A saúde do homem no Brasil: destaque para as políticas públicas La salud del hombre en Brasil: poniendo el acento en las políticas públicas Men’s health in Brazil: emphasis on public policies |
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*Fisioterapeuta graduado pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, Unoesc, SC Mestre em Envelhecimento Humano pela Universidade de Passo Fundo, UPF, RS **Graduanda em Enfermagem pela Universidade de Passo Fundo, UPF, RS ***Enfermeira graduada pela Universidade de Passo Fundo, UPF, RS Mestre e Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, USP, SP Docente do Programa de Pós-Graduação em Envelhecimento Humano da Universidade de Passo Fundo, UPF, RS |
Ezequiel Vitório Lini* Glaucia Bordignon** Marlene Doring*** (Brasil) |
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Resumo Introdução: As ações em saúde brasileiras, voltadas a uma população-alvo, são precedidas de uma legislação. Objetivou-se identificar quais foram as políticas públicas implementadas em nosso país focadas na saúde do homem e quais as repercussões práticas destas legislações. Metodologia: analisou-se o conteúdo das publicações científicas indexadas e documentos oficiais, que tratavam da saúde do homem, considerando como descritores: Saúde do homem. Políticas públicas. Serviços de saúde. Foram usadas as bases de dados online LILACS e PUBMED. Resultados: a literatura evidencia que foram poucas as legislações focadas especificamente no público masculino e que ainda há uma visão muito direcionada a próstata. Ainda assim, as políticas procuram promover melhores condições de vida aos homens e reduzir os índices de mortalidade desta população. Conclusão: As leis não conseguiram uma maior presença dos homens nas unidades de saúde para consultas periódicas. É necessária uma maior divulgação aos homens sobre a importância das consultas preventivas. Unitermos: Saúde do homem. Políticas públicas. Serviços de saúde.
Abstract Introduction: Health efforts in Brazil, aimed at a target population, are preceded by legislation. The objective was to identify which were the public policies implemented in the country that focused on men’s health and what are their practical repercussions. Methodology: An analysis was performed on the content of the indexed scientific publications and official documents about men’s health, considering the following keywords: Men’s health. Public policies. Health care. The online databases LILACS and PUBMED were used. Results: Literature shows there were few laws particularly focused on the male audience, and that the outlook is still very directed to the prostate. Nevertheless, the policies seek to promote better life conditions to men and reduce the mortality rates of this population. Conclusion: Laws have failed to achieve a higher presence of men in health units for periodic consultations. Wider advertising to men about the importance of preventive visits is required. Keywords: Men’s Health. Public Policies. Health services.
Recepção: 29/08/2015 - Aceitação: 13/12/2015
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 213, Febrero de 2016. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
É sabido que a melhor estratégia de enfrentamento da maioria das doenças é a prevenção e isso vale, é claro, quanto se pensa em saúde do homem. Muitos agravos poderiam ser evitados se eles procurassem a atenção primária, mas são muitas as barreiras que os homens costumam impor, dentre elas o trabalho, falta de tempo ou mesmo por não considerarem necessária uma consulta, assim, a busca por recursos em saúde, tradicionalmente, ocorre quando não é mais possível postergar (Nardi; Glina e Favorito, 2007; Brasil, 2008).
Ao contrário dos homens, as mulheres buscam atendimento com freqüência, independentemente de estarem inseridas no mercado do trabalho, não deixam de comparecer às unidades de saúde. Vários estudos destacam, primeiramente, que a saúde da mulher é mais vista na sociedade e recebe maior atenção do que a saúde do homem. Demonstram ainda, que culturalmente, em nossa sociedade, a mulher desempenha o papel de cuidar e incentivar o companheiro a procurar o atendimento (Gomes; Nascimento e Araújo, 2007; Kalckmann; Batista e Souza, 2005; Schraiber; Gomes e Couto, 2005).
