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Uso da abordagem psicomotricista e a 

indisciplina dos alunos. Relato de experiência

El uso del enfoque psicomotor y la falta de disciplina de los estudiantes. Relato de experiencia

Use of psychomotor approach and indiscipline of students. Experience report

 

Acadêmico/a do 6º período do curso de Licenciatura em Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira - Campus Goiânia/GO

(Brasil)

Bruno Paulino Soares

Thaynah Paulino da Silva

Alexandre de Araujo Freitas

thaynahsilva@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo verificar se o uso das abordagens teóricas da educação física; teríamos resultados positivos dentro da participação, interação social e comportamento dentro das aulas de educação física escolar, especificamente a abordagem psicomotricista. São alunos de uma escola estadual do estado de Goiás, com idade entre 8 e 9 anos, variando a quantidade de alunos devido às faltas dos mesmo na rotina escolar e interferência de outros professores. As crianças se mostraram indispostas principalmente as tarefas de grupo, e também as atividades que eles não conheciam; já as atividades competitivas e as que eles dominavam, havia participação, mas ainda sim apresentavam indisciplina. Havia nos alunos e na escola um pensamento equivocado da disciplina de educação física, comparando e citando por vezes a terminologia: recreação. O estudo nos mostrou que não foi possível atingir nossos objetivos, precisávamos da integração de todos que estão inseridos nas rotinas dessas crianças, uma mudança de todo o cenário e opiniões a cerca do assunto.

          Unitermos: Escolar. Abordagens pedagógicas. Psicomotricidade.

 

Resume

          This study aimed to verify whether the use of theoretical approaches to physical education would have positive results in participation, social interaction and behavior within school physical education classes, specifically psicomotricista approach. Are students of a public school in the state of Goiás, aged 8 and 9 years old, varying the number of students due to the faults of the same school routine and interference from other teachers. The children were unwilling primarily the task group, and also the activities that they did not know; already competitive activities and they dominated, there was participation, but still had discipline. Had on students and school a misguided thought of physical education discipline, comparing and quoting sometimes the terminology: recreation. The study shows that it was not possible to achieve our goals, we needed the integration of all who are included in the routines of these children, a change of the whole scenario and opinions about the subject.

          Keywords: School. Pedagogical approaches. Psychomotor.

 

Recepção: 16/11/2015 - Aceitação: 26/02/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A educação física escolar exerce uma crescente responsabilidade, autores como Kishimoto apontam a realidade sedentária que a maioria das crianças está vivendo. O déficit motor das nossas crianças pode ser justificado também pela ausência dos objetivos das aulas de educação física, a criança expressa através do corpo o seu domínio da situação, os alunos da escola estudada, apresentam muita dificuldade de comportamento principalmente nas relações sociais. As abordagens da educação física são ferramentas valiosas para nos direcionar a objetivos; especificamente a psicomotricidade foi utilizada devido à construção de repertório motor, e assim promovendo o conhecimento do próprio corpo, despertando nos alunos a vontade de apreender, cooperar e participar das aulas como sujeitos.

Objetivo geral

  • Realizar intervenções dentro da abordagem da psicomotricidade, proporcionando melhor desempenho nas atividades cotidianas.

Objetivos específicos

  • Proporcionar aos alunos entendimento da importância da vivência da educação física escolar, para que haja valorização da aula.

  • Transformar a concepção de recreação, acrescentando conhecimento motor através de atividades lúdicas.

  • As atividades irão contribuir para relacionamento com o próximo e a interação entre professor / aluno, aluno / aluno e aluno / comunidade.

    A psicomotricidade abrange elementos básicos sendo estes pré-requisitos do processo de ensino aprendizagem, divididos em três estruturas:

Esquema Corporal: “É a consciência do próprio corpo e seus movimentos naturais voluntários e involuntários”. (Le Boulch, 1986)

Dominância Lateral: “É ao redor dos 04 anos que a preferência lateral da criança se afirma. Alguns têm, já nesta idade, a predominância do lado esquerdo, que se reforça progressivamente, outras a tem do lado direito, que também vai se reforçando.” (Le Boulch, 1986)

Orientação Espaço-Temporal: Orientar-se temporalmente é avaliar o movimento no tempo. Há integração da duração, da ordem e da sucessão; sendo que esta integração é necessária para estruturação temporal do individuo, sendo esta a capacidade de compreender o processo de inicio e fim.

