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Perfil do estilo de vida individual de estudantes universitários

Perfil estilo de vida individual de los estudiantes universitarios

Profile individual lifestyle of college students

 

*Mestre em Ciência do Movimento Humano pela UFSM

Professora do curso de Educação Física da Unoesc, São Miguel do Oeste/SC

**Acadêmico(a) do Curso de Licenciatura em Educação Física

pela UNOESC, São Miguel do Oeste/SC

(Brasil)

Andréa Jaqueline Prates Ribeiro*

andrea.ribeiro@unoesc.edu.br

Debora de Freitas Noronha**

debo_gremista@hotmail.com

André Pedro Kierten**

andre.p.k@hotmail.com

Luana Karla Miorando**

luanamiorando@hotmail.com

Gerson Assis de Azevedo**

gersondeassis2011@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem como objetivo analisar variáveis do estilo de vida de estudantes universitários. Para a realização deste estudo foi utilizado um questionário do Perfil do Estilo de Vida de Nahas, Barros e Francalacci (2000) para 20 acadêmicos matriculados em uma Universidade da região Oeste de Santa Catarina com idades de 19 a 31 anos de ambos os gêneros. Após a coleta dos dados, realizou-se a descrição simples das variáveis segundo a distribuição de seus valores (análise de freqüência). De posse dos resultados pode-se verificar que o componente de nutrição apresentou-se com deficiências preocupantes e precisam ser melhoradas. Os dados mostram que há uma alta prevalência de hábitos saudáveis nos componentes: atividade física, relacionamento e controle do estresse. As variáveis do comportamento preventivo mantiveram-se em equilíbrio. Conclui-se que o Perfil do Estilo de Vida dos acadêmicos encontra-se com dados positivos, mas podendo ser melhorado em alguns aspectos.

          Unitermos: Estilo de vida. Qualidade de vida. Saúde. Nutrição.

 

Abstract

          This study aims to analyze lifestyle variables of college students. For this study we used a questionnaire profile Nahas Lifestyle, Barros and Francalacci (2000) to 20 students enrolled in a University of the West of Santa Catarina region aged 19-31 years of both genders. After collecting the data, there was a simple definition of variables by the distribution of their values ​​(frequency analysis). With the results can be seen that the nutrition component presented with worrying deficiencies and need improvement. The data show that there is a high prevalence of healthy habits in components: physical activity, relationships and stress management. The preventive behavior variables remained in balance. We conclude that the scholars of the Lifestyle Profile is positive data, but can be improved in some aspects.

          Keywords: Lifestyle. Quality of life. Health. Nutrition.

 

Recepção: 30/08/2015 - Aceitação: 11/12/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 213, Febrero de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente muito tem sido dito e escrito sobre o estilo de vida saudável e a importância do mesmo para pessoas de todas as faixas etárias e condições. Visto que, apesar de todas as evidências científicas acumuladas ao longo dos anos, uma grande quantidade de pessoas continua desinformada ou desinteressada nos efeitos a médio e longo prazo da prática de atividades físicas regulares, de uma nutrição equilibrada e de outros comportamentos relacionados à saúde. “Ainda observa-se que atitudes positivas em relação à atividade física regular podem ser influenciadas por um melhor conhecimento sobre os benefícios, princípios e práticas da atividade física, e vice e versa”. (Nahas, 2006).

    Nahas (2010, p. 22) define o estilo de vida como “conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas”. Uchoa (2002 apud Joia, 2010, p. 16) afirma que “o estilo de vida seria uma dimensão da qualidade de vida e, portanto de características interdisciplinar”.

    As transformações pelas quais a sociedade passou e passa atualmente está modificando o estilo de vida das populações em geral e trazendo como conseqüências uma gama de situações novas com as quais está se tendo que lidar. A crescente industrialização, as facilidades que os aparelhos eletro-eletrônicos trouxeram à vida laboral e doméstica e questões mesmo sociais, como a violência, estão tornando as pessoas cada vez mais sedentárias. Todo esse crescimento a nível infra-estrutural ocasionou em um distanciamento do homem de seus hábitos naturais. O reflexo, porém, é que este modo de viver tem prejudicado muito a qualidade de vida da população. (Lezonier; Ribeiro, 2012, p. 1).