Quando se aborda a saúde do homem, inevitavelmente, o câncer de próstata é mencionado, e com razão. O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais causa morte no Brasil, todavia, quando diagnosticado no início, tem um prognóstico bom, mas para isso deve ser acompanhado de um tratamento (INCA, 2015a). O tema é tão relevante, que em 2001 foi criada a Lei 10.289, que cria o Programa Nacional de Controle do Câncer de Próstata. Este programa visa incentivar os homens acima de 40 anos para que realizem o exame de próstata, alertando-os quanto à importância do exame, principalmente em caso de haver alguma intercorrência, para que feito um diagnóstico precoce (Brasil, 2001).
Ainda assim, há de se admitir que exista uma ausência do homem nos estabelecimentos de saúde, em especial com foco na prevenção e que as preocupações masculinas parecem ser outras. Ante esta realidade, este estudo procura, por meio de uma revisão narrativa, identificar quais foram as políticas públicas implementadas em nosso país focadas na saúde do homem e quais as repercussões práticas destas legislações.
Metodologia
Para a elaboração desta revisão narrativa as seguintes etapas foram percorridas: definição da questão de pesquisa e dos objetivos do estudo; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos; definição das informações a serem extraídas dos artigos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentação dos resultados. Para guiar a revisão narrativa, formulou-se a seguinte questão: quais são as políticas públicas brasileiras focadas na saúde do homem e quais as reais repercussões práticas destas legislações? Para a seleção dos artigos foram utilizadas bases de dados online LILACS e PUBMED. Legislações e informações oficiais foram pesquisadas nas Home pages do Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer.
Os critérios de inclusão dos artigos foram: textos nacionais, com os resumos disponíveis nas bases de dados selecionadas. A estratégia de busca considerou como descritores: saúde do homem, políticas públicas, serviços de saúde. A busca foi realizada pelo acesso on-line.
Após leitura exploratória dos artigos selecionados, foram coletadas informações que auxiliassem na elucidação das questões levantadas nesta pesquisa. Para melhor organização das informações, a pesquisa foi estruturada em subitens: principais doenças exclusivas do sexo masculino; políticas públicas que fazem menção à saúde do homem; presença do homem nas unidades de saúde.
Resultados e discussão
Quando se pensa em saúde do homem, surgem diversas pesquisas centradas nos cânceres que atingem exclusivamente esta população, ou seja, câncer de próstata, testículos e pênis.
Câncer de próstata
A próstata é uma glândula que produz o esperma e fica localizada perto da bexiga. O indivíduo com câncer de próstata possui uma dificuldade ao urinar, tendo que fazer esforço, podendo sentir vontade de urinar freqüentemente (INCA, 2015a). Nos casos de câncer de próstata, geralmente o nervo que deixa o pênis ereto é afetado, ocasionando uma dificuldade para manter relação sexual (INCA, 2015a).
O diagnóstico é feito através do toque retal e pelo exame de sangue (PSA). Existem ainda, alguns complicadores para os exames, pois, normalmente os homens não se sentem muito confortáveis em fazer o exame de toque, ou pelo machismo ou por medo de doer, mas o toque retal é fundamental para que o médico possa sentir se há alguma área ou extremidades endurecidas na próstata. Identificada alguma lesão, é importante encaminhar para fazer uma biópsia (INCA, 2015a).
Geralmente o câncer de próstata não possui sintomas na fase inicial. É de extrema importância ressaltar que homens que costumam fazer uso de testosterona para criar massa muscular ou melhorar o desempenho sexual precisam redobrar a atenção, pois, se o paciente possuir um pequeno sinal de câncer, a testosterona fará o tumor aumentar mais rápido. Assim, usuários de testosterona precisam realizar os exames preventivos com maior freqüência. Mas que fique claro, o hormônio masculino não causa câncer, ele faz com que, em caso de tumor, este tenha um crescimento acelerado (Brasil, 2008).
