A natação como conteúdo da Educação  Física escolar: desafios e possibilidades La natación como contenido de la Educación Física escolar: desafíos y posibilidades Swimming as content of school Physical Education: challenges and opportunities
	*Especializando em Educação Física Escolar pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR Graduado em Licenciatura em Educação Física pela Faculdade AGES **Graduado em Licenciatura em Educação Física pela Faculdade AGES (Brasil)	Kaique Maximo de Oliveira Carvalho* kaique.iasmyn@hotmail.com Ramon Silva Costa** ramon.scosta@hotmail.com
	Resumo           O objetivo deste estudo foi refletir sobre a importância do profissional de Educação Física para conseguir ministrar como conteúdo a natação nas suas aulas, bem como mostrar o principal papel que ele tem para adaptar suas aulas nas escolas onde não existem piscinas para a realização de tal prática. Esse estudo é justificado por representar a importância de isenção da natação nas aulas de Educação Física escolar, pois a mesma merece um foco importante por trabalhar diversos grupos fisiológicos e anatômicos, além trabalhar com a ludicidade, cooperação e interatividade que são de suma importância para realização de uma aula essencial. Conclui-se assim, que apesar das escolas terem a deficiência de possuir uma piscina, todo professor tem a capacidade de realizar suas aulas em diversos espaços de forma adaptada, inclusive na sala de aula.           Unitermos: Educação. Educação Física. Natação. PCNs. Professor.   Abstract           The aim of this study was to reflect on the importance of physical education professional to achieve minister as content swimming in their classrooms and show the leading role he has to adapt his classes in schools where there are pools for conducting such practice. This study is justified to represent the importance of swimming exemption in the lessons of Physical Education, because it deserves an important focus for work several physiological and anatomical groups, and work with playfulness, cooperation and interactivity that are critical to achieving an essential lesson. It is therefore concluded that despite schools having the deficiency of owning a pool, every teacher has the ability to hold their classes in several spaces adapted form, including in the classroom.           Keywords: Education. Physical Education. Swimming. PCNs. Teacher.   Recepção: 14/10/2015 - Aceitação: 04/01/2016
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 213, Febrero de 2016. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Sabe-se a importância que é de trabalhar a natação na escola, pois a mesma traz diversos benefícios em seus eixos para se trabalhar como mostra os Parâmetros Curriculares Nacionais, que além de nortear o docente a trabalhar com os mais diversos conteúdos, enfoca na forma de avaliar. Segundo Catteau e Garoff (1990) em Roma para ser educado precisava saber ler e nadar. Nadar sempre foi uma questão de classe social. Sem contar que saber nadar foi sempre uma questão de sobrevivência desde o início do período que surgiu a humanidade, seja para alimentar-se ou até mesmo fugir de predadores.

    Proporcionar a criança e/ou ao adolescente as mais variadas oportunidades de aprender e desenvolver-se em meio aquático suas habilidades motoras fundamentais e especializadas é de extrema importância para o desenvolvimento do discente enquanto meio estudantil e enquanto disciplina Educação Física. Sobre os diversos meios para promover o desenvolvimento motor do discente, observa-se a experiência com alguns estudos que mostram que a natação pode intervir positivamente no desenvolvimento motor da mesma e também na constituição da sua personalidade e inteligência (Machado, 1991).

    Os alunos que tem programas com iniciação a natação apresentam um resultado muito mais satisfatório dentro e fora do ambiente escolar, seja no processo de alfabetização ou até em atividades práticas da Educação Física, como agilidade, força, velocidade, dependendo da maneira com que o ensino-aprendizagem da natação é aplicada (Duchini, Ferracioli & Ferracioli, 2010). Para isso, é de suma importância mostra em pesquisas a relevância que é o docente trabalhar com natação em escolas públicas e também em privadas.

Natação na escola

    Os professores possuem vários desafios para conseguir se consolidar e praticar frente ao conteúdo natação. Desse modo, os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs tem o trabalho de possibilitar ao docente, oportunidades para desenvolver as mais diversas aulas, proporcionando a prática eficaz das atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com a finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções (Brasil, 1998). Logo, para isso o mesmo deve se aprofundar e saber lhe dá com os desafios que lhe são impostos como a natação, para isso é de suma importância a leitura, formação continuada e práticas freqüentes.

    A natação está dentro dos PCNs no bloco esporte, é uma antiga prática corporal, sendo conhecida como um dos mais complexos exercícios físicos (Catteau & Garof, 1990). Mas isso, não impede que ela seja incluída na vida educacional da criança logo desde a educação infantil, de uma forma lúdica e recreativa, sem regras e pressões, porém com as técnicas, para uma adaptação ao meio líquido.

    Para Lima (1999) vem a dizer que os benefícios adquiridos por meio da prática da natação são inúmeros como por exemplo, o desenvolvimento neuro-motor, a capacidade cardiorrespiratória, a coordenação motora, o equilíbrio, a agilidade, a força, além de ainda desenvolver várias habilidades psicomotoras como a lateralidade, a audição, a visão e a noção de espaço e tempo e se for na escola trabalhar a cooperação, interação em grupo e processos de sociabilização. Desse modo, o professor criando brincadeiras, ajudará as crianças a ajudarem o outro, regulando seu comportamento e criando limites (Carracedo & Macedo, 2000).

