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Nível de flexibilidade em praticantes de musculação

Nivel de flexibilidad de praticantes de musculación

Flexibility level in weight training practitioners

 

*Acadêmico do Curso de Bacharelado em Educação Física

do Centro Universitário do Rio Grande do Norte/UNI-RN

**Professora Orientadora do Curso de Bacharelado em Educação Física

do Centro Universitário do Rio Grande do Norte/UNI-RN

(Brasil)

Weber Alexandre de Medeiros Costa*

webermedeiros@yahoo.com.br

Raiane Rocha da Silva*

João Caetano de Farias Neto*

Elys Costa de Sousa**

elyscosta@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A força muscular e a flexibilidade formam um conjunto, um depende do outro para ocorrer um desenvolvimento satisfatório, auxiliando tanto no aumento da força como nos níveis de flexibilidade, já que flexibilidade é a capacidade de um músculo aumentar seu comprimento. Este estudo teve como objetivo analisar os níveis de flexibilidade de alunos praticantes do treinamento resistido tradicional em Natal-RN. Trata-se de uma pesquisa descritiva com um corte transversal com aspectos quantitativos. A amostra foi composta, por 40 indivíduos, de ambos os sexos (17 homens e 23 mulheres), com faixa etária entre 20 e 35 anos, praticantes de musculação. Para avaliar o nível de flexibilidade foi aplicado o teste linear sentar e alcançar utilizando o Banco de Wells. Os participantes sentaram-se com as pernas estendidas e a planta dos pés descalços apoiadas no Banco. Com os braços estendidos sobre a cabeça, o avaliado avança à frente vagarosamente com ambas as mãos sobrepostas e se deslizam o máximo de distância possível. Os participantes realizaram o procedimento por três vezes consecutivas, dessa forma foi considerada a melhor das três execuções como resultado final do teste. Para análise dos dados foi utilizada uma estatística descritiva a fim de demonstrar o comportamento dos dados. Homens e mulheres demonstraram um nível de flexibilidade razoável sendo que as mulheres demonstraram um melhor desempenho. Podemos concluir que, os homens apresentaram uma queda acentuada no nível de flexibilidade com o passar dos anos.

          Unitermos: Flexibilidade. Musculação. Aptidão física.

 

Abstract

          Muscle strength and flexibility form a set, one on the other to occur depends satisfactory development, aiding in increasing both the strength and the levels of flexibility, since flexibility is the ability of a muscle to increase its length. This study aimed to analyze the flexibility levels of practitioners of traditional resistance training students in Natal-RN. It is a descriptive research with a cross-section with quantitative aspects. The sample was composed by 40 individuals of both sexes (17 men and 23 women), aged between 20 and 35 years, bodybuilders. To assess the level of flexibility we applied the linear sit and reach test using the Bank of Wells. Participants sat down with outstretched legs and the soles of bare feet resting on the Bank. With arms extended over the head, the rated forward ahead slowly with both hands overlapping and slide as much distance as possible. Participants performed the procedure three times in a row, which way was considered the best of three runs as the final test result. For data analysis descriptive statistics were used to demonstrate the behavior of the data. Men and women demonstrated a reasonable level of flexibility with women demonstrated better performance. Still according to our findings, we can conclude that men showed a sharp decline in the level of flexibility over the years.

          Keywords: Flexibility. Strength training. Physical fitness.

 

Recepção: 02/08/2015 - Aceitação: 20/12/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 214, Marzo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Músculos e articulações saudáveis dependem fundamentalmente do nível de força muscular e flexibilidade no qual possibilitam o bom funcionamento musculoesquelético (Alter, 1999; Silva, 2009). A força e a flexibilidade, juntamente com a capacidade aeróbica e a composição corporal, formam os quatro componentes mais importantes da atividade física (Dantas, 2002).

    O treinamento de força vem trazendo inúmeros benefícios para a população como a redução de fatores de risco associados a doenças cardiovasculares e a diabetes mellitus, prevenção e tratamento da osteoporose, redução ou manutenção da massa corporal melhorando a composição corporal, a estabilidade dinâmica e preservação da capacidade funcional, aumentando a resistência muscular e a flexibilidade, além do desenvolvimento das aptidões (American..., 2002; Araújo, 2000).

