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Efeitos de um protocolo hidroterapêutico sobre a capacidade funcional, flexibilidade, qualidade de vida e dor em um indivíduo
com espondilite anquilosante

Efectos de un protocolo de terapia acuática sobre la capacidad funcional,
flexibilidad, calidad de vida y dolor en una persona con espondilitis anquilosante

Effects of a hydro-therapeutic protocol on functional capacity, flexibility,
quality of life and pain in an individual with ankylosing spondylitis

 

*Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Regional

Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Erechim

**Graduada em Fisioterapia pela Universidade Regional

Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim (RS)

***Graduada em Fisioterapia pela Universidade Regional Integrada

do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim (RS)

Mestre em Envelhecimento Humano, Universidade de Passo Fundo

Passo Fundo (RS)

(Brasil)

Tainá Pesente*

tainapsnt@hotmail.com

Aline Tonatto*

aline.tonatto@yahoo.com

Carine Scheuchuk*

carinescheuchuk03@hotmail.com

Marieli Baggio*

marieli.baggio@bol.com.br

Daiane Fátima Biason**

daybiason@hotmail.com

Karine Angélica Malysz***

karimalysz@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica caracterizada por acometimento predominantemente do esqueleto axial. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de um protocolo de fisioterapia aquática sobre a capacidade funcional, flexibilidade, qualidade de vida e dor. A amostra foi composta por um paciente com diagnóstico de espondilite anquilosante com 56 anos. Foram realizadas 12 sessões de fisioterapia aquática, 2 vezes semanais com duração de 50 minutos. Os resultados apresentaram melhora na qualidade de vida, depressão, dor, amplitude de movimento, flexibilidade da cadeia anterior, manutenção dos valores da mobilidade da coluna, atividade da doença e capacidade funcional.

          Unitermos: Espondilite Anquilosante. Fisioterapia. Hidroterapia.

 

Abstract

          Ankylosing spondylitis (AS) is a chronic inflammatory disease characterized by involvement predominantly the axial skeleton. The objective of this study was to determine the effectiveness of an aquatic physical therapy protocol on functional capacity, flexibility, quality of life and pain. The sample consisted of a patient diagnosed with ankylosing spondylitis 56 years. 12 sessions of aquatic physical therapy, 2 times per week lasting 50 minutes were performed. The results showed improvement in quality of life, depression, pain, range of motion, flexibility of the previous chain, maintenance of spine mobility values ​​, disease activity and functional capacity.

          Keywords: Ankylosing Spondylitis. Physiotherapy. Hydrotherapy.

 

Recepção: 30/09/2015 - Aceitação: 19/01/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 214, Marzo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A espondilite anquilosante (EA) é uma doença reumática definida como uma espondiloartropatia, sendo uma patologia inflamatória crônica. Acomete o esqueleto axial com inflamação asséptica do tecido sinovial, ligamentos, discos e facetas articulares. A parte clínica é caracterizada por dor, rigidez lombo-sacra e associada à artrite periférica (Khan, 2002; Sieper et al., 2002).

    Freqüentemente acomete o adulto jovem, preferencialmente do sexo masculino, caucasianos e indivíduos com o gene HLAB27 positivo. O sintoma inicial é lombalgia de caráter inflamatório com rigidez matinal, melhorando com o movimento e não respondendo ao repouso (Calin et al., 1988).

    A evolução da doença é ascendente, acometendo inicialmente a coluna lombar e progredindo para a cervical, desenvolvendo a postura do esquiador, posteriormente envolvendo oligoartrites e entesopatias (Calin et al., 1988).

    O diagnóstico é dado por critérios de Nova York Modificado que consiste em critérios clínicos e radiográficos, sendo necessários ambos critérios para a confirmação da EA (Van der Linden, Valkenburg, Cats, 1984).