Justificativa

    A educação física escolar hoje é um poderoso instrumento no auxilio do desenvolvimento motor na educação infantil, de acordo com Le Boulch (1987), o desenvolvimento de uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais.

    Kishimoto apresenta uma problemática para jogos populares, hoje devido a pouca vivencia da criança na rua, violência urbana, aumento do número de brinquedos industrializados e de baixo custo, apelos de consumo pela mídia, presença marcante do jogo eletrônico na vida da criança; mas isso reflete na cultura e logo na construção do desenvolvimento motor, segundo Gallahue o comportamento motor em sua alteração constante ao longo da vida promovido, através das tarefas propostas, da biologia do individuo e as condições do ambiente promovem o desenvolvimento motor. Logo as atividades propostas através da educação física escolar irão contribuir para a construção do desenvolvimento motor, sendo trabalhadas dentro da abordagem psicomotricista.

    A Psicomotricidade é colocada pelo autor Defontaine em 1979, como um caminho: é o desejo de fazer, de querer fazer, o saber fazer e o poder fazer. Sendo assim uma ordem crescente de fatos que irão construir nos alunos a necessidade de contribuir no processo de aprendizado participando ativamente das aulas, se tornando raros os momentos de indisciplina.

    São os alunos, crianças do 3° ano e 2° ano da primeira fase escolar, logo com 8 e 9 anos de idade, tem a disposição um espaço e material muito restritos, são agitados e não se concentram em orientações longas, preferem atividade competitivas e apresentam dificuldades em cooperar com o próximo, alguns afirmam não ter calçado apropriado para as aulas (tênis), presente a rixa entre torcida organizada dos times locais.

    Diante deste cenário, nos colocamos a seguir as orientações de Darido (2003), onde coloca que o professor de Educação Física deve sentir-se um professor com responsabilidades pedagógicas e escolares, desatrelando de sua atuação técnico isolada, ou seja se preocupando com o processo de aprendizagem.

Metodologia

    Foram feitas intervenções duas vezes por semana. Por vezes a professora realizava atividades sem objetivos, e a partir da co-regência interferimos na intenção de dar sentido ao que era realizado, principalmente nos momentos de exposição oral, para que todos participassem, mas ainda sim havia muita indisciplina.

    Tratando-se do comportamento dos alunos, durante as observações pensávamos que era pela ausência de objetivos e entendimentos dos alunos, pois para Le Bouch apud Darido (2003), o professor de Educação Física deveria se atentar as funções psicomotoras, ela verificou que o trabalho corporal e fatores de execução dependem do sistema muscular que por sua vez depende do sistema nervoso central. Assim, fizemos as intervenções a fim de haver compreendimento dos alunos.

    Mas durante o processo revemos as nossas atividades, pois não havia obtido progressos significativos com o grupo, alguns alunos alcançaram os objetivos. Percebemos que precisávamos da mobilização da escola e da família, a indisciplina deles era reflexo da mente, do que eles pensavam sobre o mundo, afinal “a mão escreve o que a mente pensa a respeito do mundo com o qual a criança interage” (Freire, 1992, p. 81).

Referencial teórico

    Dentro da abordagem psicomotricista, vemos os resultados positivos obtidos com esta abordagem bem aplicada, principalmente no aspecto social.

    O comportamento dos alunos é justificado através da abordagem psicomotricista, pois o “corpo traduz a disposição ou indisposição nas relações sociais, entende-se que para a criança podemos melhorar a sua vida social e afetiva, tornando precisas suas noções corporais e fazendo com que adquiram gestos precisos e adequados”. (De Meur e Staus, 1991, p.10)

    Atentando-se para a faixa etária dos 4 anos aos 10 anos (variando dependendo do autor); e de acordo com Freire (1992), o movimento corporal deve ser interpretado como um recurso pedagógico valioso no ensino fundamental, especialmente no primeiro segmento do ensino, pois “a mão escreve o que a mente pensa a respeito do mundo com o qual a criança interage” (Freire, 1992, p. 81).