    Dessa forma, Nahas (2010) afirma que o estilo de vida é fundamental na promoção da saúde e redução da mortalidade. Para a grande maioria da população, os riscos mais elevados para a saúde e o bem-estar, são originados no próprio comportamento individual, resultado esse da informação e vontade da pessoa, como também das oportunidades e barreiras presentes na realidade social. O autor ainda estima que “dois terços das mortes provocadas por doenças que podem ser prevenidas sejam decorrentes de três comportamentos: tabagismo, alimentação inadequada e inatividade física”.

    Em um estudo desenvolvido por Joia (2010) a autora realizou uma pesquisa sobre o estilo de vida de universitários da Faculdade São Francisco de Barreiras/BA. A amostra da pesquisa baseou-se em 257 alunos subdivididos nos 10 cursos oferecidos na instituição. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi o Pentáculo do bem-estar: Perfil do Estilo de Vida Individual ou de grupos proposto por Nahas, Barros e Francalacci (2000). Nesta pesquisa foram observadas mudanças significativas neste perfil. As principais mudanças aconteceram na falta de prevenção, nutrição inadequada, consumo de álcool excessivo bem como o de cigarro. Dentre todas as mudanças, revelou-se também a falta de atividade física entre os estudantes.

    Joia (2010) evidencia que na literatura encontram-se inúmeras pesquisas sobre o estilo de vida em jovens e adolescentes, como os estudos de Nahas e Marqueze (2001), Marcon e Farias (2001), Simão (2008), sendo que a maioria dos estudos revela que as condutas adquiridas durante a fase universitária, poderiam se estender nas outras fases da vida, gerando pior ou melhor qualidade de vida e saúde, dependendo dos hábitos diários.

    Com base no exposto, este estudo objetivou verificar o estilo de vida dos estudantes universitários da região Oeste de Santa Catarina.

Metodologia

    A amostra foi composta por 20 acadêmicos devidamente matriculados em curso de graduação de uma Instituição da região Oeste de Santa Catarina. Os acadêmicos possuíam idade de 19 a 31 anos.

    O instrumento utilizado para a coleta dos dados dos avaliados foi o questionário “Perfil do Estilo de Vida Individual”, proposto por Nahas, Barros e Francalacci (2000). Este instrumento é considerado pelos autores, um instrumento simples, que inclui 15 perguntas divididas em cinco aspectos fundamentais do estilo de vida, entre eles: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e estresse.

    Após a coleta dos dados, realizou-se a descrição simples das variáveis segundo a distribuição de seus valores (análise de freqüência).

    Salienta-se que este estudo foi realizado na disciplina de Medidas e Avaliação em Atividade Física, do Curso de Educação Física da Unoesc/SMO/SC.

Analise e discussão

    A saúde é um dos atributos mais preciosos na vida de uma pessoa e mesmo assim, a grande maioria só pensa em manter ou melhorar a saúde quando esta se encontra ameaçada e os sintomas de doenças são evidentes. “Modernamente, não se entende saúde apenas como o estado de ausência de doenças [...] a saúde é considerada como uma condição humana com dimensões físicas, social e psicológica.” (Nahas, 2010, p. 21).

    Nahas, Barros e Francalacci (2000) deixam evidente que atualmente a população vive na era do estilo de vida, pois, as principais doenças e causas de morte estão associadas à maneira como vivemos, sendo os comportamentos habituais os fatores que agridem as condições de saúde do homem. Entretanto existem fatores positivos e negativos no estilo de vida que comprovadamente afetam a saúde e bem estar dos indivíduos, a curto e longo prazo. A mobilidade, a autonomia e a qualidade de vida das pessoas estão diretamente associadas aos fatores do estilo de vida, como os mencionados ao Pentáculo do Bem Estar (Nahas, 2010).

    No quadro 1 pode-se observar que mais da metade dos entrevistados tiveram respostas negativas (65%) relataram que, na sua alimentação diária apenas às vezes incluíam ao menos 5 porções de frutas e hortaliças. Em relação a evitar ingerir alimentos gordurosos também se obteve às vezes como a maioria das respostas (55%). E consta-se que 50% dos acadêmicos tinham o hábito de realizar 4 a 5 refeições diárias incluindo um bom café da manhã, sendo que se considera esse um ponto positivo ao componente nutrição.

    Nos últimos tempos, a humanidade passou a ter alterações significativas em seus comportamentos alimentares. Passou de uma alimentação equilibrada para uma alimentação desequilibrada, voltada a produtos industrializados, refinados, submetidos a agrotóxicos, pobre em fibras vegetais e ricos em gorduras principalmente as gorduras saturadas. (Eaton et al., 1988 apud Nahas; Barros; Francalacci, 2000).

