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O perfil dos professores das escolas públicas sobre educação inclusiva

El perfil de los profesores de las escuelas públicas sobre la educación inclusiva

Profile of teachers of public schools on inclusive education

 

*Graduada em Educação Física-Faculdade Integrada da Grande Fortaleza (FGF)

**Graduada em Nutrição- Centro Universitário Estácio do Ceará

***Graduada em Fisioterapia- UNIFOR

**** Doutorando em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

***** Doutoranda em Ciências do desporto pela Universidade

Trás dos Montes e Alto Douro – UTAD, Portugal

****** Docente da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza. Mestrando em Ciências

do desporto pela Universidade Trás dos Montes e Alto Douro – UTAD, Portugal

Natiele Nunes da Silva* | Samuel Oliveira Matias**

Maria Vitória Ricardo de Sousa** | Ariane Teixeira dos Santos**

Natália Macedo Uchoa*** | Thiago Medeiros da Costa Daniele****

Rosane de Almeida Andrade***** | Maria Tatiana de Lima Rocha Félix******

Francisco Nataniel Macedo Uchoa******

ariane_teixeira@ymail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Nos últimos anos diversas mudanças ocorreram na educação básica, nos currículos escolares e nas leis de acessibilidade. Dessa forma o presente estudo tem o objetivo de avaliar perfil dos professores das escolas púbicas sobre educação inclusiva, situadas em uma região de Fortaleza-Ceará. Foram selecionados 25 professores da educação básica em três escolas na rede pública de ensino. Foi realizada uma análise das 09 perguntas realizadas. A tabulação dos dados e a estatística foram realizadas com o auxílio do programa Excel 2013. Dentre os professores entrevistados, 72% afirmaram ter cursado alguma disciplina relacionada ao tema na sua formação acadêmica; No que se refere à formação dos professores, 40% eram graduados em que, dentro do aspecto educacional, realizaram uma especialização, entretanto, apenas 20% realizaram um mestrado. Constatou-se que os professores das escolas públicas da regional estudada não possuem conhecimentos adequados sobre a educação inclusiva adquiridas na formação acadêmica.

          Unitermos: Educação escolar. Inclusão. Professores.

 

Abstract

          In recent years many changes have taken place in basic education, in school curricula and the accessibility laws. The present study aims to evaluate teachers' profile from the public schools on inclusive education, located in a Fortaleza-Ceará. 25 teachers of basic education were selected at three schools in the public school system. An analysis was made of 09 questions performed. Data was analyzed and statistics were performed with the aid of Excel 2013. 72% said they had attended some discipline related to the theme in their education; with regard to teacher education, 40% were graduates of that within the educational aspect, held a specialization, however, only 20% had a master's degree. It was found that public school teachers studied regional lack adequate knowledge on inclusive education acquired in the academic formation.

          Keywords: School education. Inclusion. Teachers.

 

Recepção: 16/11/2015 - Aceitação: 07/01/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 213, Febrero de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nos últimos anos diversas mudanças ocorreram na educação básica, nos currículos escolares e nas leis de acessibilidade, principalmente após o desenvolvimento do modelo chamado educação inclusiva (Silva, 2009).

    Para ocorrer essas modificações, e atender as exigências de uma educação inclusa, a Política Nacional de Educação em 2009 lançou o projeto, Atendimento Educacional Especializado (AEE), que visa auxiliar aos professores nas unidades de ensino regular, diante das dificuldades que os docentes se deparam. Neste contexto, alguns autores constataram o sentimento de despreparo dos profissionais da educação básica no processo de aprendizagem dos alunos com necessidades especiais e enfatizam a formação continuada para que esses possam atender essas diversidades de alunos inseridos na escola (Henriques, 2009). Colaborando com essa discussão, Anjos (2009) relata sobre o sentimento dos docentes de impotência dos docentes na execução de atividades para esta população.