Quando diagnosticado no início, o tratamento indicado é a aplicação da substância Docetaxel, que é para reduzir as células tumorais que se manifestaram à pouco tempo ou mesmo nas células assintomáticas. O tratamento pode ainda, ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, vacinas, terapias alvo. A abordagem do tratamento será determinada de diferentes maneiras, dependendo da idade do paciente, estadiamento da doença e quaisquer outras condições de vida. É importante que o paciente receba informações sobre os efeitos colaterais e riscos das possíveis intervenções (SBOC, 2014).
Homens com história familiar da doença, aos diabéticos e os que ingerem excessiva quantidade de gordura precisam redobrar a atenção devido as maiores chances de desenvolverem o câncer de próstata. Ações simples, como a manutenção de uma alimentação balanceada e saudável, a busca por auxílio médico diante de qualquer sintoma diferente, a prática de atividade física como a caminhada ajudam a prevenir a doença (Gomes; Nascimento e Araújo, 2007).
Câncer de testículos
O câncer de testículos tem afetado em torno de 5% da população masculina nesses últimos tempos. Quando diagnosticado precocemente, apresenta baixo índice de mortalidade, no entanto, apenas 25% dos homens apresentam sintomas. Acomete geralmente a faixa etária entre 20 e 34 anos de idade (INCA, 2015b).
Dentre os sintomas, é comum o aparecimento de um nódulo duro e indolor, dor no abdome, sangue na urina, a região mamaria pode aumentar de tamanho provocando dor e inchaço. Em caso de algum desconforto é importante procurar um médico urologista para melhor segurança e nos casos diagnosticados, uma biópsia é necessária para que inicie o tratamento. Esse câncer é considerado o mais curável, quando for detectado no início. É importante, ainda, ficar alerta em caso de alterações dos testículos, sensação de peso no escroto, dor imprecisa na parte inferior do abdome, dor ou desconforto no testículo ou escroto. Deve-se examinar cada testículo com a mão, já que os tumores malignos geralmente são localizados na parte lateral dos testículos. O homem portador de infertilidade tem maior risco de desenvolver este tipo de câncer, pois, com freqüência diminui a produção de espermatozóides (INCA, 2015b).
O tratamento quase sempre é cirúrgico, com extração do testículo, sem interferência na atividade sexual. Em seguida, a radioterapia ou quimioterapia podem ser necessárias. A ultrassonografia tem papel importante para o diagnóstico, pois caracteriza a lesão do tumor e se atingiu as paredes vizinhas, também pode detectar lesões não palpáveis. A tomografia de abdome é essencial para avaliação pré-cirúrgica e para verificar se possui metástases. A complementação dependerá da investigação que avaliará a presença da doença e se houve metástase para outros órgãos (INCA, 2015b).
Câncer de pênis
O câncer de pênis é um tipo raro, geralmente a maior incidência é a partir dos 50 anos. O principal tipo é o carcinoma de células escamosas, que está relacionado à má higiene. O estreitamento do prepúcio é um fator de predisposição ao câncer de pênis (SBU, 2015).
Alguns dos fatores de risco, assim como a conhecida fimose que impede a exposição da glande, acúmulo de esmegma, falta de higiene adequada devido a desinformação e infecção pelo vírus HPV. Os sintomas mais comuns são: o aparecimento de uma ferida vermelha que não cicatriza e que aumentam e diminuem de tamanho freqüentemente, também pode aparecer manchas esbranquiçadas, odor forte e presença de ínguas na virilha (INCA, 2015c).
O diagnóstico é feito através de uma biopsia, quanto mais rápido for diagnosticado melhor será o resultado do tratamento. Medidas preventivas precisam ser tomadas, tais como: fazer a higiene diária, especialmente na hora do banho e depois das relações sexuais, uso de preservativo nas relações sexuais e cirurgia de fimose (INCA, 2015c).