    Fonseca et al. (1998 apud Joia, 2010, p.18), relatam que o hábito de omitir refeições, sobretudo o café da manhã, juntamente com o consumo de refeições rápidas (exemplo a substituições de refeições por lanches), fazem parte do estilo de vida [...] sendo considerados comportamentos importantes que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade. Hábitos saudáveis são um dos determinantes para a prevenção de doenças crônicas, como a obesidade, diabetes e hipertensão, as quais estão entre as que mais contribuem para as despesas globais no âmbito da saúde.

Quadro 1. Componente: Nutrição

Nutrição

Acadêmicos (n)

Porcentagem (%)

a) Sua alimentação diária inclui pelo menos 5 porções de frutas e hortaliças.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

01

5 %

Às vezes corresponde ao seu comportamento

13

65%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

04

20%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

02

10%

b) Você evita ingerir alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

02

10%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

11

55%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

06

30%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

01

5%

c) Você faz 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo um bom café da manhã.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

0

0%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

08

40%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

10

50%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

02

10%

Fonte: Os autores

    “As evidências que associam níveis satisfatórios de saúde a prática regular de atividade física de lazer e/ou deslocamento estão bem documentados e parece haver um quase que um consenso na comunidade científica de que esta se destaca como um dos fatores mais importantes para um estilo de vida saudável”. (Nahas, 2006; Santos, 2006 apud Santos; Alves, 2009, p. 1). Conforme Pate et al. (1995 apud Nahas; Barros; Francalacci, 2000) a recomendação para a prática de atividade física é de, no mínimo, 30 minutos diários com intensidade moderada ao menos cinco vezes por semana.

    Percebe-se que no quadro 2, componente de atividade física, houve uma melhora nos números. Quando questionado se o lazer do acadêmico incluía prática de atividade física, 50% dos acadêmicos responderam que quase sempre respondia ao comportamento deles. Pode ser visto que 5%, ou seja, apenas um acadêmico respondeu que não fazia parte do seu estilo, sendo um polo negativo.

    No quesito que envolvia pelo menos duas vezes por semana a realização de alongamentos e força muscular, a grande maioria (35%), afirmou que sempre é verdadeiro no seu dia a dia, o que é muito bom. Na pergunta “f”, as respostas obtiveram dados positivos também, visto que 40% dos acadêmicos procuram caminhar, pedalar como meio de deslocamento e usam escadas ao invés de elevador.

    “A atividade física regular tem sido reconhecida por seus efeitos saudáveis nos praticantes” (ACSM, 1998 apud Santos; Venâncio, 2006 p. 04). Os autores Santos e Venâncio (2006) ainda afirmam que é possível relacioná-las as alterações positivas para combater ou prevenir o aparecimento de diversas doenças, tais como: doenças cardiovasculares, a obesidade, diabetes, osteoporose, entre outras. Por esta razão o sedentarismo aparece como fator de risco para essas doenças.

Quadro 2. Componente: Atividade Física

Atividade Física

Acadêmicos

Porcentagem (%)

a) Seu lazer inclui a prática de atividades físicas (exercícios, esportes ou dança).

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

01

5%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

04

20%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

10

50%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

05

25%

b) Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

04

20%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

06

30%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

03

15%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

07

35%

c) Você caminha ou pedala como meio de deslocamento e, preferencialmente, usa as escadas ao invés do elevador.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

01

5%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

07

35%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

08

40%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

04

20%

Fonte: Os autores

    Santos e Alves (2009) definem comportamento preventivo como ações individuais ou coletivas, executadas voluntariamente pelo indivíduo em estado assintomático em relação a uma doença específica com o objetivo de minimizar o potencial de ameaça percebido em relação à mesma.

    Diante do quadro 3, pode-se analisar que quando exposto aos alunos a pergunta “você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá-los” 35% dos acadêmicos responderam que quase sempre é verdadeira quanto ao seu comportamento preventivo e 30% responderam que às vezes corresponde ao seu comportamento. Esse resultado é dado em grau positivo à saúde, pois conhecendo os próprios níveis de pressão arterial e colesterol o controle das taxas fica de fácil prevenção. “A hipertensão é uma doença assintomática, e conhecer seus valores, torna seu rastreamento e sua prevenção mais fácil, assim como o controle das taxas de colesterol, que presente na corrente sanguínea aumenta relativamente o risco de doenças cardiovasculares”. (Goldberg; Elliot, 2001 apud Santos; Alves, 2009, p. 1).