    De acordo com Silva (apud Zacharias, 2008), do ponto de vista da gestão pública, o Sistema Educacional de Inclusão é classificado no modelo clinico dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE) como: deficiência física, mental, visual, auditiva e outras especialidades.

    Ainda de acordo com as autoras citadas acima a definição de deficiência visual é caracterizada pela diminuição da resposta visual; podem ser adquirida ou congênitas sendo adquiridas em decorrência de alguns traumas oculares, catarata, glaucoma, alterações na retina e congênitas ocasionadas por malformação ocular, glaucoma congênito, catarata congênita.

    No que se refere ao conceito da deficiência física, Sousa (2010) relata sobre o comprometimento da capacidade motora, podendo ser também adquirida ou congênita, sendo a deficiência física adquirida, ocasionada como exemplo em traumatismo provocado por acidentes doméstico ou automobilístico, no caso da congênita: é ocasionada por doenças como, hemiplásia é paralisia das duas extremidades do corpo (esquerdo, direito), paraplegia é a paralisia dos membros inferiores e tetraplegia é a paralisia dos membros inferiores e superiores.

    Conceituando ainda as deficiências a especialidade auditiva é caracterizada pela incapacidade total ou parcial da audição enquanto ao grau pode-se identificar como também nas outras especialidades adquiridas e congênitas, Adquiridas perda da audição no decorrer da vida o qual começa com uma surdez leve em média, (16 decibéis-40 decibéis), moderada (41-55 decibéis) e elevada para a surdez severa (71-90 decibéis) enquanto a congênita, já nasce surdo (Feliciano 2010).

    Já a deficiência mental caracteriza-se pela limitação de determinadas atividades neurais causadas por um bloqueio de algumas funções do (SNC) Sistema Nervoso Central. (Gomes, Costa, Mota e Salultiano, 2007). Diante dessas questões surge a necessidade de compreender o processo de inclusão qual o papel da escola.

    Segundo Henriques (2009) o papel da escola é fornecer um espaço capaz de beneficiar todos os cidadãos em acesso ao conhecimento e desenvolvimento de competências, possibilitando a preensão e utilização no exercício efetivo da cidadania.

    Dessa forma o presente estudo tem o objetivo de avaliar perfil dos professores das escolas púbicas sobre educação inclusiva, situadas em uma região de Fortaleza-Ceará.

Metodologia

    A pesquisa é de caráter quantitativo realizado a partir de um questionário semiestruturado contendo 9 perguntas fechadas, no qual foram utilizadas algumas perguntas de acordo com o modelo dos autores (Mendes, Nascimento e Freitas, 2012).

    Foram visitadas três escolas públicas de uma região na cidade de Fortaleza-Ceará. Para a coleta de dados foi necessária a participação de 25 professores da educação básica na rede pública de ensino. Ao termino dos dados coletados foi realizado uma análise quantitativa das perguntas o qual estão representadas em forma de tabelas. A tabulação dos dados e a estatística foram realizadas com o auxílio do programa Excel 2013.

    Para a realização da pesquisa foi entregue a direção de cada escola uma carta de autorização contendo o tema da pesquisa e sendo aceito, foi entregue para cada professor um termo de consentimento e de livre esclarecido onde concordavam em participar da pesquisa sem quaisquer fins lucrativos, sendo assim por livre vontade estando cientes do teor das perguntas contidas no questionário.

Resultados e discusão

    Com base nos resultados coletados, identificou-se que 25% dos professores estudaram em uma instituição particular de ensino superior, sendo confirmado pelo o último censo do Instituto Nacional de Estudo e Pesquisa (INEP, 2012) em que foi constatado que houve a formação de 11,013 professores nas instituições particular, enquanto na instituição pública apenas 4,762, apontando a razão do número de profissionais da educação graduados nas instituições privadas.