    O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, sendo que o medicamentoso consiste na utilização de anti-inflamatórios não esteróides, com boa indicação e eficácia. O tratamento psicológico também deve fazer parte desta equipe, pois se tratando de uma doença crônica o paciente deve aprender a lidar com as dores e limitações, uma vez que o mesmo apresenta grande labilidade emocional. O tratamento fisioterapêutico é de grande valia para o paciente com espondilite anquilosante, pois os benefícios na preservação da limitação funcional e na restauração da mobilidade trazem grandes melhoras na qualidade de vida em todos os estágios da doença (Dagfinrud, Kvien e Hagen, 2005).

    A hidrocinesioterapia é uma modalidade de tratamento fisioterapêutico que conta com princípios físicos da água em seu favor, como o empuxo, a diminuição do peso corporal submerso, a pressão hidrostática entre outros. Os efeitos físicos da água auxiliam na redução da dor, melhora da amplitude de movimento e força muscular, fatores esses que influenciam diretamente na mobilidade do paciente que devido à doença está diminuída (McNeal, 2000).

    Tendo em vista todos os efeitos positivos que a fisioterapia aquática proporciona em pacientes portadores desta patologia, realizou-se o estudo com o objetivo de verificar os efeitos de um protocolo hidroterapêutico sobre a capacidade funcional, flexibilidade, qualidade de vida e dor em um indivíduo com espondilite anquilosante.

Materiais e métodos

    O presente artigo caracteriza-se como um relato de caso, de caráter longitudinal com abordagem quantitativa. A população desta pesquisa foi composta por pacientes com diagnóstico de EA cadastrados na lista de espera de hidrocinesioterapia da clínica escola de Fisioterapia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Campus Erechim. A amostra foi intencional composta por um paciente, sexo masculino, 56 anos, residente da cidade de Erechim-RS.

    Os critérios de inclusão foram: idade acima de 18 anos, paciente com diagnóstico clínico de espondilite anquilosante, que não estivesse realizando tratamento fisioterapêutico, paciente sem alterações dermatológicas, cardíacas e urinárias e aqueles que concordaram em participar e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), Sendo assim, os critérios de exclusão foram: idade abaixo de 18 anos, paciente sem diagnóstico clínico de espondilite anquilosante, que estivesse realizando tratamento fisioterapêutico, paciente com alterações dermatológicas, cardíacas e urinárias e aqueles que não concordaram em participar e assinar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

    O voluntário foi informado sobre os procedimentos da pesquisa, bem como a realização dos testes. Após a concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) iniciou-se a avaliação fisioterapêutica.

    Inicialmente foi realizada a anamnese. Na seqüência foi aplicado o questionário de qualidade de vida Ankylosing Spondylitis Quality of Life Questionnaire (ASQoL), um questionário especifico para EA, sendo que os itens são avaliados e transformados numa escala de 0 a 18, em que zero é considerado o melhor e 18 o pior estado. Para analisar a capacidade funcional foi usado o Índice Funcional para Espondilite Anquilosante (BASFI), a atividade da doença foi mensurada através do Índice de Atividade de Doença Espondilite Anquilosante (BASDAI). Para avaliar o estado de depressão foi utilizado o Inventário de Depressão de Beck (Beck Depression Inventory - BDI), que contem 21 itens, quanto mais alto o valor pior. Para verificar a flexibilidade foi realizado o teste de Finger-floor, com a finalidade de avaliar a flexibilidade da cadeia muscular posterior, para a análise foi considerado o melhor dos resultados em centímetros, também para analisar a flexibilidade foram usados testes específicos para Espondilite Anquilosante como o teste de Distância occipito-parede e Teste de Schober modificado, os quais servem para mensurar a flexibilidade e a mobilidade da coluna, assim como, a evolução da doença.

    Para avaliar a dor, foi utilizada a Escala Visual Analógica (EVA), a avaliação da amplitude de movimento (ADM) foi realizada de forma ativa utilizando um goniômetro (Careci®) com marcações de 0º (zero) a 360°. De membros superiores foi avaliado a articulação do ombro, nos movimentos de flexão, extensão e abdução. De membros inferiores foi avaliada a articulação de quadril nos movimentos de flexão, extensão e abdução, de joelho nos movimentos de flexão e extensão e tornozelo. De coluna lombar foram analisados os movimentos de flexão anterior, inclinação e extensão e de coluna cervical os movimentos de flexão e extensão.

