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A preparação dos egressos dos cursos de Educação Física do município de Fortaleza para uma possível atuação na atenção básica de saúde

La preparación de los graduados de los cursos de Educación Física
de la municipalidad de Fortaleza para una posible intervención en la atención primaria de salud

The preparation of graduates of Fortaleza municipality of Physical
Education courses for a possible role in primary health care

 

*Especialista em Fisiologia do Exercício (UECE)

**Mestrado em Computação Aplicada (UECE)

***Professor Titular do Instituto Superior de Teologia Aplicada

****Graduada em Nutrição (FIC)

(Brasil)

Diogo Queiroz Allen Palacio*

Genilson César Soares Bonfim**

Patricio Autobelly Paulino da Silva***

Kellen Alves Freire****

diogoallenpalacio@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O quadro epidemiológico do país atualmente apresenta uma prevalência de incidência das doenças crônicas não transmissíveis com relação às demais enfermidades. Sendo o exercício físico reconhecido como um importante método de prevenção a essas doenças, o profissional de Educação Física, passou a ser integrado recentemente (2008) junto ao Sistema Único de Saúde por intermédio dos Núcleos de Apoio a Saúde da Família. A pesquisa destinou-se aos acadêmicos dos cursos de Educação Física no município de Fortaleza-CE, que por sua vez estivessem nos dois últimos semestres de suas graduações. A amostra representa um total de 149 alunos provenientes de duas instituições públicas e quatro privadas, sendo aplicado um questionário abordando questões de cunho teórico, pessoal e prático. Como resultados, tivemos que uma parcela dos alunos (30,87%) alegou não ter feito nenhuma disciplina relacionada à saúde pública durante suas graduações, além de não participarem de projetos de extensão relacionados à área (75%), atestando ainda não se sentirem preparados para atuar nesse campo (53%). Concluindo, apontamos para a fragilidade da formação dos alunos assim como o nível de capacitação destes para atuar no NASF.

          Palavras chave: Saúde pública. Formação e educação física.

 

Abstract

          The epidemiological situation of the country currently has a prevalence of incidence of chronic diseases with regard to other diseases. As the exercise recognized as an important method of preventing such diseases, the professional of Physical Education, is now built recently (2008) by the National Health System through the Centers of Support to Health. The survey was intended to academics of Physical Education courses in Fortaleza-CE, which in turn were the last two semesters of their degrees. The sample represents a total of 149 students from two public and four private institutions, applied a questionnaire addressing theoretical, issues, personal and practical. As a result, we had a portion of the students (30.87%) claimed to have made any discipline related to public health during their degrees, and do not participate in extension projects related to the field (75%) still do not feel attesting prepared to work in this field (53%). In conclusion, we point to the fragility of the training of students as well as the training level of these to act in NASF.

          Keywords: Public health. Training. Physical education.

 

Recepção: 09/10/2015 - Aceitação: 13/02/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 214, Marzo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Nas ultimas décadas, houve um desenvolvimento significativo em termos científicos e tecnológicos da Educação Física. Algo notório, por englobar vários níveis escolares, recreativos, esportivos e terapêuticos, proporcionando inúmeros benefícios para seus praticantes, melhorando o estilo de vida e conseqüentemente trazendo impacto sobre a saúde da população (Neto, 2003).

    Mediante as modificações etiológicas das causas dos índices de mortalidade e de morbidade que representava um momento de transição epidemiológica acentuada, observou-se um aumento da população idosa, paralelo à redução da prevalência de doenças infectocontagiosas e uma presente hegemonia das doenças crônicas não transmissíveis, tornando o quadro de saúde pública no Brasil ainda mais complexo (Oliveira, 2012).

    Em 1990 observou-se um grande avanço em termos de saúde pública. Onde, tendo em vista o contexto já mencionado, houve a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Um sistema adaptado, tendo como propostas aspectos de promoção, prevenção e reabilitação. Objetivando assim, uma substituição do modelo já tradicional médico assistencial privado, que defende uma linha de trabalho voltado na cura da doença (Coutinho, 2011).

