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A prevalência da obesidade entre jovens 

adolescentes no Brasil. Uma revisão a cerca do tema

La prevalencia de la obesidad entre los adolescentes jóvenes en Brasil. Una revisión sobre el tema

The prevalence of obesity among young adolescents in Brazil. A review about the theme

 

*Alunos do curso de Pós-graduação em Musculação

e Personal Trainer pelo ENAF, Poços de Caldas, SP

**Professor de Educação Física do Instituto Federal do Amapá. Discente

do Programa de Mestrado da UFRRJ. Mestre em Avaliação das Atividades Físicas

e Desportivas pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal

Discente do Programa de Mestrado em Educação da Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Lindaci dos Santos Palmerim*

Marcelino Antônio Ramos da Silva*

André Luiz Zanella***

zanellasc@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O trabalho analisa a prevalência de obesidade em adolescentes. Com essa finalidade, buscou-se verificá-la descrevendo os principais fatores, hábitos alimentares, a freqüência de atividade física, e, estimou-se a prevalência de obesidade correlacionando aos índices antropométricos (IMC). Os resultados esboçam que estímulos que desencadeiam a ingestão excessiva de alimentos supérfluos, como, sanduíches, refrigerantes, chocolates, biscoitos e salgadinhos. Nos relacionamentos sociais não é diferente, é comum agraciar visitas com jantares, lanches. Felicidade ou tristeza é motivo para comer. Sem dúvida, o fácil acesso a comidas saborosas, com alto teor de gordura e a redução ou a inexistência da atividade física são fatores que facilitam a acumulação de peso.

          Unitermos: Obesidade. Fatores de risco. Adolescente.

 

Abstract

          The work examines the prevalence of obesity in adolescents. To this end, we tried to check it out describing the main factors, diet, frequency of physical activity, and estimated the prevalence of obesity correlating anthropometric indexes (BMI). The results outline that stimulus that trigger excessive intake of superfluous foods like sandwiches, soft drinks, chocolates, cookies and snacks. In social relationships is no different, it is common grace visits with dinners, snacks. Happiness or sadness is reason to eat. Undoubtedly, the easy accesses to tasty foods, high in fat and the reduction or lack of physical activity are factors that facilitate weight accumulation.

          Keywords: Obesity. Risk factors. Adolescents.

 

Recepção: 13/08/2015 - Aceitação: 27/12/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 213, Febrero de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A obesidade em vários estudos é considerada um problema de saúde pública, devido ao impacto na economia, decorrente do tratamento da mesma bem como de suas comorbidades1 (Cabrera et al., 2014; Xavier et al., 2014).

    Os adolescentes poderão desenvolver na maturidade, fatores de risco clínico-metabólicos para desenvolvimento da síndrome de resistência insulínica. A obesidade predispõe o adolescente à elevação dos níveis séricos de VLDL, LDL, triglicerídeos (TG), apolipoproteína2 B e à diminuição de HDL-colesterol e apolipoproteína A-1 (Silva, Clemente e Gomes, 1999); níveis elevados de pressão arterial sistólica e diastólica (Vasconcelos e Silva, 2003) e ao desenvolvimento de acanthosis nigricans3, lesão dermatológica considerada indicadora de severidade da resistência insulínica (Oliveira et al., 2003).

    Além dos riscos “comuns” pertinentes à obesidade infantil, tais como desordens ortopédicas, distúrbios respiratórios, diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias4 outro risco está ligado aos distúrbios psicológicos, principalmente adquirido no âmbito escolar, no qual as crianças “gordinhas” provavelmente serão alvo de discriminação, preconceito e outras formas de agressão (Silva et al., 2005; Nunes et al., 2007).

    Estudos como os de Cury (1997), David (2002), Farinatti (1995) e Fiorentini et al. (1998) afirmam que, entre muitos problemas decorrentes da ausência de atividades físicas nos seres humanos, há a obesidade, o sedentarismo, várias doenças físicas e psíquicas e, declaram ainda que, na infância, reside grande parte das causas desses problemas de saúde característicos da adolescência, pois hoje se adoecem facilmente, em sua infância, poucos tiveram motivação para participar das atividades físicas.