    A amplitude angular máxima realizada por uma articulação ou um conjunto dessas dentro dos limites fisiológicos individuais é definida como flexibilidade (Dantas, 1999), essa flexibilidade influencia diretamente no treinamento de força, já que a flexibilidade está ligada a capacidade mecânica dos músculos e articulações de realizar um movimento possibilitando a economia de energia durante determinado esforço físico além de prevenir lesões, melhorando o alinhamento e posturas corporais (Dantas, 1999; Ingraham, 2003; Coelho; Araújo, 2000).

    Portanto a flexibilidade é de extrema importância para a vida funcional, pois o declínio da mesma poder comprometer a execução adequada dos movimentos, causando dor e desconforto muscular (Gajdosik, 2001; Coelho e Araújo, 2000).

    O aumento da elasticidade do músculo esquelético como também do tecido conjuntivo é provocado pela hipertrofia muscular, isso ocorre por conta dos limites de amplitudes das articulações sendo forçadas quando é realizado um exercício com peso, como também o alongamento realizado após a sessão de musculação ajuda na viscosidade e na elasticidade dos tecidos condutivos, pois ocorre a eliminação do lactato residual (Ferreira, 1999; Monteiro, 1992).

    A força muscular e a flexibilidade formam um conjunto, um depende do outro para ocorrer um desenvolvimento satisfatório, auxiliando tanto no aumento da força como nos níveis de flexibilidade, já que flexibilidade é a capacidade de um músculo aumentar seu comprimento (Tavares, 2010; Silva, 2009).

    Este estudo teve como objetivo analisar os níveis de flexibilidade de alunos praticantes de musculação em Natal-RN.

2.     Métodos

    Trata-se de uma pesquisa descritiva com um corte transversal com aspectos quantitativos.

    A amostra foi composta, por 40 indivíduos, de ambos os sexos (17 homens e 23 mulheres), com faixa etária entre 20 e 35 anos que foram divididos em três grupos, sendo menos de 25 anos, menos de 30 anos e menos de 35 anos; praticantes de musculação. Foi usado como critério de inclusão praticantes de musculação com o mínimo de um ano de pratica com freqüência mínima de 3 dias semanais e que esteja dentro da faixa etária descrita e que não praticasse outra modalidade esportiva.

    A pesquisa foi realizada com convite aberto para os possíveis sujeitos amostrais, no qual foi explicado como seria feita a coleta e a importância da mesma para a população. Todos os alunos que se voluntariaram e que estavam dentro do critério de inclusão foram submetidos ao teste e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

    Para avaliar o nível de flexibilidade da parte posterior do tronco e pernas, foi aplicado o teste linear sentar e alcançar utilizando o Banco de Wells (BW). O BW é um instrumento usado na avaliação física como um teste de flexibilidade para medir a amplitude da flexibilidade da parte posterior do tronco e coxas.

    O teste foi realizado com o banco de Wells no qual foi orientado aos participantes o procedimento, que consistia em sentar e alcançar. Os participantes sentaram-se no chão com as pernas estendidas e a planta dos pés descalços apoiadas no Banco de Wells. Com os braços estendidos sobre a cabeça, o avaliado avança à frente vagarosamente com ambas as mãos sobrepostas e se deslizam sobre o banco o máximo de distância possível, mantendo esta posição momentaneamente. Foi seguido o critério de validação onde os participantes realizaram o procedimento por três vezes consecutivas, dessa forma foi considerado a melhor das três execuções como resultado final do teste, tendo o valor registrado em centímetros.

3.     Resultados e discussão

    É de grande relevância estudos que avaliem a flexibilidade e o alongamento muscular, tendo em vista a restrição da dimensão dos movimentos articulares. Os diversos fatores como: gênero, temperatura, ambiente e idade influenciam diretamente na flexibilidade.

    Em nossos resultados (Gráfico 1), a discrepância entre os grupos pesquisados foi bastante relevante.

Gráfico 1. Valores médios obtidos na avaliação de flexibilidade em homens e mulheres de diferentes faixas etárias

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

    De acordo com os gráficos 2 e 3, os resultados dos testes aplicados nos indivíduos de ambos os sexos, mostram que houve uma diferença significativa das mulheres em detrimento aos homens, este fenômeno ocorre devido á muitos aspectos.