    O docente deve ensinar todos tipos de nados e suas técnicas, começando do nado crawl que é um dos mais simples para ser ensinado, e assim prosseguir com os demais tipos de nados e sempre criando desafios para que os alunos pois é isso que deixa eles sempre motivados. Sendo assim, Darido (2003) afirma que é de suma importância ressaltar que o professor como mediador do conhecimento tem como objetivo pregar a importância das vivencias de tais modalidades para a formação dos discentes.

    Salienta-se que a natação no âmbito educacional devem ser incluídas no planejamento anual de maneira que o docente possa colaborar para a formação integrada dos educandos, considerando todos os aspectos dos indivíduos, contribuindo tanto para o desenvolvimento motor quanto intelectual, sócio afetivo, filosófico entre outras.

A importância de trabalhar a natação como conteúdo da Educação Física

    A natação de fato é conteúdo da educação física escolar, mais para trabalhar ela não é uma tarefa fácil para o professor de educação física, pois nem sempre a escola dispõe de uma piscina para a realização das aulas, muitas das vezes a gestora da escola tem que fazer convênios com clubes da cidade, e assim fazer com que as aulas sejam realizadas. Esse é um problema que afeta muitas escolas no interior, onde muitas das vezes o município não tem nem clube com piscinas. Sabe-se que a natação está presente nos PCNs como conteúdo curricular obrigatório nas aulas de educação física (Brasil, 1998), porém muitas das vezes é negligenciado pelos professores que não trabalham esse conteúdo em suas aulas, ou por falta de espaço físico e recursos ou até mesmo por insegurança de levar os alunos para o meio liquido.

    Darido (2003) enfatiza que é importante observar as abordagens que circulam no meio da Educação Física escolar, já que a formação dos professores é importante para os pressupostos pedagógicos, pois uma formação mal sucedida do professor pode levar a um erro em moldes para lecionar. Ela ainda foca que atualmente é possível identificar as mais modernas formas de organizar o pensamento pedagógico da disciplina, com número razoável de professores e publicações na área.

    Para lecionar a natação dentro da escola e essencial que o professor aplique uma metodologia que use a ludicidade e coletividade entre os alunos. No contexto escolar a natação devem ser incluídas no planejamento escolar de forma que o professor possa contribuir para a formação integrada dos educandos e assim deve-se considerar todos os aspectos dos indivíduos, ou seja, trabalhar o desenvolvimento motor, cognitivo, sócio afetivo, entre outros. (Coletivo de autores, 1992)

    A adaptação ao meio liquido seria o primeiro contato com a água onde crianças, jovens, adultos, e até mesmo idosos passam por fases individuais de adaptação, que são realizadas através de atividades lúdicas e técnicas de domínio do corpo na água, que motivam e introduzem o contato direto com a água, orientando sobre a posição do corpo na água (Vieira, 2006). O lúdico nas aulas de natação motiva a relação pedagógica, subentendendo-se que nessa relação existe um adulto que pode se permitir brincar com o aluno por meio da fantasia, da música, das histórias contadas, das dramatizações e dos jogos cooperativos.

    Santin (2006) deixa claro que é de grande importância observar que este estudo coopera para melhor desenvolvimento de todos os cidadãos. Cabendo também as instituições expandirem de acordo com uma metodologia de ensino que expanda de acordo com uma visão de designação melhor de ensino na alfabetização, através do desenvolvimento motor da criança. Salientado que também cabe aos educandos investigarem os conhecimentos que criem atividades, visando os métodos de ensino, que aprovem a educação, através dos movimentos. O ensino de Educação física, pode ser ponderado como um dos canais de reafirmação destas concepções da educação, à medida que permite ao sujeito descobrir seu lugar no mundo e lhe fornece os maios para o conhecimento de sua própria corporeidade e do poder de suas ações sobre os grupos sociais (Coletivo de autores, 1992).

    Para Brougère (1998) as crianças são motivadas a participar de determinada brincadeira, quando esta tem alguma relação com a experiência anteriormente vivida por elas, ou quando se sentem na possibilidade de resolver seus conflitos em meio líquido, como a exemplo do sentir medo quando o rosto está em contato com a superfície da água. Se esse contato ocorrer por meio do lúdico, a brincadeira parece minimizar o medo, desvelando emoções e sensações que esse contato possa gerar, configurando-se num dos principais motivos da realização ou não da brincadeira, conforme evidencia. É onde Alves (1993) fala das relações casuais, que a partir disso torna a sua existência com fatos, como o mesmo descreve que não é necessário dizer mais que aquilo que os fatos nos autorizam. Já o fato ele descreve como algo que não significa nada, ou seja, para a ciência, o fato não serve até o tempo em que sejam explanados.