    “A prevalência da obesidade está crescendo intensamente na infância e na adolescência, e tende a persistir na vida adulta, cerca de 50% de crianças obesas aos seis meses de idade e 80% das crianças obesas aos cinco anos de idade permanecerão obesas” (Abrantes, Lamounier e Colosito, 2002).

    Vasconcelos e Silva (2003) corroboram que o conhecimento da tendência secular das prevalências do sobrepeso e da obesidade na adolescência poderá contribuir para um melhor entendimento do problema, propiciando informações para um trabalho na área de planejamento das políticas públicas, com o objetivo de direcionar intervenções que visem a minimizar a questão.

Procedimentos metodológicos

    Para o desenvolvimento desse trabalho, partiu-se de um problema observado comumente, de que os adolescentes estão tornando-se obesos mórbidos com mais casos presentes a cada ano que se passa, e assim, procurou-se construir um referencial teórico com base em livros e artigos científicos que abordassem essa problemática e descrever o tratamento mais adequado para esses casos.

Obesidade na adolescência

    A modernização da sociedade e as modificações observadas mais recentemente no comportamento social dos jovens estão associadas à adoção de um estilo de vida mais sedentário. Transportes motorizados, equipamentos mecanizados e novas estratégias direcionadas à economia de esforços nas tarefas domésticas e no trabalho têm substituído a necessidade de realizar esforços físicos mais intensos no cotidiano da população em geral. Fato este que contribui para que a população exerça mais o ócio e o sedentarismo, fatores preponderantes para a incidência de obesidade (Guedes, Paula e Guedes, 2006).

    Conforme a associação entre o excesso de peso e de gordura corporal e a maior suscetibilidade às complicações metabólicas, hemodinâmicas e ortopédicas tem sido objeto de inúmeros estudos. Ao mesmo tempo em que declina a ocorrência da desnutrição em crianças e adultos num ritmo acelerado, aumenta a prevalência de sobrepeso e obesidade na população brasileira (Guede, Paula e Guedes, 2006). Um antagonismo de tendências temporais entre desnutrição e obesidade foi estabelecido, definindo desta forma, uma das características marcantes do processo de transição nutricional do país (Batista Filho e Rissin, 2003).

    Como se pode entender, a obesidade é uma doença de várias causas que podem interferir diretamente na vida do obeso, seja ele criança, adolescente ou adulto, impedindo que tenha uma vida satisfatória em virtude das limitações que causa.

Questões alimentares contemporâneas

    O aumento da incidência e prevalência deve-se principalmente ao estilo de vida, consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, sedentarismo, redução de consumo de fibras (Pinheiro, Freitas e Corso, 2004).

    Um estudo de coorte realizado na cidade de Pelotas (RS) encontrou vários fatores que tiveram influência para obesidade na infância. O número de refeições diárias teve relação inversa com o excesso de peso (Neutzling, Taddei e Gigante, 2003).

    A alimentação e a nutrição definem parcialmente o estado nutricional do indivíduo, uma vez que a dimensão social e cultural deverá ser incluída. Logo, estado nutricional é o resultado do conjunto de processos que se operam sobre o corpo social, definindo diretamente o seu estado de saúde (Lisboa, Fernandes e Campos, 2007).

    Estudos têm mostrado que, em grupos de baixa renda, a obesidade é mais prevalente em mulheres e, em alta renda, a obesidade é mais prevalente em homens (Costa, 1993). Outro estudo sobre Prevalência e Fatores associados ao Sedentarismo em adolescentes de área urbana evidencia que alunos de escola particular têm o dobro de chance de apresentar sobrepeso e aproximadamente cinco vezes mais chances de apresentar obesidade em relação aos alunos da escola pública (Oehlsghlaeger, 2004).