    Após a avaliação inicial, deu-se início ao programa de exercícios hidroterapêuticos que era composto por 4 etapas:

Etapa 1 - Aquecimento (marcha frontal, marcha frontal empurrando flutuador de espuma) realizado por 5 minutos;

Etapa 2 - Alongamentos Ativos (MMSS: Flexores, extensores e abdutores de ombro, flexores e extensores de cotovelo e punho; MMII: flexores, extensores, abdutores de quadril, flexores e extensores de joelho e plantiflexores; Coluna: flexores e extensores de coluna) com manutenção de 30 segundos em cada alongamento totalizando 15 minutos;

Etapa 3 - Fortalecimento (MMSS: Diagonais de Kabatt usando palmar, movimentos associados de abdução e adução horizontal com rotação interna e externa de ombro, flexão e extensão com rotação interna e externa de ombro, flexão e extensão de cotovelo com pronação e supinação de antebraço, circundução de ombro e punho. MMII: Bicicleta contra a resistência da água e bicicleta invertida e Coluna: abdominal com bola e apoio na barra) realizados por 15 minutos;

Etapa 4 - Relaxamento (Massoterapia na região de coluna cervical e lombar e turbilhão) por 10 minutos.

    Os exercícios foram realizados em piscina aquecida a 32º, sendo realizado 2 vezes por semana, com duração de 45 minutos, totalizando 12 sessões. Ao término das 12 sessões foram aplicados novamente os questionários e realizado novamente os testes. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e percentual.

Resultados e discussão

    Os resultados obtidos para a qualidade de vida e estado de depressão antes e após a intervenção estão ilustrados na tabela 1.

Tabela 1. Demonstrando os valores da Qualidade de Vida e Depressão

do participante antes e após o protocolo Hidrocinesioterapêutico

 

Inicial

Final

ASQoL (Ankylosing Spondylitis Quality of Life Questionnaire)

18

15

Inventário de Beck

21

17

Fonte: Dados do autor

    Ao analisarmos o resultado inicial observamos o pior resultado em relação à qualidade de vida pelo questionário ASQoL. Já pelo inventário de Beck observamos uma depressão moderada, indicando uma diminuição na qualidade de vida e grau importante de depressão antes do início da pratica de exercícios aquáticos. Em um estudo realizado por Souza et al. (2008) que avaliou a qualidade de vida de 30 indivíduos portadores da EA através do questionário SF-36 e comparou com um grupo controle onde os indivíduos não tinham diagnóstico de EA, observaram que os pacientes com EA tinham pior qualidade de vida e sentiam mais dores que indivíduos saudáveis. Assim como Costa e Monteagudo (2008) examinaram a relação da qualidade de vida e da pratica de exercícios físicos em 19 pacientes com EA, e constataram que indivíduos que praticavam atividade física tiveram maiores pontuações em 5 quesitos do questionário SF-36, indicando uma melhor qualidade de vida em relação aos que não praticam exercícios físicos, corroborando com os achados deste estudo.

    Nossos resultados finais mostraram melhora da qualidade de vida e dos níveis de depressão, onde os ASQoL melhorou cerca de 3 pontos e a depressão diminuiu para 17, passando a ser classificada segundo a interpretação do questionário de Beck como depressão de leve a moderada.

    Um estudo realizado por Pinheiro, Ide e Farias (2010) analisaram a Qualidade de vida através do questionário SF-36 de quatro pacientes com espondilite anquilosante antes e após 64 sessões de hidroterapia e observaram melhora da qualidade de vida desses pacientes, principalmente no aspecto físico e saúde mental.