    O programa Saúde da Família, atualmente referido como Estratégia Saúde da Família (ESF), age de modo a reorganizar a municipalização dos serviços de assistência à saúde. Fortalecendo e realçando dessa forma, as ações do SUS sendo implementado em 1994. É valido salientar, que os gastos com internações tendem a reduzir, à medida que programas que possuem um direcionamento centrado em ações preventivas são instalados, fortalecendo o processo de prevenção de doenças (Beccalli; Gomes, 2011).

    Em 2008 foi criado o Núcleo de Apoio à Saú­de da Família (NASF), abrangendo a ESF, por integrar profissionais as Unidades básicas de Saúde (UBS). A intervenção multiprofissional é defendida pelo NASF, como uma forma de melhoria do sistema que se apresenta atualmente em um grau de complexidade elevado, necessitando assim um direcionamento mais amplo proporcionado por profissionais diversificados (Simões, 2009).

    Quando realizada com freqüência, a atividade física é apontada como um meio de intervenção vital para o processo de promoção e prevenção de saúde (Carvalho, 2011; Oliveira, 2011; Souza; Loch; 2011). É nesse contexto que a Educação Física integra o NASF atualmente. Em contrapartida novas dificuldades nos foram apresentadas, mais precisamente para os profissionais recentemente inseridos. Relevando o fato de que os atuantes são pioneiros em uma prática que representa um papel crucial para a consolidação da Educação Física como uma área vinculada à saúde (Anjos, 2009).

    Dessa forma, diante da mudança eminente, na realidade social e atividade profissional inédita em que os profissionais passam a desenvolver suas práticas, torna-se necessário uma avaliação do período de formação inicial dos futuros profissionais. Tendo em vista que a aquisição de conhecimentos voltados a Saúde Coletiva passa a ser indispensável para estes.

    É nesse contexto que julgamos essas modificações no processo de formação em que os profissionais são submetidos, como algo que propicia o aumento da qualificação profissional tornando-os mais críticos, com uma compreensão diferenciada, sendo assim, capazes de intervir e transformar a realidade social em que estejam envolvidos (Costa, 2012).

    A imersão dos profissionais de Educação Física no NASF é algo muito recente, o que os tornam pioneiros desse novo campo de atuação. Essa abrangência traz consigo a necessidade de aquisição de novos conhecimentos vinculados à área.

    Com isso, subentende-se a relevância de novos estudos como uma forma de divulgação e construção desse conhecimento, que tende a complementar no processo de qualificação profissional, para que os atuantes possam exercer uma intervenção mais significativa, contribuindo para consolidação desse momento histórico.

    Essa análise contribui para que a partir dos resultados encontrados, sendo esses positivos ou negativos, possa se aperfeiçoar a qualificação dos futuros profissionais de Educação Física, vinculados ao Sistema Único de Saúde. Com o acréscimo de embasamento teórico, norteado no quadro de realidade que nos deparamos atualmente no processo de formação correlacionado com a intervenção profissional.

    O presente estudo tem como objetivo Avaliar o nível de capacitação profissional dos egressos dos cursos de Educação Física para exercício de suas atividades na área de Saúde Pública.

2.     Metodologia

    A pesquisa é do tipo descritiva e de campo. Em consulta ao E-MEC, verificamos os cursos de Educação Física existentes no município de Fortaleza-CE, em contato com as instituições que promovem os referidos cursos, verificamos quais desses cursos possuíam alunos em fase final de conclusão, estando estes nos dois últimos semestres, a partir disso foi incluído um total de duas instituições públicas e quatro privadas.

    As visitas às instituições ocorreram de acordo com a disponibilidade dos facilitadores, sendo esses professores que permitiram a abordagem dos alunos em sala de aula. Foi realizado um total de doze visitas sendo duas em cada instituição. O máximo de amostra foi colhido em cada visita realizada. A coleta de dados ocorreu com aplicação de questionário objetivo, sendo esses entregues e recebidos após seu preenchimento pelos participantes, atingindo o total de 149 alunos.

    Os participantes com o estudo foram informados de maneira clara e objetiva sobre os interesses e considerações importantes a cerca da pesquisa, tornando-os conscientes sobre o que se baseia assim como a finalidade e relevância do estudo. Os dados foram resguardados, manipulados e mantidos em total sigilo pelo pesquisador. O Termo de Consentimento Livre e esclarecido foi entregue ao participante, onde uma cópia ficou de posse do mesmo, ambas assinadas pelo participante do estudo.