    Ainda conforme o quadro 3, 15% responderam que não conhecem seus níveis de colesterol e sua pressão arterial, o que se considera negativo à saúde.

    O consumo de álcool e fumo manteve-se com as variáveis em equilíbrio, mas ao mesmo tempo esse resultado não foi bom. Os dados foram preocupantes, pois 30% dos acadêmicos afirmaram que beber e fumar faz parte do seu comportamento diário e outros 30% responderam que quase sempre evitam ingerir bebidas e fumar. Somente 15% responderam que não fumar e não beber sempre faz parte do seu comportamento. Silva et al. (2006) encontraram que o álcool foi à substância mais utilizada nos últimos 12 meses pelos alunos (84,7%), seguido do tabaco (22,8%).

    Em alguns estudos foram observados comportamentos preventivos em diferentes camadas da sociedade que constatavam que pessoas que praticam tênis, caminham ou correm, apresentam menos comportamentos agressivos à saúde como: obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e o não uso do cinto de segurança. (Coelho, 2006 apud Santos; Alves, 2009, p. 1).

    Quando questionados sobre o respeito às normas de trânsito (quadro 3), 60% dos acadêmicos responderam que sempre respeitam as normas, o que gera um resultado positivo a essa questão.

Quadro 3. Componente: Comportamento Preventivo

Comportamento Preventivo

Acadêmicos

Porcentagem (%)

a) Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá-los.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

03

15%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

06

30%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

07

35%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

04

20%

b) Você não fuma e não ingere álcool (ou ingere com moderação).

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

06

30%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

05

25%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

06

30%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

03

15%

c) Você respeita as normas de trânsito (como pedestre, ciclista ou motorista); usa sempre o cinto de segurança e, se dirige, nunca ingere álcool.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

0

0%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

05

25%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

03

15%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

12

60%

Fonte: Os autores

    Nahas (2010) declara que os relacionamentos sociais representam um dos componentes fundamentais do bem estar espiritual e, por conseqüência, da qualidade de vida de todos os indivíduos refletindo na qualidade com que o indivíduo se integra consigo mesmo, com as pessoas à sua volta e com a natureza.

    Com relação aos relacionamentos analisa-se o quadro 4. A maioria dos acadêmicos declara que quase sempre cultiva amigos e está satisfeito com seus relacionamentos e o restante dos acadêmicos (40%) diz que esse comportamento é sempre verdadeiro.

    Quando questionados sobre o lazer, se incluía encontros com os amigos, atividades em grupo, participação em associações ou entidades sociais a porcentagem das respostas ficou na mesma escala que o quesito anterior. No questionamento sobre procurar ser ativo na comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social 50% dos acadêmicos responderam quase sempre, 30% responderam às vezes e os outros 20% ficaram entre sempre faz parte do comportamento e não faz parte do comportamento.

    Segundo Ferraz e Pereira (2002 apud Santos; Alves, 2009, p. 1), diversas investigações mostram que tanto a falta como o excesso nos relacionamentos sociais são fatores que prejudicam o rendimento acadêmico e estão relacionados a outros comportamentos inadequados do estilo de vida como abuso de álcool e tabaco, agressividade e violência, bem como, comportamentos sexuais de risco.

    Ao menos por cinco minutos, a cada dia, devemos nos ater às nossas questões interiores orando, ouvindo nossa música favorita, apreciando uma bela paisagem ou simplesmente relaxando confortavelmente num ambiente calmo. Nossos relacionamentos podem ainda ser melhorado se exercitarmos os “músculos da alma”, expressão usada por Seaward (1997) apud Nahas (2001): otimismo, bom humor criatividade, curiosidade, persistência, tolerância, confiança, amor, perdão, entre muitos outros. (Santos; Venâncio, 2006, p. 06).

Quadro 4. Componente: Relacionamentos

Relacionamentos

Acadêmicos

Porcentagem (%)

a) Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

0

0%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

0

0%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

12

60%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

08

40%

b) Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades em grupo, participação em associações ou entidades sociais.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

0

0%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

0

0%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

12

60%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

08

40%

c) Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

01

5%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

06

30%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

10

50%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

03

15%

Fonte: Os autores

    O estresse foi considerado por diversos autores como o mau do século 20. No entanto, ele é apenas um mecanismo de adaptação do corpo e da mente aos desafios ambientais. Assim, doses moderadas de estresse são extremamente necessárias para saúde e qualidade de vida, pois tanto o excesso como a falta ocasionam desequilíbrios na saúde do indivíduo. (Santos; Alves, 2009).