    Os resultados obtidos para a atividade da doença e a capacidade funcional podem ser observadas na tabela 2, sendo que a atividade da doença inicial apresentava o valor 8,3 que se refere à forma ativa da doença. Já o resultado final mostra o valor 6,7 que também se refere à forma ativa da doença, demonstrando que durante o tratamento hidrocinesioterapêutico a doença não entrou em remissão, mas apresentou diminuição da sintomatologia devido ao tratamento hidrocinesioterapêutico.

Tabela 2. Demonstrando a Atividade da doença e a capacidade

funcional do paciente antes e após o protocolo Hidrocinesioterapêutico

 

Inicial

Final

Atividade da doença (Basdai)

8,3

6,7

Capacidade Funcional (Basfi)

8,1

7,1

Fonte: Dados do autor

    Os valores iniciais da capacidade funcional mostraram um comprometimento funcional (8,1), já os resultados finais demonstraram uma melhora da funcionalidade do paciente para 7,1, porém na interpretação dos resultados segundo o teste de Basfi ainda se classifica como um comprometimento funcional.

    Pinheiro, Ide e Farias (2010) analisaram a atividade da doença e a capacidade funcional e observaram uma melhora da Capacidade funcional em até 56 % e da atividade da doença em 54 %. Demonstrando que um programa hidroterapêutico de longo prazo é mais eficaz para a melhora dessas variáveis no paciente espondiliaco. Nosso estudo teve um protocolo com menor duração, podendo ser uma justificativa para os resultados obtidos nesses quesitos.

    Cronstedt, Waldner e Stenström (1999) observaram os efeitos da hidroterapia em 65 indivíduos e observaram melhora na atividade da doença, assim como Heikkilä et al. (2000) que avaliou a capacidade funcional através do questionário de Basfi em um grupo de 64 indivíduos com espondiloartropatia e comprovaram melhora da capacidade funcional desses pacientes.

    Já Alves et al. (s/d) observaram os efeitos de um protocolo hidrocinesioterapêutico sobre a funcionalidade de pacientes com EA usando o questionário Basfi, em seus resultados observaram melhora em duas questões analisadas através do questionário, 22% na questão que analisa a capacidade de colocar meias e calçados e de 19% na questão que se refere à capacidade de olhar por cima de seus ombros sem virar seu corpo. Fatores esses que contribuem na qualidade de vida e funcionalidade do paciente de EA.

    A dor foi graduada pela escala de EVA, onde 0 representa sem dor e 10 a pior dor, inicialmente podemos observar a classificação da dor com grau 8, sendo essa considerada uma dor intensa, na reavaliação observamos dor grau 3 considerada dor moderada, sugerindo que o protocolo hidrocinesioterapêutico é eficaz na diminuição da dor de pacientes espondilíacos, conforme tabela abaixo.

Tabela 3. Demonstrando a Dor do paciente antes e após o protocolo Hidrocinesioterapêutico

 

Inicial

Final

Dor

8

3

Fonte: Dados do autor

    Ao encontro com os achados deste estudo, trazemos um realizado por Barreto e Santos (2009) que analisaram a eficácia de um protocolo de exercícios fisioterapêuticos para 45 pacientes com EA divididos em três grupos: solo, água e controle. Analisaram os efeitos do protocolo sobre a dor, atividade da doença e mobilidade lombar. No final da intervenção observaram melhoras em todos os quesitos analisados no grupo solo e no grupo água, enquanto no grupo controle não houve melhoras. Nesse estudo a dor merece destaque, onde inicialmente no grupo água era em média de 9,30, no grupo solo em média de 9,32 e no grupo controle 9,12. Já na reavaliação observaram melhora de forma significativa da dor nos grupos água que passou para 4,37 e no grupo solo passando para 4,84, enquanto que no grupo controle permaneceu com o grau de dor inicial. Sugerindo que qualquer forma de intervenção fisioterapêutica é de grande valia para o paciente espondiliaco sobre a dor.

    Para o parâmetro mobilidade articular, os resultados estão apresentados na tabela 4.