    Estudos feitos por Monteiro et al. (2008) demonstraram o nível de flexibilidade em praticantes de musculação, com a amostra de 70 indivíduos de ambos os sexos, relatou que houve uma perda significativa de flexibilidade nos membros superiores, enquanto nos membros inferiores isso não aconteceu. A conclusão do autor foi que o treinamento resistido não afeta igualmente todas as articulações, como também apontou que a intensidade, quantidade e tipo de exercício influenciam no ganho significativo para mulheres. Esse fato também acontece na presente pesquisa, mostrando que o nível de flexibilidade nas mulheres foi significativamente superior aos homens.

    Devemos considerar que as mulheres dão ênfase aos exercícios de membros inferiores, em comparação aos homens, que dão prioridade aos membros superiores, além das rotinas diárias distintas de cada gênero que também é um ponto em destaque.

    Hewett (2000) aponta que o desenvolvimento do aumento da frouxidão ligamentar é provocado pelos hormônios femininos. Sendo relevante para o resultado obtido, pois foi sugerido como um dos aspectos que influenciou o nível da flexibilidade das participantes.

    As modificações anatômicas e fisiológicas são apontadas por Polachini et al. (2005), como aspecto influenciável na diferença entre os gêneros, já que as mulheres apresentam a região pélvica mais larga e rasa em comparação aos homens, possibilitando com isso um grau superior de amplitude de movimento. Além disso, é observado por Alter (1999a) que há um aumento de hormônios nos ciclos da vida da mulher como o estrogênio e a relaxina, a primeira se apresenta durante o ciclo menstrual e ambas durante a gravidez. Apesar da pesquisa não ter sido realizada com exames das taxas hormonais, não podemos dispensar o que é indicado pelos autores acima, levando em consideração que a mulher sofre influencias de mais hormônios do que os homens.

Gráfico 2. Valores médios obtidos na avaliação de flexibilidade em mulheres

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

    Wojtys (1998) conclui que o ciclo menstrual libera hormônios que tem a capacidade de aumentar a lassitude dos tecidos, elevando a concentração no decorrer das fases do ciclo, provocando alterações metabólicas que influenciam diretamente a mobilidade articular e a lassitude ligamentar.

Gráfico 3. Valores médios obtidos na avaliação de flexibilidade em homens

Fonte: Pesquisa de campo, 2015

    Todos esses achados somente validam o resultado da presente pesquisa, justificando assim as diferenças significativas entre os gêneros, no qual a mulher devido a inúmeros fatores biológicos é beneficiada com níveis superiores de flexibilidade em relação aos homens.

    Devemos ressaltar que essas diferenças de nível de flexibilidade não são definitivas, podendo ser modificadas com planejamento e treinamento adequado. Pollock (1998), confirma isso quando menciona que independente do sexo, a flexibilidade é uma qualidade física treinável.

    Afirmação que pode ser confirmada com o estudo feito por Coelho; Araújo (2000), que realizou uma pesquisa com 20 participantes, no qual 15 desses eram homens, foi realizado um treinamento de um programa de exercício supervisionado, que apresentou o tempo mínimo de duração de três meses. No qual foi concluído, uma melhoria significativa na flexibilidade global passiva, apontando também uma melhora significativa na qualidade de vida funcional dos participantes.

4.     Conclusão

    Homens e mulheres demonstraram um nível de flexibilidade razoável sendo que as mulheres por motivos endócrinos, atividades do dia a dia e o treinamento com ênfase nos membros inferiores têm um grau maior dessa valência. Ainda conforme os nossos achados, podemos concluir que, os homens apresentaram um declínio acentuado no nível de flexibilidade com o passar dos anos. Isso pode ser explicado entre outros fatores, pela forma de treinamento que priorizam, sendo estes de membros superiores, e com isso, o treinamento resistido não ocorre com a freqüência necessária nos membros inferiores. Dessa forma, não resultará efeito nos músculos isquiotibiais que são os mais exigidos no teste de sentar e alcançar.

    Sugere-se que esta seja feita com uma população diferente, ou um número maior de pessoas, para saber se este fenômeno também se repete.

Bibliografia

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