    O presente estudo apresenta caráter de análise quantitativo, sendo seus registros organizados e sistematizados norteado pelas fases de seleção, codificação e tabulação. Os dados coletados foram analisados mediante a utilização do programa de tabulação Excel em sua versão 2010, sendo esse constituinte do pacote de programas da Incorporation Microsoft ®. Seguidamente os dados foram organizados, por agrupamentos, classificação ou categorias. Por fim, com a tabulação os dados foram dispostos em gráficos ou tabelas facilitando sua interpretação ou compreensão, possibilitando a formação de críticas e análises em cima destes. Utilizou-se método estatístico direto na quantificação dos dados, com caráter de analise analítico.

    A pesquisa realizada se encontra de acordo com as diretrizes e normas, que envolvem seres humanos segundo a resolução CNS 466 / 2012. Respeitando os aspectos éticos como: justiça, equidade, não maleficência, autonomia e beneficência.

3.     Resultados e discussão

    Com o termino do período de coleta de dados da pesquisa, obtivemos os seguintes resultados decorrentes dos questionários aplicados.

Figura 1. Cursou durante seu período de formação alguma

disciplina relacionada à saúde pública. Fonte: Próprio autor

    Após a quantificação das respostas, foi observado que quando perguntados: “Cursou durante seu período de formação alguma disciplina relacionada à Saúde Pública”, 69% dos participantes alegaram que sim, enquanto 31% afirmam que não (Figura 01). Os números condizem com relatos na literatura, onde uma parcela significativa dos alunos respondeu negativamente, principalmente por considerarmos que se trata de uma disciplina que deveria possuir caráter obrigatório, sendo está pré-requisito para a formação do aluno, evidenciando a necessidade de reformulação na grade curricular dos cursos de formação inicial em Educação Física, uma vez que o desempenho adequado do profissional depende diretamente da apropriação de conhecimento acerca da Saúde Coletiva (Costa, 2012).

    Em outros estudos (Falcil; Betissário, 2013; Pasquim, 2010), os sujeitos à pesquisa apontaram a insuficiência na formação do Profissional de Educação Física (PEF) como um importante fator para com suas dificuldades encontradas em sua atuação na APS.

    É valido ressaltar ainda, sobre a existência de conceitos diferentes de saúde por parte das instituições de ensino. O estudo de Simões (2009) discorre sobre essa caracterização dos currículos atuais, que aderem basicamente duas vertentes sobre o tema, compreendendo a saúde através do modelo biomédico, ou ausência de doenças, e a outra, a estratégia que concebe saúde dentro de um amplo espectro de condicionantes sociais e culturais caracterizando a "Nova promoção de Saúde".

Figura 2. Busca conhecimento sobre a saúde pública no país e a respetiva intervenção

do profissional de educação física frente a esse setor. Fonte: Próprio autor

 

Figura 3. Percebe junto a sua formação, algum treinamento ou qualificação para atuar de maneira integrada a 

outros profissionais, estando vinculados a uma equipe multiprofissional no mercado de trabalho. Fonte: Próprio autor

    Dentro desse contexto devemos considerar certo grau de subjetividade do sujeito à pesquisa, em sua interpretação sobre a pergunta, considerando a hipótese de terem respondido positivamente, mesmo sem a vivência dita como ideal pela literatura para atender a necessidade profissional atual.

    Posteriormente, quando perguntados: “Busca conhecimento sobre a saúde pública no país e a respectiva intervenção do profissional de Educação Física frente a esse setor”, obtivemos os seguintes resultados: 62,41% responderam eventualmente, 24,83% constantemente e 12,75% nunca (Figura 02). Alguns estudos (Costa, 2012; Souza; Loch, 2011), reafirmam a necessidade da formação continuada por parte dos PEF, creditando a esse processo um valor vital, uma vez que seu período acadêmico realizado em suas respectivas graduações representa apenas um momento de aquisição básica de conceitos e vivencias.

    A busca continuada ou atualização do PEF é condizente com a readequação no modo de intervir dos profissionais da área, sendo influenciados pelas novas tendências em saúde, por caracterizarem ou exigirem um olhar que extrapole os aspectos biológicos, tendo o sujeito ou coletivo como foco das ações, compreendendo os limites à ação uni profissional no ato de cuidar (Coutinho, 2011).