O tratamento vai depender da intensidade da doença. Se a lesão for inicial o tumor pode ser retirado por uma cirurgia. Na extirpação do tumor há a preocupação de preservar o tecido peniano para poder manter as relações sexuais e a eliminação normal da urina. A remoção completa do pênis é feita somente se a doença estiver em uma fase avançada (SBU, 2015).
Políticas Públicas Brasileiras
Existem no nosso país, três leis que se referem diretamente à saúde do homem:
A primeira vez que uma das doenças exclusivas do homem é tratada com preocupação pelas políticas públicas é em 1996, com a lei n° 9.263 de 12 de janeiro, na qual se pode ler, em seu artigo 7°, que um planejamento mostra-se fundamental para obter-se uma visão ampliada, com atendimento integrado à saúde. Para isso, o Ministério proporcionará qualificação aos especialistas nas áreas da saúde, de epidemiologia, urologia, oncologia clínica, radioterapia e cuidados paliativos. A qualificação abordará as formas de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de próstata. Para viabilidade do programa, haverá parceria com as secretarias de saúde, que estarão à disposição da população masculina acima de 40 anos para a realização dos exames preventivos (Brasil, 1996).
Por anos, a saúde do homem continuou direcionada unicamente à próstata, como mostra a lei 10.289 de 20 de setembro de 2001, em seu artigo 4°, que obriga as unidades integrantes do Sistema Único de Saúde a realizarem os exames para a detecção precoce do câncer de próstata sempre que for considerado necessário pelo médico (Brasil, 2001).
Somente em 2009 surge uma política com abordagem mais ampla, trata-se da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), que tem como objetivo promover ações, o cuidado e a prevenção, assistência e recuperação de saúde, bem como o estímulo para estudos e pesquisas (Brasil, 2008). Esta política alerta a sociedade a importância de reconhecer os agravos das doenças masculinas, que se configuram como uma série de problemas de saúde pública.
Houve um reconhecimento de que não há, por parte dos homens, uma procura por atendimento, não somente na atenção básica, mas em consultórios médicos ou outros profissionais da saúde. Percebe-se que geralmente, os homens chegam aos serviços de saúde tardiamente, com alto grau de riscos à saúde, causando preocupações, angústia, sofrimento, estresse. O próprio Ministério da Saúde relata a importância do desenvolvimento de cuidado a saúde do homem, visto que, é neles que se encontram as maiores taxas de mortalidade (Brasil, 2008).
A PNAISH objetiva orientar a população masculina, assim, tem como prioridade a percepção da população masculina diante dos cuidados com sua saúde. Ressalta a necessidade para que os serviços públicos de saúde sejam organizados para acolher os homens. O princípio desta lei é a qualidade de vida do homem, que institui a divulgação de materiais educativos voltados à saúde, com informações aos familiares, ou seja, a população em geral, para que incentivem os homens da família. Orientações sobre cuidados, tratamentos e agravos que levam às principais enfermidades, com o objetivo principal de prevenção e quando necessária, a intervenção precoce (Brasil, 2009).
De modo geral, a PNAISH percebe que os homens procuram não entrar em contato com a saúde pública, assim, direciona suas ações para que os homens entrem em contato com a saúde pública, com o propósito de evitar os agravos do sexo masculino (Brasil, 2009).
Presença do homem nas unidades de saúde
A preocupação do Estado pela saúde do homem, inicialmente impondo legislações, não garante a aplicabilidade prática das leis, principalmente se a população-alvo não fizer sua parte.
Muitas doenças podem ser prevenidas se o homem procurar um centro de saúde. O Ministério as Saúde afirma que um dos objetivos das políticas é justamente de alertar para que o homem tome mais cuidado, que sempre fique atento aos mínimos sinais e sintomas. Muitos homens apresentam uma postura de dependência no momento da procura pelo primeiro atendimento. Eles costumam adiar ao máximo uma consulta e esperam que a iniciativa parta das esposas, companheiras, filhos ou algum outro familiar (Brasil, 2014).