    Sendo assim, é nesta faixa etária que acontecem transformações no desenvolvimento infantil, onde os estímulos devem ser constantes, inseridos no cotidiano da criança para que ela possa aprender a lidar com as situações da vida e superar seus objetivos.

    É na educação física escolar onde são realizadas atividades que possa construir, ou desenvolver as capacidades do corpo (orientação de espaço, conhecimento das partes do corpo, organização espaço temporal, dominância lateral ocular, manual, pedal e auditiva).

    Esta abordagem nos auxilia na construção de ações que, ajudará a melhorar a aprendizagem, o relacionamento e diminuir as dificuldades apresentadas pelos alunos, noções corporais bem desenvolvidas os alunos entenderão o cenário que estão inseridos, levando os a acreditar no processo de aprendizagem.

Resultados e discussão

    A realidade da escola é o cenário dos bastidores da política estadual, desinteressada e omissa. A Eseffego - Universidade Estadual de Goiás, esta situada na mesma quadra que a escola e há um portão que de acesso da escola para universidade; porém ainda sim os alunos tem aula em um espaço aberto de terra vermelha no fundo das salas de aula, onde tanto a escola quanto a universidade pertencem ao estado. Há espaço adequado para realização das aulas de educação física na universidade, porem quando consultada a diretora sobre a possibilidade de utilizar o espaço da universidade ficou evidente seu desinteresse para com a disciplina de Educação Física.

    Para alcançarmos os objetivos deste trabalho era preciso uma mudança no conceito que a escola e os profissionais inseridos nela têm a respeito da educação física. A professora que acompanhamos era técnica em magistério, por muitos anos alfabetizou muitos alunos, com as recentes exigências do MEC, ela se motivou a se formar em educação física com o objetivo de trabalhar menos; o conceito que a mesma havia da disciplina traduz os resultados que a mesma vem obtendo, quase nenhum.

    Nas intervenções realizadas os alunos se mostraram interessados nos assusto que eles dominam como bola e atividades de piques, já nos assuntos que era novidade foi esperado dentro dos momentos de planejamento, que os alunos participassem e melhorasse a questão do comportamento mantendo-se nas atividade, porém não foi o que aconteceu, se mantiveram em oposição e ainda mais dispersos; nos levando a acreditar que usaram do desinteresse para ocultar a dificuldade de compreensão e execução.

    Revemos os nossos objetivos e atividades, tentando descobrir se fomos falhos, daí percebemos que há uma necessidade urgente de mudarmos a situação da nossa profissão, a nossa responsabilidade é muito grande, a nossa atuação com excelência é imprescindível, e temos que mudar a forma de pensar da população, afirmar que estamos aqui para fazer além do que movimentar a bola, estamos aqui para trabalhar a cultura corporal do movimento, adaptar situações, trabalhar individualidades dentro do coletivo e potencializar o grupo.

Considerações finais

    É durante as reproduções das crianças durante as brincadeiras que percebemos o que as elas pensam do mundo, e como elas se vêem inseridas nele futuramente, muitas situações lúdicas são as construções do futuro delas como adultas. Então a comunidade escolar deve traçar objetivos para formação da sociedade futura: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.” (Provérbios 22:6) 

Bibliografia

  • Darido, S. C. (2003). Educação Física na Escola: Questões e Reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan

  • De Meur, A. e Staes, L. (1981). Psicomotricidade: Educação e reeducação – níveis maternal e infantil. São Paulo: Editora Manole.

  • Defontaine, J. (1978). Terapia y reeducación psicomotriz: del desarrollo psicomotor a la relación terapéutica. Barcelona: Edit. Médica y Técnica.

  • Gallahue. D. L. e Ozmun. J. C. (2005). Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ª ed. São Paulo: Phorte Editora.

  • Kishimoto, T. M. (1992). O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira.

  • Le Boulch, J. (1986). O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos a psicomotricidade na idade de educação infantil. 4ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas.

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