Figura 4. Participa de algum projeto de extensão relacionado à área de saúde. Fonte: Próprio autor

 

Figura 5. Existe da sua parte interesse em atuar na área de saúde. Fonte: Próprio autor

    Compreendendo esse aspecto, quando sujeitos a pergunta: “Percebe junto a sua formação, algum treinamento ou qualificação para atuar de maneira integrada a outros profissionais, estando vinculados a uma equipe multiprofissional no mercado de trabalho”, os participantes deflagram os seguintes resultados: 37% afirmam que não, enquanto 63% exclamam que sim (Figura 03). Isso enfatiza o que o estudo de Anjos (2009) já relata, reforçando o processo de mudanças na formação. Uma vez que, parcela significante dos contribuintes com a pesquisa respondeu negativamente a um fator de intervenção que norteia ou demonstra a principal divergência com a antiga tendência em saúde como relata Rodriguez (2013).

    Os resultados recém-relatados (Figura 03) mostram congruência com o que foi exposto na pesquisa de Francischini (2008), quando profissionais atuantes no setor de saúde pública relatam a carência na abordagem multiprofissional em suas graduações, exaltando a necessidade de se adaptarem com a vivência dentro do novo sistema de saúde, assim como buscando na literatura embasamento para com suas ações definidas, mais uma vez exaltando a importância da formação continuada nos dias atuais

    De maneira subseqüente, os alunos responderam a seguinte pergunta: “Participa de algum projeto de extensão relacionado à área de saúde”, nos proporcionando os seguintes dados: 25% afirmam que sim, enquanto 75% respondem não (Figura 4). Repetidamente nos deparamos com um dado preocupante, principalmente quando comparamos com resposta da questão seguinte onde os sujeitos a pesquisa quando perguntados: “Existe da sua parte interesse em atuar na área de saúde”, responderam na seguinte proporção: 67,78% responderam sim, apenas 1,34% não e 30,87% em parte (Figura 5).

Figura 6. Em relação à divisão da grade curricular dos cursos de Educação Física, Licenciatura/Bacharelado, 

qual titulação permite a atuação do profissional junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). Fonte: Próprio autor

    Nesse contexto, os dados transmitem a idéia que os alunos em sua maioria, apesar de almejarem uma possível atuação integrada ao setor de saúde, apenas uma pequena parcela consegue usufruir de uma ferramenta, que segundo Gil (2002) atua de forma conjunta ou integrada, quando referimo-nos ao processo de formação inicial do individuo.

    Os trabalhos de Costa (2012) e Gil (2002) atrela uma relevância adicional a essa questão, defendendo os projetos de pesquisa como um importante norteador das ações futuras do então atual acadêmico, o influenciando a não somente atuar na área, como intervir na mesma com um nível de pensamento critico pessoal acentuado, possibilitando seu desenvolvimento individual e do sistema compreendendo melhor o seu funcionamento.

Figura 7. A inserção do profissional de Educação Física no Núcleo de Apoio

à Saúde da Família (NASF) ocorreu através de qual documento legal. Fonte: Próprio autor

    No momento seguinte, quando perguntados: “Em relação à divisão da grade curricular dos cursos de Educação Física, Licenciatura/Bacharelado, qual titulação permite a atuação do profissional junto ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, 12,08% afirmam que apenas o Licenciado pode atuar 40,93% apenas o Bacharel e 46,97% que ambos podem (Figura 6). A Portaria 256/2013 do Ministério da Saúde dispõe sobre as novas regras de cadastramento das equipes que farão parte do NASF, onde no Art.6º inclui o PEF na Tabela de Classificação Brasileira de Ocupações utilizada no SCNES, esclarecendo em parágrafo único que entende-se por PEF na Saúde, o profissional de nível superior, graduado em EF em quaisquer das duas modalidades de curso existentes, a saber: licenciatura e bacharelado em Educação Física.

    A maioria dos participantes 53% errou sobre a titulação que permite atuação, enquanto 47% acertaram. Isso retrata o nível de consciência dos participantes sobre o tema, tendo em vista que a maior parte desconhece sobre seu próprio campo de atuação.