    Adolescentes que apresentam excesso de peso [sobrepeso + obesidade], IMC no percentil igual ou acima de 85, devem ser avaliados cuidadosamente para a identificação de excesso de gordura corporal e de complicações dela decorrentes (Moura et al., 2004). Isto advém do fato de que nos mesmos o excesso de peso pode ser decorrente de aumento da gordura corporal (obesidade) ou da massa corporal isenta de gordura (Mendonca et al., 2010).

    Gigante et al. (1997) em seu estudo, esboçou a probabilidade de adolescentes com elevado índice de massa corporal (IMC) apresentarem sobrepeso ou obesidade aos 35 anos aumentar significativamente à medida que a idade avança. A probabilidade de adolescentes obesos com 18 anos apresentarem obesidade na vida adulta é de 0,7 maior do que os adolescentes com IMC normal.

A atividade física previne a obesidade na adolescência

    O “status” socioeconômico parece influenciar as prevalências de obesidade nos jovens (Figueiredo, Santos, Souza et al., 2011). A adolescência é caracterizada por intenso crescimento, o qual demanda elevada ingestão protéico-energética que, quando não atendida, pode levar à desnutrição. Por outro lado, a ingesta excessiva e a falta de atividade física, e estilo de vida sedentário podem levar a obesidade na adolescência (Veiga e Burlandy, 2001).

    Esses riscos da incidência e de probabilidades da obesidade indicam uma associação direta entre nível socioeconômico e obesidade na adolescência (Veiga et al., 1992). Outro estudo, ao avaliar os dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) verificou para adolescentes pertencentes a famílias com renda familiar per capita baixa, intermediária e alta, a prevalência de sobrepeso e obesidade é maior (Pereira e Veiga, 1998).

Considerações finais

    Neste estudo, concluiu-se que a análise da prevalência da obesidade em adolescentes constatou-se os seus objetivos e confirmou todas as suas hipóteses.

    Os adolescentes têm habitualmente uma percepção correta do seu corpo, embora nalgumas situações essa aparência possa acarretar insatisfação e sofrimento. Esta população é particularmente sensível aos estereótipos, ideais e padrões de beleza e elegância vigentes na sociedade, sendo que o grau de proximidade/afastamento catalisa reações mais ou menos negativas.

    O adolescente, confrontado com uma imagem de si que está em constante mutação, reage às alterações do seu corpo, estando também atento às reações e atitudes dos outros, que são fundamentais para a construção positiva de uma visão de si e para a sua identidade sexual. A maturação biológica, quer precoce, quer tardia, tem efeitos consideráveis no adolescente, refletindo as reações socioculturais face à puberdade. O fato de atingirem mais precocemente o tamanho e aparência dos adultos parece facilitar-lhes a entrada e uma adaptação mais ajustada à adultez. No entanto, é possível que a maturação precoce possa fazê-los assumir papéis e responsabilidades que não estão preparados.

    A intervenção não deve visar somente o trabalho emocional, podendo intervir também na esfera prática, demonstrando através de exemplos de sucesso, de informações cientificas comprovadas, que somente a mudança de comportamentos e dos hábitos alimentares poderá contribuir para a redução da prevalência de obesidade em adolescentes.

Notas

  1. Designação de duplo diagnóstico. Corresponde a associação de pelo menos duas patologias num mesmo paciente.

  2. É uma proteína que liga lipídeos, formando uma lipoproteína.

  3. A acantose nigricans é uma doença rara da pele, caracterizada por hiperqueratose (excesso de queratina) e hiperpigmentação (lesões de cor cinza e engrossadas, que dão um aspecto verrugoso). É freqüentemente associada à obesidade e endocrinopatias, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, acromegalia, doença do ovário policístico, diabetes insulino-resistente, síndrome metabólica, e Síndrome de Cushing.

  4. É um distúrbio nos níveis de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue. Os lipídios (moléculas gordurosas) são transportados numa cápsula de proteína, e a densidade dos lipídios e o tipo de proteína determinam o destino da partícula e sua influência no metabolismo.

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