Tabela 4. Demonstrando a amplitude de movimento do paciente

antes e após o protocolo Hidrocinesioterapêutico

 

Inicial

Final

 

D

E

D

E

Flexão Ombro

120

125

150

135

Extensão Ombro

30

30

40

45

Abdução Ombro

100

100

130

130

Flexão Quadril

12

30

30

60

Abdução Quadril

10

10

31

30

Flexão Joelho

120

120

140

132

Extensão Joelho

3

5

0

0

Flexão Cervical

35

38

Extensão Cervical

20

27

Flexão Lombar

80

100

Extensão Lombar

0

0

Inclinação Lombar

10

10

20

20

Fonte: Dados do autor

    Analisando os valores iniciais observou-se diminuição de todos os movimentos de ombro, quadril, joelho, coluna cervical e lombar. Após o tratamento hidrocinesioterapêutico foi obtido melhora da amplitude na maioria dos movimentos analisados apenas não se constatou melhoras no movimento de extensão de coluna lombar, sugerindo que o protocolo teve efeito positivo sobre a mobilidade do paciente.

    Apoiando os resultados do presente estudo, Aldenucci (2010) avaliou a amplitude de movimento e a dor de pacientes com EA após 17 sessões de hidroterapia e observou melhora de todos os movimentos de quadril, coluna lombar e cervical, além de melhora da dor de grau 5 para dor 2, corroborando com os achados deste estudo.

    Santana, Filho e Junior (2005), analisaram a amplitude de movimento, dor e flexibilidade de um paciente com diagnóstico de EA antes e após um programa de exercícios hidrocinesioterapêuticos e observaram melhora considerável da dor e espasmo muscular e manutenção dos resultados da ADM e flexibilidade.

    Para a flexibilidade da cadeia posterior inicialmente obteve um resultado de 25 cm, na reavaliação esse valor diminuiu para 7 cm, tendo uma melhora de cerca de 18 cm na flexibilidade do paciente. Para os resultados do teste de flexibilidade da distância occipito parede e Schober modificado foram observados a manutenção dos resultados iniciais, ilustrados na tabela 5.

Tabela 5. Demonstrando a flexibilidade do paciente antes e após o protocolo Hidrocinesioterapêutico

 

Inicial

Final

Finger-Floor

25 cm

7 cm

Distancia Occipito parede

5 cm

5 cm

Schober Modificado

23 cm

23 cm

Fonte: Dados do autor

    Corrobando com os resultados deste estudo, Alves et al. (s/d), observaram os efeitos de um protocolo hidrocinesioterapêutico sobre a flexibilidade da coluna. OS resultados após 12 sessões apontaram melhora da flexibilidade da cadeia posterior e manutenção dos resultados do teste de Schober.

    Em um estudo realizado por Ide et al. (2005) onde analisaram a flexibilidade de 4 sujeitos com EA antes e após um programa de exercícios de 10 semanas de fisioterapia aquática, e observaram melhora da flexibilidade em cerca de 75% da amostra. Indo ao encontro com este estudo, Sweeney, Taylor e Calin (2002) submeteram randomicamente 155 indivíduos a um programa de exercícios e observaram aumento na mobilidade global e tendência de melhora na capacidade funcional.

Considerações finais

    A hidroterapia é uma alternativa terapêutica que vêm sendo utilizada cada vez mais na reabilitação, auxiliando no tratamento de diversas patologias. Tendo em vista que não existe tratamento definitivo para a EA e que as metas principais são educar e conscientizar o paciente da importância da realização de exercícios fisioterapêuticos para que ele possa manter a mobilidade e diminuir o quadro álgico.

    Através deste estudo, conclui-se que a fisioterapia aquática é capaz de melhorar a qualidade de vida, nível de depressão, dor, amplitude de movimento e flexibilidade da cadeia anterior e auxilia na manutenção dos valores da mobilidade da coluna, atividade da doença e capacidade funcional.

    No entanto, são necessários mais estudos com uma amostra maior e uma intervenção mais extensa, a fim de comprovar a eficácia da hidrocinesioterapia em pacientes com espondilite anquilosante.

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