Em geral, os homens adoecem mais cedo do que as mulheres, pois procuram pouco os serviços de saúde. Muitas doenças, sejam crônicas ou não, poderiam ser evitadas se os homens procurassem previamente a assistência ou mesmo a prevenção. O pensamento errôneo e ainda muito enraizado que “quem procura acha”, ou mesmo que o médico procura em si outras doenças, afastam boa parte dos homens. O próprio medo é uma barreira na busca por atendimento, pois, pela preocupação de que as doenças podem causar inúmeros problemas, restrições e uma gama de cuidados no dia a dia, provocam angústia e sofrimento (Brasil, 2008).
Ainda vemos pouca presença masculina nas unidades de saúde devido a questões culturais. Os homens deixam de cuidar da saúde por considerarem-se fortes, resistentes, por acharem sinal de fragilidade a solicitação de ajuda e estas atitudes repercutem em maiores índices de mortalidade. A perspectiva de vida dos homens de fato é menor e a primeira intervenção deveria ser a educação, a fim de que o homem consiga adquirir maior conhecimento sobre seu próprio corpo (Gomes; Nascimento e Araújo, 2007).
É preciso romper paradigmas de que o homem é uma próstata ou um pênis. Já se sabe que aproximadamente 75% das enfermidades e agravos que atingem aos homens adultos estão concentradas em cinco grandes áreas especializadas: cardiologia, urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia (Brasil, 2009). Essas doenças podem ser prevenidas ou controladas por meio de práticas cotidianas, conscientização e reconhecimento dos fatores de risco e dos primeiros sintomas, para que a partir disso, receberem auxílio na atenção primaria à saúde (Figueiredo, 2005).
Incluir a participação dos homens na saúde é um grande passo, mas para muitos um desafio. De modo geral, cuidar do seu próprio corpo ou colocar a saúde em primeiro lugar ainda não é a regra, principalmente entre os homens. É direito garantido a todos a informação e acesso à saúde, assim, precisa o homem reconhecer a importância da manutenção de sua saúde e que se alcance a igualdade entre os sexos na busca por consultas e exames preventivos (Brasil, 2008).
Se o homem tivesse maior presença nas unidades de saúde pública, inúmeras doenças poderiam ser evitadas. Deve haver iniciativa dos profissionais da área da saúde para promover espaços, rodas de conversas tanto nas unidades básicas de saúde como na unidade hospitalar, que é o setor onde os homens procuram o primeiro atendimento na maioria das vezes (Brasil, 2008).
Torna-se fundamental conscientizar os homens que a cada desconforto, sintoma ou alteração percebida a unidade de saúde deve ser procurada o mais precocemente possível, rompendo a prejudicial mania de adiar ao máximo uma consulta (Schraiber, 2010).
Conclusão
A partir da descrição de algumas das doenças exclusivas do homem com alto grau de letalidade e da identificação das legislações que abordam, de alguma forma, a preocupação com a saúde masculina, pode-se concluir que o incentivo legal existe e que de fato há uma preocupação do Estado, principalmente no quesito exames preventivos da próstata. As políticas procuram promover um cuidado adequado e especializado voltado à saúde do homem. Seguem a premissa de melhorar as condições de vida dos homens e reduzir os índices de mortalidade desta população.
As políticas centradas especificamente na saúde do homem tardaram chegar e acreditamos que existam lacunas em aberto, em especial, o péssimo hábito masculino de protelar ao máximo o atendimento em saúde.
A existência da legislação voltada ao homem é o primeiro passo, todavia, não basta existirem políticas adequadas se a cultura da prevenção não está em funcionamento. As leis garantem o serviço em saúde, mas não conseguem, de forma efetiva, uma maior presença dos homens nas unidades de saúde para consultas periódicas. Portanto, é necessário um incremento na maneira de alertar os homens sobre as medidas preventivas, sejam por uso de mídias, palestras, abordagem nos locais de trabalho ou mesmo as visitas das agentes de saúde.
Bibliografia
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