    Entre os acadêmicos (quadro 5), cerca de 50% reservam tempo durante o dia para relaxar, 35% relatam que às vezes mantém uma discussão sem se alterar e 50% quase sempre. Com relação ao equilíbrio do tempo entre trabalho e lazer 45% dizem que quase sempre tentam cumprir com equilíbrio. As variáveis para esse componente estão em grau positivo, pois a grande maioria se mantém em equilíbrio no componente de estresse.

    De acordo com Nahas (2010), diversas doenças e transtornos de saúde estão associados aos quadros de estresse excessivo: hipertensão arterial, infartos agudos do miocárdio, derrames cerebrais, câncer, úlceras, depressão /distúrbios nervosos, artrite, alergias, dores de cabeça, etc. As mais comuns são as doenças cardíacas que evoluem devido à tensão nervosa decorrente do estresse, situações de agressividade e frustração, tristeza e sensação de impotência. O autor ainda cita que o estresse é geralmente decorrente do estilo de vida que adotamos de forma como enfrentamos as adversidades. Decorrente disso, pode-se a mudar as maneiras de responder a determinados comportamento e isso depende de nós.

Quadro 5. Componente: Controle do Estresse

Controle do estresse

Acadêmicos

Porcentagem (%)

a) Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

02

10%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

05

25%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

03

15%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

10

50%

b) Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

02

10%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

07

35%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

10

50%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

01

5%

c) Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer.

• Absolutamente não faz parte do seu estilo

01

5%

Às vezes corresponde ao seu comportamento

07

35%

Quase sempre verdadeiro no seu comportamento

09

45%

• A Afirmação é sempre verdadeira no seu dia a dia

03

15%

Fonte: Os autores

    A partir dos resultados do presente estudo, percebe-se que ter boa condição de saúde não representa apenas um objetivo importante, é um meio para realização de todos os outros objetivos na vida.

    As pesquisas tem demonstrado que uma nutrição adequada, controle do estresse, atividades físicas moderadas e suporte social são fundamentais para uma vida saudável. As pessoas precisam incorporar esses elementos no seu dia a dia, precisam entender o grande poder de pequenas mudanças no estilo de vida.

    As mudanças no estilo de vida não são fáceis de realizar e dependem da nossa vontade, do apoio de familiares e amigos e das informações e oportunidades que nos são oferecidas.

Conclusão

    Nesse estudo foi demonstrado que o componente de nutrição apresentou-se com deficiências preocupantes e precisam ser melhoradas. Os dados mostram que há uma alta prevalência de hábitos saudáveis nos componente de atividade física, relacionamento e controle do estresse. As variáveis do comportamento preventivo mantiveram-se em equilíbrio.

    Conclui-se que o Perfil do Estilo de Vida dos acadêmicos encontra-se com dados positivos, mas podendo ser melhorado em alguns aspectos.

Bibliografia

  • Joia, L. C. (2010). Perfil do estilo de vida individual entre estudantes universitários. Revista Movimenta, v. 3 (1), p. 16-23.

  • Lezonier, D. S.; Ribeiro, A. J. P. (2012). Estilo de vida, estado nutricional e nível de atividade física de adolescentes do 1º ano do ensino médio de uma escola profissionalizante de São Miguel do Oeste, SC. Revista Digital EFDeportes, Buenos Aires (170). http://www.efdeportes.com/efd170/estado-nutricional-de-adolescentes.htm

  • Nahas, M. V. (2006). Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4ª ed. Londrina: Midiograf.

  • Nahas, M. V. (2010). Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 5ª ed. Londrina: Midiograf. 318 p.

  • Nahas, M. V.; Barros, M. V. G. de; Francalacci, V. (2000). O pentáculo do bem estar – base conceitual para avaliação do estilo de vida de indivíduos ou grupos. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 5 (2), 48-49.

  • Santos, G. L. A. dos; Venâncio, S. E. (2006). Perfil do estilo de vida de acadêmicos concluintes em educação física no centro universitário do leste de minas gerais Unileste-MG. Movimentum – Revista Digital de Educação Física, Ipatinga, v. 1 (1), 1-18.

  • Santos, J. F. S.; Alves, V. dos S. (2009). Perfil do estilo de vida relacionado á saúde dos acadêmicos da Unicentro, Campus de Irati, PR. Revista Digital EFDeportes, Buenos Aires (129). http://www.efdeportes.com/efd129/perfil-do-estilo-de-vida-relacionado-a-saude-dos-academicos.htm

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