas, reduzindo-se a pressão sobre os joelhos, por aviltar sua utilização durante a execução do movimento, pois nessa variação de equipamento a plataforma de apoio dos pés descreve um arco de movimento na direção do quadril (não linear), bem como o plano inclinado do “carrinho” faz com que o trabalho do arco de movimento resulte em um padrão de solicitação articular que outrora era de 1/1 (no caso dos lineares), para uma relação de 1/1,5 ou até mesmo de 1/2, ou seja: a cada um grau (1°) de flexão/extensão dos joelhos, tem-se cerca de um grau e meio (1,5°) a dois graus (2°) de flexão/extensão dos quadris (Signoreli et al., 1994).

As Análises 

    Em termos cinesiológicos, tem-se um movimento do tipo biarticular, de joelhos e quadris que estendem/flexionam-se no plano e eixo sagital de movimento, onde o quadríceps é o músculo motor primário, auxiliado secundariamente pelo glúteo máximo. O músculo antagônico são os ísquios-tibiais (Enoka, 2001).

    O exercício tem como posição inicial quando joelhos e quadris estão fletidos, vide figura 1, e como posição final quando os joelhos e quadris estão estendidos, vide figura 2 (Hall, 2000).

    Em termos anatômicos, considera-se a origem do reto femoral na espinha ilíaca ântero-inferior e no contorno posterossuperior do acetábulo; o vasto medial na linha intertrocantéria e no lábio medial da linha áspera; o vasto lateral na face anterior do trocanter maior e no lábio lateral da linha áspera; o vasto intermédio na linha anterior e lateral do corpo do fêmur, e, a inserção de todas essas quatro origens na patela, e esta na tuberosidade da tíbia, via tendão patelar.

    O quadríceps ainda é vascularizado pela artéria femoral e também inervado pelo nervo femoral (Rasche e Burke, 1987).

    Em termos biomecânicos, o sistema de alavancas envolvido é o de terceira classe ou a interpotente (Eixo - Braço de Força - Braço de Resistência), e a cadeia cinética de movimento a do tipo fechada (Amadio e Duarte, 1996).

Considerações finais

    Por fim, adenda-se que, apesar de a musculação apresentar algumas “leis” que devem ser respeitadas, entre elas a da - amplitude de movimento - no caso do Leg Press quarenta e cinco graus (45o), deve-se interromper a extensão dos joelhos alguns graus antes do “completo bloqueio” (extensão de joelhos) na fase final do movimento, evitando-se que a sobrecarga recaia, em demasia, sobre esta articulação, mantendo-se o quadríceps contraído, bem como também, deve-se evitar a completa flexão dos joelhos, para que os quadris também não flexionem-se em excesso, o que levaria à supracitada retroversão pélvica e a conseqüente alteração das curvas anatômicas da coluna vertebral e a possibilidade de lesões.

    Não obstante, a alteração da posição dos pés na plataforma de apoio, apesar de comprovadamente recrutar músculos auxiliares no movimento, a exemplo: 1) da colocação dos pés muito acima, vide figura A, exigindo-se maior ação dos glúteos, por haver uma maior angulação na articulação dos quadris, mas, concomitantemente provocando a retroversão pélvica e os riscos de herniamento discal da coluna vertebral, já supradiscutidos; 2) ou a colocação dos pés nas laterais, vide figura C, com rotação externa de quadris, recrutando-se os adutores de quadril, mas, sobrecarregando, através do deslocamento do vetor de força, o ligamento colateral fibular; 3) alocando-se os pés muito ao centro, tal como na figura D, sobrecarregando-se o colateral tibial e o tendão patelar, em razão do deslocamento do vetor de força para o centro; 4) a colocação dos pés muito abaixo na plataforma, a exemplo da figura B, enfatizando-se o quadríceps, mas, também sobrecarregando o menisco, fazendo com que a força incida sobre o tendão patelar, o que pode provocar uma tendinite infra ou supra-patelar, ou até mesmo lesões meniscais.

Imagem extraída e adaptada de Peporine, 2015

    Ademais, adverte-se que uma rotação interna dos quadris exagerada, colocará o tornozelo em pronação durante a execução, produzindo uma força de rotação interna da tíbia, impondo grande carga de estresse sobre o ligamento colateral medial, o menisco medial e a pata de ganso. No caso de uma rotação insuficiente, a tíbia tenderá a manter-se em rotação externa, gerando-se grande estresse sobre o ligamento colateral-lateral, o menisco lateral e também gerará forte tração lateral sobre a patela, por ação do trato ílio-tibial.

    Ressalta-se, ainda, que esses procedimentos contrariam uma “segunda lei” importante da musculação, que é a de - isolamento - do músculo alvo, ou seja, quanto menos ajuda for solicitada durante um determinado movimento, maior será a ativação, e, portanto, o grau de exigência do músculo motor primário.

    Portanto, caso se deseje o trabalho de grupos musculares auxiliares, deve-se procurar por movimentos e equipamentos que os isolem, mantendo-se assim, a colocação dos pés na plataforma de apoio em um afastamento aproximado da largura dos ombros do executante, com apenas cinco graus (5o) de rotação da ponta dos pés para fora, em relação ao ponto de apoio dos calcanhares, resultando em uma melhor acomodação do vetor de força, bem como se observando que o curso do movimento propicie que a linha dos joelhos acompanhe o alinhamento da ponta dos pés e/ou que a linha mecânica perfaça o alinhamento das coxas sobre as tíbias e estas sobre os pés, tanto na fase concêntrica como na excêntrica do movimento.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 215 | Buenos Aires, Abril de 2016
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