    Ao serem indagados sobre essa questão, 52% dos entrevistados informaram que possuem conhecimentos sobre o assunto, no entanto responderam de forma pessoal que não se sentem seguros em trabalhar com a educação inclusiva, ou especial. Foi relatado que 48% não possuíam nenhum tipo de conhecimentos relacionado ao tema, corroborando os achados de Mendes, Freitas e Nascimento (2012) que observaram um grande número de docentes não relatavam conhecimentos adequados sobre a educação especial.

    Dentre os professores entrevistados, 72% afirmaram ter cursado alguma disciplina relacionada ao tema na sua formação acadêmica, porém 28% dos entrevistados responderam Não; estes relataram que não foram ofertadas disciplinas em sua grade curricular de graduação relacionada ao tema; informaram ainda que eram apenas sugeridas que procurassem essas informações sobre Educação Especial em artigos. Dados esses onde também pode ser de acordo com os autores citados acima.

    Sobre a existência de aluno especial na escola, todos dos professores alegaram ter alunos nas escolas em que lecionam. Essa pergunta originou-se porquê de acordo com a nossa Constituição garante o direito ao atendimento educacional dos alunos com necessidades educativas especiais nas unidades de ensino regular.

    Essa percentagem foi calculada de acordo com o número total de alunos matriculados nas escolas, dessa forma pôde se confirmar com a questão anterior de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último censo realizado sobre educação inclusiva, o número de alunos com necessidades educativas especiais matriculados na rede pública de ensino teve um aumento de 9,1% no qual passou de 752,305 aluno inseridos na escola para 820,433 em 2012.

    Sobre a realização de alguma especialização na área de educação especial, 40% informaram que fizeram e 60% nunca fizeram nenhum curso na área.

    De acordo com Carmo (2006), grande parte dos docentes não é a favor da descriminação e segregação dos alunos, sendo que na prática esse comportamento é mantido, ou seja, talvez por não conhecerem as especialidades dos alunos com necessidades educativas especiais acabam não inserindo adequadamente esse aluno em suas aulas. Já segundo Pedrosa (2013), para que um professor possa desempenhar sua função inclusiva é importante que oriente e promova oportunidades de participação de todos, neste contexto a formação da docência é fundamental para o processo de inclusão sendo que o professor esta a frente da formação inicial da cidadania.

    No que se refere à formação dos professores, 40% eram graduados em que, buscarão dentro do aspecto educacional, uma especialização, entretanto, apenas 20% realizaram um mestrado; estes achados vão de encontro aos resultados de Nascimento (2009) em que 57% possuem graduação e não foram identificadas.

    Levando em consideração o grande percentual de 80% dos entrevistados, o qual informaram que trabalham a mais de 5 anos com educação especial e pode ser confirmado pelos achados de Lima (2008), no qual relatou que 62% dos professores atuam na educação á mais de 5 anos ao ser comparados com os outros resultados.

    Pode-se observar que 96% dos professores alegaram que não são devidamente atendidos pelo sistema educacional de inclusão, pois relatam que os alunos freqüentam a escola porque tem sua vaga garantida por lei, ainda segundo os professores trata-se apenas de um processo de interação social e não a preocupação com a aprendizagem. Para Strapassam e Carniel (2007), o professor na escola é para educar compreender e transformar o cidadão, transformando assim a realidade que o cerca.

Considerações finais

    Constatou-se que os professores das escolas públicas da regional estudada não possuem conhecimentos adequados sobre a educação inclusiva adquiridas na formação acadêmica. Entretanto, o perfil de alguns professores é caracterizado como despreparo no que se remete a educação para alunos com necessidades educativas Especiais, dados por diversos motivos dentre eles estão: a falta de uma infraestrutura de acessibilidades.

    O professor é um dos principais mediadores desse processo, reafirmando assim a relevância das discussões sobre a inclusão dos alunos com necessidades educativas Especiais.

Bibliografia

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  • Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. (2008). Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. Disponível: http://peei.mec.gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf. Acesso em 22 de Novembro 2014

  • Silva, L. M. (2009). Educação inclusiva e formação de professores. [Monografia]. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso.

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