    Podemos salientar que os resultados recém-apresentados, podem ser explicados ou reflexos dos dados expostos na Figura 2, por abordar o grau de atualização dos participantes, uma vez que se trata de uma resolução recente, onde apenas os participantes que alegaram na questão buscar constantemente informações sobre o tema, sendo esses a menor parcela dos entrevistados, teriam maiores chances de possuírem tal conhecimento.

    Adiante, os alunos foram perguntados sobre questões características de volume de conhecimento teórico. Primeiramente quando perguntados: “A inserção do profissional de Educação Física no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ocorreu através de qual documento legal”, obtivemos os seguintes resultados: 15,43% optou pela opção Portaria Nº154/2008, 18,79% opção Projeto de lei Nº3513, 10,06% opção Resolução Nº7/2007, 12,75% opção Lei Nº 9394/1996, 15,43% opção Portaria Nº154/2008 e 27,51% opção Não sei (Figura 7).

    A Portaria 154/2008 cria os NASF e descrimina suas diretrizes de funcionamento assim como delimita o campo de abrangência e as responsabilidades coletivas e individuais de cada profissional integrado, incluindo o PEF.

    Dessa forma, apenas 15% dos participantes acertaram, enquanto 85% erraram a questão. Trata-se de uma questão de nível técnico aprofundado o que poderia explicar o referido resultado, no entanto não omite a fragilidade da situação tendo em vista que a maioria absoluta dos acadêmicos representou um resultado negativo.

Figura 8. Qual dos princípios abaixo não faz parte da Lei Orgânica de Saúde nº 8.080/1997. Fonte: Próprio autor

    Quando perguntados: “Qual dos princípios abaixo não faz parte da Lei Orgânica de Saúde nº 8.080/1997”, os seguintes dados foram obtidos: 3,35% selecionou opção Integralidade, 8,05% opção Universalidade, 2,01% opção Igualdade, 61,07% opção Centralização, 6,71% opção Direito a informação, das pessoas assistidas sobre sua saúde e 18,79% opção Não sei (Figura 08).

    Várias fontes (Brasil, 2009; Brasil, 2010; Brasil, 2000) na literatura descriminam sobre esses princípios que norteiam todo o funcionamento do sistema de saúde.

    Apesar da compreensão desses ser tratado por alguns estudos (Beccalli, 2011; Costa, 2012) como algo complexo, o simples conhecimento sobre sua existência é um fator básico sobre o tema saúde. Contudo, fica evidente a razão ou proporção de acerto (61%) e de erro (39%) apresentado na Figura 8.

    A próxima questão pode de certa forma sintetizar a idéia da pesquisa, tendo em vista que todas as outras perguntas realizadas antecipadamente têm poder de influencia em seu resultado.

Figura 9. Se julga preparado para atuar ou exercer alguma atividade vinculada

ao setor de Saúde Pública. Fonte: Próprio autor

    Por fim, os participantes responderam a seguinte questão: “Se julga preparado para atuar ou exercer alguma atividade vinculada ao setor de Saúde Pública”, quando obtivemos os resultados: 53% afirmam que não se sentem preparados para intervir de maneira produtiva, enquanto 47% defendem que sim (Figura 9).

    O estudo de Santos (2012) destaca que o fato de sermos ainda pioneiros nesse campo de trabalho, nos atrela subitamente insegurança na pratica profissional, corroborando com o resultado encontrado no presente estudo onde a maior parcela dos sujeitos a esse, responderam negativamente.

    Já a pesquisa de Souza (2011) discorre sobre um bom grau de produtividade dos PEF nos municípios do norte de Paraná, o que apesar de divergir da informação recém apresentada onde teoricamente teríamos profissionais despreparados em sua maioria prestes a entrar no mercado, os já atuantes apesar de suas dificuldades iniciais como apresentado por outro trabalho (Viana, 2005), parecem se adaptar ao sistema e contribuírem de maneira significativamente positiva.

4.     Considerações finais

    O presente estudo evidencia a importância de incorporar aspectos no período de formação inicial de cada profissional, reiterando a necessidade de reformulação da abordagem sobre o tema saúde que de certa maneira as instituições de ensino proporcionam para seus alunos.

    Torna-se válido ressaltar que a pesquisa apresenta um caráter adicional, relevando a necessidade de novos estudos direcionados ao tema, proporcionando a consolidação das informações apresentadas, assim como, levando a conclusões mais concretas ou aquisição de um consenso sobre a atual realidade que vivemos.

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