    Não se pode negar que o conhecimento de causas seja extremamente eficiente. Elas são usadas constantemente por pais, educadores, torturadores, psicólogos e psiquiatras, vendedores, propagandistas, políticos, religiosos – enfim, todas e quaisquer pessoas – que desejam modificar (não importa que se alegue que a mudança é para melhor!) o comportamento dos outros (Alves, 1993, p. 105).

    Corrêa e Massaud (2004) afirmam que o professor deve criar situações de desafios e superação e tentar alcançar o objetivo do aluno, mesmo a natação sendo um esporte individual, o professor deve criar atividades recreativas que auxiliam na sociabilização dos alunos e deve oportunizar vivencias aquáticas que serão importantes para facilitar o domínio do esporte.

    Para Macedo et al. (2007) a natação é um esporte completo que pode ser praticado por qualquer faixa etária, sua pratica oferece inúmeros benefícios na vida do indivíduo, além de ser uma atividade física que pode ser bastante prazerosa. Na escola ela pode fazer uma grande diferença no rendimento dos alunos em sala de aula, pois sua praticas possibilitam a socialização, o desenvolvimento neuropsicomotores além da formação da personalidade aprendendo a lidar com as dificuldades. É onde Damasceno (2002) diz que nem sempre essa é a realidade nas escolas, em sua maioria não disponibilizam de estruturas adequadas para realizar aulas, e dessa forma os docentes se acomodam e assim não procurando outras alternativas para que os docentes possam vivenciar a modalidade, e por se tratar de um esporte individual que requer mais atenção com os alunos e um dos motivos que o docente negligencia essa modalidade da escola.

Considerações finais

    Refletindo todo o contexto da importância do professor de Educação Física e suas ações educativas para trabalhar com a natação nas escolas, conclui-se então, que a natação é de fundamental importância na disciplina supracitada, pois se manifestam amplamente com objetivos que levam os alunos a desenvolver diversos fatores tanto em habilidades motoras e principalmente na questão de estratégicas elaboradas em que eles possam vivenciar tais modalidades de forma lúdica. Posto essa importância que tem essa disciplina na aplicação do aluno, é percebido que muitas vezes não se aplica a natação por falta de espaço físico na escola, assim a pratica da mesma no cotidiano escolar deve ser aplicada de maneira que leve o aluno a aprender cada tipo de nado baseadas em brincadeiras lúdicas e não só ser uma vã repetição daquilo que o professor está fazendo.

    A natação tem que ser trabalhada com os alunos numa perspectiva lúdica e dividida por etapas, ou seja, primeiro os alunos tem que passar pelo processo de adaptação com o meio liquido assim o docente tem que passar toda confiança para que o aluno. Com a natação tem o aluno tende a desenvolver inúmeros aspectos que iram ajudar no seu desenvolvimento, como a respiração e os vários tipos de nados, e importante que o professor avalie o aluno individualmente sem queimar etapas, ou seja, se ele já domina certo tipo de nado o mesmo já pode passar para um próximo mais complexo.

Bibliografia

• Alves, R. (1993). Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense.

• Brasil (1998). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: Secretaria de Ensino Fundamental. MEC/SEF.

• Brougère, G. (1992). Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas.

• Carracedo, V. A. e Macedo, L. (2000). Jogo carimbador: esquema de resolução e importância educacional. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 14(1):29-44, jan./jun.

• Catteau, R. e Garoff, G. (1990). O ensino da natação. 3ª ed. São Paulo: Manole.

• Coletivo de autores (1992). Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Editora Cortez.

• Correa, C.R. e Massaud. M.G. (2004). Natação na idade escolar: terceira infância: a natação no apoio ao aprendizado escolar. Rio de Janeiro: Sprint.

• Darido, S. C. (2003). Educação física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan.

• Damasceno, L.G. (1992). Natação, psicomotricidade e desenvolvimento. Brasília – DF: Secretaria dos Desportos da Presidência da República.

• Duchini, R.; Ferrachioli, I. J. C. & Ferrachioli, M. C. (2000). Benefícios que as atividades físicas proporcionam aos asmáticos. EFDeportes.com, Buenos Aires, n. 145. Acesso em: 30/08/2015. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd145/atividades-fisicas-proporcionam-aos-asmaticos.htm

• Lima, W.U. (1999). Ensinando Natação. São Paulo: Phorte Editora.

• Macedo, N. de P.; Merida, M.; Assetto, S. T.; Grillo, D. E. & Merida, F. (2007). Natação: O Cenário no Ciclo I do Ensino Fundamental nas Escolas Particulares. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n.1.

• Machado, D. (1991). Natação teoria e prática. Rio de Janeiro. Sprint.

• Santin, S. (2001). Educação física: temas pedagógicos. 2ª ed. Porto Alegre.

• Vieira, S. (2006). O que é natação. Rio de Janeiro: Casa da Palavra.

Outros artigos em Portugués

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 20 · N° 213 | Buenos Aires, Febrero de 2016 Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2016 Derechos reservados